Gênesis Capítulo 41
"O centro de reunião da Igreja é Cristo na glória. “E eu quando for levantado da terra todos atrairei a mim”
(João12:32). Cristo atrai, não o entretenimento carnal, Cristo é o centro do
culto, não as nossas necessidades, carências ou vontades".
Gênesis 41:1;9a11 – “E ACONTECEU que, ao fim de dois anos inteiros, Faraó sonhou,
e eis que estava em pé junto ao rio........ Então
falou o copeiro-mor a Faraó, dizendo: Das minhas ofensas me lembro hoje: Estando
Faraó muito indignado contra os seus servos, e pondo-me sob prisão na casa do
capitão da guarda, a mim e ao padeiro-mor, então tivemos um sonho na mesma
noite, eu e ele; sonhamos, cada um conforme a interpretação do seu sonho”.
O copeiro-mor havia se esquecido de José na prisão, dois anos se passaram e ele
nada fez em favor do amigo; mas a memória do Deus de Jacó não conhece
esquecimento, Deus mesmo se lembra do seu servo, após dois anos, chegado o
tempo estabelecido por Deus, Ele fez faraó sonhar e se utilizou das circunstâncias
para levar José à presença do maioral do Egito.
Gênesis 41:15e16 – “E Faraó disse a José: Eu tive um sonho, e ninguém há que o
interprete; mas de ti ouvi dizer que quando ouves um sonho o interpretas. E
respondeu José a Faraó, dizendo: Isso não está em mim; Deus dará resposta de
paz a Faraó”. José deixa claro que este poder não era algo que vinha
dele mesmo e sim de sua completa dependência de Deus.
Gênesis 41:32 – “E que o sonho foi repetido duas vezes a Faraó, é porque esta
coisa é determinada por Deus, e Deus se apressa em fazê-la”. Deus havia
repetido o sonho duas vezes com o mesmo sentido para que Faraó tivesse certeza
acerca de seu sentido sobrenatural e que não era apenas fruto se sua
imaginação. José deveria apenas interpretar o sonho, mas a sabedoria que Deus
havia dado a ele nos longos anos de prisão e de serviço fiel ao Senhor fizeram
com que ele não apenas interpretasse o sonho mas também desse uma estratégia
para que faraó pudesse lidar com os anos de fome que viriam; Isso trouxe de
imediato a admiração de faraó que decide não só crer nas palavras de José, mas
também fazer dele o seu primeiro ministro com poder de pôr em execução sua
própria estratégia financeira.
Gênesis 41:45 – “E Faraó chamou a José de Zafenate-Panéia, e deu-lhe por
mulher a Azenate, filha de Potífera, sacerdote de Om; e saiu José por toda a
terra do Egito”. Este nome Zafenate-Panacéia ainda é uma incógnita para
os estudiosos, mas provavelmente significa “o provedor de duas terras, o homem
vivo”. Aqui é reforçada a ideia da tipologia na vida de José pois, Deus o
designou para ser um tipo de Cristo, o nosso Provedor, o Deus vivo que se fez
Homem, entrou em nosso mundo e fez a ponte eterna que provê a todo pecador
penitente o suprimento de perdão necessário para entrar no universo de Deus.
“Azenate,
filha de Potífera” – Aqui vemos a noiva estrangeira de José que, com
perfeição, ilustra a Igreja. Cristo apresentou-Se aos judeus e, sendo rejeitado
por eles, tomou o Seu lugar nas alturas e enviou o Espírito Santo para formar a
Igreja, que é composta de judeus e gentios, para ser unida com Ele na glória
celestial. Algumas curiosidades acerca da tipologia Bíblica aqui, no que se
refere à esposa egípcia de José é que ela teve parte íntima com ele em sua
glória. Sendo parte de si próprio ele compartilhou de tudo o que era seu. Além
disso ela ocupava um lugar de intimidade e aproximação dele somente conhecido
dela. Assim é com a Igreja, a esposa do Cordeiro: Ela está unida com Cristo, ao
mesmo tempo para ser participante da Sua
rejeição e glória.
É a posição de Cristo que dá
caráter à posição da Igreja, e a sua posição deveria caracterizar sempre a sua
conduta. Precisamos ter olhos fixo naquilo que nos espera em nossa união eterna
com Ele em glória, não fixar nossos pensamentos na momentânea tribulação
presente.
II Corintios 5:16 – “Assim que daqui por diante a ninguém conhecemos segundo a
carne, e, ainda que também tenhamos conhecido Cristo segundo a carne, contudo
agora já não o conhecemos deste modo”. O centro de reunião da Igreja é
Cristo na glória. “E eu quando for levantado da terra
todos atrairei a mim” (João12:32). Cristo atrai, não o entretenimento
carnal, Cristo é o centro do culto, não as nossas necessidades, carências ou
vontades.
Existe muito mais de valor
prático na compreensão deste princípio do que pode parecer à primeira vista. O
intuito de Satanás, bem como a tendência de nossos corações é sempre levar-nos
a ficar aquém do objetivo de Deus em todas as coisas, e sobretudo no que diz
respeito ao centro da nossa reunião como cristão. O Sangue infinitamente
precioso do Senhor Jesus é o centro da nossa união como Igreja, devemos ter em
vista o fato que o Espírito Santo nos reúne para a Pessoa um Cristo
ressuscitado e glorificado; e esta união concede o caráter elevado e santo da
nossa união como cristãos.
Se tomamos outra posição,
que não esta, então, formamos inevitavelmente uma seita ou ismo. Se nos reunimos em volta de uma ordenação, por muito
importante que seja, ou mesmo de uma verdade ou ciência, por mais indiscutíveis
que sejam, fazemos então, de alguma outra coisa o nosso centro, e não Cristo.
Precisamos ponderar acerca
de nossa união com Cristo oculto nos céus, se Ele estivesse na terra, seríamos
reunidos com Ele aqui, mas estando glorificado no céu, a Igreja toma o seu
caráter e conduta da posição que Ele ali ocupa. Por isso pode o Senhor
declarar: “Não são do mundo, como eu do mundo nãom Sou”,
e também, “e por eles me santifico a mim mesmo, para
que também eles sejam santificados na verdade” (João17:16-19). Assim
também lemos: “E, chegando-vos para ele, pedra viva, reprovada,
na verdade, pelos homens, mas para com Deus eleita e preciosa, vós
também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo,
para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo”
(IPedro2:4e5).
Se somos reunidos para
Cristo, temos de ser reunidos para Ele, como Ele é, e onde Ele está; e quanto
mais o Espírito de Deus conduzir as nossas almas à compreensão disto, tanto
mais veremos o caráter da conduta que nos convém, tanto na vida cotidiana, como
em nossas reuniões de culto público.
Outra importante observação
acerca da tipologia é que a noiva de José foi unida a ele, não na cova e nem no
cárcere, mas na dignidade e glória da sua posição no Egito; além disso lemos: “Nasceram a José dois filhos (antes que viesse o ano da fome)”
(capítulo 41:50). Aproximava-se uma época de tribulações; mas antes disso veio
o fruto da sua união. Os filhos que Deus lhe deu foram chamados à existência
antes deste tempo de provação. Assim será com respeito à Igreja. Todos os seus
membros serão chamados, o corpo será acabado e ligado à Cabeça no céu, antes da
“grande tribulação” que há de vir sobre toda a terra.
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