domingo, 9 de dezembro de 2012


Gênesis Capítulo 28

"...Jacó ainda não havia chegado AO FIM DE SI MESMO; por isso não havia começado realmente com Deus. Somente após a morte do EU, podemos ser cheios de Cristo".
 

Gn.28:1a5 – Neste capítulo Jacó se despede da casa de seu pai e podemos vê-lo partindo como um vagabundo solitário para um terra distante. É aqui que os desígnios de Deus começam a se manifestar em sua vida, ele começa a colher os frutos amargos do seu procedimento para com Esaú, ao mesmo tempo, Deus é visto elevando-Se acima de toda a loucura e fraqueza de Seu servo e manifestando a Sua graça soberana e profunda sabedoria na forma como trata com ele.
Deus cumprirá os Seus propósitos, não importa quais sejam os meios utilizados para esse fim, mas se um filho seu em impaciência de espírito e incredulidade de coração, se desliga das Suas mãos, deve esperar muito exercício doloroso e disciplina aflitiva. Foi assim com Jacó: Não teria que fugir para Harã se tivesse permitido que Deus atuasse por ele. Deus teria, certamente, tratado com Esaú e dado a bênção ao Seu escolhido Jacó, sem que ele tivesse que enganar e roubar aquilo que sempre foi dele por escolha soberana de Deus. Aqui está a fraqueza de nossos corações, não permanecemos inativos nas mãos de Deus; queremos atuar e, por meio da nossa atuação, impedimos a manifestação da graça e poder de Deus em nosso favor. “Aquietai-vos e sabei que Eu Sou Deus” (Sl.46:10).

segunda-feira, 19 de novembro de 2012


Gênesis Capítulo 27
"Basta deixar o homem à mercê de seu próprio coração e natureza e logo escolherá, irremediavelmente, o mal. A natureza humana desconhece completamente a Deus e Sua bendita graça, por isso está arruinada e anda à caça de seus próprios caminhos e interesses e não sabe que a Verdadeira Vida está em conhecer a Deus".


Os capítulos de 27 a 35 tratam da história de Jacó e nos deixam com a intrigante questão para pensar: por que motivo Jacó o enganador, foi escolhido em lugar de Esaú, o homem do campo, amado por Isaque? Dois pontos devem ser realçados nesta história, a Soberania da Graça divina que escolhe alguém que nada merece e a completa depravação e perversidade do coração e da natureza humana.
Voltemos ao Capítulo 25 para entendermos melhor essa informação:
Gênesis 25:20a23 - E era Isaque da idade de quarenta anos, quando tomou por mulher a Rebeca, filha de Betuel, arameu de Padã-Arã, irmã de Labão, arameu. E Isaque orou insistentemente ao SENHOR por sua mulher, porquanto era estéril; e o SENHOR ouviu as suas orações, e Rebeca sua mulher concebeu. E os filhos lutavam dentro dela; então disse: Se assim é, por que sou eu assim? E foi perguntar ao SENHOR. E o SENHOR lhe disse: Duas nações há no teu ventre, e dois povos se dividirão das tuas entranhas, e um povo será mais forte do que o outro povo, e o maior servirá ao menor.

Gênesis Capítulo 26

"É um erro muito vulgar acharmos que servimos e ajudamos aos homens do mundo misturando-nos com eles nos seus caminhos e andando na sua companhia. A única maneira de os servirmos é permanecer separados deles no poder da comunhão com Deus, e assim mostrar-lhes o padrão de um caminho mais excelente".


A Fome e suas consequências 
Gn.26:1a11 – “E havia fome na terra além da primeira fome, que foi nos dias de Abraão; por isso foi Isaque a Abimeleque, rei dos filisteus em Gerar”. Este versículo está ligado ao capítulo 12; As provações que o povo de Deus encontra nas suas carreiras são muito semelhantes; e têm por finalidade mostrar até que ponto o coração tem achado o seu tudo em Deus. É uma coisa difícil e rara, alguém que ande em tão doce comunhão com Deus que se torne independente das coisas e pessoas. Os egípcios e os homens de Gerar que habitam em nosso redor constituem em grande tentação para nos afastarem do caminho reto. “Por isso foi Isaque a Abimeleque, rei dos filisteus em Gerar”.
Existe uma diferença notável entre o Egito e Gerar. O Egito é a expressão do mundo nos seus recursos naturais,  e sua independência de Deus. O Egito diz: “O meu rio é meu” (Ez.29:3), esta é a linguagem de um egípcio que não conhecia a Deus e não pensou em esperar nEle em coisa alguma. O Egito era geograficamente muito mais longe de Canaã do que Gerar; e, moralmente, fala da condição da alma longe de Deus. Desde “Gerar até Jerusalém era caminho de 3 dias” era, portanto, quando comparada com o Egito, uma posição menos ruim, ainda assim, estava ao alcance de influências perigosas. Abraão encontrou lá dificuldades e do mesmo modo, Isaque, como vemos neste capítulo, negou sua mulher, de forma que, o pai e o filho cometeram, no mesmo lugar, o mesmo pecado; mostrando, claramente, que a influência deste lugar não era boa.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Gênesis Capítulo 25


  "...É possível que o leitor pense haver aqui uma injustiça e muita dureza da parte de Deus com Esaú, afinal ele foi enganado duas vezes, mas quero esclarecer que seu engano foi apenas um reflexo daquilo que SEMPRE ESTEVE EM SEU CORAÇÃO".

Gn.25:1 – “Abraão tomou outra mulher e seu nome era Quetura”. O leitor desatento, certamente, acharia que esse detalhe da vida de Abraão está colocado na Bíblia apenas como complemento biográfico de Abraão, ou talvez, como simples fechamento de história, ou um enchimento de lacuna para prolongar a narrativa; mas uma mente espiritual, alguém que busca um compreensão elevada da Mente de Cristo nas escrituras, certamente, não verá assim, antes, perceberá que o livro de Gênesis está cheio “do germe das coisas”, e perceberá que ocorre um íntima relação com princípios da Verdade que serão realizados e esclarecidos no Novo Testamento.

Qual seria, então, o sentido tipológico da “Nova Esposa de Abraão” após o casamento de Isaac, que simboliza a união de Cristo com Sua Igreja arrebatada nos ares? Bom, se entendemos que Rebeca simboliza a Igreja sendo conduzida pelo deserto deste mundo até o Noivo que é Cristo, então, a nova esposa do pai Abraão só pode simbolizar um povo que será convertido após o arrebatamento, ou seja, durante a tribulação e o milênio, Deus volta a trabalhar com a semente de Abraão (Israel), a fim de gerar um povo para Si, um complemento da esposa que complementará Seu plano perfeito de redenção.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Gênesis Capítulo 24 Parte II

"...Em nossos dias, alguns tem considerado como prova de espiritualidade as “obras” do Espírito Santo e até “oram” para o Espírito Santo, outros passam o olhar para o próprio coração e centram-se em si mesmo e em suas “realizações para Deus”, mas desejo aqui deixar bem claro que isto é a maior prova de que isto, não vem do Espírito Santo, pois todo o Seu bendito trabalho se concentra em focar no Senhor Jesus e exaltar o Senhor Jesus e falar acerca do Senhor Jesus ... “Ele receberá do que é meu e vo-lo há de anunciar”. 


Gen.24:34a49 -  O testemunho do servo do Senhor – Vemos aqui, também de forma tipológica, como deve ser a apresentação do evangelho, como se deve apresentar O Noivo para que desperte o interesse da noiva: O servo de Abraão levou o testemunho dizendo (versos 34a36) ........: “Eu sou o servo de Abraão.E o SENHOR abençoou muito o meu senhor, de maneira que foi engrandecido, e deu-lhe ovelhas e vacas, e prata e ouro, e servos e servas, e camelos e jumentos. E Sara, a mulher do meu senhor, deu à luz um filho a meu senhor depois da sua velhice, e ele deu-lhe tudo quanto tem”. O servo fala e revela acerca do pai e do filho. Ele explica que o filho é o “Unigênito do Pai” e é o objeto do amor do pai e que tudo o que pertence ao pai pertence ao filho. 
Gênesis Capítulo 24 Parte I

"...nada pode ser mais terrível para a Igreja do que abandonar a centralidade da pessoa de Cristo em seu cronograma semanal e passar a adotar os costumes e hábitos em voga no mundo que rejeitou o Senhor!" 

Rebeca, figura da Igreja


Gn.24:1a4 – Devemos observar a ligação deste capítulo com os dois anteriores.No capítulo 22 vemos Isaque ser oferecido em sacrifício e, em figura ser “recobrado dos mortos”, no 23 vemos Sara ser posta de lado findando sua vida. No capítulo 24 vemos “o servo” de Abraão indo buscar uma noiva para seu filho que, em figura, havia sido sacrificado. Será que não podemos ver aqui uma perfeita alegoria da ação do Espírito Santo chamando e edificando a “Noiva do Cordeiro”, a Igreja do Senhor Jesus? 

Assim, podemos fazer uma tipologia do Velho com o Novo Testamento, da seguinte forma: rejeição e morte de Cristo, Israel é posto de lado (Sara), a chamada da Igreja, dentre os gentios. “A parede de separação que estava no meio” tinha que ser derrubada (Ef.2:14) antes que o “novo homem” pudesse ser criado. É bom compreendermos isso para entender o lugar que a Igreja ocupa nos Caminhos de Deus. Enquanto a dispensação judaica durasse havia a mais estrita separação entre judeus e gentios e por isso a ideia de serem ambos unidos num “novo homem” (Igreja) estava longe da ideia de um judeu. Os judeus se consideravam em superioridade em relação aos gentios, de forma que para eles os gentios eram gente impura com os quais eles jamais poderiam estar unidos (Atos 10:28).

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Continuação do Estudo de Gênesis a partir do Cap. 38

Gênesis Capítulo 38                                                                 

"Judá havia sido muito influenciado por sua amizade com o ímpio Hira e por sua esposa cananéia, deixando para nós um solene aviso acerca de nossas amizades e também acerca da pessoa que será nosso cônjugue caso ainda sejamos solteiros".

O triunfo da Graça de Deus sobre o pecado

Este capítulo apresenta-nos umas dessas circunstâncias notáveis em que a Graça de Deus triunfa gloriosamente sobre o pecado do homem, “Visto ser manifesto que nosso Senhor procedeu de Judá” (Hb 7:14). Mas como? “Judá gerou de Tamar a Perez e a Zerá” (Mt.1:3). Isto é particularmente notável. Vemos como Deus, na Sua muita Graça, Se eleva acima do pecado e da loucura do homem, com o fim de cumprir os Seus propósitos de amor e misericórdia. Assim, um pouco mais adiante, no versículo 6, lemos, “e o rei Davi gerou a Salomão da que foi mulher de Urias”. É digno de Deus atuar desta maneira. O Espírito de Deus nos conduz através da linha, por meio da qual, segundo a carne, veio Cristo; e, fazendo-o, dá-nos como elos na cadeia genealógica, Tamar e Bate-Seba! Rute 4:18a22 - Estas são, pois, as gerações de Perez: Perez gerou a Esrom, e Esrom gerou a Rão, e Rão gerou a Aminadabe, e Aminadabe gerou a Naassom, e Naassom gerou a Salmom, e Salmom gerou a Boaz, e Boaz gerou a Obede, e Obede gerou a Jessé, e Jessé gerou a Davi.

Como é claro, quando chegamos ao fim do primeiro capítulo de Mateus, que é “Deus manifestado” em carne que encontramos, e isto, também, na pena do Espírito Santo, pois vemos que o homem jamais poderia ter inventado uma tal genealogia; ela parece louca demais a todos os estereótipos de heróis já inventados pelos homens. Esta história é inteiramente divina e, ninguém espiritual poderá lê-la sem ver nela uma bendita demonstração de graça divina em primeiro lugar; e em segundo lugar da inspiração de todo o evangelho de Mateus. Creio que um confronto de 2Samuel 11, com a história de Bate-Seba e Gênesis 38, com a história de Tamar e, também o capítulo 1 de Mateus interligando as genealogias, dará ao Cristão concentrado, assunto para meditação agradável e edificante.

Gn.38:1a5 – Aqui podemos ver a amizade chegada e íntima de Judá com um homem cananeu chamado Hira. Deus ordenara desde o princípio que os filhos de Israel não deveriam se envolver e nem se misturar ao povo cananeu. Vemos aqui que Judá, através de sua amizade com Hira, é levado a conhecer um homem chamado Sua, que por fim se torna seu sogro; desta forma Judá agora tem como seu melhor amigo um homem cananeu e, como esposa, uma mulher Cananéia. Ele começa a assimilar os costumes da terra.

Deuteronômio 14:2 – “Porque és povo santo ao SENHOR teu Deus; e o SENHOR te escolheu, de todos os povos que há sobre a face da terra, para lhe seres o seu próprio povo”. O povo de Deus não poderia ser misturado, é um povo chamado a ser santo, Judá não possuía esta compreensão.

Gn.38: 6a10 – “...por isso o Senhor o matou”. Há algo de peculiar e misterioso neste texto; vemos que o Senhor mata os dois filhos mais velhos de Judá com sua mulher Cananéia. Um porque era mau, outro porque tinha medo de perder parte de sua herança dando-a ao descendente de seu irmão mais velho. O costume da época dizia que a herança iria para o filho mais velho, portanto o filho de Tamar receberia toda a herança de seu avô Judá. Em uma leitura superficial, podemos compreender este texto como uma mera ação punitiva de Deus sobre a ganância humana, porém, quando olhamos com mais atenção, vemos que muito além disso, Deus não só está punindo os perversos, mais dirigindo a história, disciplinando os homens e elegendo os Seus. Ele havia escolhido O Descendente de Judá para ser o Cristo, este não poderia ter nascido da Cananéia, Tamar foi a mãe escolhida para educar Perez.

Gn.38:11a15 – Levirato era o nome dado à pratica de um irmão suscitar descendente ao irmão falecido (Dt.25:5a10). Tamar tinha o direito de ter um filho da família de Judá, segundo a Lei e costumes da época. Talvez por medo de perder também seu filho mais moço, caso Deus também o matasse, Judá negligencia o direito de Tamar e não manda seu filho Selá tomá-la por esposa. Assim, Tamar percebendo o grande risco que corria por ser viúva e não ter ninguém que a amparasse em sua velhice, recorre a uma estratégia que bem poderia ser inspirada pelo povo hitita que, maldosamente, aceitavam envolver o sogro no casamento de Levirato caso não houvesse filhos para fazê-lo.    

Gn.38:16a23 – “Deixa-me possuir-te”. Judá faz essa terrível proposta à sua nora, sem saber de quem se tratava, ele pensava estar falando com uma prostituta cultual, pois era comum e normal, naquela região, os cultos da fertilidade, de tal sorte que quando se faziam as festas de tosquia das ovelhas, os proprietários davam banquetes, embriagavam-se e se entregavam à prostituição como prática comum e aceitável à religião e consideravam que isso era, de certa forma, um culto aos deuses que tornaram férteis os campos e as ovelhas que se reproduziram e tiveram muitos filhos. Eles, assim, comemoravam a produção com orgias e bebedeiras. Esta era uma prática bem comum entres os cananeus, o que nos assusta é ver um filho de Abraão participando de tudo isso; a única coisa que nos pode vir à mente diante disso tudo, é que Judá havia sido muito influenciado por sua amizade com o ímpio Hira e por sua esposa cananéia, deixando para nós um solene aviso acerca de nossas amizades e também acerca da pessoa que será nosso conjugue caso ainda sejamos solteiros.

Deuteronômio 31:16 – “E disse o SENHOR a Moisés: Eis que dormirás com teus pais; e este povo se levantará, e prostituir-se-á indo após os deuses estranhos na terra, para cujo meio vai, e me deixará, e anulará a minha aliança que tenho feito com ele”. Deus havia avisado solenemente acerca da mistura com os povos da terra; apesar da Lei ainda não ter sido dada no período de vida de Judá, certamente seu pai Jacó já o havia avisado, pois ele mesmo tinha sido ensinado por seu pai Isaque e por tudo que aprendeu em sua peregrinação até Padã-Arã.

Gn.38:24a29 – Nascimento dos gêmeos, fruto de prostituição e incesto, alvo porém da soberana Graça de Deus que faz das coisas fracas e vergonhosas deste mundo instrumentos da manifestação da Sua Graça Soberana e irresistível.

Perez = brecha ou levar a cabo. Perez foi tatataravô de Boaz, avô de Jessé, pai de Davi.


Gênesis Capítulo 39                                                       

"...em momento algum se deixou levar pelo sentimento de auto-piedade, mas conservou sua plena confiança em Deus, não murmurando nem nutrindo sentimentos de vingança ou revolta".

Gênesis 39:1e2 – “E JOSÉ foi levado ao Egito, e Potifar, oficial de Faraó, capitão da guarda, homem egípcio, comprou-o da mão dos ismaelitas que o tinham levado lá. E o SENHOR estava com José....” Vemos nesta passagem algo muito interessante e elevado acerca da forma como o Senhor trata os Seus escolhidos. José fora vendido por seus irmãos, passou de um filho querido e rico para um escravo, pobre, abandonado, destituído de qualquer bem, porém, ainda assim, o texto nos diz que o Senhor estava com ele, como pode ser isso, haveria algum erro nesta narrativa? Porque tanto sofrimento no caminho de um homem do qual se diz que o “Senhor estava com ele”?

A leitura atenta desta porção das Escrituras nos levará, sem dúvida, à inevitável conclusão de que “todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus”, iremos perceber uma cadeia notável de atos providenciais, convergindo todos para um ponto, a saber, a exaltação do homem que havia estado na cova (tipologia do sepulcro vazio). Ao mesmo tempo trazendo à luz, gradualmente, um número de objetos secundários. “Os pensamentos de muitos corações” estavam para ser “revelados”; mas José estava para ser exaltado. Salmos 105:16-22

16 - Chamou a fome sobre a terra, quebrantou todo o sustento do pão.
17 - Mandou perante eles um homem, José, que foi vendido por escravo;
18 - Cujos pés apertaram com grilhões; foi posto em ferros;
19 - Até ao tempo em que chegou a sua palavra; a palavra do SENHOR    
o provou.
20 - Mandou o rei, e o fez soltar; o governador dos povos, e o soltou.
21 - Fê-lo senhor da sua casa, e governador de toda a sua fazenda;
22 - Para sujeitar os seus príncipes a seu gosto, e instruir os seus
anciãos.

É bom ver que o objetivo de tudo era exaltar aquele que os homens haviam rejeitado; e então produzir nestes mesmos homens a mágoa do seu pecado na rejeição. E como tudo isso é admiravelmente conseguido! Circunstâncias triviais e importantes, prováveis e improváveis, são usadas no desenrolar dos propósitos de Deus. No capítulo 39 satanás emprega a mulher de Potifar, e no capítulo 40 serve-se do copeiro-mor do faraó. Aquela foi usada para meter José no cárcere, e este, para o conservar lá, por causa do seu esquecimento ingrato; mas foi tudo em vão. Deus estava atrás dos bastidores dirigindo com a Sua mão as molas do encadeamento das circunstâncias, e a Seu tempo tirou dali o Seu escolhido, o homem que designou enviar a um lugar espaçoso. Isto é sempre prerrogativa de Deus, Ele está acima de tudo e pode usar tudo para o cumprimento dos Seus inescrutáveis desígnios. É muito agradável saber que toda a sorte de agentes está ao Seu soberano dispor: Anjos, homens e demônios – todos estão debaixo da Sua mão onipotente, e todos são criados para cumprir os Seus propósitos.

Neste capítulo tudo isto se nos apresenta de um modo notável. Deus visita o lar de um capitão gentio, o palácio de um rei pagão, sim, e o seu quarto, e faz com que as próprias visões que ele tem em seu leito contribuam para o cumprimento dos Seus desígnios. E não são somente as circunstâncias e as pessoas que são usadas para o cumprimento dos eternos propósitos de Deus; mas o próprio Egito e todos os países circunvizinhos são postos em cena; em suma, toda a terra foi preparada pela mão de Deus para ser o teatro no qual pudesse ser mostrada a glória e a grandeza de um que “fora separado dos seus irmãos”. (tipologia D´Aquele que foi rejeitado pelos Seus - Jo1:11).

Tais são os caminhos de Deus; e é um dos mais felizes e altos privilégios de exercício da alma de um santo seguir assim, os atos admiráveis de seu Pai Celestial. Como a providencia de Deus é forçosamente trazida à luz nesta história de José! Olhai, por um momento, para o cárcere do capitão da guarda. Vede ali um “homem em ferros”, acusado de um crime abominável – proscrito e escória da sociedade; e, todavia vede-o, quase num momento, elevado à mais alta distinção; e quem poderá negar que Deus está em tudo isso?

Gn.39:3a18 – “Falando ela a José todos os dias.....” Podemos ver a extrema insistência da mulher de Potifar em se deitar com José, porém toas as suas tentativas falharam em face da forte convicção dele em não ceder e nem se comprometer, pois ele possuía total respeito à esposa do seu senhor e, acima de tudo, temor ao Deus de seu pai Jacó, diante do qual buscava andar em total santidade.

Gn.39:19a23 – Ainda que posto em situação bem menos confortável do que a que possuía na casa de Potifar, José, mesmo na cadeia, foi elevado a uma posição de confiança e autoridade; provou ser digno de confiança a ponto de não necessitar de supervisão; em momento algum se deixou levar pelo sentimento de auto-piedade, mas conservou sua plena confiança em Deus, não murmurando nem nutrindo sentimentos de vingança ou revolta. Por isso Deus pode usar de todas essas circunstâncias na formação do caráter de José e no preparo do terreno no qual traria Moisés e a Lei para Seu povo que ali iria se multiplicar formando uma grande nação, conforme prometera a Abraão, tataravô de José.

Gênesis Capítulo 40                                                       

"José, por ser um profeta de Deus, não profetizava apenas bênçãos sobre seus ouvintes, mas entregava todo o conselho de Deus, quer fosse para alguma vitória ou dádiva, quer fosse para uma terrível sentença ou punição".

Gênesis 40:3e4 – “E entregou-os à prisão, na casa do capitão da guarda, na casa do cárcere, no lugar onde José estava preso. E o capitão da guarda pô-los a cargo de José, para que os servisse; e estiveram muitos dias na prisão”. É bem possível que o Rei do Egito nesse período fosse Senusert II que reinou no período de 1894 a 1878 a.C.

O copeiro-mor e o padeiro chefe eram homens de extrema confiança, pois tinham a obrigação de impedir que qualquer comida envenenada fosse ingerida inadvertidamente pelo faraó. Foram encarcerados juntos com José na casa do capitão da guarda que poderia ser o próprio Potifar, antigo senhor (patrão) de José.

Gênesis 40:5 – “E ambos tiveram um sonho, cada um seu sonho, na mesma noite, cada um conforme a interpretação do seu sonho, o copeiro e o padeiro do rei do Egito, que estavam presos na casa do cárcere”. A Oniromancia, ciência da interpretação de sonhos, florescia no antigo Egito porque se pensava que os sonhos determinavam o futuro; assim haviam profissionais que se especializavam em interpretação de sonhos. Por isso o Senhor adverte terminantemente a todos os crentes a que tomem muito cuidado com essas formas de misticismo e práticas pagãs:

Deuteronômio 13:1a5 – “QUANDO profeta ou sonhador de sonhos se levantar no meio de ti, e te der um sinal ou prodígio, e suceder o tal sinal ou prodígio, de que te houver falado, dizendo: Vamos após outros deuses, que não conheceste, e sirvamo-los; Não ouvirás as palavras daquele profeta ou sonhador de sonhos; porquanto o SENHOR vossoDeus vos prova, para saber se amais o SENHOR vosso Deus com todo o vosso coração, e com toda a vossa alma. Após o SENHOR vosso Deus andareis, e a Ele temereis, e os Seus mandamentos guardareis, e a Sua voz ouvireis, e a Ele servireis, e a Ele vos achegareis. E aquele profeta ou sonhador de sonhos morrerá, pois falou rebeldia contra o SENHOR vosso Deus, que vos tirou da terra do Egito, e vos resgatou da casa da servidão, para te apartar do caminho que te ordenou o SENHOR teu Deus, para andares nele: assim tirarás o mal do meio de ti”.

Gênesis 40:8 – “E eles lhe disseram: Tivemos um sonho, e ninguém há que o interprete. E José disse-lhes: Não são de Deus as interpretações? Contai-mo, peço-vos”. É preciso ver que de forma muito cautelosa, José fala a respeito de Deus ser o ordenador de todas as coisas, inclusive os sonhos, mas isso, em absoluto, não está indicando que todos os sonhos possuem significado sobrenatural; Isto apenas reflete uma das formas como Deus pode falar ao Seu povo, mas não constitui regra, pelo contrário, é a exceção da regra, pois a regra máxima de revelação em nossa época é a revelação escrita na Bíblia e todas as outras devem ser submetidas à sua autoridade.

Jó 33:14a15 – “Antes Deus fala uma e duas vezes; porém ninguém atenta para isso. Em sonho ou em visão noturna, quando cai sono profundo sobre os homens, e adormecem na cama”. Tanto no livro de Jó como no livro de Daniel 2:28, vemos algo sobre sonhos. Nestes períodos a Bíblia ainda estava sendo escrita e haviam propósitos especiais em cada um desses eventos, não significando que eles devam se repetir da mesma forma em nossos dias.

Gênesis 40:14e15 – “Lembra-te de mim”. Aqui vemos este comovente apelo do jovem José para que fosse desfeita a grande injustiça que fora praticada com ele prendendo-o injustamente naquela cela.

Gênesis 40:15 – “Fui roubado da terra dos hebreus”. José chama Canaã de terra dos hebreus, mostrando que ele havia compreendido e crido na promessa de Deus feita a seu bisavô Abraão de que toda aquela terra pertenceria a seus descendentes.

Gênesis 40:16 – “A interpretação era boa”. O padeiro-chefe, percebendo alguma semelhança nos sonhos, foi incentivado a pedir que José interpretasse seu sonho também. Por ser um verdadeiro profeta de Deus, José prefere então dizer a verdade, ainda que essa pudesse muito entristecer o seu colega de cela. Ele utiliza um jogo sutil de palavras; a cabeça do copeiro-mor seria “reabilitada”, ou levantada, mas a cabeça do padeiro-chefe seria arrancada fora.

Gênesis40:20 – “Aniversário de nascimento de Faraó”.  A Pedra de Roseta (descoberta em 1799 d.C., é um artefato trilíngue da antiguidade egípcia, datada de 196 a.C., cuja inscrição grega possibilitou aos linguistas compreender a linguagem de hieróglifos) registra o costume de Faraó libertar prisioneiros, mas nessa festa oferecida a seus servos, Faraó emitiu dois tipos muito diferentes de sentença; uma seguiu a tradição de libertar um prisioneiro, mas a outra, executou.

José, por ser um profeta de Deus, não profetizava apenas bênçãos sobre seus ouvintes, mas entregava todo o conselho de Deus, quer fosse para alguma vitória ou dádiva, quer fosse para uma terrível sentença ou punição. Oxalá fossem os profetas de nossos dias guiados pelo mesmo Espírito que conduzia o poder de José.


Gênesis Capítulo 41                                                     

"O centro de reunião da Igreja é Cristo na glória. “E eu quando for levantado da terra todos atrairei a mim” (João12:32). Cristo atrai, não o entretenimento carnal, Cristo é o centro do culto, não as nossas necessidades, carências ou vontades".


Gênesis 41:1;9a11 – “E ACONTECEU que, ao fim de dois anos inteiros, Faraó sonhou, e eis que estava em pé junto ao rio........ Então falou o copeiro-mor a Faraó, dizendo: Das minhas ofensas me lembro hoje: Estando Faraó muito indignado contra os seus servos, e pondo-me sob prisão na casa do capitão da guarda, a mim e ao padeiro-mor, então tivemos um sonho na mesma noite, eu e ele; sonhamos, cada um conforme a interpretação do seu sonho”.

O copeiro-mor havia se esquecido de José na prisão, dois anos se passaram e ele nada fez em favor do amigo; mas a memória do Deus de Jacó não conhece esquecimento, Deus mesmo se lembra do seu servo, após dois anos, chegado o tempo estabelecido por Deus, Ele fez faraó sonhar e se utilizou das circunstâncias para levar José à presença do maioral do Egito.

Gênesis 41:15e16 – “E Faraó disse a José: Eu tive um sonho, e ninguém há que o interprete; mas de ti ouvi dizer que quando ouves um sonho o interpretas. E respondeu José a Faraó, dizendo: Isso não está em mim; Deus dará resposta de paz a Faraó”. José deixa claro que este poder não era algo que vinha dele mesmo e sim de sua completa dependência de Deus.

Gênesis 41:32 – “E que o sonho foi repetido duas vezes a Faraó, é porque esta coisa é determinada por Deus, e Deus se apressa em fazê-la”. Deus havia repetido o sonho duas vezes com o mesmo sentido para que Faraó tivesse certeza acerca de seu sentido sobrenatural e que não era apenas fruto se sua imaginação. José deveria apenas interpretar o sonho, mas a sabedoria que Deus havia dado a ele nos longos anos de prisão e de serviço fiel ao Senhor fizeram com que ele não apenas interpretasse o sonho mas também desse uma estratégia para que faraó pudesse lidar com os anos de fome que viriam; Isso trouxe de imediato a admiração de faraó que decide não só crer nas palavras de José, mas também fazer dele o seu primeiro ministro com poder de pôr em execução sua própria estratégia financeira.

Gênesis 41:45 – “E Faraó chamou a José de Zafenate-Panéia, e deu-lhe por mulher a Azenate, filha de Potífera, sacerdote de Om; e saiu José por toda a terra do Egito”. Este nome Zafenate-Panacéia ainda é uma incógnita para os estudiosos, mas provavelmente significa “o provedor de duas terras, o homem vivo”. Aqui é reforçada a ideia da tipologia na vida de José pois, Deus o designou para ser um tipo de Cristo, o nosso Provedor, o Deus vivo que se fez Homem, entrou em nosso mundo e fez a ponte eterna que provê a todo pecador penitente o suprimento de perdão necessário para entrar no universo de Deus.

Azenate, filha de Potífera” – Aqui vemos a noiva estrangeira de José que, com perfeição, ilustra a Igreja. Cristo apresentou-Se aos judeus e, sendo rejeitado por eles, tomou o Seu lugar nas alturas e enviou o Espírito Santo para formar a Igreja, que é composta de judeus e gentios, para ser unida com Ele na glória celestial. Algumas curiosidades acerca da tipologia Bíblica aqui, no que se refere à esposa egípcia de José é que ela teve parte íntima com ele em sua glória. Sendo parte de si próprio ele compartilhou de tudo o que era seu. Além disso ela ocupava um lugar de intimidade e aproximação dele somente conhecido dela. Assim é com a Igreja, a esposa do Cordeiro: Ela está unida com Cristo, ao mesmo tempo para ser participante da Sua rejeição e glória.

É a posição de Cristo que dá caráter à posição da Igreja, e a sua posição deveria caracterizar sempre a sua conduta. Precisamos ter olhos fixo naquilo que nos espera em nossa união eterna com Ele em glória, não fixar nossos pensamentos na momentânea tribulação presente.

II Corintios 5:16 – “Assim que daqui por diante a ninguém conhecemos segundo a carne, e, ainda que também tenhamos conhecido Cristo segundo a carne, contudo agora já não o conhecemos deste modo”. O centro de reunião da Igreja é Cristo na glória. “E eu quando for levantado da terra todos atrairei a mim” (João12:32). Cristo atrai, não o entretenimento carnal, Cristo é o centro do culto, não as nossas necessidades, carências ou vontades.

Existe muito mais de valor prático na compreensão deste princípio do que pode parecer à primeira vista. O intuito de Satanás, bem como a tendência de nossos corações é sempre levar-nos a ficar aquém do objetivo de Deus em todas as coisas, e sobretudo no que diz respeito ao centro da nossa reunião como cristão. O Sangue infinitamente precioso do Senhor Jesus é o centro da nossa união como Igreja, devemos ter em vista o fato que o Espírito Santo nos reúne para a Pessoa um Cristo ressuscitado e glorificado; e esta união concede o caráter elevado e santo da nossa união como cristãos.

Se tomamos outra posição, que não esta, então, formamos inevitavelmente uma seita ouismo. Se nos reunimos em volta de uma ordenação, por muito importante que seja, ou mesmo de uma verdade ou ciência, por mais indiscutíveis que sejam, fazemos então, de alguma outra coisa o nosso centro, e não Cristo.

Precisamos ponderar acerca de nossa união com Cristo oculto nos céus, se Ele estivesse na terra, seríamos reunidos com Ele aqui, mas estando glorificado no céu, a Igreja toma o seu caráter e conduta da posição que Ele ali ocupa. Por isso pode o Senhor declarar: “Não são do mundo, como eu do mundo nãom Sou”, e também, “e por eles me santifico a mim mesmo, para que também eles sejam santificados na verdade” (João17:16-19). Assim também lemos: “E, chegando-vos para ele, pedra viva, reprovada, na verdade, pelos homens, mas para com Deus eleita e preciosa, vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo” (IPedro2:4e5).

Se somos reunidos para Cristo, temos de ser reunidos para Ele, como Ele é, e onde Ele está; e quanto mais o Espírito de Deus conduzir as nossas almas à compreensão disto, tanto mais veremos o caráter da conduta que nos convém, tanto na vida cotidiana, como em nossas reuniões de culto público.

Outra importante observação acerca da tipologia é que a noiva de José foi unida a ele, não na cova e nem no cárcere, mas na dignidade e glória da sua posição no Egito; além disso lemos: “Nasceram a José dois filhos (antes que viesse o ano da fome)” (capítulo 41:50). Aproximava-se uma época de tribulações; mas antes disso veio o fruto da sua união. Os filhos que Deus lhe deu foram chamados à existência antes deste tempo de provação. Assim será com respeito à Igreja. Todos os seus membros serão chamados, o corpo será acabado e ligado à Cabeça no céu, antes da “grande tribulação” que há de vir sobre toda a terra.


Gênesis Capítulo 42                                                     

"Ninguém pode ensinar como Deus. Somente Ele pode produzir na consciência a verdadeira compreensão do pecado, e levar a alma aos profundos recessos da sua própria condição na Sua presença. Isto é, todo o trabalho é dEle". 

Este capítulo nos fala do reencontro de José com seus irmãos e a forma maravilhosa em que Deus opera o arrependimento no coração do seu povo.

Gn 42:6 – “José, pois, era o governador daquela terra; ele vendia a todo o povo da terra; e os irmãos de José chegaram e inclinaram-se a ele, com o rosto em terra”. Neste versículo encontramos o espetacular cumprimento detalhado do sonho profético que José havia tido com seus irmãos (Gn 37:9), e José se lembra do sonho e do extremo cuidado com que Deus realiza cada detalhe daquilo que Ele idealizou desde a eternidade. Não existe surpresas para Deus, o nosso futuro para Ele é presente, e a tudo Ele coordena, nada sairá do Seu meticuloso controle.

Gen 42:21 a 22: “Então disseram uns aos outros: Na verdade, somos culpados acerca de nosso irmão, pois vimos a angústia da sua alma, quando nos rogava; nós porém não ouvimos, por isso vem sobre nós esta angústia. E Rúben respondeu-lhes, dizendo: Não vo-lo dizia eu: Não pequeis contra o menino; mas não ouvistes; e vedes aqui, o seu sangue também é requerido”. Durante o tempo em que José esteve oculto da vista de seus irmãos eles tiveram que passar por profunda e aguda provação, por meio de exercícios penosos e intensos da consciência. Eles sempre se lembravam que eram culpados por aquilo que fizeram a José e que Deus traria sobre eles as consequências.

Quando chegamos no capítulo 44 versículo 16, encontramos a confissão de Judá que disse: “Então disse Judá: Que diremos a meu senhor? Que falaremos? E como nos justificaremos? Achou Deus a iniqüidade de teus servos; eis que somos escravos de meu senhor, tanto nós como aquele em cuja mão foi achado o copo”. Ninguém pode ensinar como Deus. Somente Ele pode produzir na consciência a verdadeira compreensão do pecado, e levar a alma aos profundos recessos da sua própria condição na Sua presença. Isto é, todo o trabalho é dEle. Os homens correm na carreira de culpa, descuidados de tudo, até que a flecha do Todo-Poderoso fere a sua consciência, e então são levados àquelas pesquisas do coração e intensos exercícios de alma, de que só podem achar alívio nos recursos do amor redentor. Os irmãos de José não tinham ideia de tudo que havia de resultar em suas atitudes para com José: “...Tomaram-no e lançaram-no na cova...; depois assentaram-se a comer pão” (Gn 37:24e25). Ai dos “que bebeis vinhos em taças e vos ungis com mais excelente óleo, mas não vos afligis pela quebra de José!” (Amós 6:6).

Todavia, Deus promoveu dor de coração e exercícios de consciência do modo maravilhoso. Passaram-se anos e esses irmãos poderiam ter pensado inutilmente que tudo estava bem; mas, “então, acabaram-se os sete anos de fartura que havia...e começaram a vir os sete anos de fome!” (Gn 41:53e54). Que importavam eles? Quem os mandou e com que fim? Providência admirável! Sabedoria inexcrutável! A fome chega a Canaã, e as necessidades da fome trazem agora os irmãos culpados aos pés do ofendido José! Como é notável a manifestação da mão de Deus em tudo isso! Ali estão eles, com a seta da convicção atravessada nas suas consciências, na presença do homem a quem haviam, com “mãos ímpias”, lançado na cova. Certamente, o pecado tinha-os achado; mas era na presença de José. Bendito lugar!

“...Angústia da alma, quando nos rogava e não lhe acudimos...” – Os irmãos de José haviam sido completamente insensíveis quando o venderam aos midianitas, mas não conseguiam esquecer da fervorosa súplica e da voz do adolescente carregada de terror quando levado embora de casa como escravo. Rúben lembrou aos irmãos da advertência que lhes fizera naquela ocasião e da consequência do ato.

Gn 42:28 – “E disse a seus irmãos: Devolveram o meu dinheiro, e ei-lo também aqui no saco. Então lhes desfaleceu o coração, e pasmavam, dizendo um ao outro: Que é isto que Deus nos tem feito?” A consciência culpada deles e o temor que tinham da vingança de Deus afloraram novamente nesta resposta quanto ao dinheiro com o qual haviam comprado cereal; este havia sido posto de volta e achado no saco que fora aberto. Mais tarde, quando descobriram que todo o dinheiro fora devolvido, o temor deles aumentou ainda mais.

Gn 42:38 – “Ele porém disse: Não descerá meu filho convosco; porquanto o seu irmão é morto, e só ele ficou. Se lhe suceder algum desastre no caminho por onde fordes, fareis descer minhas cãs com tristeza à sepultura”. Jacó mais uma vez sente a repreensão e o ensino de Deus em sua vida; quando ainda jovem enganou várias vezes seu irmão e seu pai, agora, em sua velhice, vê seus filhos fazendo com ele o mesmo que fizera a seu pai. Ele não confiava a vida de seu filho caçula nas mãos de seus irmãos mais velhos, sabia que eles poderiam mentir e enganar como já haviam feito na terra de Siquém e, talvez, no intimo de seu coração soubesse que o sumisso de José não fosse tão acidental como eles lhe contaram.

Gênesis Capítulo 43                                                     

"...o Senhor prova, disciplina e purifica todo aquele que recebe por filho".
Gen.43:1a8 – “...E eles disseram: Aquele homem particularmente nos perguntou por nós, e pela nossa parentela, dizendo: Vive ainda vosso pai? Tendes mais um irmão? E respondemos-lhe conforme as mesmas palavras. Podíamos nós saber que diria: Trazei vosso irmão? Então disse Judá a Israel, seu pai: Envia o jovem comigo, e levantar-nos-emos, e iremos, para que vivamos e não morramos, nem nós, nem tu, nem os nossos filhos”.  Podemos observar neste diálogo de Judá com seu pai, que os primeiros lampejos de um sincero e profundo arrependimento começavam a surgir em sua consciência; colocando-se como fiador da vida de seu irmão Benjamim, ele possivelmente se lembrava de que a ideia de vender José como escravo aos midianitas havia sido dele mesmo (Gn.37:26). Assim, de forma maravilhosa e impressionante, Deus trabalhava no coração de Judá uma real compreensão de seu pecado e grande urgência do arrependimento para todo eleito de Deus.
Gen.43:9a14 – “Tomai também a vosso irmão, e levantai-vos e voltai àquele homem; E Deus Todo-Poderoso vos dê misericórdia diante do homem, para que deixe vir convosco vosso outro irmão, e Benjamim; e eu, se for desfilhado, desfilhado ficarei”. Como é maravilhoso observar a obra que Deus havia realizado operando o novo nascimento na vida de Jacó. Ele, finalmente, aprendeu a compreender a soberania de Deus em sua vida, ele entendeu que nem um passarinho cai sem o consentimento do Soberano Senhor, aprendeu a entregar o controle completo de sua vida nas mãos de Deus. Ele não é mais Jacó, ele não tem mais um plano alternativo, um jeitinho, uma solução da sabedoria humana, confia completamente em seu Deus, agora ele não é mais Jacó, a Palavra de Deus o chama de Israel; seu novo nome agora representa a inteireza de seu caráter, Jacó foi por inteiro sepultado pela disciplina (Cruz) de Seu Deus.
Gênesis 43:21a23 – “E aconteceu que, chegando à estalagem, e abrindo os nossos sacos, eis que o dinheiro de cada um estava na boca do seu saco, nosso dinheiro por seu peso; e tornamos a trazê-lo em nossas mãos; Também trouxemos outro dinheiro em nossas mãos, para comprar mantimento; não sabemos quem tenha posto o nosso dinheiro nos nossos sacos. E ele disse: Paz seja convosco, não temais; o vosso Deus, e o Deus de vosso pai, vos tem dado um tesouro nos vossos sacos; o vosso dinheiro me chegou a mim. E trouxe-lhes fora a Simeão”. Os filhos de Israel tiveram muito tempo para pensar acerca das consequências de seus atos e dos pecados que haviam cometido em suas vidas: Mentiram a seu pai sobre José, a sangue frio mataram os homens de Siquém, agora viam-se enlaçados por uma série de situações e acontecimentos que cada vez mais lhes fugia do controle, estavam cheios de medo do futuro que lhes aguardava, então ensaiaram uma confissão de culpa, diante dos homens, para ver se de alguma forma isso poderia ajudá-los. A confissão da culpa é algo que nosso Deus sempre irá desenvolver em nossas consciências e, mesmo que eles tenham feito essa confissão de forma bastante parcial, puderam ouvir palavras de grande conforto: “Paz seja convosco, não temais; o vosso Deus, e o Deus de vosso pai, vos tem dado um tesouro nos vossos sacos”. 
É impressionante a forma como aquele mordomo ou servo de José se refere ao Deus de Israel, sendo ele um egípcio; estas palavras demonstram claramente que José já o havia ensinado acerca do verdadeiro Deus. Os irmãos de José não conseguiram perceber, nas palavras daquele mordomo, que não poderia ser coincidência o fato dele saber tanto acerca do Deus de Israel, a não ser que o próprio José o houvesse ensinado.
Gen. 43:26 – “Vindo, pois, José à casa, trouxeram-lhe ali o presente que tinham em suas mãos; e inclinaram-se a ele até à terra”. Mais uma vez o sonho do jovem José se faz realidade (Gn.37:5a8).
Gen.43:29 – “Deus te conceda Graça”. Aqui José fala acerca do Deus vivo da mesma forma que falou em no capítulo 42:18, mas seus irmãos nem sequer ouviram ou perceberam que um “egípcio” estivesse se referindo ao Deus da aliança que eles conheciam.
Gen.43:30a33 – “.....chorou...” Por várias vezes José foi levado às lágrimas, pois algo profundo estava sendo tratado no coração de seus irmãos e em seu próprio coração também.
“......comer pão com os hebreus.....” Os egípcios não costumavam compartilhar a mesma mesa com estrangeiros até porque consideravam inferiores as outras raças. A distinção de José entre os egípcios deixava ainda mais forte a impressão, aos olhos de seus irmãos, de que ele não fosse um hebreu como eles.
“.......o primogênito...... o mais novo”. Os irmãos receberam lugares à mesa por ordem de nascimento, eles ficaram maravilhados por este fato, mas ainda assim, não perceberam quem era, na verdade, seu anfitrião; somente alguém muito íntimo poderia saber tanto acerca de sua família, mas eles jamais imaginariam que aquele adolescente que deixaram gritando dentro de uma cova pudesse ser agora o segundo homem mais poderoso da terra. É provável que muitas vezes tenham rido dos sonhos de superioridade de José.
Gen.43:34 – “......a porção de Benjamim”. O favoritismo mostrado tão claramente ao segundo filho de Raquel era um teste sutil às atitudes dos irmãos; qualquer inveja duradoura, antipatia ou animosidade não poderia ser mascarada. Era necessário que o arrependimento fosse genuíno e toda inveja e concorrência tivessem cessado por completo em seus corações. Assim, também, o Senhor prova, disciplina e purifica todo aquele que recebe por filho.
Gênesis Capítulo 44                                                     

"Achou Deus a iniquidade de teus servos".

Gn. 44:1a3 – “...E o meu copo, o copo de prata, porás na boca do saco do mais novo, com o dinheiro do seu trigo. E fez conforme a palavra que José tinha dito...”. O copo especial de José, também descrito como objeto relacionado com adivinhação (vers.5,15) ou hidromancia (interpretação dos movimentos da água), era um recipiente sagrado, que simbolizava a autoridade do seu ofício de vizir egípcio. A menção da natureza e do propósito supersticioso do objeto, não significa, necessariamente, que José praticasse esses ritos religiosos pagãos. Gn.44:15 – “Capaz de adivinhar” – José, ainda fingindo ser um oficial egípcio diante dos irmãos, permitiu que eles pensassem assim.


Gênesis 44:8 – “Eis que o dinheiro, que temos achado nas bocas dos nossos sacos, te tornamos a trazer desde a terra de Canaã; como, pois, furtaríamos da casa do teu senhor prata ou ouro?” Os irmãos, enfrentando acusação de furto, protestaram inocência, ressaltando, primeiramente, sua integridade ao devolverem o dinheiro da última viagem e, depois, declarando morte ao perpetrador e escravidão para si próprios. Eles sabiam que nada tinham feito e jamais poderiam imaginar o plano arquitetado por José para incriminar Benjamim diante deles.

Gn.44:13 – “....rasgaram suas vestes....”. Este era um costume bem conhecido no antigo Oriente Próximo, retratando visivelmente a dor que sentiam no coração. Estavam bastante perturbados que Benjamim pudesse tornar-se escravo no Egito (vers.10). Parece que Benjamim ficou sem fala. Eles tinham passado num segundo teste de devoção a Benjamim (o primeiro no cap.43:34). Eles não tinham como saber se Benjamim havia mesmo furtado o copo, pois até poderiam imaginar que por sua pouca idade, talvez empolgado com o que viu no Egito ele poderia ter mesmo decidido furtar aquele incrível objeto de magia. A intervenção de Judá que antes não havia demonstrado misericórdia com José, mostra um homem que apresenta notáveis mudanças, quando decide pedir para tomar a punição em lugar de seu irmão e amenizar o sofrimento de seu pai, nem mesmo parece ser o mesmo Judá dos capítulos anteriores.

Gênesis 44:16 – “Então disse Judá: Que diremos a meu senhor? Que falaremos? E como nos justificaremos? Achou Deus a iniquidade de teus servos; eis que somos escravos de meu senhor, tanto nós como aquele em cuja mão foi achado o copo”. Judá se apresenta como porta voz da família. Esta frase: “Achou Deus a iniquidade....” demonstra o quanto seu coração estava sensível ao tratamento de Deus em suas vidas, pois reconhece a completa providência de Deus ao revelar a culpa e dirigir os acontecimentos nos quais se encontravam. Também chama para si a culpa, não luta em defesa própria, mas demonstra um coração quebrantado não apontando o dedo para Benjamim, duvidando da postura de seu irmão ou responsabilizando ele pelo acontecido.

Gn.44:18a34 – “Então Judá se chegou a ele, e disse: Ai! senhor meu, deixa, peço-te, o teu servo dizer uma palavra aos ouvidos de meu senhor, e não se acenda a tua ira contra o teu servo; porque tu és como Faraó”. Aqui Judá inicia uma súplica eloquente e contrita por misericórdia, repleta de referências à alegria e à paixão que o idoso pai tinha por Benjamim (Vers.20,30) e ao golpe fatal que seria dado no pai caso perdesse o segundo filho de Raquel (Vers.22, 29, 31, 34). A compaixão evidente de Judá e a prontidão de substituir Benjamim na escravidão finalmente desarmaram José – estes não eram os mesmos irmãos de antes.  

Gênesis Capítulo 45                                                     

"A alma que tiver pronunciado a sua própria condenação, está preparada para compreender e apreciar o perdão de Deus".

Gênesis 45:1a3 - ENTÃO José não se podia conter diante de todos os que estavam com ele; e clamou: Fazei sair daqui a todo o homem; e ninguém ficou com ele, quando José se deu a conhecer a seus irmãos. Nenhum estranho (ou egípcio) poderia presenciar esta revelação: “Eu sou José” ... aquele mesmo que vocês venderam ao egípcios.... mas agora, por operação divina, eu posso ver que vocês foram confrontados pelo seu pecado, vejo o arrependimento, vejo a mudança de atitude, vejo que são novas criaturas, agora eu os abençoo com o bálsamo do meu amor fraterno e de toda a minha amizade. Que tremenda revelação tiveram os filhos de Israel (Jacó), que grande dia aquele em que nós, levado por toda a convicção de nossa miséria e pecado podemos ouvir de nosso Senhor: Eu Sou Jesus, vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados dos seus pecados... eu vos aliviareis.


Gênesis 45:4a5 – “E disse José a seus irmãos: Peço-vos, chegai-vos a mim. E chegaram-se; então disse ele: Eu sou José vosso irmão, a quem vendestes para o Egito. Agora, pois, não vos entristeçais, nem vos pese aos vossos olhos por me haverdes vendido para cá; porque para conservação da vida, Deus me enviou adiante de vós”. Havia perdão garantido para eles, vemos claramente nesta passagem, José como um tipo de Cristo, e aprendemos que antes da Real revelação do nosso Bendito Salvador, precisamos ser levado à mais profunda e completa convicção de nossos pecados a fim de que possamos compreender o que Ele realmente é, e o que Ele fez por nós ao suportar a afronta da Cruz. Qualquer pecador que, supostamente tenha vindo a Cristo sem essa compreensão, jamais terá chorado no ombro do Seu Senhor e jamais dará qualquer valor a salvação e, na verdade, jamais terá sido salvo.

Gênesis 45:6a8 – “... Pelo que Deus me enviou adiante de vós, para conservar vossa sucessão na terra, e para guardar-vos em vida por um grande livramento. Assim não fostes vós que me enviastes para cá, senão Deus, que me tem posto por pai de Faraó, e por senhor de toda a sua casa, e como regente em toda a terra do Egito”. Ao invés de se resignar e buscar vingança contra seus irmãos, José mostra completa compreensão da magnífica soberania de Nosso Deus, ele compreendia a aliança eterna feita com seu bisavô Abraão e a implicação que ela teria em suas vidas. Muita acima de qualquer sentimento de raiva ou rancor, José demonstra fé Naquele que dirige todas as coisas pelo Seu excelso e soberano poder.

“Pai de Faraó” – Título pertencente a um vizir e que designava uma pessoa que, não aparentada com Faraó, desempenhava uma valiosa função e ocupava elevada posição, que no caso de José era “senhor em toda a terra do Egito”.

Tudo isso é, também, agradavelmente figurativo dos desígnios de Deus com Israel, nos últimos dias, quando olharem para “Aquele a quem transpassaram, e O prantearão”. Então experimentarão a realidade da graça divina e a eficácia purificadora daquela “fonte aberta para a casa de Davi e para os habitantes de Jerusalém, contra o pecado e contra a impureza” (Zc.12:10; 13:1).

No capítulo 3 de Atos vemos o Espírito de Deus procurando por meio de Pedro produzir esta convicção divina nas consciências dos judeus. “O Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó, o Deus de nossos pais, glorificou a seu filho Jesus, a quem vós entregastes e perante a face de Pilatos negastes, tendo ele determinado que fosse solto. Mas vós negastes o Santo e o Justo, e pedistes que se vos desse um homem homicida. E matastes o Príncipe da vida, ao qual Deus ressuscitou dentre os mortos, do que nós somos testemunhas” (Atos 3:13a15). Estas palavras eram destinadas a arrancar dos corações e lábios dos ouvintes as mesmas palavras de confissão ditas pelos irmãos de José – “Somos culpados”. Então segue-se a Graça: “E agora, irmãos, eu sei que o fizestes por ignorância, como também os vossos príncipes. Mas Deus assim cumpriu o que já dantes pela boca de todos os seus profetas havia anunciado; que o Cristo havia de padecer. Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham assim os tempos do refrigério pela presença do SENHOR” (Atos 3:17-19).

Vemos aqui que, embora os judeus tenham realmente manifestado a inimizade de seus corações na morte de Cristo, assim como os irmãos de José fizeram no seu tratamento para com ele, a graça de Deus para com cada um é vista nisto, que tudo é apresentado como tendo sido previsto e decretado por Deus para Sua bênção. Isto é graça perfeita, que excede todo o nosso entendimento; e tudo que é necessário a fim de poder gozar-se, a sua alegria é uma consciência verdadeiramente convicta pela verdade de Deus. Aqueles que podiam dizer: “Somos culpados”, podiam compreender igualmente as palavras preciosas da graça: “Não fostes vós, mas Deus”. Assim tem que ser sempre. A alma que tiver pronunciado a sua própria condenação, está preparada para compreender e apreciar o perdão de Deus.

Gênesis 45:24 – “Não contendais pelo caminho”. Este conselho de José demonstra sua completa maturidade espiritual e a percepção de que seus irmãos teriam ainda que pensar acerca de seus erros e no fato de terem que confessar seus atos a seu pai, isso poderia ainda gerar um grande mal estar e acusações mútuas entre eles. Mas José deixa claro que seu perdão era completo e que não teriam ainda que remoer antigas mágoas.

Gênesis 45:26 – “...o coração lhe ficou como sem palpitar...” Mesmo que o relato silencie sobre a questão, essa foi ocasião apropriada para os filhos confessarem seu crime ao pai que, sem dúvida, foi tomado de grande e inesperada surpresa.

Gênesis Capítulo 46                                                     

"...os filhos de Jacó têm que descer ao mesmo lugar para onde haviam mandado o seu irmão".

Os últimos capítulos do livro de Gênesis tratam da mudança de Jacó e sua família para o Egito, e o seu estabelecimento ali; os atos de José durante os restantes anos de fome; Jacó abençoando os doze patriarcas; e a sua morte e sepultamento. Não vamos entrar em pormenores sobre estas coisas, embora a mente espiritual possa encontrar nelas muito com que se alimentar.

Gn.46:1 – “Ofereceu sacrifícos” – O Caminho de Jacó rumo ao Egito passou por Berseba, notável localidade situada à 40km a sudoeste de Hebrom e local favorito de culto de Abraão e Isaque.

Gn.46:2a4 – “Falou Deus...em visões” – A ansiedade de Jacó em vista de sua saída para o Egito foi tranquilizada pela aprovação do Senhor e pela confirmação do retorno dos seus descendentes como nação.

Gn.46:4 – “mão... fechará os teus olhos” – Promessa de morrer em paz na presença de seu filho querido.

Gn.46:6a30 – “Vieram para o Egito” – Os filhos de Israel entraram no Egito por volta de 1875 a.C e ficaram ali por 430 anos (Êx.12:40) até o êxodo em 1445 a.C

Os temores infundados de Jacó dissipados pela presença do seu filho vivo, e exaltado – a graça de Deus manifestada no seu poder ativo e, contudo, acompanhada de juízo, visto que os filhos de Jacó têm que descer ao mesmo lugar para onde haviam mandado o seu irmão.

O fim da carreira de Jacó encontra-se em agradável contraste com todas as cenas da sua história e faz-nos lembrar uma tarde serena, depois de um dia tempestuoso; o sol, que durante o dia esteve oculto da vista por neblinas, nuvens, nevoeiros, põem-se em majestade e brilho, dourando com os seus raios o céu ocidental, e mostrando a perspectiva agradável de uma manhã clara. Assim acontece com o nosso velho patriarca. A superioridade, a avidez, a astúcia, a atividade, os expedientes, a chicana, os temores egoístas - todas essas nuvens carregadas da natureza e da terra parece terem passado, e ele manifesta-se em toda a calma elevada da fé, para dar bênçãos e transmitir dignidades, naquela santa habilidade que só a comunhão com Deus pode conceder.

Embora os olhos estejam obscurecidos, a visão da fé é penetrante. Ele não vai ser enganado quanto à posição destinada a Efraim e Manassés nos desígnios de Deus. Não tem que estremecer, como seu pai Isaque, em capítulo 27:33, “estremeceu de um estremecimento muito grande”, em face de um erro quase fatal. Antes pelo contrário. A sua resposta ao filho menos instruído é, “eu sei meu filho, eu sei”. O poder de senso não tem, como no caso de Isaque, obscurecido a sua visão espiritual. Aprendera na escola da experiência a importância de se manter agarrado aos propósitos divinos, e a influência da natureza não pode afastá-los deles.
 
Gn.46:31a34 – “....todo o pastor de rebanho é abominação para os egípcios” – As instruções de José sobre sua entrevista preparatória com Faraó objetivavam assegurar aos seus parentes um lugar um tanto separado da corrente principal da sociedade egípcia. O estigma social em relação aos hebreus (Gn.43:32), que também eram pastores, desempenhou papel crucial na proteção de Israel contra a possibilidade de misturarem-se com os egípcios; se isso acontecesse eles poderiam perder sua própria identidade e o fato evidente que Deus tomara o Egito como um grande útero a fim de ali criar Seu povo de propriedade exclusiva, pura e santa. Em um tempo em que a Lei ainda não havia sido dada ao povo, Deus providenciou uma situação, aparentemente, racial e humana para manter um muro de proteção em volta da Sua semente, de Seu trigo escolhido, ainda que habitasse em terreno bem próximo do joio rejeitado.


Gênesis Capítulo 47                                                     

"...descobriu-se um homem crucificado com Cristo, moído por Deus, morto para si mesmo e ressurreto em nova criatura, transformado de enganador (Jacó) em príncipe (Israel)".

Gênesis 47:1a6 – “ENTÃO veio José e anunciou a Faraó, e disse: Meu pai e os meus irmãos e as suas ovelhas, e as suas vacas, com tudo o que têm, são vindos da terra de Canaã, e eis que estão na terra de Gósen...”. Ao informar Faraó onde tinha colocado sua família e, também, fazendo com que cinco representantes da família pedissem gentilmente permissão para morar em Gósen, José, sabedor dos procedimentos da corte, pavimentou o caminho para a aprovação de Faraó, pois demonstrou respeito, bom senso e profunda consideração.


Gn.47:7e10 – “...Jacó abençoou a Faraó...” As saudações do idoso patriarca, proferiram, indubitavelmente em nome de Deus, uma bênção sobre Faraó Senusert III pela sua generosidade e provisão de um lugar a para a família de Jacó. Quão maravilhosa obra Deus havia feito em Jacó, agora, ele era Israel e trazia em sua boca as bênçãos do Senhor. Como devemos ser cuidadosos, porque todos nós cristãos somos feitos sacerdotes do Senhor, uma nação santa e por isso devemos sempre abençoar, mesmo que sejam os políticos, ou demais pessoas que estão em autoridade (ITim.2:2a4), para que tenhamos uma vida sossegada e um país mais justo.

Números 10:35e36 - Acontecia que, partindo a arca, Moisés dizia: Levanta-te, SENHOR, e dissipados sejam os teus inimigos, e fujam diante de ti os odiadores. E, pousando ela, dizia: Volta, ó SENHOR, para os muitos milhares de Israel.

Gn.47:9 – “...Os dias dos anos de minhas peregrinações...poucos e maus...” Pelo fato de que nem Jacó e nem seus pais terem possuído, de forma definitiva, a terra prometida de Canaã, descrever a vida como uma peregrinação era uma avaliação adequada a se fazer. Ele terminaria seus dias no Egito, fora da terra prometida. Além disso, seus anos pareciam poucos comparados aos dois que haviam visitado o Egito antes dele, Abraão e Isaque (175 e 180 anos de idade, respectivamente). Ainda dominado de pessimismo, os dias foram “maus”, no sentido de trabalho e problemas, de muita tristezas, aflições e crises, ainda assim, descobriu-se um homem crucificado com Cristo, moído por Deus, morto para si mesmo e ressurreto em nova criatura, transformado de enganador (Jacó) em príncipe (Israel). Uma vida repleta com muitos dias maus, aflições e tribulações sem dúvida, mas um retrato perfeito da obra que o Espírito Santo desempenha até formar Cristo no íntimo de cada eleito (Gálatas4:19).

Gn.47:11 – “...Terra de Ramessés...” Nome alternativo para Gósen (Gn.46:34 e 47:1,6). Talvez Ramessés tenha sido usado mais tarde para descrever com mais exatidão a região para os leitores do tempo de Moisés. Veja nota em Êx.1:11 em relação ao nome Ramessés. Essa região também é chamada de Zoã em outro lugar (Salmo78:12,43).

Gn.47:13a26 – Quando a fome finalmente acabou com a disponibilidade de dinheiro dos egípcios, José aceitava animais em troca de cereal. Acabando os animais, as pessoas estavam suficientemente desesperadas para dar em troca as suas terras, No final, Faraó passa a possuir toda a terra, exceto a que pertencia aos sacerdotes, embora as pessoas pudessem continuar trabalhando na terra, agora teriam de pagar tributo ao dono da terra (Faraó). Desta forma, qualquer que tenha sido o sistema de posses de terra anterior a Sunsert III, passa agora por uma profunda mudança e reforma na qual a terra passa a pertencer ao governo e uma forma de imposto é instituída (vinte por cento ou um quinto da produção). Este é o primeiro registro de entrada de um imposto nacional; mais tarde, depois do êxodo, Deus prescreveria dízimos para Israel como pagamento de taxas visando ao sustento da Teocracia (Ml.3:10). Apesar de ter escravizado o povo ao sistema de governo (verso 21), José contava com a aprovação do povo, pois perceberam nele uma sabedoria incomum e um sistema de controle que acabava por proteger o povo na fome estremada (verso 25).

Gn.47:27a31 – “...ponhas a mão debaixo da minha coxa...” Abraão e Eliézer fizeram este mesmo solene juramento (Gn.24:9). “me não enterres no Egito”. Como o costumeiro sinal de juramento desse tempo, José prometeu sinceramente sepultar Jacó na caverna-sepultura em Canaã, como ele próprio havia pedido (José faz o mesmo pedido Gn.49:29a32). 


Gênesis Capítulo 48                                                     

"Os teus olhos viram o meu corpo ainda informe; e no teu livro todas estas coisas foram escritas; as quais em continuação foram formadas, quando nem ainda uma delas havia” (Sl.139:16).

Gênesis 48:2,3 – “E alguém participou a Jacó, e disse: Eis que José teu filho vem a ti. E esforçou-se Israel, e assentou-se sobre a cama. E Jacó disse a José: O Deus Todo-Poderoso me apareceu em Luz, na terra de Canaã, e me abençoou”. Podemos observar o final maravilhoso da carreira de Jacó. Ele sabia que agora que a Palavra de Deus estava em seu coração e em sua boca, ele poderia abençoar seu filho e seus netos. Ele adota os filhos de José e os abençoa para que também recebessem partes da terra de Canaã, de tal forma que os filhos de Raquel recebem três partes da terra. As tribos de Efraim e Manassés se somam a Benjamim na herança dos filhos de Israel e são contados como filhos e não apenas netos. O apostolo Paulo era da tribo de Benjamim (Rm11:1) e Efraim se tornou a mais influente das dez tribos de Israel no período do reino dividido.

Gênesis 48:8 – “E Israel viu os filhos de José, e disse: Quem são estes?” Talvez Jacó ainda se lembra que um dia ele se passou por seu irmão para roubar a benção, mas agora, ele é o abençoador, seu caráter estava tratado e ainda que seus olhos estivessem nublados, ele sabia que não seria enganado e cada um receberia a benção correta.

Gênesis 48:14 – “........ cruzando assim as mãos .......” Essa atitude pareceu errada a José, pois a mão direita deveria estar sobre o mais velho, sobre o primogênito Manassés, porém a resposta de Israel foi: “Eu sei meu filho, eu o sei; ele também será um povo, também ele será grande; contudo o seu irmão menor será maior do que ele, e a sua descendência será uma multidão de nações”. No decorrer da história do povo hebreu vemos essa profecia se cumprindo literalmente em cada detalhe, Efraim se torna a tribo dominante no reino do norte a ponto de os profetas usarem seu nome como denominação nacional para as dez tribos (Is.7:2,5,9,17; Os.2:9a16). Deus já havia escolhido o mais novo para ser o maior, como disse o Salmista Davi – “Os teus olhos viram o meu corpo ainda informe; e no teu livro todas estas coisas foram escritas; as quais em continuação foram formadas, quando nem ainda uma delas havia” (Sl.139:16).

Davi reconhece que todas os acontecimentos de sua vida e existência estavam registrados no livro de Deus (Apoc.17:8) antes de seu nascimento. Toda profecia e Palavra de Deus se cumprem porque Deus predestinou todas as coisas para fins determinados, nada escapa de Sua Soberana Vontade e mesmo aquilo que decidimos fazer de nossas vidas, um dia, quando todo joelho se dobrar diante do Soberano Senhor, nós descobriremos que Sua mão esteve por trás dirigindo e regendo. Jacó podia profetizar sem medo de errar, pois a Chancela do Espírito de Deus garante que nada será alterado daquilo que Ele ordenou.


Gênesis Capítulo 49                                                     

"A crueldade de Simeão e Levi em Siquém não foram esquecidas" (Gn.34:25).

Gn. 49:1a28 – Vemos aqui a benção profética de Jacó a seus filhos, sendo destacado que Judá e José receberam maior atenção (vers. 8-12; 22-26), a bênção do pai retratou a futura história de cada filho, aparentemente com base no caráter revelado por eles até então. A natureza enigmática da poesia requer análise rigorosa para correlacionar a história tribal com a palavra final e o testamento de Jacó. Podemos, também, relacionar com as bênçãos de Moisés em Dt.33 sobre as tribos de Israel.


Gn. 49:1 – “.......dias vindouros.....” Expressão-chave que aponta ao conteúdo poético da predição de Jacó para cada filho pois, muitas vezes, significa os últimos dias na literatura profética como em (Is.2:2 e Ez.38:16) ou aponta mais generalizadamente para os últimos dias no sentido de dias subsequentes ou futuro próximo (Dt.4:30 e 31:29).

Gn. 49:2a27 – Os nomes dos filhos não são dados por ordem de nascimento como em Gn.29:32a35, nem de acordo com as esposas e servas como em Gn.46:8a25. A ordem segue as mães: 1- Os seis filhos de Lia; 2 – um filho de Bila; 3 – dois filhos de Zilpa; 4 – um filho de Bila; e 5 – os dois filhos de Raquel. Com exceção da ordem reversa do quinto e sexto filhos de Lia, os demais permanecem em ordem cronológica em relação às suas mães. Nenhum outro padrão é discernível. Isso pode não ter sido nada mais do que um arranjo fácil de memorizar os nomes ou simplesmente a maneira como Jacó pessoalmente lembrou-se dos nomes.

Gn.49:3e4 – A gravidade do pecado de Rúben (Gn35:22) não fora esquecida. As consequências eliminaram o seu direito à primogenitura (ICr.5:1a3), e toda e qualquer dignidade e majestade que tenha tido; sua tribo recebeu pouco destaque na história israelita e não produziu sequer um juiz, um profeta, ou outra pessoa importante. Moisés orou para que essa tribo não fosse extinguida. “Impetuoso como a água”, significa fervente e mostra instabilidade.

Gn.49:5a7 – A crueldade de Simeão e Levi em Siquém não foram esquecidas (Gn.34:25). As consequências afetaram Simeão da seguinte maneira: 1- Tornou-se a menor tribo do segundo senso de Moisés (Nm.26:14); 2- Foi omitida da benção de Moisés (Dt.33:8); 3- Mais tarde teve que dividir território com Judá. Levi foi espalhado em Israel; pela Graça de Deus e pela lealdade de Deus (Êx.32:26), os levitas se tornaram a tribo sacerdotal e os habitantes das cidades de refúgio. Não possuíram sua própria região na terra, embora a posição sacerdotal de Levi fosse, sem dúvida, privilegiada (Dt.33:8a11; Js.21:1a3). “Jarretar” significa cortar os tendões da perna para destruir a utilidade do animal.

Gn.49:8a12 – Forte como o leão novo e emboscado como o leão velho, à linhagem de Judá pertenceu a proeminência nacional e a realeza, incluindo Davi, Salomão, e a dinastia deles (seiscentos e quarenta anos depois disso), bem como de quem o “cetro não se apartará”, ou seja, Siló, o criptograma para o Messias, Aquele que também é chamado de “Leão da tribo de Judá” (Ap.5:5). Na marcha pelo deserto, Judá seguiu à frente e de acordo com o sendo de Moisés teve a população mais numerosa (Nm.1:27). A linguagem dos versos 11 e 12 descrevem uma prosperidade tão grande que pessoas iriam amarrar um jumento à videira mais produtiva, deixando-o comer porque há grande abundância; o vinho seria tão abundante quanto a água e todos seriam saudáveis.

Gn.49:13 – Embora o território de Zebulom não fizesse fronteira com o mediterrâneo nem com o mar da Galiléia, a tribo estava situada de tal modo que se beneficiou desta importante rota comercial, a Via Maris, percorrida pelos comerciantes marítimos que se deslocavam pelo território desta tribo.

Gn.49:14e15 – Issacar foi uma tribo industriosa, robusta, audaciosa e valente, viveu de acordo com o sentido do nome de seu fundador, que significa “homem de empreendimentos” (conforme ICr.7:1a5 e 12:8a15).

Gn.49:16a18 – Dã, cujo nome significa “juiz”, deu origem a uma tribo agressiva que também julgaria na nação, mas que não seria conhecida pela estatura moral ou fidelidade religiosa. Dã abandonaria mais tarde a terra que lhe fora designada (Js.19:40a48) e migraria para o extremo norte de Israel. O clamor final de Jacó expressou esperança em Dã no dia em que a salvação de fato viria a Israel. Dã, porém, é omitido na lista das tribos em Ap.7:4a8.

Gn.49:19 – Ao estabelecer-se na Transjordânia, o povo de Deus estava exposto à invasões, o que fez deles lutadores valentes e merecedores de vitória e louvor (Conforme ICr.5:18a22; 12:8a15).

Gn.49:20 – Aser beneficiou-se muito da ocupação da rica região agrícola costeira ao norte do Carmelo e forneceu delícias para o palácio (cf. Js.19:24a31).

Gn.49:21 – Velocidade e agilidade como as da gazela caracterizaram a bravura militar de Naftali (cf. Jz.4:6 e 5:18). O cântico de Débora e Baraque, este descendente de Naftali, é um exemplo das suas eloquentes palavras (Jz.5).

Gn. 49:22a26 – Endereçadas a José, mas aplicáveis aos seus dois filhos, essas palavras enunciam uma constante experiência de crescimento e prosperidade, além de hostilidade e conflito. Os versículos 23 e 24 podem ser uma biografia de José. Nenhuma outra tribo teve referência tão direta ao senhor Deus na bênção como a que foi dirigida a José. Os quatro nomes usados para Deus refletem bem a ênfase de José na soberania de seu Deus, sem levar em conta o infortúnio e a tristeza de que foi alvo. Samuel era de Efraim; Gideão, de Manassés.

Gn.49:27 – A natureza guerreira da pequena tribo de Benjamim tornou-se muito conhecida, como demonstrado pelos seus flecheiros e arremessadores de funda ( Jz.20:16 ; ICr.8:40) e na declarada justificação da sua maldade em Gibeá (Jz.19 e 20). Os dois Sauls da Bíblia eram procedentes dessa tribo: O primeiro rei de Israel (ISm9:1e2) e o Apóstolo Paulo (Fp.3:5).

Gn.49:28a32 – “.....ali sepultei Lia......” Finalmente, a Lia foi dada honra na sua morte e no pedido de Jacó para ser sepultado ao lado de sua esposa, como aconteceu com seus pais. Sepultamento ao lado de Raquel, esposa amada de Jacó, não foi solicitado.

Gn.49:33 – “.......Jacó....expirou, e foi reunido ao seu povo....” Provável data em 1858 a.C.   



Gênesis Capítulo 50                                                     

"José morreu do modo como viveu, confiando firmemente que Deus cumpriria as Suas promessas".

Gn.50:1a3 – José convocou médicos que eram plenamente capazes de embalsamar, ao invés dos embalsamadores religiosos, a fim de evitar a mágica e o misticismo que estavam associados às práticas deles. No Egito, normalmente a mumificação era um processo de 40 dias de duração, que incluía esvaziar o cadáver, secá-lo, envolvê-lo em faixas.

Gn.50:4a11 – Depois de observados os tempos de embalsamamento e lamentação segundo o costume egípcio, José foi buscar permissão para o sepultamento de Jacó junto aos dois patriarcas anteriores (Abraão e Isaque), o que seria de marco e referencial para as gerações futuras de que Canaã era a terra escolhida e local para onde deveriam retornar.

Gn.50:12a18 – As consciências ainda culpadas de seus irmão se manifestaram ainda uma vez quando duvidaram da sinceridade do perdão de José, mas como um tipo de Cristo, José mostra, mais uma vez que seu perdão não era circunstancial ou interesseiro, mas completo e permanente.

Gn.50:19 – “Estou eu em lugar de Deus?” Esta pergunta concisa tinha por finalidade ativar a memória dos irmãos acerca da explicação que José já havia dado acerca da soberania de Deus em todas as coisas (Gn.45:3a8) e de forma maravilhosa como Deus o havia colocado no lugar certo na hora exata para cumprir Seus desígnios eternos e perfeitos.   

Gn.50:20 – “......porém Deus o tornou em bem......”, resposta sábia e teológica de José acerca da soberania de Deus, pensamento este, tão presente no coração de Paulo quando se referia aos seus sofrimentos, cadeias e privações: “Que diremos pois a vista de todas essas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós .........quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angustia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada? Como esta escrito: Por amor de Ti somos entregues a morte todo o dia ............. e sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm.8:31,35,28).

Gn.50:21a26 – “.....Deus certamente vos visitará.....”. José morreu do modo como viveu, confiando firmemente que Deus cumpriria as Suas promessas (Hb.11:22). Quase quatro séculos depois, Moisés levou os ossos de José do Egito (Êx.13:19) e Josué os sepultou em Siquém (Js.24:32). “....farei transportar os meus ossos daqui......” José deixa como último e solene pedido de seu coração peregrino o fato de que ele sabia estar morrendo em uma terra estranha, uma terra que não era a sua e nem de seu povo, mas que Deus um dia colocaria todas as coisas em seus devidos lugares.

 “......A Abraão,a Isaque e a Jacó .....”(Gn.50:24) a morte de Jacó finalmente permitiu que os três patriarcas fossem mencionados juntos na terra prometida, o que, certamente, serviu de estímulo, esperança e lembrete aos seus descendentes, de que jamais deveriam estar conformados em viver no Egito, mas que deveriam rumar de volta a Canaã tão logo pudessem, pois a sepultura dos patriarcas representava um marco e uma identidade.