segunda-feira, 19 de novembro de 2012


Gênesis Capítulo 26

"É um erro muito vulgar acharmos que servimos e ajudamos aos homens do mundo misturando-nos com eles nos seus caminhos e andando na sua companhia. A única maneira de os servirmos é permanecer separados deles no poder da comunhão com Deus, e assim mostrar-lhes o padrão de um caminho mais excelente".


A Fome e suas consequências 
Gn.26:1a11 – “E havia fome na terra além da primeira fome, que foi nos dias de Abraão; por isso foi Isaque a Abimeleque, rei dos filisteus em Gerar”. Este versículo está ligado ao capítulo 12; As provações que o povo de Deus encontra nas suas carreiras são muito semelhantes; e têm por finalidade mostrar até que ponto o coração tem achado o seu tudo em Deus. É uma coisa difícil e rara, alguém que ande em tão doce comunhão com Deus que se torne independente das coisas e pessoas. Os egípcios e os homens de Gerar que habitam em nosso redor constituem em grande tentação para nos afastarem do caminho reto. “Por isso foi Isaque a Abimeleque, rei dos filisteus em Gerar”.
Existe uma diferença notável entre o Egito e Gerar. O Egito é a expressão do mundo nos seus recursos naturais,  e sua independência de Deus. O Egito diz: “O meu rio é meu” (Ez.29:3), esta é a linguagem de um egípcio que não conhecia a Deus e não pensou em esperar nEle em coisa alguma. O Egito era geograficamente muito mais longe de Canaã do que Gerar; e, moralmente, fala da condição da alma longe de Deus. Desde “Gerar até Jerusalém era caminho de 3 dias” era, portanto, quando comparada com o Egito, uma posição menos ruim, ainda assim, estava ao alcance de influências perigosas. Abraão encontrou lá dificuldades e do mesmo modo, Isaque, como vemos neste capítulo, negou sua mulher, de forma que, o pai e o filho cometeram, no mesmo lugar, o mesmo pecado; mostrando, claramente, que a influência deste lugar não era boa.
Se não tivesse ido a Abimeleque, rei de Gerar, Isaque não teria tido necessidade de negar sua mulher; mas a verdade é que o mais leve descuido quanto à verdadeira norma de comportamento aumenta a fraqueza espiritual. Foi quando Pedro se aquecia à fogueira do sumo-sacerdote que negou o seu Mestre. É verdade que a ordem de peregrinar na terra havia vindo do Senhor, mas quantas são as vezes que o Senhor dá ordens a seu servo a fim de revelar a verdadeira condição em que se encontra seu coração, a fim de que possa ser tratado? Da mesma maneira, Deus deu instruções a Moisés, em Números 13, para mandar espiar a terra de Canaã; mas se eles não se encontrassem em uma condição moral baixa, tal passo não teria sido necessário.
Sabemos que a fé não necessita “espiar” aquilo que as promessas de Deus nos asseguram. Além disso, Deus deu instruções a Moisés para escolher setenta anciãos, para o ajudarem no trabalho; todavia, se Moisés tivesse entendido plenamente a dignidade e bem aventurança de sua posição, nunca teria necessidade de tais instruções. Do mesmo modo aconteceu com a eleição de um rei em ISamuel, capítulo 8. Os israelitas não precisavam de um rei, por isso devemos ter sempre em mente as condições de um individuo ou povo a quem são dadas instruções antes de formar um juízo correto acerca dessas instruções.
Em Gerar, uma posição errada
Alguém poderá dizer, se estava errado Isaque estar em Gerar, porque lemos: Gênesis 26:12 – “E semeou Isaque naquela mesma terra, e colheu naquele mesmo ano cem medidas, porque o SENHOR o abençoava”. Jamais devemos julgar uma pessoa como própria pelas suas circunstancias prósperas. Já tivemos ocasião de mostrar que há uma grande diferença entre a presença do Senhor e a Sua bênção. Muitos têm a bênção do Senhor sem a sua presença. Nós somos sempre muito propensos a confundir a presença do Senhor com sua bênção e achamos, então, que porque Deus está abençoando materialmente ou em crescimento numérico, Ele está aprovando nossa conduta, mas não é assim que funciona a Mente de Nosso Senhor. Quantas pessoas vemos no mundo que são ricas e prósperas, mas nada querem e nem desejam a presença do Senhor? Não disse o Senhor Jesus que a chuva cai sobre maus e bons? Não é este o caso de Nabal? ISm.25:2e3 – “E havia um homem em Maom, que tinha as suas possessões no Carmelo; e era este homem muito poderoso, e tinha três mil ovelhas e mil cabras; e estava tosquiando as suas ovelhas no Carmelo. E era o nome deste homem Nabal, e o nome de sua mulher Abigail; e era a mulher de bom entendimento e formosa; porém o homem era duro, e maligno nas obras, e era da casa de Calebe”.
Muitas são as vezes que podemos multiplicar gados, ovelhas e bois apenas para causar a inveja e a cobiça dos filisteus, sem ter absolutamente aumento de nossa comunhão com Deus. Os filisteus podem invejar nossos bens sem ter inveja alguma da nossa comunhão com Deus, pois não é Deus em nós o atributo que mais chama sua atenção. Mas quando Isaque deixa Gerar, a terra dos filisteus, então, “apareceu-lhe o SENHOR naquela mesma noite, e disse: Eu sou o Deus de Abraão teu pai; não temas, porque eu sou contigo, e abençoar-te-ei, e multiplicarei a tua descendência por amor de Abraão meu servo” (Gn.26:24). Aqui não se trata mais apenas da benção do Senhor, mas do próprio Senhor. Isaque havia deixado os filisteus com sua inveja e ido para Berseba. Aqui o Senhor pôde mostrar-se ao Seu Servo. A bênção de Sua mão liberal poderia seguir Isaque em Gerar, mas a íntima comunhão com Deus, só em Berseba. Para a intimidade com Deus devemos buscá-Lo onde Ele está e jamais o encontraremos em meio às contendas e inveja de um mundo ímpio. Isaque nem mesmo poderia abençoar os filisteus enquanto peregrinava no meio deles, porque eles não viam Deus em Isaque, mas apenas bênçãos, mas foi quando Isaque saiu do meio deles é que eles vieram a Isaque e disseram:  Gênesis 26:27e28 – “E disse-lhes Isaque: Por que viestes a mim, pois que vós me odiais e me repelistes de vós?E eles disseram: Havemos visto, na verdade, que o SENHOR é contigo, por isso dissemos: Haja agora juramento entre nós, entre nós e ti; e façamos aliança contigo”. É um erro muito vulgar acharmos que servimos e ajudamos aos homens do mundo misturando-nos com eles nos seus caminhos e andando na sua companhia. A única maneira de os servirmos é permanecer separados deles no poder da comunhão com Deus, e assim mostrar-lhes o padrão de um caminho mais excelente.
Observemos o progresso de Isaque e o efeito moral de sua carreira: “Subiu dali......, e apareceu-lhe o Senhor........., edificou ali um altar, e invocou o nome do Senhor, e armou ali a sua tenda; e os servos de Isaque cavaram ali um poço” (Gn.26:23a32). Desde o momento que deu um passo no caminho de saída do mundo filisteu, ele foi de força em força. Entrou no gozo da presença do Senhor – provou da doçura da verdadeira adoração e mostrou o caráter de um peregrino e achou refrigério – um poço que não lhe foi disputado porque os filisteus não estavam ali.
Enquanto Isaque permaneceu em Gerar nada mais houve do que contendas e disputas. Ceifou dores, e não produziu efeito algum sobre aqueles que o rodeavam. Em contrapartida, logo que os deixou os seus corações foram despertados e seguiram-no e desejaram fazer um conserto com ele. “Haja agora juramento entre nós, entre nós e ti; e façamos aliança contigo (Gn.26:28). Tudo isto é muito instrutivo para nós, precisamos ver que a coisa mais importante na vida do crente é estar bem com Deus, não apenas bem em posição, mas na condição moral da alma. Quando estamos bem com Deus, podemos esperar atuar eficazmente com os homens. Logo que Isaque foi para Berseba, sua própria alma foi aliviada e ele pôde ser usado por Deus para atuar sobre os outros. Enquanto permanecemos em uma posição errada, estamos, apenas, atrasando a obra de Deus em nós.
Quando estamos em uma posição errada, não devemos ficar perguntando: “onde se pode encontrar alguma coisa melhor?” A ordem de Deus é : “Cessai de fazer o mal” (Is.1:16). Somente quando agimos sobre este preceito é nos dado outro, a saber: “Aprendei a fazer o bem”. Se esperarmos aprender a fazer o bem antes de deixarmos de fazer o mal, estamos completamente enganados. “Desperta tu que dormes e levanta-te de dentre os mortos, e Cristo te esclarecerá” (Ef.5:14). É a incredulidade que nos leva a dizer: “Não posso deixar de fazer este mal antes de encontrar alguma coisa melhor”. É a fé simples e dócil que nos deve levar a uma obediência irrestrita à Santa Palavra de Deus e, então, não teremos dúvidas acerca da carreira que devemos seguir.
Que Deus muito os abençoe!
OBS:. Para acompanhar o Estudo do Livro de Gênesis a partir do capítulo 1 >CLIQUE AQUI<













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