sexta-feira, 29 de agosto de 2014

O Verdadeiro Pai da Auto-Estima

"Satanás estava afirmando diante de Deus: “O homem quer e sempre irá querer ser grande, isso sempre estará no coração dele, como sempre esteve no meu. Tire dele a grandeza e a estima e ele Te negará!”

Gen.3:1 a 6 “Ora, a serpente era a mais astuta que todas as alimárias do campo que o Senhor Deus tinha feito. E esta disse a mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda a árvore do jardim? E disse a mulher à serpente: do fruto da árvore do jardim comeremos, mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis para que não morrais. Então a serpente disse a mulher: certamente não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes sereis como Deus, sabendo o bem e o mal. E viu a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento; tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido que comeu com ela”.

Meditando neste incrível diálogo da mulher com a serpente, podemos perceber lições muito interessantes, dentre elas, queria comentar acerca da esperteza e da estratégia da velha serpente. Sabemos que um dia seu ministério terá fim, pois nos é dito em Apoc.20:2 - “Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o diabo e satanás, e amarrou-o por mil anos”. Agora, no entanto, vemos que seu trabalho de sedução e engano está no auge e parece manter um estilo bem característico que eu gostaria de realçar aqui, vejamos: “Como caíste do céu ó estrela da manhã (Lúcifer), filho da alva! Como foste lançado por terra, tu que debilitavas as nações! Tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu; acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono e no monte da congregação me assentarei...subirei acima das mais altas nuvens e serei semelhante ao altíssimo”. Isaías 14:12a14.   
Podemos ver claramente neste texto que Lúcifer, o filho da alva, branco e puro, antes de tornar-se o príncipe das trevas ocupava um precioso lugar diante de Deus e que....“Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado até que se achou iniquidade em ti. Na multiplicação do teu comércio, se encheu o teu interior de violência, e pecaste; pelo que te lançarei, profanado, fora do monte de Deus e te farei perecer, ó querubim da guarda, em meio ao brilho das pedras”. Ezequiel 28:15,16.

O que houve, então, com a estrela da alva, com o querubim ungido? Por que ele veio a tornar-se o príncipe das trevas? O próprio texto responde: “Até que se achou iniquidade em ti”. E qual era essa tão terrível iniquidade? Parece que não pode ser outra senão: “Dizias em teu coração...: Serei semelhante ao altíssimo”. Estava delineado o pano de fundo, o caráter, a marca distintiva da criatura rebelde, seu grito de independência, a afronta do cão que rosna e morde a mão que o alimenta. A criatura deseja, então, ser como Deus, ser capaz de guiar seu próprio destino, seus próprios caminhos, ser auto-suficiente, livre e independente de Seu Pai e Mestre.

Talvez, e aqui desejo fazer uma inferência que não está no texto, mas que penso ser bastante lógica; a velha serpente deve ter descoberto sua loucura muito cedo, no entanto, não encontrou lugar de arrependimento. E, repetindo sua ação insana, desafia mais uma vez ao criador dizendo a ele que, mesmo sendo formado do barro, o homem não aceitaria a posição de servo e  também abrigaria em si o mesmo desejo de ser como Deus. “Então respondeu Satanás ao Senhor, e disse: porventura teme Jó a Deus debalde? Porventura Tu não cercaste de sebe, a ele, e a toda sua casa, e a tudo quanto tem? A obra de sua mão abençoaste e seu gado se tem aumentado sobre a terra. Jó 1:9e10.

Ou seja, Satanás estava dizendo: É sem motivo esse respeito que Jó tem por Deus? A razão de Jó amar a Deus não é porque Deus o abençoa e, portanto, compra seu amor? Satanás estava dizendo a Deus que, se não fosse o sucesso, o desejo de grandeza, os bens, a admiração dos amigos e a estima de todos, Jó não serviria o Senhor. Satanás estava afirmando diante de Deus: “O homem quer e sempre irá querer ser grande, isso sempre estará no coração dele, como sempre esteve no meu. Tire dele a grandeza e a estima e ele Te negará!”

Essa era, então, a estratégia e o pensamento que a serpente havia definido acerca da criação de Nosso Deus. Ele estava convicto que encontraria, sempre, no coração do homem, um reflexo de si mesmo. Não poderia crer que um ser tão inferior a ele, feito de barro, poderia servir ao Senhor sem o desejo da Glória que só ao Senhor pertence.

Munido desta convicção, ele conversa com a primeira mulher e diz a ela: “Se comer...sereis como Deus”! 
           
Queria também, observar que a estratégia da serpente nunca é tão direta. Ela começa assim: “Foi assim que Deus disse: Não comereis de toda a árvore do jardim?” Ela começa, então, com o primeiro estágio de seu golpe, ela pergunta a Eva se Deus havia proibido que ela comesse de todas as árvores. Obviamente, Eva diz não, de toda a árvore não, mas somente de uma. Ela então começa, sutilmente a gerar no coração de Eva sua primeira semente: A desconfiança no amor de Deus.

“Será que Deus não está escondendo algo? Por que Ele não quer que você experimente, justamente dessa árvore do conhecimento? Do que Deus tem medo Eva? Se Ele é mesmo tão amoroso, então jamais deveria te dizer não! Por que um Deus tão amoroso quer te proibir de algo?” Parece bem óbvio que a serpente leva muitos pensamentos ao coração de Eva nesta tão simples pergunta. Ela trabalha sorrateira, mina as resistências, impulsiona o coração de Eva: “Certamente não morrereis”. “Deus sabe que no dia que dele comerdes se abrirão os vossos olhos”.

Ou seja,vocês não mais precisarão ser guiados tão cegamente e dependentemente do Criador, vocês mesmos poderão enxergar e escolher seus próprios caminhos, poderão fazer torres e construções “cujo cume toque nos céus, e façam para vocês um NOME” (Gênesis 11:4).
           
Satanás estava, então, buscando sua pr ópria imagemno coração do homem, talvez ele pensasse: “Se isso foi o que desejei um dia, então, este mesmo desejo também achará lugar no coração do homem! Pensando nisso, ele lança o ultimato e diz à mulher: “Se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus”.
           
Eis a grande proposta que identificou para sempre o primeiro homem ao príncipe das trevas. Agora satanás pensava que poderia ter no homem o seu próprio espelho e uma ode à sua astúcia! Porém, o Senhor Deus o destronou quando Aquele que a Si mesmo se esvaziou, fazendo-se servo e sendo obediente até a morte e morte de Cruz, despojou principados e potestades quando, humildemente, se colocou debaixo da potente mão de Deus para obedecer até as últimas consequências e beber do cálice que o Pai Lhe havia preparado. Nele não havia pecado, Ele é o Filho do Homem e, como Homem, suportou o escárnio, não fazendo caso da ignomínia, lançou-se confiadamente aos desígnios do Pai e tornou-se causa de eterna redenção para todo aquele que Nele crê.

Aqui então estavam estabelecidas as duas únicas possíveis formas de relacionamento com o Pai: Aquela nascida da proposta da serpente: “Sereis como Deus”. Olhe para si mesmo, veja seu potencial, valorize-se, trabalhe sua auto-estima, você pode, seu coração é lindo e altruísta, você tem em si mesmo a chave para o sucesso. E aquela proposta trazida pelo Filho do Homem, o segundo Adão: Renuncie a Si mesmo, você não pode, você não é auto-suficiente, do seu coração procede apenas morte, homicídio, adultério, furtos e todos os males (Mt.15:19), venha para a Cruz comigo!

Está estabelecido o paradoxo, só existem dois caminhos: Aquele que crucifica o EU, aquele que entroniza o EU; aquele que exalta O Filho do Homem, aquele que exalta o homem; aquele que valoriza a auto-estima ou aquele que busca a estima do alto.

Este é o desfio de Deus para nós: Escolhei hoje a quem quereis servir: A Deus ou a si mesmo?

Que Deus muito os abençoe!
         

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