domingo, 24 de agosto de 2014

Estudo Feito Pelo Irmão Acyr


Estudo no Livro de Êxodo                                             
                                  
          A saída de Israel do Egito é o fato histórico dominante no livro. Boa leitura!

          

Capítulo 1
"Tudo quanto é apenas humano, por muito sólido, brilhante e atraente que possa ser, está destinado a cair nas garras da morte e a abolorecer no silêncio do túmulo".
Êxodo1:1a5 – Podemos observar nestes cinco primeiros capítulos do livro de Êxodo um vislumbre da grande História de redenção que Deus tem para com Seus filhos. Vimos nos últimos capítulos de Gênesis que José fora vendido e entregue por seus irmãos e enviado para as cadeias do Egito, agora, vemos que, como consequência deste pecado, todos os irmãos de José descem, também, ao Egito, à terra da escravidão.
Quando pensamos na tipologia Bíblica e em José como um tipo do Senhor Jesus, vemos como ele foi entregue pelos seus irmãos nas mãos dos incircuncisos e vemos que grandes aflições encontrou em seu cativeiro egípcio antes da glorificação; logo em seguida, vemos seus irmãos também descerem para lá e serem confrontados com seus pecados em grande aflição e angústia até que a revelação de seu irmão José os confortasse. Como discípulos de Cristo, não é de se admirar que este mesmo mundo que O rejeitou venha a nos impor severas perseguições.  
Êxodo 1:6a10 – “....Eia, usemos de sabedoria para com eles, para que não se multipliquem, e aconteça que, vindo guerra, eles também se ajuntem com os nossos inimigos, e pelejem contra nós, e subam da terra”. Aqui vemos o plano astuto e de toda sabedoria humana forjada pelo rei do Egito que deseja destruir aquele povo de quem o Senhor dissera: “Serão como as estrelas dos céus e como a areia que está na praia do mar” (Gn.22:17); mas o que ele não contava e nem podia imaginar é que, quando se dá a intervenção do Senhor então toda soberba, vaidade e arrogância humana são lançadas por terra e, somente ao Senhor é dada toda Honra, Glória e Verdadeira Sabedoria.
Tudo quanto é apenas humano, por muito sólido, brilhante e atraente que possa ser, está destinado a cair nas garras da morte e a abolorecer no silêncio do túmulo. A leiva do vale há de cobrir as maiores honras e as glórias mais brilhantes do homem (Jó 21:33); a mortalidade está esculpida na sua fronte, e todos os seus projetos são evanescentes. Pelo contrário, tudo aquilo que está ligado e fundado em Deus permanecerá para sempre. “O seu nome permanecerá eternamente; o seu nome se irá propagando de pais a filhos” (Sl.72:17).
Que grande tolice do débil mortal que se levanta contra o Deus eterno arremetendo contra Ele “os pontos grossos de seus escudos” (Jó15:26). Era como se o monarca do Egito estivesse procurando deter com sua fraca mão, a maré do oceano, impedir a multiplicação daqueles que eram objetos dos propósitos eternos do Senhor. Por isso, embora pusessem “sobre eles maiorais de tributos, para os afligirem com suas cargas .....mas....quanto mais os afligiam, tanto mais se multiplicavam, e tanto mais cresciam.... (Êx.1:11,12). Assim há de ser sempre. “Aquele que habita nos céus se rirá: O Senhor zombará deles” (Sl.2:4). Sobre a oposição dos homens e dos demônios cairá eterna confusão. Isto dá doce descanso ao coração, num ambiente onde tudo é, aparentemente tão hostil a Deus e tão contrário à fé. Se não tivéssemos certeza de que “a cólera do homem louvará” (Sl.76:10) sentir-nos-íamos abatidos frequentemente em face das circunstâncias e das influências que nos rodeiam neste mundo. Por isso, pela Graça de Deus “não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas” (IICor.4:18). E com esta certeza podemos dizer: “Descansa no SENHOR, e espera nele; não te indignes por causa daquele que prospera em seu caminho, por causa do homem que executa astutos intentos” (Sl.37:7).
A caminhada dos filhos de Deus neste mundo sempre terá este escopo, afinal, “andamos por fé e não por vista”. “Ainda não é manifesto o que havemos der ser”. “Enquanto estamos no corpo, vivemos ausentes do Senhor” (IICor.5:7; IJoão3:2; IICor.5:6). Como fato estamos no Egito, mas em espírito, na Canaã celestial. “...... a nossa cidade está nos céus, de onde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo” (Fil.3:20). A fé põe o coração sob o poder das coisas divinas e invisíveis e, deste modo habilita-o a elevar-se acima das circunstâncias que existem aqui neste mundo onde reinam as trevas e a morte. Ah! Se tivéssemos essa fé infantil que se senta junto à fonte pura e eterna da verdade para beber da sua água, a qual reanima o espírito prestes a desfalecer e comunica energia ao novo homem em marcha para a casa do Pai!
As parteiras hebreias. Êx.1:17a22
Os versículos finais do capítulo 1 oferece-nos uma lição edificante com a conduta dessas mulheres tementes a Deus, Sifrá e Puá. Desafiando a ira do rei não executaram o seu plano cruel e por isso Deus lhes fez casas. “....... aos que me honram, honrarei” (ISm.2:30). Que possamos sempre nos lembrar desta lição e viver de acordo com ela.

Êxodo Capítulo 2                                      
"...Assim, Deus prepara Seu ministro, um seminário de oitenta anos, a natureza humana não 
gosta deste método, prefere evidenciar-se em público a aprender na solidão".

Êxodo 2:1 – “E foi um homem da casa de Levi e casou com uma filha de Levi”. Vemos aqui duas impressionantes realidades no plano Soberano do nosso Deus: Primeiramente a linhagem de Moisés, pois Deus cuidadosamente escolhe um levita para ser o sacerdote e mediador entre Deus e Seus filhos (Ex.19:3). Em segundo lugar, podemos observar que o Senhor permite que satanás se levante contra Sua semente santa, tentando matar os Seus enviados (Êx.1:16). Assim como Herodes (Mt.2:16) e Atalia (2Cron.22:10) tentaram eliminar a semente santa matando os eleitos de Deus, mas nada pode impedir o plano soberano do Senhor, ainda que hajam provações para moldar e corrigir o caráter dos escolhidos.

Êxodo 2:3 – “Não podendo, porém, mais escondê-lo, tomou uma arca de juncos, e a revestiu com barro e betume; e, pondo nela o menino, a pôs nos juncos à margem do rio”. Vemos aqui, nesta impressionante estrutura, um saque de fé apresentado na tesouraria do Deus da ressurreição, pois a atitude desta filha de Levi, fazendo uma cesta e depositando seu filho sobre aquele “rio da morte”, mostra que aquela arca fora inventada pela fé, como vaso de misericórdia, para conduzir o “menino formoso” através das águas da morte ao lugar que lhe fora designado pelos propósitos imutáveis do Deus vivo. Hebreus 11:23 – “Pela fé Moisés, já nascido, foi escondido três meses por seus pais, porque viram que era um menino formoso; e não temeram o mandamento do rei”.

Êxodo 2:4a10 – A educação de Moisés. Podemos ver o método de Deus aplicado de maneira esplêndida na vida de Moisés, pois em seus primeiros quarenta anos, ele aprendeu a viver na corte egípcia, possivelmente tenha participado dos prazeres e lições da corte, como os esportes ao ar livre, tipo manejo do arco e flecha e o cavalgar sobre os formosos cavalos egípcios, conhecidos por sua destreza na guerra; mas um dia ......

Êxodo 2:11 – “....aconteceu naqueles dias que, sendo Moisés já homem, saiu a seus irmãos, e atentou para as suas cargas......”; Ele fora criado por sua mãe verdadeira, ele sabia quem eram seus irmãos hebreus, não suportou a injustiça, defendeu o povo de Deus e foi banido para o deserto por quarenta anos. Assim, Deus prepara Seu ministro, um seminário de oitenta anos, a natureza humana não gosta deste método, prefere evidenciar-se em público a aprender na solidão, mas assim é o nosso Deus, assim se portou o Senhor Jesus em Seus primeiros 30 anos de vida sobre a terra.

Êxodo 2:12a21 – “.....e olhou a um e a outro lado e, vendo que não havia ninguém ali, matou ao egípcio, e escondeu-o na areia .......então vieram os pastores, e expulsaram-nas dali; Moisés, porém, levantou-se e defendeu-as, e deu de beber ao rebanho”. Diante de duas injustiças que estavam sendo cometidas contra inocentes, os quais ele defende, Moisés encontra situações que irão marcar toda sua jornada: A primeira o expulsa para sempre do Egito, a segunda o coloca diante do sacerdote de Midiã, um descendente de Abraão com Quetura (Gn.25:1a4), provavelmente um adorador do Verdadeiro Deus, pois o texto não faz menção de atitudes idólatras ou pagãs em seu sacerdócio. E assim, seus últimos quarenta anos de aprendizado são passados junto a este sacerdote e sua família, cumprindo os desígnios soberanos de Deus e ensinando Seu servo acerca de muitos costumes cananeus.

Êxodo 2:12 – “E olhou a um e a outro lado e, vendo que não havia ninguém ali, matou ao egípcio, e escondeu-o na areia”. Aqui se vê, claramente, que Moisés ainda não conhecia o Senhor e Seus métodos, pois, talvez, já sentisse em seu coração o fato de que seria o libertador de Israel, mas o que ele não sabia é que Deus jamais usaria sua habilidade e destreza militar aprendida no Egito. O Senhor jamais usa o braço da carne, mas antes, em Seu tempo, e da Sua forma, opera o sobrenatural inesperado pelos homens, como vemos na descrição de Estevão:

Atos 7:22a27 - E Moisés foi instruído em toda a ciência dos egípcios; e era poderoso em suas palavras e obras. E, quando completou a idade de quarenta anos, veio-lhe ao coração ir visitar seus irmãos, os filhos de Israel. E, vendo maltratado um deles, o defendeu, e vingou o ofendido, matando o egípcio. E ele cuidava que seus irmãos entenderiam que Deus lhes havia de dar a liberdade pela sua mão; mas eles não entenderam. E no dia seguinte, pelejando eles, foi por eles visto, e quis levá-los à paz, dizendo: Homens, sois irmãos; por que vos agravais um ao outro? E o que ofendia o seu próximo o repeliu, dizendo: Quem te constituiu príncipe e juiz sobre nós?

Êxodo 2:23a25 – “....E ouviu Deus o seu gemido, e lembrou-se Deus da sua aliança com Abraão, com Isaque, e com Jacó.......”. O sofrimento, a angústia e o gemido do povo, finalmente provoca um gemido capaz de tocar os ouvidos do Senhor. Nós sabemos que o Senhor a tudo vê e a tudo ouve, mas parece tão claro em toda a Bíblia, que o Senhor espera ouvir o clamor sincero do Seu povo, e o sofrimento parece ser um dos melhores meios de dobrar as juntas e joelhos endurecidos dos cristãos.

Leituras recomendadas:
- Mateus 2
- II Cron. 22
- Hebreus 11
- Atos 7.

Êxodo Capítulo 3                                      

"...o serviço do Senhor é qualquer coisa incompreensível para o homem natural (ICor.2:14), qualquer coisa que humilha até ao pó o seu orgulho e a sua glória, mostrando que as vantagens humanas são de pouco valor diante de Deus".

Êxodo 3:1 – “Apascentava Moisés o rebanho de Jetro, seu sogro ....levando o rebanho para o lado ocidental do deserto”. Que grande mudança havia ocorrido na vida deste homem que, no Egito, era um príncipe candidato ao trono e aqui, na solidão do deserto veio a ser um pastor de ovelhas. Lemos em Gênesis 46:34 que, “todo o pastor de ovelhas  é abominação aos egípcios”. Ele que foi “instruído em toda a ciência do Egito”, agora fora transferido para a escola do deserto, na mais desprezada das profissões a fim de preparar-se para o serviço de seu Deus. O Senhor, na Sua soberana providência, põe o Seu servo à parte, livre das vistas e dos pensamentos dos homens para poder educar debaixo da Sua imediata direção. O tempo passado na corte até podia ter o seu valor, mas a sua estadia no deserto era indispensável. Todos os servos de Deus têm aprendido, por experiência o valor desta verdade: Moisés em Horeb, Elias no ribeiro de Kerith, Ezequiel junto ao rio Quebar, Paulo na Arábia e João na Ilha de Pátmos são todos estes exemplo da grande importância de estarmos a sós com Deus.

A mente humana facilmente poderia supor que um homem tão privilegiado na política do Egito, tão bem instruído na ciência de sua época, poderia prestar um valioso serviço ao Senhor através de sua capacidade e intelecto; mas o serviço do Senhor é qualquer coisa incompreensível para o homem natural (ICor.2:14), qualquer coisa que humilha até ao pó o seu orgulho e a sua glória, mostrando que as vantagens humanas são de pouco valor diante de Deus, mais ainda, que são como “esterco”, não somente diante dos olhos de Deus, mas também de todo aquele que tem sido ensinado na Sua escola (Fil.3:8).

Existe uma diferença fundamental entre o ensino humano e o divino. Aquele tem por fim cultivar e exaltar a natureza; Este começa por secá-la e coloca-la de lado. “O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito” (João3:6). Se alguma vez um “homem natural” educado pôde esperar ter êxito no serviço de Deus, esse tal era Moisés; Ele era “instruído..... e poderoso em suas palavras e obras” (Atos7:22), e todavia teve que aprender alguma coisa “atrás do deserto” que as escolas do Egito jamais poderiam ter lhe ensinado.

“Atrás do deserto” toda a natureza é deitada ao pó e só Deus é exaltado. Ali, os homens e as “coisas”, o mundo e o ego, o comércio, o ouro, a prata, o consumo, a concupiscência dos olhos, enfim, todas as seduções do mundo agitado são estimados em seu justo valor; ali e, somente ali, encontraremos uma balança divinamente aferida para pesar tudo que há em nosso íntimo e à nossa volta. Prouvera a Deus que todos aqueles ministros que aparecem em cena para servir em público conhecessem melhor o que é respirar a atmosfera desse lugar.

Êxodo 3:2e3 – “.... a sarça ardia em fogo, porém não se consumia....”. Esta visão fantástica, simbolizava de maneira graciosa a situação dos eleitos de Deus, pois eles se encontravam sob o calor intenso dos fornos do Egito e o Senhor se revelava no meio do fogo, de tal forma que eles não eram consumidos, mas aprendiam muito acerca de humildade e dependência, que são características do povo de Deus. “O nosso Deus é um fogo Consumidor” (Hb.12:29). Não para nos consumir, mas para destruir em nós tudo aquilo que atenta contra Sua santidade. Mais uma importante verdade nesta revelação é que não seremos destruídos porque “O Senhor dos exércitos está conosco: O Deus de Jacó é osso refúgio” (Sl.46:7), ainda que a fornalha da provação esteja acesa em plena força. “......A santidade convém à Tua casa, Senhor, para sempre” (Sl.93:5).

Êxodo 3:4e5 – “......Não te achegues para cá; tira os sapatos de teus pés; porque o lugar em que tu estás é terra santa”. O lugar da presença de Deus é santo. Ele, habitando no meio do Seu povo, comunica à assembléia desse povo um caráter de santidade. A aplicação deste princípio à Igreja, que é agora a habitação de Deus, em Espírito, é da maior importância prática. Assim como é verdade que Deus habita em Espírito, individualmente, em cada membro de Sua Igreja, é também verdade que Ele habita na assembléia; por isso a assembléia deve ser santa. O centro em volta do qual a Igreja se reúne é nada menos de que a Pessoa de um Cristo vivo, Vitorioso e Glorificado. Portanto, nada impuro, quer seja em princípio, quer na prática, deve ser tolerado na casa de Deus. “Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá” (ICor.3:17).

Êxodo3:6 – “Disse mais: Eu sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó. E Moisés encobriu o rosto, porque temeu olhar para Deus”. A natureza humana esconder-se-á sempre como resultado da presença divina; quando estamos na presença de Deus com os pés descalços e o rosto coberto, estamos, então, em boas condições para perceber e ouvir os acenos da Graça. Quando o homem ocupa o lugar que lhe compete, Deus pode falar-lhe em linguagem de pura misericórdia.

Êxodo3:7a9 – “.....Tenho visto atentamente a aflição do meu povo .......tenho ouvido o seu clamor ...... desci para livrá-lo ......”. Vemos aqui a manifestação tremenda e maravilhosa da Graça soberana de nosso Deus que estava para se manifestar, Ele vem para salvar o Seu povo, não que esperasse merecimentos, votos ou campanhas, não, a ação livre e graciosa de um Deus que se compadece de quem quer e que endurece a quem quer (Rm.9:18 ), desce para salvar e santificar seu povo escolhido. Não foi por coisa alguma de bom que houvesse neles que os visitou, pois Ele bem sabia o que havia em seus corações. Não havia descido para ver se o Seu povo merecia tão grande salvação, bastava-lhes, portanto, necessitarem dela ou, pelo menos entender que necessitavam dela.

Eu Sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão”- Que maravilhosa revelação do Deus pessoal temos aqui, um Deus que olha e cuida do Seu povo e que jamais os deixaria para sempre a mercê dos egípcios.

Êxodo3:10a12 – “....Quem sou eu para ir .........? Deus lhe respondeu: Eu serei contigo......”. Que maravilhosa mudança de atitude e caráter podemos ver aqui em Moisés após os seus quarenta anos de deserto. Aquele que havia matado o egípcio e pela força de seu braço pretendia fazer algo pelos seus irmãos, agora em completa humildade e senso de indignidade, olha pra si mesmo e diz: “Quem sou eu Senhor. Para falar ao faraó?” Agora, este novo homem, este Moisés quebrantado era um servo que conhecia a si mesmo, por isso, Deus a Ele se revela e diz: Você irá, mas não irá sozinho e também não se apoiará em si mesmo e nem em seus talentos, pois eu irei com você e “eu serei com a tua boca e te ensinarei o que hás de falar” (Êx.4:12). Não invente nada, não seja criativo, não use seus talentos, não acrescente nada, não faça acordo, não se associe, não imite, não seja condescendente, apenas obedeça ao modelo que te ordeno (Êx.25:40).

Êxodo3:13a22 – “EU SOU O QUE SOU....... O Deus de Abraão, Isaque e Jacó.....”. Duas informações solenes e marcantes podem ser extraídas destes versículos tão belos. A primeira, nos mostra o Grande EU SOU, apresentando-nos o Senhor como Aquele que se revela em nossas necessidades e assume nossas causas; Ele se apresenta como Jeová-Jiré (o Senhor proverá), Jeová-Nissi (o Senhor minha bandeira), Jeová-Shalon ( o Senhor  envia a paz), Jeová-Tsidkenu (o Senhor justiça nossa). O Senhor se apresenta com esses nomes conforme a necessidade específica de Seu povo, mas quando Ele se apresenta como o Grande EU SOU, este prefixo representa a somatória de todas as coisas, como um cheque em branco, dando aos Seus servos a garantia de que tudo o que necessitassem encontrariam Nele plena provisão. Deus é o único algarismo a que a necessidade humana só tem que acrescentar os zeros (  1. 000.000......) afim de formar os milhares e milhões dos quais necessitamos.

A segunda maravilhosa informação é: “Este é meu nome eternamente” – Isto nos mostra a maravilhosa e eterna relação do nosso Deus com seu povo Eleito, pois agora vemos Israel afastado do Senhor e em rejeição, porém, entendemos que não será sempre assim, pois breve o Senhor buscará, novamente, Israel com laços de ternura e amor, pois, independentemente da infidelidade de Israel, a Graça do Senhor sempre se mostra soberana para com Seu povo, “porque os dons e a vocação de Deus são sem arrependimento” (Rm.11:29) e Israel deve voltar ao cenário profético no período da tribulação antes que se estabeleça o reino milenar. “Certo sim! Este segredo...... que o endurecimento veio em parte sobre Israel, até que a plenitude dos gentios haja entrado.E, assim, todo o Israel será salvo” (Rm.11:25e26). Que isso os sirva de alegria e consolo, pois a fidelidade de Deus é eterna, inquebrantável e imutável; Ele jamais esquece dos Seus, jamais perde um só daqueles Eleitos que o Pai Lhe deu e todos os desígnios de Deus se cumprirão a seu tempo.

Êxodo Capítulo 4                                      


"Se confiássemos na Verdadeira pregação será que ainda teríamos tantos entretenimentos e distrações em nossos cultos 'evangélicos'?".

Êx.4:1 – “Então respondeu Moisés, e disse: Mas eis que não me crerão, nem ouvirão a minha voz, porque dirão: O SENHOR não te apareceu”. Vemos como é duro para a natureza humana o confiar plenamente em Deus; Parece-nos incrível que Moisés ainda, por tantas vezes seja tardio em perceber que a O Senhor seria seu apoio e que o convencer dos filhos de Israel não dependeria da eloquência ou capacidade argumentativa dele e, sim, do Espírito do Deus vivo que inclinaria os ouvidos dos filhos de Israel e endureceria a Faraó (Êx.4:21). Ah, quão diferentes seriam os ministérios de pregação do evangelho, em nossos dias, se crêssemos nesta obra do Espírito Santo e nos esforçássemos para vê-la em operação como em Jerusalém (At.2:47).

Êx.4:2a8 – A vara e a mão leprosa – Moisés precisava aprender a mais preciosa de todas as lições na vida de um pregador das boas novas, ele precisava descobrir que os caminhos de Deus são mais elevados ..... os homens imaginam que não podem chegar a grandes resultados senão por grande meios; porém, não é assim o método de Deus. Ele pode servir-Se tanto de “um bicho” como do sol abrasador; de “uma aboboreira” como de um vento calmoso (Jonas4); uma “vara”; um corno de carneiro (Js6:5); “um pão de cevada” (Jz.7:13); “uma botija de água” (IRs19:6); “uma funda de pastor” (ISm.17:50); instrumentos desprezíveis aos olhos da carne, mas que na Mão do Senhor derrotam os maiores exércitos.

Podemos observar na vara que se torna uma serpente, uma perfeita figura de satanás perseguindo Moisés que dela fugia, mas, uma vez que pela ordem do Senhor, Moisés firmava a mão na calda da serpente, esta voltava a ser uma madeira inofensiva. Na lepra, vemos uma doença que simboliza o efeito degenerativo do pecado que aos poucos se inocula na carne, tornando-a doente, insensível e apodrecida até a morte; mas no poder remidor do Senhor vemos mão leprosa tornar-se limpa “como o restante de sua carne”. Pois como o pecado (representado pela lepra) entrou no mundo pelo primeiro homem e a todos matou, do mesmo foi removido pelo segundo que a todos os eleitos, eficazmente, vivificou. Porque assim como a morte veio por um homem, também a ressurreição dos mortos veio por um homem. Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo” (ICor.15:21e22).

Êx.4:9 – “Se eles te não crerem.....as águas que do rio tomares tornar-se-ão em sangue sobre a terra”. Um terceiro sinal Moisés deveria dar aos filhos de Israel, caso ainda não cressem; A primeira vista, temos a impressão que o crer é algo que depende do homem e que a decisão do homem irá determinar o passo seguinte a ser tomado por Deus, ou seja, se cressem no primeiro sinal, não seria necessário o segundo. Porém, vendo a história como um todo, sabemos que este terceiro sinal representava o juízo pré-determinado por Deus a Faraó (Êx.3:20) e, também, Êxodo3:18, quanto aos anciãos de Israel, “....e ouvirão a tua voz”, O Senhor já havia determinado quem ouviria e quem não ouviria, isso, porém, não eximia Moisés de cumprir com exatidão todo o mandato de anunciar os oráculos de Deus; anunciar era sua responsabilidade, abrir os ouvidos e o entendimento, responsabilidade de Deus.

Êx.4:10a12 – “....Ah! Senhor! Eu nunca fui eloquente, nem outrora, nem depois que falaste a Teu servo; .....”. Que palavras duras e desafiadoras Moisés estava dizendo ao Senhor, ele fora criado na corte do Egito, conhecia muito bem a importância da retórica e da eloquência naquela cultura, sabia que por suas forças nada poderia fazer e, disfarçadamente, acusa ao Senhor por ainda não ter tal habilidade, no fundo de seu coração, não acreditava que Deus o mudaria no momento que fosse exigido, ele queria a prova antes de partir, não poderia, ainda, ir somente baseado na promessa e ancorado na fé que vê o invisível. Pacientemente o Senhor, que vê o coração e que sabia o que se passava na mente de Moisés, responde com uma pergunta: “Quem fez a boca do homem?” Como era tola a desconfiança de Moisés, como era falsa a sua pretensa humildade se recusando ao mandato do Senhor.

Vai pois agora e Eu serei com a tua boca e te ensinarei o que hás de falar”. E não foi esta mesma promessa que o Senhor Jesus fez aos Seus discípulos em Lucas12:12. “.....O Espírito Santo vos ensinará naquela mesma hora o que haveis de falar”. Diante de tão maravilhosa promessa, não é incrível que a grande maioria dos pregadores prefiram se armar das mais variadas ferramentas humanas e carnais ao invés de simplesmente falar a pura mensagem do Evangelho e confiar no Espírito para sua aplicação? Se confiássemos na Verdadeira pregação será que ainda teríamos tantos entretenimentos e distrações em nossos cultos “evangélicos”, será que precisaríamos de tantas artes do Egito para pregar a mensagem de Canaã?

Êx.4:14a16 – “.....Não é Arão o levita teu irmão? Eu sei que ele fala fluentemente.....” Que grande é a misericórdia do nosso Deus, Ele conhece as nossa limitações, Ele sabia que Moisés ainda não estava pronto, Ele previu que o coração de Moisés ainda precisava se apoiar em muletas da carne, assim como Abraão quando levou consigo seu parente Ló. Mas quão misericordioso é o Senhor; Ele cumpre Seus intentos, Ele apresenta sempre grande misericórdia quanto à nossa fraqueza, Ele ainda nos permite carregar nossos apegos carnais na caminhada do Gólgota, até o perfeito juízo da Cruz sobre “toda a carne” (Gn.6:13).

“......ele te será por boca; e tu lhe serás por Deus.....”. Este é o método de Deus, aquele que tem a verdadeira mensagem é deus (em símbolo), não foi assim que nos ensinou o Senhor quando disse aos fariseus: “Respondeu-lhes Jesus: Não está escrito na vossa lei: Eu disse: Sois deuses? Pois, se a lei chamou deuses àqueles a quem a palavra de Deus foi dirigida (e a Escritura não pode ser anulada), Aquele a quem o Pai santificou, e enviou ao mundo, vós dizeis: Blasfemas, porque disse: Sou Filho de Deus?” (João10:34a36 citando Sl.82:6). O fato de que hoje não temos mais a Palavra de Deus sendo pregada em nossos púlpitos não é exatamente por que a pregação cheia do Espírito fora substituída pelos métodos, sabedoria e eloquência dos homens? Moisés falava a Palavra de Deus, pois o próprio Deus lhe soprava aos ouvidos, ele aprendeu a ouvir de Deus e transmitir, assim foi um “deus” para Arão, não havia um método, o que havia era apenas obediência, quebrantamento e humilhação de toda a carne!

Êx.4:18a20 – “..... ver se ainda vivem.....”. Moisés usa de cortesia para com seu sogro e pede para voltar ao Egito, mas não conta a ele o real objetivo do retorno, não dá os mesmo detalhes que deu a Arão, isso nos mostra que os planos de Deus em nossas vidas precisam guardar certa cautela quando deles conversamos com pessoas que não possuem um conhecimento mais profundo do Deus de Israel a quem servimos.

 “......são mortos todos os que procuravam tirar-te a vida......”. Fica claro para nós que, quando Deus nos ordena uma missão, Ele primeiro vai à frente, endireita as veredas e nos leva pela mão. A missão será realizada, mais jamais será pelos nossos méritos e habilidade.

Êx.4:21a23 – “.....faça diante de Faraó todo os milagres.....” mas ele não crerá ...... que sublime intervenção do Senhor; OH! Quão temível é o nosso Deus que endurece a quem quer e converte quem Ele quer ...... não está em nossas mãos o sucesso da mensagem e sim a fidelidade a ela.

 “........se recusares deixa-lo ir, eis que eu matarei teu filho, teu primogênito”. Que terrível a sentença do Senhor sobre Faraó. Sabemos que isso se cumpriu literalmente (Êx.12:29). Faraó viu todos os sinais e milagres, por força acabou se rendendo, mas jamais veio a crer de todo o coração, jamais se converteu pelos milagres que viu, pois a verdadeira conversão vem de uma fé no invisível, uma fé que não anda por vistas (IICor.5:7), que não segue por causa da comida (João6:26), uma fé que nasce em Deus e nos é imputada pelo Espírito (Rm.12:3; Jd.3).

Êx.4:24a26 – “Estando Moisés no caminho....... encontrou-o o Senhor e o quis matar......”. Parece estranho que o Senhor elegesse a Moisés para depois mata-lo, mas assim é o método do Senhor para corrigir seu servo. Os últimos anos de dura escravidão no Egito fez com que muitos da casa de Israel começassem a se esquecer da “marca” que Deus havia instituído na carne de Seus filhos, por isso Moisés, deixando-se influenciar pela cultura dos midianitas, povo de sua esposa, considerou que não precisava ser tão cuidadoso com detalhes das doutrinas de Deus. Mas o Senhor é muito zeloso de Sua Palavra e de Sua aliança. A circuncisão do “despojo da carne” (Col.2:11) representa a morte da carne com seus feitos, representa o sepultamento do velho homem, assim como o Batismo é para a Igreja (Rm.6:3e4). Moisés carregava uma mensagem de morte para todos os primogênitos do Egito, mas como ele levaria esta mensagem do Senhor quando ele mesmo não se preocupou em carregar o símbolo da morte da carne no corpo de seus filhos?

Tu és para mim um esposo sanguinário......” Assim falou Zípora, esposa de Moisés, ela não fazia parte do povo da Aliança, não compreendia os desígnios do Senhor, não compreendia a necessidade da morte e crucificação da carne, temia a Cruz. Em seu coração, as doutrinas de Deus eram apenas regras legalistas, não podia compreender que o Senhor exige de Seu servo o exemplo de obediência e cumprimento de todas as ordenanças, porque o julgamento começa pela casa de Deus (IPed.4:17).

Êx.4:27a31 – “Relatou Moisés a Arão todas as Palavras do Senhor”. Notemos que com Jetro não foi assim o relato de Moisés, não ocorre o detalhe, mas aqui, segundo o desígnio do Senhor, há não só um relato completo, mas também, uma plena obediência.
Arão falou todas a Palavras que o Senhor havia dito.....”. Oh! Que sublime pregação, que glória há nessa fidelidade. O resultado não importa...... mas sim a obediência, a fidelidade. Arão disse a eles: “Faraó não deixará ir...... Deus endurecerá....”  eles poderiam saber que a perseguição aumentaria, que haveria sofrimentos sem dúvidas, mas Arão não amenizou a mensagem, antes, transmitiu todo o conselho do Senhor. Quem dera encontrássemos isso em nossos púlpitos modernos.


“......E o povo creu.....”. Oh sublime resultado! Em nenhum momento na dependência do homem ou do talento da carne. Assim, pois, isto não depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus, que se compadece” (Rom9:16). Ele usa de misericórdia com quem Ele quer e Seus escolhidos sempre crerão na mensagem pregada com fiel obediência.

Êxodo Capítulo 5                                      

"O Senhor quer festejar com Seu povo em plena liberdade, em nova vida. Não permitirá cadeia alguma, resquício algum da carne, do velho eu, da natureza adâmica". 


Êx.5:1 – “......Deixa ir o meu povo....”. Este sempre será o falar do Senhor, pois Ele ordena a imediata soltura de Seu povo das correntes do pecado e da escravidão do diabo.
Êx.5:2 – “....não conheço o Senhor, nem tão pouco deixarei ir a Israel”. Assim é o pensamento de satanás; sempre se levanta contra o Senhor, finge não saber que seu destino está selado, sua sentença proclamada. Ele irá tentar causar dor e sofrimento, apertar os grilhões, impedir a libertação, pois “o valente guarda armado a sua casa, em segurança está tudo o que tem” (Lc.11:21). Porém, bendito seja Deus, que envia alguém “mais valente do que ele e lhe tira a armadura em que confiava”.

Quem é o Senhor para que Lhe ouça eu a voz.....?” Esta é uma insolente e intrigante pergunta feita pelo faraó; e esta também tem sido a pergunta feita por todos aqueles que rejeitam, em nossos dias, o estudo diligente das Sagradas Escrituras que transmitem a Voz do Senhor. Faraó não podia ouvir o Senhor, não O conhecia, assim é também, todo aquele que não conhece as Escrituras, seus ouvidos estão tapados para a Voz do Rei. Não podem obedecer Aquele a quem não conhecem e não podem ter a Vida, pois “a vida eterna é esta, que te conheçam a Ti, O único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo a quem enviaste” (João17:3).

Para que me celebre uma festa no deserto”. O Senhor quer festejar com Seu povo em plena liberdade, em nova vida. Não permitirá cadeia alguma, resquício algum da carne, do velho eu, da natureza adâmica.

Êx.5:3 – “....O Deus dos hebreus nos encontrou.....”. Que maravilhosa revelação está contida nesta confissão; Eles compreenderam que o Deus que eles nem sequer buscavam mais, os havia encontrado. Há nesta passagem um reconhecimento especial acerca de dois fatos fundamentais na vida de todo crente: A escravidão do corpo e da vontade e a completa incapacidade que um escravo possui de buscar a Deus. A iniciativa de busca, em toda a história da redenção humana, pertence ao Senhor, bem como a libertação da vontade que, por nascimento, é escrava do pecado e não pode amar e nem escolher seguir a Deus.

“...Deixa-nos ir caminho de três dias ao deserto...”. Oh quão grande e maravilhoso é este caminho que nos revela o tempo em que Jonas esteve no ventre do grande peixe e o tempo em que o Senhor esteve no coração da terra (MT.12:40). O caminho para a nova vida, vida que passa pela morte e pela renúncia de si mesmo e de tudo o que para trás ficou. É necessário perceber a Mente do Espírito neste ponto, não foi por capricho ou casualidade que o Senhor ordenara o Caminho de Três dias pelo deserto, mas sim, por uma antecipação do ensino acerca daquela vida de ressurreição trazida na Cruz do calvário. Os judeus precisavam, desde cedo, compreender que o único sacrifício “aceitável” que poderiam oferecer ao Senhor precisaria estar selado pelo caminho de três dias, caminho da ressurreição, da nova vida, do ser nova criatura.

Esta exigência do Senhor é bem simples, pois assim como não “pode o etíope mudar a sua pele, ou o leopardo as suas manchas” (Jr.13:23), nem endireitar-se, naturalmente, aquilo que é torto” (Ec.1:15), assim também, jamais poderá oferecer um sacrifício aprazível a Deus aquele que ainda não passou pela morte da carne na crucificação do eu e recebeu a Nova Vida de Cristo Jesus, a vida que exala “o bom perfume de Cristo” diante do Pai e também dos homens (IICor.2:15).  

Êx.5:4a9 - “Agrave-se o serviço sobre estes homens, para que se ocupem nele e não confiem em palavras mentirosas”. Palavras mentirosas, essa foi a sentença de faraó sobre tudo aquilo que ele não compreendia. Como poderia ele compreender o caminho de três dias ou a natureza da festa no deserto? Era impossível. Faraó podia compreender o que significava agravar a servidão e fazer tijolos; estas coisas tinham para ele um certo sentido de realidade; porém quanto a Deus, ao Seu serviço ou ao Seu culto, só podia vê-lo à luz de uma fútil quimera, inventada por aqueles que buscavam uma desculpa para evitar as duras realidades da vida eterna que um dia terá de enfrentar. O Deus dos hebreus, O Grande Eu Sou, deve sempre, aos homens de espírito profano, parecer algo vão e sem realidade. O Nome do Senhor pode até ser usado como parte da fraseologia de uma religião fria e formal; porém, Ele próprio não é conhecido.

Êx.5:10a21 – “E disseram-lhes: O Senhor atente sobre vós, e julgue isso, porquanto fizestes o nosso caso repelente diante de Faraó, e diante de seus servos, dando-lhes a espada nas mãos, para nos matar”. Que os homens deste mundo não compreendam os desígnios de Deus, é algo normal e aceitável, mas aqui, Moisés se depara com as duras palavras vindas de seu próprio povo, daqueles a quem ele havia de libertar. Quão terrível deve ser para um pregador do evangelho quando a rejeição vem do próprio povo que deveria ouví-lo e compreendê-lo.

Êx.5:22 -“Então, tornando-se Moisés ao Senhor, disse: Senhor! por que fizeste mal a este povo? por que me enviaste?”  Que tremenda contestação fez o profeta do Senhor! Essa parece ter sido a mesma contestação feita por Elias na caverna (I Reis19:10), ou Jeremias dentro do fosso (Jr.20:7), ou Isaias em seu lamento: “Quem deu crédito a nossa pregação?” (Is.53:11). Esta contestação parece ter sido uma marca constante em todos os profetas do Senhor, Moisés não foi diferente, mas ainda no momento mais escuro de sua carreira profética, ele podia saber em Quem confiava e que, assim como nos ensina a natureza, a hora mais escura da noite é com frequência aquela que precede imediatamente o amanhecer. As reclamações e reprovações do povo, certamente o atingiram, entristeceram e até desanimaram por um pouco, mas ele estava ancorado e firmado naquela Rocha eterna e inabalável, Aquele que enviou, também é poderoso o fazer cumprir.


Amém!

Êxodo Capítulo 6                                      

"...a fidelidade à mensagem trouxe bem mais sofrimento ao povo; Talvez uma mensagem adaptada à cultura ou às necessidades imediatas e terrena daqueles escravos fosse bem mais simples de ser entregue, bem mais aceitável aos ouvintes".

Este capítulo se inicia com o incrível diálogo entre o Senhor e Moisés, o qual contestava e acusava de falha o plano do Altíssimo. Moisés havia dito no final do capítulo 5: “Ó Senhor, porque afligiste a este povo? Porque me enviaste?”. Ou seja, em outras palavras, por que me mandou fazer promessas e dar esperanças a estes escravos se o Senhor não iria libertá-los de fato?..... “Pois desde que me apresentei a Faraó, para falar-lhe em teu nome, ele tem maltratado este povo” ....... Oh! Quão difícil pode ser, muitas vezes, falar em nome do Senhor, quão difícil pode ser, para o enviado do Senhor, perceber que a fidelidade à mensagem trouxe bem mais sofrimento ao povo; Talvez uma mensagem adaptada à cultura ou às necessidades imediatas e terrena daqueles escravos fosse bem mais simples de ser entregue, bem mais aceitável aos ouvintes. Mas vejamos a resposta do Senhor:

Êx.6:1 – “Disse o Senhor a Moisés: Agora verás o que ei de fazer a Faraó.....” O método e o tempo de Deus são completamente diferentes dos nossos. O plano de salvação de todo o Seu povo foi arquitetado e planejado por Deus antes da fundação do mundo, e o dedo do homem jamais riscará ou manchará uma só linha desse projeto.

“.....por mão poderosa, os deixará ir e, por mão poderosa, os lançará fora de sua terra”. A Mão que liberta, verdadeiramente, é a Mão poderosa do Senhor, os Seus instrumentos podem ser por Ele usados e entregar a mensagem, pois para isso Ele o designa, mas o instrumento jamais deve achar-se capaz de ser O Libertador, pois Ele não dividirá Sua glória com ninguém (Is.42:8).

Êx.6:2 – “.... Eu Sou o Senhor”. Que jamais venhamos nos esquecer desta sublime sentença. Que possamos sempre nos agarrar a esta rocha, que jamais se ensoberbeçam os nossos corações em achar que de alguma forma alcancei algum status maior do que o de servo inútil por ter ido levar a mensagem para a qual fui ordenado (Lc.17:10).

Êx.6:3 – “Apareci a Abraão, a Isaque e a Jacó como Deus todo poderoso.....”; como de fato Deus é, mas não houve ainda uma completa revelação, talvez, Abraão pensasse que Deus poderia ter alguma limitação, ou que, talvez, Deus fosse um deus tribal, um deus regional, ou um deus particular de algum povo, como eram os deuses dos demais povos que habitavam em Canaã, pois cada povo tinha seu deus. 

“....mas pelo meu nome, O Senhor (de tudo e de todos....povos línguas, nações e terra), não lhes fui conhecido......”. O Senhor Deus preparava Moisés para a mais tremenda revelação, Moisés escreveria os primeiros livros da Bíblia, escreveria o pentateuco, ele teria acesso à revelação do Senhor, ao plano da redenção e ao fato de que todo o universo está nas mãos do Senhor, Ele governa, Ele reina, Ele é soberano sobre tudo, Ele é O SENHOR! Esta revelação se inicia com a queda de todos os deuses do Egito, com a queda de Faraó e com a clara demonstração de que todos os poderes da natureza estão sob o domínio e controle do Senhor, e que mesmo o coração do rei é como ribeiros de águas nas mãos do Senhor (Prov.21:1).

Êx.6:4 - “Também estabeleci a minha aliança com eles........”. Que tremendo conforto há nestas palavras para todo aquele que é cônscio de seus pecados, todo aquele que olha para o próprio coração e vê um lamaçal profundo de pecados, sente sua mais profunda miséria e, então, lê este versículo e descobre: “EU ESTABELECI a minha aliança.....”. Descobre que o dedo do homem não está neste negócio, descobre que do alto, do mais alto Céu, da glória eterna, da majestade sublime, veio a ordem..... Ele estabeleceu, Ele escolheu, Ele designou, Ele é o Senhor, estamos em Suas mãos, não há méritos ou capacidades algumas em nós das quais possamos nos orgulhar, nada temos em nós mesmos para nos amparar, mas como Maria, podemos nos prostrar ao Seus pés e ouvir as Palavras da Vida Eterna.... “EU ESTABELECI”.

Lc.10:41,42 – “Respondeu-lhe o Senhor: Marta! Marta! Andas inquieta e te preocupas com muita coisas. Entretanto, pouco é necessário ou mesmo uma só coisa; Maria, pois, escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada”. Maria jamais precisará comprar o favor ou a atenção de Deus por suas boas obras, jamais apontará seus dedos grossos para dizer: Eu fiz isso pelo Senhor e mereço a salvação, não, o Senhor opera a salvação, Ele a dá a quem Ele quer e antes de nossas boas obras, o que Ele requer de nós é a obediência de um coração sincero e de ouvidos atentos à Sua Palavra, por isso Maria escolheu a boa parte enquanto Marta se preocupou com obras, construção e até mesmo formas errôneas de se pregar a Palavra visando resultados e não obediência irrestrita ao Senhor da Palavra.

A terra em que habitaram como peregrinos....”. Sem dúvida, aqui vemos a Mente de nosso Senhor, pois quando Ele fizer os “Novos Céus e a Nova Terra” (Apoc.21:1), destruindo e recriando tudo aquilo que outrora foi manchado pelo pecado, certamente, Ele nos dará a terra de nossas peregrinações, com Ele reinaremos, nunca mais escravizados pela maldição do pecado.

Êx.6:5e6 – “Ouvi o gemido....... EU SOU O SENHOR...... vos resgatarei com braço estendido.....”. Que gloriosa tipologia encontramos aqui, pois foi com braços estendidos na Cruz do calvário que nosso Senhor nos libertou da mais terrível escravidão e nos concedeu a vida de ressurreição.

Êx.6:7e8 – “Tornar-vos-ei por meu povo e serei vosso Deus; e sabereis que EU SOU O SENHOR.....”. Que gloriosa revelação, que descanso há para o coração de todo crente; Deus faz de nós Seu povo, Ele nos alcança, Ele nos leva. “E vos levarei à terra.....”. Esta é responsabilidade dEle, Ele levará, Ele conduzirá e, certamente, aquele que cair pelo caminho, é porque nunca esteve, de verdade, seguro pelas Mãos do Rei.Levanta o pobre do pó ... para o fazer assentar entre príncipes, para o fazer herdar o trono de glória” (ISm.2:8).

Êx.6:9 – “Desse modo falou Moisés aos filhos de Israel”. Fiel a mensagem, fiel a pregação da Palavra de Deus e não dos homens; completa obediência do mensageiro do Senhor.
“.....Mas eles não atenderam a Moisés.....”, não quiseram ouvir a mensagem porque estavam sofrendo, estavam na “ânsia de espírito e dura escravidão”. Talvez o povo não quisesse ouvir acerca da esperança em uma outra terra, talvez quisessem ouvir palavras de refrigério e conforto para aquela mesma terra em que já estavam, sabiam que uma travessia pelo deserto poderia matá-los, talvez se Moisés mudasse um pouco a mensagem se dispusessem a ouvir, afinal tinham um sofrimento imediato, tinha grilhões e chicotes naquela terra, quem sabe uma promessa mais imediatista e sem a dura caminhada do deserto não alcançasse melhores efeitos no coração do povo sofrido, quem sabe melhores resultados...... mas, Moisés faz opção pela fidelidade à mensagem de Canaã. Sair do Egito era a única opção, jamais haveria aprovação, conforto e consolo de Deus na terra do Egito.

Êx.6:10a13 – “.....eis que nem os filhos de Israel me ouvem ..... quanto mais Faraó? .......não obstante, falou o Senhor ...... e lhes deu mandamentos.....”. O Senhor estava dizendo a Moisés: Não se preocupe com os resultados da mensagem...... apenas fale o que EU te mandar. Moisés relutava em falar a Faraó algo que nem mesmo os filhos de Israel acreditavam mais...... uma mensagem tão louca, tão absurda aos olhos da carne. Que terrível para o pregador do Senhor entregar uma mensagem que ninguém quer ouvir, que não se coaduna com os interesses deste mundo e que até mesmo aqueles que aparentam ser da família do Senhor preferem rejeitar. Mas o Senhor não tem compromisso com a opinião dos homens, Ele “deu os Seus mandamentos” e os Seus ouvirão e obedecerão, ainda que pareça demorado e sem nenhum resultado imediato..... quando a semente se esconde embaixo da areia e leva tempo para germinar e quando nem mais dela nos lembramos, vemos os brotos rompendo a terra e a nova vida germinando de onde nada mais esperávamos....... este é o Caminho do Senhor.

Êx.6:14a26 – Genealogia resumida e simbólica de três patriarcas: Rúbem, Simeão e Levi. Homens que não foram crentes exemplares, mas que foram usados por Deus, não por méritos, mas por soberania e escolha do Senhor.

Êx.6:28a30 – “....No dia em que o Senhor falou a Moisés..... EU SOU O SENHOR; dize a Faraó, rei do Egito, tudo o que eu te digo ........ Senhor, eu não sei falar bem; como pois me  ouvirá Faraó?”. Moisés ainda não havia compreendido o recado. Ele não precisava “falar bem”, não precisava de dons e talentos da carne, toda responsabilidade humana que lhe cabia era a fidelidade à Palavra do Senhor: “Tudo o que EU te digo”. Este é, e sempre será o comando do Senhor. Nós não temos que adaptar ou aculturizar a mensagem a fim de que ela se torne mais aceitável aos homens de nossa época, esta não é e nunca será a nossa função; fidelidade à mensagem é tudo o que o Senhor espera de Seus servos, ainda que como resultado, ninguém nos ouça e os ouvidos de Faraó se endureçam, ainda assim, que o Senhor nos ajude a jamais acrescentar um til ou uma vírgula àquilo que nos prescrevem as Sagradas Escrituras de nosso Senhor.   

Êxodo Capítulo 7                                      

"...Uma fé baseada em milagres terá sempre esse risco, pois satanás sabe bem como exercer fascínio em seus súditos, realizando os desejos de seus corações com fama, grandeza e glória neste mundo".

Êx.7:1a3 – “Então disse o SENHOR a Moisés: Eis que te tenho posto por deus sobre Faraó, e Arão, teu irmão, será o teu profeta”. Moisés, na qualidade de porta-voz de Deus falaria com autoridade e poder. “Teu profeta”- Arão, porta-voz de Moisés, tinha por missão anunciar a mensagem com exata precisão conforme recebida do Senhor. “Tu falarás tudo o que Eu te ordenar....... Eu porém endurecerei o coração de Faraó”. Existem dois princípios básicos e elementares da profecia, contidos nesta ordem do Senhor:



- O profeta tem que ser fiel ao texto, não há espaço para criação humana.

- O resultado da profecia depende de Deus e é inteira responsabilidade dEle, Ele endurece ou amolece os corações. Manipular a mensagem pensando em resultados significa desonrar a Deus. Se Deus estivesse preocupado com números, a Porta não seria estreita.



Êx.7:4 – “As minhas hostes, o meu povo” – Para Deus Israel não era simplesmente um bando de escravos empobrecidos e açoitados. Na extrema fraqueza dos homens, Deus via o Seu exército, as Suas hostes. “.......farei sair, o meu povo, com grandes manifestações de julgamento”. Este será, talvez, o prefácio que acompanhará o arrebatamento da Igreja nos dias da grande tribulação em que toda a terra será julgada.



Êx.7:5 – “Saberão os egípcios que Eu Sou o Senhor” – Há algo de sublime nestas palavras, Deus queria que soubessem acerca do senhorio e do poder que somente a Ele pertence, porém, essa demonstração não levaria à conversão, mas apenas ao juízo, ainda que alguns egípcios tenham saído junto com os israelitas, grande parte deles morreram debaixo das pragas.



Êx.7:9a13 – “Quando faraó vos disser: Fazei milagres que vos acreditem”. Estes milagres podem ter tido algum efeito sobre faraó, mas logo em seguida, os magos do Egito (Janes e Jambres) “fizeram também o mesmo com as suas ciências ocultas”. Desta forma, a crença de faraó, que se baseava no sobrenatural e nos milagres, encontrou na magia sua satisfação e rejeitou a fé no invisível. Uma fé baseada em milagres terá sempre esse risco, pois satanás sabe bem como exercer fascínio em seus súditos, realizando os desejos de seus corações com fama, grandeza e glória neste mundo.



Janes e Jambres, os inimigos de Deus. Só podemos saber acerca desses magos e encantadores, porque o Espírito Santo nos revela nas cartas de Paulo a Timóteo:

 IITm3.:8 - Como Janes e Jambres se opuseram a Moisés, esses também resistem à verdade. A mente deles é depravada; são reprovados na fé.



Janes e Jambres se opuseram a Moisés e resistiram à Verdade, suas mágicas e encantamentos, cegaram faraó, obstruíram a Verdade, fascinaram os homens, estimularam a mente depravada e provocou a definitiva reprovação na fé. O Apóstolo Paulo nos diz que em nossos dias (IITm.3:1a5), ou seja, “nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis, pois os homens serão amantes de si mesmos”, homens preocupados com a glória e o reconhecimento pessoal, homens que usam as coisas Santas, a Igreja e a própria Palavra para realizarem milagres falsos, avivamentos gerados na emoção carnal. Assim, os Janes e Jambres de nossos dias estão realizando as suas magias em nome do evangelho, mas no fim, os sinais que realizam nada mais são do que pedra de tropeço aos Eleitos do Senhor. Seus grandes templos, rede de televisão e poderes temporais não passam de juízo de Deus àqueles que por medo da perseguição e da perda neste mundo buscam um evangelho de facilidades e de porta larga. O conselho de Paulo é claro: “....foge destes.....”



Êx.7:14a25 – “.....O Senhor, o Deus do hebreus, me enviou a ti para te dizer: Deixa ir o meu povo, para que me sirva no deserto.....”. Algo de maravilhoso precisa ser realçado acerca da Vontade perfeita e imutável do Senhor. Primeiro, “deixa ir meu povo”. O Senhor jamais receberá o culto dentro do Egito, Ele deseja a saída do povo, Ele mesmo diz: “O Deus dos Hebreus”, o Deus dos peregrinos, o Deus de um povo que está de passagem neste mundo. Em segundo lugar, neste mundo, há um ponto que todo adorador deve saber: Deus escolhe o local da adoração; “para que me sirva no deserto”. O Senhor estabeleceu a forma e o local e como diz a Oséias (2:14): “....Eis que eu a atrairei (Igreja), e a levarei para o deserto e lhe falarei ao coração”.


Jamais ouviremos ao Senhor no Egito, mas sempre poderemos assistir aos shows, entretenimentos, encantos, milagres e magias dos profetas Janes e Jambres que insistem em seduzir  e cegar a todos os que se recusaram a sair.... 

Êxodo Capítulo 8                                      

"...passado o sofrimento e o castigo, logo a pessoa volta às suas antigas práticas".

Êx.8:1 – “O Senhor falou a Moisés: Vá ao faraó e diga-lhe que assim diz o Senhor: Deixe o meu povo ir para que me preste culto”. O Senhor insiste no princípio elementar para o Seu culto, o povo deve deixar Egito, o culto a Ele aceitável terá sempre esta característica.

Êx.8:4 - “As rãs subirão em você, em seus conselheiros e em seu povo". Esta é a sentença do Senhor sobre toda a desobediência, uma praga que sobe das águas, infesta o corpo todo sem deixar que nada escape.

Êx.8:7 - “Mas os magos fizeram a mesma coisa por meio das suas ciências ocultas: fizeram subir rãs sobre a terra do Egito”. Nesta passagem, vemos um ensino muitíssimo importante acerca do poder de satanás, da distância que o Senhor permite a ele percorrer nos caminhos da imitação. Como dizia Lutero: “Satanás é o macaco de imitação de Deus”. E isto tem sido uma ardilosa ferramenta do inimigo de nossas almas em toda a história da Igreja. É importante notarmos o tipo de imitação que o Senhor permitiu ao inimigo, ou seja, ele poderia imitar a praga, mas não poderia impedir a praga, pois, certamente, os egípcios ficariam bem mais felizes com o desaparecimento das rãs e não com o seu aumento. Mas isso, somente o Senhor poderia fazer, depois da oração do Seu servo Moisés, testificando o fato de que somente o poder vindo do Senhor aplaca a ira do Senhor sobre a terra.

Êx.8:9 - Moisés disse ao faraó: "Tua é a honra de dizer-me quando devo orar por ti, por teus conselheiros e por teu povo para que tu e tuas casas fiquem livres das rãs e sobrem apenas as que estão no rio". A faraó foi dada a oportunidade de arrependimento, de pedir oração, de cessar o juízo. A honra de clamar por misericórdia ao Deus vivo. Sabemos porém, que sem a ação do Espírito Santo amolecendo o coração, o suposto arrependimento é apenas palha e, passado o sofrimento e o castigo, logo a pessoa volta às suas antigas práticas, exatamente como procedeu faraó. “Mas quando o faraó percebeu que houve alívio, obstinou-se em seu coração e não deu mais ouvidos a Moisés e a Arão, conforme o Senhor tinha dito” (Êx. 8:15).

Êx.8:16 - Então o Senhor disse a Moisés: "Diga a Arão que estenda a sua vara e fira o pó da terra, e o pó se transformará em piolhos por toda a terra do Egito". Desta vez, sem aviso prévio ou advertência, o Senhor despeja a terceira praga para que toda a dúvida, acerca da majestade D’Aquele que ordenara os acontecimentos fosse dissipada, pois......

Êx.8:18,19 – “E fizeram os magos, o mesmo com suas ciências ocultas a fim de produzirem piolhos, porém não puderam .......então disseram.........isto é o dedo de Deus”. Até mesmo os magos (Janes e Jambres) que tanto resistiram a Moisés, tiveram que reconhecer que estavam diante do verdadeiro Deus e que os ídolos do Egito jamais poderiam se opor a Ele. Ainda assim, para que se cumprissem os desígnios do Senhor, que havia de ser glorificado na teimosia de faraó (Rm.9:17), este não se arrependeu.

Êx.8:20a24 – “.....deixa ir o Meu povo....... do contrário...... enviarei enxames de moscas..... e as casas dos egípcios se encherão destes enxames..... naquele dia separarei a terra de Gósen, em que habita o meu povo, para que nela não haja enxames de moscas, e saiba que Eu Sou o Senhor no meio desta terra. Farei distinção entre o meu povo e o teu povo......”. “Eu Sou o Senhor desta terra”, e de toda a terra e de todo o universo; esta clara mensagem esclarecia, mais uma vez, que os deuses do Egito nada eram diante do Deus Verdadeiro, o Deus de Israel. “Farei distinção”... é assim que o Senhor sempre tratará o Seu povo, o Seu povo é povo escolhido, povo distinto, povo separado, não por mérito, mas por graça e, este povo, será protegido de todos os flagelos que ainda virão sobre a terra prestes a ser julgada na segunda vinda do Senhor Jesus.

Êx.8:25 – “.......Oferecei sacrifícios ao vosso Deus nesta terra”. Vemos aqui todo o ardil e a astúcia de satanás, pois ele não se importa que haja o culto a Deus, desde que seja nesta terra, desde que seja terreno, humano, carnal. A grande maioria dos cultos que, em nossos dias têm sido oferecidos a Deus, não ofendem aos interesses de satanás, pois não deixam de romper com a terra, com o mundo e seus costumes, antes, não passam de adaptações do Egito dentro da Igreja.

Êx.8:26 – “Respondeu Moisés: Não convém que façamos assim, pois ofereceríamos ao Senhor, nosso Deus, sacrifícios abomináveis aos egípcios”. Os egípcios odeiam o verdadeiro sacrifício, o verdadeiro culto, é abominável para eles; Eles gostam do mundanismo, gostam do que está na moda, daquilo que é agradável aos sentidos da carne. Muitos líderes do movimento de crescimento de Igreja tem se disposto a oferecer um culto que agrade aos egípcios, um culto que não ofenda a carne, não desmascare os seus interesses, mas que, também, nunca será sacrifício de louvor e cheiro suave ao nosso Deus. “.....tais sacrifícios perante seus olhos, não nos apedrejariam eles?” Os animais que seriam mortos nos sacrifícios feitos ao Deus vivo, provavelmente, eram animais sagrados para os egípcios que, certamente, matariam os judeus. Não seria este um aviso solene a todo o cristão que deseja tornar o culto a Deus agradável aos mundanos? Oferecer shows e danças nos palcos das Igrejas onde, antes, deveriam ser pregadas mensagens de arrependimento e morte da carne?

Êx.8:28 - Disse o faraó: "Eu os deixarei ir e oferecer sacrifícios ao Senhor seu Deus no deserto, somente que, saindo, não vades muito longe; orai também por mim". Mais uma vez, satanás se agarra a qualquer quimera, ele pode deixar o povo cultuar, mas não pode ser muito longe de seus domínios, não muito longe da sua cultura e de suas terras.

Êx.8:29a31 – “Respondeu-lhe Moisés: ...... orarei ao Senhor...... somente que faraó não mais me engane, não deixando ir o povo........ mas ainda esta vez endureceu faraó o coração e não deixou ir o povo”. Moisés aprendera a conhecer os ardis da serpente, sabia que o engano e a mentira sempre estariam nas palavras dela. Assim, certamente, faraó não cumpriria sua parte no acordo, bastou cessar a praga e ele se resignou e se auto-convenceu de que Deus não o julgaria. Assim é, exatamente, o coração de todos aqueles que, após verem todos os sinais de Deus na natureza e na criação, ainda insistem em achar que tudo não passa de coincidência e que jamais precisarão prestar contas ao Senhor de todos seus atos de impiedade.

Êxodo Capítulo 9                                      

"...a conversão não depende de evidência ou sinais e sim do poder persuasivo pertencente unicamente ao nosso Deus".

Êx.9:1a3 – “.....eis que a mão do Senhor será sobre o teu rebanho, que está no
campo.......”. Esta distinção entre os animais que sobreviveriam (os que estivessem nos estábulos) e os animais que seriam atingidos pela praga (os que estivessem nos campos), foi a forma maravilhosa que o Senhor utilizou para deixar claro diante dos egípcios o controle absoluto que o Senhor possui de todas as circunstâncias. A praga se estenderia exatamente onde, quando e como o Senhor havia estabelecido, mostrando a completa diferença entre o Senhor e os falsos deuses dos egípcios, sendo que muitos desses deuses eram representados em figuras de animais.

Êx.9:4 – “E o Senhor fará distinção entre os rebanhos de Israel e o rebanho do Egito.....”. Mais uma vez, o extremo controle da praga que se abateria sobre os animais, realça a grandeza do Senhor e seu domínio sobre vírus, bactérias e qualquer que fossem os microorganismos causadores dessas pragas e doenças mortais. “O Senhor faz distinção” de tudo o que pertence ao Seu povo:
“.......ouvem a Sua voz, e chama pelo nome às suas ovelhas, e as traz para fora. E, quando tira para fora as suas ovelhas, vai adiante delas, e as ovelhas o seguem, porque conhecem a sua voz....Eu Sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas e elas me conhecem a Mim” (João10:3e4). O Senhor tem um relacionamento especial e íntimo com Seu povo; os filhos do mundo não podem participar disso. “Respondeu-lhes Jesus: Já vo-lo tenho dito, e não o credes. As obras que eu faço, em nome de meu Pai, essas testificam de mim. Mas vós não credes porque não sois das minhas ovelhas, como já vo-lo tenho dito” (João10:25e26). Só existem duas categorias de pessoas sobre a terra: Aquelas que ouvem e aquelas que não podem ouvir a Voz do Senhor e, certamente, deveríamos nos preocupar em saber a qual pertencemos.
Êxodo 9:6e7 – “E o SENHOR fez isso no dia seguinte, e todo o gado dos egípcios morreu; porém do gado dos filhos de Israel não morreu nenhum. E Faraó enviou a ver, e eis que do gado de Israel não morrera nenhum; porém o coração de Faraó se agravou, e não deixou ir o povo”. É humanamente inexplicável, mas nem todos os sinais e prodígios podem amolecer um coração que o Senhor mesmo endureceu.
Êxodo 9:8a12 – “E eles tomaram a cinza do forno, e puseram-se diante de Faraó, e Moisés a espalhou para o céu; e tornou-se em sarna, que arrebentava em úlceras nos homens e no gado; De maneira que os magos não podiam parar diante de Moisés, por causa da sarna; porque havia sarna nos magos, e em todos os egípcios. Porém o SENHOR endureceu o coração de Faraó, e não os ouviu, como o SENHOR tinha dito a Moisés”. Dois aspectos interessantes do juízo de Deus são aqui expressos; Primeiramente, o fato de que, dos mesmos fornos em que os egípcios oprimiram e exploraram os judeus saiu o fino pó de cinza que tantos males físicos causou aos egípcios. Um segundo aspecto, foi que toda a magia e encantamento dos magos do Egito não foi sequer capaz de mantê-los em pé, pois foram tão afetados físico e mentalmente que nem ainda podiam permanecer na corte de faraó. “Porém o Senhor endureceu o coração de Faraó....”. Em tudo isso, podemos ver que, mesmo o coração do mais ímpio pecador está sob o domínio soberano do Espírito do Senhor e, a conversão não depende de evidência ou sinais e sim do poder persuasivo pertencente unicamente ao nosso Deus.
Êxodo 9:13a16 – “Então disse o SENHOR a Moisés: Levanta-te pela manhã cedo, e põe-te diante de Faraó, e dize-lhe: Assim diz o SENHOR Deus dos hebreus: Deixa ir o meu povo, para que me sirva; Porque esta vez enviarei todas as minhas pragas sobre o teu coração, e sobre os teus servos, e sobre o teu povo, para que saibas que não há outro como eu em toda a terra. Porque agora tenho estendido minha mão, para te ferir a ti e ao teu povo com pestilência, e para que sejas destruído da terra; Mas, deveras, para isto te mantive, para mostrar meu poder em ti, e para que o meu nome seja anunciado em toda a terra”. Aqui podemos ver o Senhor falando: “As minhas pragas...... sobre o teu coração”. O Senhor controla a natureza, as doenças, os animais, os insetos, os vermes e tudo o que há sobre a terra; Todos os egípcios viram este fato, mas Faraó, em especial, sentiu em seu coração todo o poder daquelas pragas que humilharam e aterraram a força de sua soberba rebelde contra o Senhor.
Mas, deveras, para isto te mantive, para mostrar meu poder em ti....”. Nesta frase o Senhor deixa claro que as autoridades humanas, os principados, as potestades, as instituições humanas, tudo, absolutamente tudo, está sob domínio e controle do Senhor (Rm.13:1), jamais devemos ser rebeldes àquilo que o Senhor instituiu. Faraó precisava saber que ele só estava no ofício de Faraó porque o Senhor assim o quis.
Êxodo 9:17a24 – “Tu ainda te exaltas contra o meu povo, para não o deixar ir?......enviarei enxames de moscas......separarei a terra  de Gósen, onde habita o meu povo, para que nela não haja enxames de moscas, e saiba que EU SOU o Senhor no meio desta terra”. O claro ensino do Senhor acerca de Sua soberania sobre todo o universo e também sobre toda terra, mesmo a terra que esteja sob suposto domínio de homens ímpios e desconhecedores do Deus vivo.
Êxodo 9:25a32 – “Ide, oferecei sacrifícios ao vosso Deus nesta terra”. Eis a astúcia de satanás, ele não se importará que façamos culto ao nosso Deus, desde que ele possa dar algumas poucas sugestões acerca do modo e do “local”; mas o servo diligente do Senhor jamais dará ouvidos à serpente, o culto ao Senhor não se faz no Egito, não utiliza os meios e nem os princípios do Egito. O Culto ao Senhor passa pelo “Caminho de três dias”. Caminho de morte e ressurreição, de saída do mundo, caminho que atravessa o Jordão e faz altar em Canaã.
Então, disse Faraó: Deixar-vos-ei ir, para que ofereçais sacrifícios ao Senhor, vosso Deus, no deserto; somente que, saindo, não vades muito longe; orai também por mim”. Óh, quão astuta é a velha serpente, satanás até pode permitir um culto no deserto, mas ele faz uma exigência, que não seja muito longe das fronteiras do “seu mundo”, que ele possa ainda ter um ponto de contato, um dedinho de influência, uma pequena participação; tudo o que ele mais teme e jamais suportará, é uma completa ruptura, isso jamais, isto ele teme, pois sabe que uma Igreja que jamais tem coragem de ficar longe das fronteiras do mundo, sempre estará perto o suficiente de suas influências e sugestões.

Mas ainda esta vez endureceu Faraó o coração e não deixou ir o povo”. 

Êxodo Capítulo 10                                     

"A grande verdade que todo servo do Senhor deve saber é que o Egito não é bom lugar para se guardar nada daquilo que pertence ao Senhor, sejam pessoas, sejam bens, tudo o que pertence ao Senhor deve ser separado do Egito".


Êxodo 10:1 – “DEPOIS disse o SENHOR a Moisés: Vai a Faraó, porque tenho endurecido o seu coração, e o coração de seus servos, para fazer estes meus sinais no meio deles, e para que contes aos ouvidos de teus filhos, e dos filhos de teus filhos, como zombei dos egípcios, e quantos prodígios fiz no meio deles, e para que saibais que Eu Sou o SENHOR”. O Senhor deixa claro que está escrevendo uma história e que, através dela, está se apresentando a Seus filhos, aos descendentes de Israel, ao povo de Deus. Aqui, o Senhor mostra Seu caráter, seu modo de agir e Sua forma de tratar Seus remidos e também os ímpios que a Ele se opõem. Assim como Judas, Faraó foi escolhido pelo Senhor a fim de mostrar o Seu domínio e sua firme conduta sobre toda história.

Êxodo 10:3 – “Assim foram Moisés e Arão a Faraó, e disseram-lhe: Assim diz o SENHOR Deus dos hebreus: Até quando recusarás humilhar-te diante de mim? Deixa ir o meu povo para que me sirva”. Uma aparente contradição se encontra nesta pergunta, “até quando”? Pois vemos que no versículo um, o Senhor diz que endureceria o coração de Faraó para não deixar ir o povo; então qual o sentido da pergunta de Moisés? Até quando Faraó NÃO deixaria ir o povo? A resposta é simples, até quando Deus quiser. O coração de Faraó, ainda que este não soubesse, sempre esteve nas mãos do Senhor (Pv.21:1). Aqui vemos um aparente paradoxo, pois Faraó tinha total responsabilidade por seus atos, ainda que não tivesse controle sobre eles. Algo que a mente humana não pode perscrutar ou entender, mas deve crer, pois Faraó, mesmo não tendo a liberdade de escolha, teve responsabilidade sobre tudo aquilo que escolheu..... e, como diria o Apóstolo Paulo: “Haverá injustiça da parte de Deus? De modo nenhum! Pois Ele diz a Moisés: Terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia e compadecer-me-ei de quem me aprouver ter compaixão” (Rm.9:14).

Êxodo 10:7 – “E os servos de Faraó disseram-lhe: Até quando este homem nos há de ser por laço? Deixa ir os homens, para que sirvam ao SENHOR seu Deus; ainda não sabes que o Egito está destruído?” Mesmo os servos de Faraó já haviam percebido a grande tolice que era resistir à Vontade do Senhor, a lógica simples podia mostrar que não valia a pena manter os escravos egípcios....... mas Faraó não podia ceder, não podia mudar a sentença, pois uma força irresistível lhe ENDURECERA o coração.

Êxodo 10:8a11 – “Então Moisés e Arão foram levados outra vez a Faraó, e ele disse-lhes: Ide, servi ao SENHOR vosso Deus. Quais são os que hão de ir? ....... Não será assim; agora ide vós, homens, e servi ao SENHOR; pois isso é o que pedistes. E os expulsaram da presença de Faraó”. Vejamos com que perseverança disputou satanás cada palmo do caminho de Israel para fora do Egito! Em primeiro lugar procurou mantê-los no país (Ex.8:25); então diligenciou tê-los perto do país (Ex.8:28); depois esforçou-se para reter parte do povo (Ex.10:10); e, por fim, depois de haver falhado nestas três tentativas, esforçou-se para fazê-los partir  sem meios alguns para servir ao Senhor, sem os animais para o sacrifício (Ex.10:24). Já que não podia reter os servidores procurava ficar com os meios que eles tinham para servir, pensando em obter os mesmo resultados por um meio diferente. Assim como satanás, em países livres de perseguição, como o Brasil, não fica nenhum pouco preocupado com a multiplicação de Igrejas, desde que ele já tenha, há muito, tirado delas os meios reais de servir ao Senhor. E, agora, o que eles oferecem como culto, não passa de palha trazida do Egito, não trazendo, portanto, a devida glória requerida pelo Senhor da Igreja.
Mas a resposta de Moisés, certamente fora muito diferente daquilo que satanás esperava obter:

Êxodo 10:26 – “E também o nosso gado há de ir conosco, nem uma unha ficará; porque daquele havemos de tomar, para servir ao SENHOR nosso Deus; porque não sabemos com que havemos de servir ao SENHOR, até que cheguemos lá”. A grande verdade que todo servo do Senhor deve saber é que o Egito não é bom lugar para se guardar nada daquilo que pertence ao Senhor, sejam pessoas, sejam bens, tudo o que pertence ao Senhor deve ser separado do Egito.

Não sabemos com que havemos de servir ao SENHOR” ........ A grande verdade que precisamos compreender é que, quando damos início ao caminho de três dias pelo deserto, ainda não sabemos o que mais o Senhor exigirá de nós, a única coisa que nos tem sido revelado é que “aquele que tem posto a mão no arado e olha para trás, não é digno do Reino”.

Até que cheguemos lá” ..... Quer dizer que não sabiam quais eram suas responsabilidades e nem as exigências de Deus até que tivessem andado o “caminho de três dias”. Estas coisas não podiam ser conhecidas no meio da atmosfera corrompida do Egito. É indispensável que a redenção seja conhecida como um fato consumado antes que se possa ter uma percepção justa ou completa da responsabilidade. Tudo isso é perfeito e belo. “Se alguém quiser fazer a Vontade Dele, pela mesma doutrina, conhecerá se ela é de Deus” (Jo.7:17). É necessário que, por meio do poder da morte e ressurreição estejamos fora do Egito. É quando ocupamos o nosso lugar, pela fé, nesses átrios gloriosos em que o precioso sangue de Cristo nos colocou que podemos compreender mais completamente a Boa Vontade do nosso Senhor e nos é dado o poder para cumprir.


Êxodo 10:27 – “O SENHOR, porém, endureceu o coração de Faraó, e este não os quis deixar ir”. Ainda que toda a lógica e todos os conselheiros de sua corte dissessem para deixar ir o povo de Deus, ainda assim, Faraó não podia resistir Àquele que controla os corações, não podia dar uma ordem contrária àquela estabelecida antes da fundação do mundo. Ele teria de cumprir os desígnios para os quais fora “levantado” (Ex.9:16). Ainda que fosse contra toda sensatez e lógica humana.

Êxodo Capítulo 11                                     

"...a vontade de todo homem, em última instância, seja ele rei ou servo, sempre estará sob o controle da Mão poderosa do Senhor".

Êx.11:1a5 – “Disse o Senhor a Moisés: Ainda mais uma praga trarei sobre Faraó e sobre o Egito. Então, vos deixará ir daqui;” – Esta incrível previsão do Senhor, mostra o inteiro e absoluto domínio e controle que o Senhor sempre teve de toda a situação pois, a decisão de Faraó em deixar o povo ir, jamais foi sua própria decisão, mas apenas manifestação de um decreto feito pelo Senhor antes da eternidade. Também Moisés, jamais poderia pensar que seus argumentos ou atitudes, em algum momento, pudesse ter sido a causa da mudança ocorrida no coração de Faraó ao deixar ir o povo.

“....... e o Senhor fez com que o Seu povo encontrasse favor da parte dos egípcios..........”. Esta incrível operação do Senhor, confunde, totalmente, qualquer explicação de sabedoria humana, pois os egípcios, que acabaram de perder seus filhos primogênitos e que possuíam todas as razões do mundo para odiar os judeus, agora teriam suas vontades inclinadas, pela poderosa Mão do Senhor a dar joias caras e presentes aos filhos de Israel. Deixando bem claro, mais uma vez, que a vontade de todo homem, em última instância, seja ele rei ou servo, sempre estará sob o controle da Mão poderosa do Senhor.

Êx.11:4a8 – “Disse mais Moisés: Assim o SENHOR tem dito: À meia noite eu sairei pelo meio do Egito; E todo o primogênito na terra do Egito morrerá, desde o primogênito de Faraó, que haveria de assentar-se sobre o seu trono, até ao primogênito da serva que está detrás da mó, e todo o primogênito dos animais........porém contra nenhum dos filhos de Israel....... nem ainda um cão rosnará”. Para que possamos entender a gravidade desta praga e o quanto ela afetou toda vida familiar, econômica e cultural do Egito, nós precisamos saber que, para eles, o filho mais velho herdava porção dobrada dos bens paternos e representava qualidades especiais de vida e força. O filho primogênito ascenderia ao trono e daria continuidade à dinastia; de tal forma, que a morte de todo o primogênito, de maneira tão sobrenatural e distintiva,  que não afetou nenhuma família israelita, causou, não só comoção e espanto, mas profundo pavor em toda a nação.

Êx.11:9 – “.....para que as minhas maravilhas se multipliquem na terra do Egito”. Vemos neste capítulo duas declarações interessantes acerca da glória e domínio que ao Senhor pertence. Primeiro Ele fala que Suas maravilhas deveriam se tornar notórias, depois, o texto também nos diz que Moisés “era mui famoso na terra do Egito” (11:3). E qual a razão do Senhor permitir que Seus feitos, Seus milagres, Sua Palavra e até Seu servo Moisés se tornassem tão conhecidos dentro do Egito? Teria o Senhor o desejo de levar muitos Egípcios à conversão? Nós podemos ver que, quando os israelitas deixaram o Egito, “subiu também com eles um misto de gente, ovelhas, gado, muitíssimos animais”. Sabemos que este misto de gente se refere aos egípcios, então podemos deduzir que eles se converteram ao Deus de Israel? Tornaram-se povo do Senhor após todos os milagres que viram? Teriam os milagres o objetivo de levar os egípcios ao arrependimento e fé?

Quando lemos o livro de Números, vemos que esse povo veio a ser grande causa de tropeço, problemas e revoltas no meio do povo de Deus. Números 11:4 – “E o vulgo, que estava no meio deles, veio a ter grande desejo; pelo que os filhos de Israel tornaram a chorar, e disseram: Quem nos dará carne a comer?” Eles causaram a morte de muitos dentre o povo quando incitaram o coração do povo contra o Senhor.

A pergunta que a nós cabe encontrar a resposta é: Todos os sinais, maravilhas, prodígios realizados pelo Senhor, na terra do Egito, tinha por objetivo conduzir a conversões, ou apenas demonstrar o juízo do Senhor sobre toda a impiedade e sobre aqueles que Romanos 1:18a21 – “Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda a impiedade e injustiça dos homens, que detêm a verdade em injustiça. Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou. Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis; Porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu”.

A pergunta que deixo aqui é: Quando Moisés pregava a Palavra de Deus a Faraó, ele tinha por objetivo convencer Faraó, ou seu objetivo era declarar a glória de Deus, a majestade e soberania do Senhor, independente do resultado ante os olhos dos homens?

O desafio que aqui deixo para todo pregador do evangelho é, você prega para glorificar a Deus ou para ser aceito pelos homens e aumentar seu número de ouvintes?

Vejamos o resultado que Moisés obteve com sua pregação e ter sido fiel à mensagem ordenada pelo Senhor:

Êxodo 11:10 – “E Moisés e Arão fizeram todas estas maravilhas diante de Faraó; mas o SENHOR endureceu o coração de Faraó, que não deixou ir os filhos de Israel da sua terra”.
Será que estamos preparados para receber o fracasso de nossa mensagem quando o desígnio do Senhor for uma pregação como a de Isaías?

Isaías 63:17 – “Por que, ó SENHOR, nos fazes errar dos teus caminhos? Por que endureces o nosso coração, para que não te temamos? Volta, por amor dos teus servos, às tribos da tua herança”.

Isaías 6:8a10 – “Depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Então disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim. Então disse ele: Vai, e dize a este povo: Ouvis, de fato, e não entendeis, e vedes, em verdade, mas não percebeis. Engorda o coração deste povo, e faze-lhe pesados os ouvidos, e fecha-lhe os olhos; para que ele não veja com os seus olhos, e não ouça com os seus ouvidos, nem entenda com o seu coração, nem se converta e seja sarado”.

Êxodo Capítulo 12                                     

"Nada há para se contar ou considerar daqueles anos que deixamos para trás, daquele tempo passado no Egito".

Êxodo 12:1e2 – “E FALOU o SENHOR a Moisés e a Arão na terra do Egito, dizendo: Este mesmo mês vos será o princípio dos meses; este vos será o primeiro dos meses do ano”. Esta será sempre a sublime declaração do Senhor acerca de Seus filhos, pois todo aquele que é adotado na família de Deus, todo aquele que passa à condição de Filho de Deus, nasceu de novo, foi arrancado do Egito; sua nova vida é uma ruptura completa com o passado, seu tempo de vida passa a ser contado a partir do zero. “Este mesmo mês será o princípio”. Nada há para se contar ou considerar daqueles anos que deixamos para trás, daquele tempo passado no Egito.

Êxodo 12:3e4 – “Falai a toda a congregação de Israel, dizendo: Aos dez deste mês tome cada um para si um cordeiro, segundo as casas dos pais, um cordeiro para cada família. Mas se a família for pequena para um cordeiro, então tome um só com seu vizinho perto de sua casa, conforme o número das almas; cada um conforme ao seu comer, fareis a conta conforme ao cordeiro”. Este cordeiro, que prefigurava o Senhor, cujo sangue nos protege da ira de Deus a ser derramada sobre todo o mundo, possuía características singulares ordenadas pelo Senhor: Deveria ser sem defeito algum, deveria ser o melhor do rebanho, ser um por família, nada deveria sobrar, cada pedaço calculado para o número de pessoas presentes, não poderia sobrar e nem faltar e cada um deveria comer o suficiente para saciar sua necessidade.

Lições importantes acerca da economia de Deus podem ser aprendidas aqui. O sangue e a carne foram calculados pelo número de pessoas a serem salvas e a comerem daquele banquete.“Conforme o número de almas”, há algo de muito específico aqui. Nem todos poderiam comer, também não haveriam sobras para quem quisesse...... a carne e a expiação eram limitadas, Aqueles que o Senhor havia escolhido comeriam dela. Seguindo esta tipologia, muito se tem dito acerca do sacrifício do Cordeiro de Deus; Teria Ele feito um sacrifício representativo por “todo” homem que quiser participar, ou teria Ele feito um sacrifício substitutivo em prol de um número limitado de Eleitos, escolhidos e ordenados por Deus?

Êxodo 12:5e6 – “O cordeiro, ou cabrito, será sem mácula, um macho de um ano, o qual tomareis das ovelhas ou das cabras. E o guardareis até ao décimo quarto dia deste mês, e todo o ajuntamento da congregação de Israel o sacrificará à tarde”. O cordeiro estava guardado até o dia determinado; e não foi exatamente assim com nosso Senhor, que desde a eternidade foi sacrificado por nós?

I Corintios 5:7 – “...assim como estais sem fermento. Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós”.

I Pedro 1:18a20 – “Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que por tradição recebestes dos vossos pais, mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado, O qual, na verdade, em outro tempo foi conhecido, ainda antes da fundação do mundo, mas manifestado nestes últimos tempos por amor de vós”.

Muitos hão de dizer que a queda do homem foi uma grande surpresa para Deus e que O Senhor confiava no homem e ficara grandemente decepcionado com seu fracasso. Mas este pensamento é um completo desconhecimento da Soberania, Graça e Glória do Nosso Deus. Ele não salvou os homens como um plano B para solucionar o fracasso da Sua criação. NÃO, De forma alguma! Jamais será esta a verdade. Nosso Soberano Deus planejou uma humanidade à semelhança de Seu Filho ressurreto da morte e da vitória sobre o pecado. Por isso, Sua Igreja será uma noiva ressurreta, transformada, limpa, purificada Neste sangue, tudo conforme Seu plano redentor formulado muito antes de haver pecado, mas que o pecado serviu de disciplina e correção para que toda mente cativa ao Senhor aprendesse a jamais confiar em si mesmo, mas somente na providência de seu Salvador.

Êxodo 12:7a9 – “E tomarão do sangue, e pô-lo-ão em ambas as ombreiras, e na verga da porta, nas casas em que o comerem. E naquela noite comerão a carne assada no fogo, com pães ázimos; com ervas amargosas a comerão. Não comereis dele cru, nem cozido em água, senão assado no fogo, a sua cabeça com os seus pés e com a sua fressura”. “Naquela noite”- Uma representação do perfeito sacrifício do Senhor, apena uma noite, apenas uma vez, uma provisão suficiente para toda uma vida. “Pães ázimos”- pães sem qualquer fermento, sem qualquer contaminação com o mundo e com os costumes do Egito. Como disse o Senhor: “Acautelai-vos do fermento dos fariseus” (Mt.16:6). “Ervas amargosas”- Certamente, em nosso paladar, a saída e as perdas de tudo aquilo que deixamos no Egito pode ter uma sabor amargo em seu início, mas conduz à Canaã celestial e à verdadeira vida.

Êxodo 12:10 – “E nada dele deixareis até amanhã; mas o que dele ficar até amanhã, queimareis no fogo”. Não haveria excesso e nem sobras. Nada seria deixado para os Egípcios e também nada ficaria de sobra para ser acrescentado àquela obra feita uma única vez, numa única noite, com suficiente poder para uma completa libertação e salvação de todo povo Eleito do Senhor. 

Êxodo Capítulo 12 Parte II                         

"...todo aquele que come da carne do cordeiro de Deus e bebe do Seu sangue, já se despediu deste mundo com seus valores e princípios".

Êxodo 12:11 – “Assim pois o comereis: Os vossos lombos cingidos, os vossos sapatos nos pés, e o vosso cajado na mão; e o comereis apressadamente; esta é a páscoa do SENHOR”. A páscoa representa, sempre, não só a comunhão restaurada com Deus através do sangue derramado, mas também a apressada saída do Egito. Uma saída apressada, sem volta e sem arrependimento. Quando nosso Senhor esteve neste mundo, para ser o nosso Cordeiro Pascal, Ele mesmo disse a Seus discípulos: “Isto é o meu sangue, o sangue da nova aliança, derramado em favor de muitos, para remissão de pecados. E digo-vos que, desta hora em diante, não beberei deste fruto da videira, até aquele dia em que hei de beber, novo, convosco no reino de meu Pai” (Mt.26:28,29). Ele estava partindo deste mundo, fazia Sua ultima ceia antes da Cruz, era o primeiro dia da festa dos pães Asmos, que durava uma semana, do dia 15 a 21 do mês de Nisã (março/abril). É preciso que compreendamos este sentido da páscoa, pois todo aquele que come da carne do cordeiro de Deus e bebe do Seu sangue, já se despediu deste mundo com seus valores e princípios.

Pães Asmos e as Ervas amargas – Uma tremenda lição acerca de como deve ser comida a páscoa; Os pães Asmos eram pães sem fermento, não eram levedados, não cresciam como as massas misturadas à levedura. Em toda a Escritura o fermento é comparado a algo que contamina e faz crescer:

Mateus 16:6e11 - E Jesus disse-lhes: Adverti, e acautelai-vos do fermento dos fariseus e saduceus. Como não compreendestes que não vos falei a respeito do pão, mas que vos guardásseis do fermento dos fariseus e saduceus?

O próprio Reino é comparado a algo que cresce e influencia a todos ao seu alcance:
Mateus 13:33 – “Outra parábola lhes disse: O reino dos céus é semelhante ao fermento, que uma mulher toma e introduz em três medidas de farinha, até que tudo esteja levedado”. O Senhor Jesus deixa claro que o Reino não pode ser detido em seu crescimento e em sua influência, não importa o quanto satanás se esforce, mas isso não anula a advertência solene da Páscoa: “A comunhão com o Senhor deve ter em sua mesa, o Cordeiro servido com erva amargas e pão sem fermento”. Longe da doutrina de homens, sejam fariseus, saduceus ou os modernos liberais.

Êx.12:13e14 – “..... ferirei na terra do Egito todos os primogênitos ........ O sangue vos será por sinal, na casa em que estiverdes; quando eu vir  o sangue....”. Ó sublime advertência temos aqui, o Senhor vê o sangue marcando e separando Seu povo dos demais. Vemos, claramente, que a casa era marcada e que aquele que dentro estivesse, estaria sob proteção, pois o Senhor protegeria os filhos de Abraão segundo a carne. Sabemos que na Nova Aliança, o Sangue do Cordeiro não é cotado por famílias ou por casa, mas é o selo individual que está posto sobre cada eleito, como disse o Senhor:

João 6:53a56 – “Jesus, pois, lhes disse: Na verdade, na verdade vos digo que, se não comerdes a carne do Filho do homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós mesmos. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Porque a minha carne verdadeiramente é comida, e o meu sangue verdadeiramente é bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele”. Por isso não temos o costume de batizar os bebês e nem admitir à ceia do Senhor aquelas pessoas que não fizeram um compromisso estreito com o Senhor Jesus e não tem a real percepção do sentido e valor da comunhão no Seu Sangue. Quem bebe desse cálice e come desse pão indignamente, certamente será réu de juízo.

Êx.12:14e16 – “Este dia vos será por memorial, e o celebrareis como solenidade ao Senhor....”. Aqui temos algo de sublime acerca da Ceia do Senhor, celebrada no domingo de Páscoa, uma solenidade a ser celebrada e rememorada por todo o povo de Deus sobre a terra. Desprezar o domingo, dia do Senhor, é franca desobediência. “Ao primeiro dia, haverá para vós outros santa assembleia”.

Êxodo 12:15 – “Sete dias comereis pães ázimos; ao primeiro dia tirareis o fermento das vossas casas; porque qualquer que comer pão levedado, desde o primeiro até ao sétimo dia, aquela alma será cortada de Israel”. O Senhor demonstra toda a seriedade no que tange ao fermento e sua contaminação inerente; a pureza doutrinária dos crentes é algo inegociável ao Senhor.

Êxodo 12:19e20 - Por sete dias não se ache nenhum fermento nas vossas casas; porque qualquer que comer pão levedado, aquela alma será cortada da congregação de Israel, assim o estrangeiro como o natural da terra. Nenhuma coisa levedada comereis; em todas as vossas habitações comereis pães ázimos.

Êxodo 12:22 – “......porém nenhum de vós saia da porta da sua casa até à manhã”. A casa estava protegida pelo sangue, isto simboliza com precisão a antiga Aliança de Deus com o povo de Israel; mas este não é o padrão para a Aliança de Deus com o gentios, pois nesta, o sangue está sobre cada cabeça e não sobre a casa.

Êxodo 12:24 – “Portanto guardai isto por estatuto para vós, e para vossos filhos para sempre”.

Êxodo 12:29 – “E aconteceu, à meia noite, que o SENHOR feriu a todos os primogênitos na terra do Egito, desde o primogênito de Faraó, que se sentava em seu trono, até ao primogênito do cativo que estava no cárcere, e todos os primogênitos dos animais”. Vemos que nenhuma exceção é feita sobre aqueles que, mesmo não sendo egípcios, estavam no Egito, mesmo que fosse apenas um prisioneiro pagando sua pena em algum calabouço; bastava estar no Egito e já era motivo suficiente para ser incluso no castigo.

Êxodo 12:35e36 – “Fizeram, pois, os filhos de Israel conforme à palavra de Moisés, e pediram aos egípcios jóias de prata, e jóias de ouro, e roupas. E o SENHOR deu ao povo graça aos olhos dos egípcios, e estes lhe davam o que pediam; e despojaram aos egípcios”. Como soldados que vencem uma grande batalha, assim os filhos de Israel saíram do meio do Egito levando os bens do povo derrotado e mostrando que a verdadeira e duradoura herança pertence unicamente ao povo de Deus.

Êxodo 12:38 – “E subiu também com eles muita mistura de gente......”. Esta sempre será a estratégia de satanás, percebendo que não pode impedir a saída do povo, então busca a mistura, busca a aliança, busca ter os seus instrumentos entremetidos em meio ao povo santo.

Êxodo 12:43e48 – “Disse mais o SENHOR a Moisés e a Arão: Esta é a ordenança da páscoa: nenhum estrangeiro comerá dela.........nenhum incircunciso”. Esta era uma solene advertência quanto a ceia do Senhor, ela não inclui os incircuncisos de coração.

Êxodo 12:46 – “O cordeiro há de ser comido numa só casa.....nem lhe quebrareis osso nenhum”. Este ensino solene fala de um cordeiro perfeito, sem mácula, sem defeitos físicos ou morais, esta era a exigência para o sacrifício perfeito exigido pelo Senhor, conforme vemos o seu verdadeiro cumprimento em João 19:31a33e36 – “Os judeus, pois, para que no sábado não ficassem os corpos na cruz, visto como era a preparação (pois era grande o dia de sábado), rogaram a Pilatos que se lhes quebrassem as pernas, e fossem tirados. Foram, pois, os soldados, e, na verdade, quebraram as pernas ao primeiro, e ao outro que como ele fora crucificado; Mas, vindo a Jesus, e vendo-o já morto, não lhe quebraram as pernas. Porque isto aconteceu para que se cumprisse a Escritura, que diz: Nenhum dos seus ossos será quebrado.


Êxodo 12:51 – “E aconteceu naquele mesmo dia que o SENHOR tirou os filhos de Israel da terra do Egito, segundo os seus exércitos”.

Êxodo Capítulo 13                                     

"...o trabalho do Senhor consiste justamente em quebrantar, esmigalhar, destruir, destroçar toda a vontade do homem natural para que esta seja, por completo, transformada em inteira submissão".


Êxodo 13:1-2 – “ENTÃO falou o SENHOR a Moisés, dizendo: Santifica-me todo o primogênito, o que abrir toda a madre entre os filhos de Israel, de homens e de animais; porque meu é”. O Senhor explica a Seu povo, o fato de que Ele estava gerando para Si um povo, um povo de propriedade exclusiva Dele, e ordena sinais externos para que todas as gerações dos filhos de Israel se lembrassem do pacto que alcançaram no Senhor.

Êxodo 13:3 – “Lembrai-vos deste mesmo dia, em que saístes do Egito....”. Nesta forma pedagógica do Senhor, Ele queria relembrar Seu povo acerca da grande e sobrenatural libertação que havia dado a eles, quando o Senhor veio, se apresentou a eles, salvou-os e se tornou o Deus deles. O Senhor estabelece as regras do relacionamento, Ele sempre nos mostra a forma, o estilo e as datas nas quais quer ser lembrado por Seus servos. “.....guardarás este rito neste mês” (Êx.13:5).

Êx.13:6a8 – “Sete dias comerás pães asmos; e, ao sétimo dia, haverá solenidade ao Senhor”. O pão sem fermento deveria ser utilizado em todas as épocas pelo povo do Senhor. Um pão sem mistura, um pão que faz tipologia à pureza do sacrifício do Senhor Jesus e o alvo a ser atingido pelo Seus eleitos. “.....nem ainda fermento será encontrado em todo o seu território.....” Como já nos disse o apóstolo Paulo, “....um pouco de fermento leveda toda a massa.....lançai fora o velho fermento, para que sejais nova massa, como sois, de fato, sem fermento. Pois também Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado” (ICor.5:6,7). Este sentido de pureza e eliminação de toda a contaminação deveria ser implantada no Israel de Deus, esta foi a determinação do Senhor. O Senhor Jesus está preparando uma noiva pura, que jamais venhamos a deixar o fermento da velha natureza e dos ritos mundanos penetrarem em nosso arraial. 

“......Naquele dia contarás a teu filho.....”. O Senhor deixa claro que educar as crianças nos caminhos do Senhor, ensiná-las acerca da Lei do Senhor, da Palavra do Senhor é uma obrigação dos pais e, quando estes não obedecem, certamente sofrerão as consequências.
Êxodo 13:9a11- E te será por sinal sobre tua mão e por lembrança entre teus olhos, para que a lei do SENHOR esteja em tua boca; porquanto com mão forte o SENHOR te tirou do Egito.......”. Olhando para a história de Israel, vemos que esta ordem do Senhor foi traduzida de forma visível e prática na criação dos filactérios, que eram caixinhas de couro, contendo quatro tiras de pergaminhos com partes da Escritura para serem penduradas no braço esquerdo e na testa. Infelizmente, essa prática acabou por se tornar uma demonstração exterior de falsa piedade, deixando as escrituras dependuradas do lado de fora do coração e jamais dentro dele (Mt.23:5).

Êxodo 13:12a16 – “E quando teu filho te perguntar no futuro, dizendo: Que é isto? Dir-lhe-ás: O SENHOR nos tirou com mão forte do Egito, da casa da servidão. Porque sucedeu que, endurecendo-se Faraó, para não nos deixar ir, o SENHOR matou todos os primogênitos na terra do Egito, desde o primogênito do homem até o primogênito dos animais; por isso eu sacrifico ao SENHOR todos os primogênitos, sendo machos; porém a todo o primogênito de meus filhos eu resgato”. Que belo ensino acerca da reponsabilidade do homem temos aqui, pois sabemos que o Senhor endureceu  o coração de Faraó, mas ao mesmo tempo lemos: “Faraó endureceu-se”. Creio que somente na eternidade poderemos compreender esta economia e modo de operação do nosso Deus, por hora, é necessário apenas que saibamos que, ainda que o Senhor esteja sempre no controle e na propulsão de todas as coisas, o homem jamais será isento de sua responsabilidade e culpa.

Êxodo 13:17,18  – “E aconteceu que, quando Faraó deixou ir o povo, Deus não os levou pelo caminho da terra dos filisteus, que estava mais perto; porque Deus disse: Para que porventura o povo não se arrependa, vendo a guerra, e volte ao Egito”. Nesta passagem, mais uma vez temos um aparente conflito da soberania de Deus com a vontade do homem, já que o Senhor se ocupa em não permitir que a “vontade” do homem os levasse de volta ao Egito. Mas para toda a mente espiritual, esta dificuldade não será uma barreira, pois sabemos que todo o trabalho do Senhor consiste justamente em quebrantar, esmigalhar, destruir, destroçar toda a vontade do homem natural para que esta seja, por completo, transformada em inteira submissão. Mudar a rota de viagem para impedir qualquer manifestação da vontade dos israelitas, foi apenas mais uma das estratégicas manifestações da didática do Senhor.  

Êxodo 13:19 – “E Moisés levou consigo os ossos de José, porquanto havia este solenemente ajuramentado os filhos de Israel, dizendo: Certamente Deus vos visitará; fazei, pois, subir daqui os meus ossos convosco”. Em cumprimento ao seu dever e responsabilidade solenemente jurados (Gn.50:25a26), os israelitas levaram o esquife de José consigo. Cerca de 360 anos antes ele havia predito o dia em que Deus efetuaria o êxodo; as instruções dadas por ele sobre o transporte dos seus ossos para a Terra Prometida indicaram o quanto ele tinha certeza a respeito da ida de Israel para Canaã (Hb.11:22). Após os anos de peregrinação pelo deserto, os restos mortais de José chegaram ao seu lugar de descanso em Siquém (Js. 24:32).

Êxodo 13:21,22 – “E o SENHOR ia adiante deles, de dia numa coluna de nuvem para os guiar pelo caminho, e de noite numa coluna de fogo para os iluminar, para que caminhassem de dia e de noite. Nunca tirou de diante do povo a coluna de nuvem, de dia, nem a coluna de fogo, de noite”. Esta sempre será a forma com a qual o Senhor guiará o Seu povo.... ainda que nem sempre possamos ver essas colunas de fogo e de nuvens com nossos olhos físicos.

Êxodo Capítulo 14                                     


“A natureza da bondade divina não está apenas em abrir àqueles que batem, mas também em levá-los a bater e pedir”.  (Agostinho)

 

Êx.14:1a9 – “.....Fala aos filhos de Israel que retrocedam e se acampem defronte de Pi-Hirote.....”. Algo tremendo nestas palavras, pois o Senhor, neste caso, não só provava a Israel, mas também julgava todo o Egito. O Senhor manda que Israel voltasse na direção dos egípcios, ficassem exatamente em um beco sem saída entre o mar e o exército inimigo. E Qual a razão disto: “Endurecerei o coração de Faraó, para que os persiga, e serei glorificado em Faraó e em todo o seu exército; e saberão os egípcios que Eu Sou o Senhor” (Êx.14:4). No capítulo 13 versículo 15, lemos que Faraó se endureceu, aqui, nesta passagem, lemos que foi o Senhor que endureceu a Faraó.... o sentido exato deste ensino é que nenhum homem, por maior que seja, tem domínio sobre seu próprio coração e seus sentimentos; qualquer homem estará sempre sobre um domínio, uma força externa, ou seja, estará sobre a tirania do pecado, ou sobre os ternos laços amorosos do Senhor. Neste caso específico, Faraó foi alvo da disciplina, ainda que não tenha sido a disciplina para o arrependimento, mas para o juízo. Disto depreendemos que jamais, em hipótese alguma, venhamos a confiar em nossos corações ou sentimentos, pois nosso coração é desesperadamente corrupto e enganoso, somente a Palavra do nosso Deus é rocha, confiança, eternidade e paz.


Êxodo 14:10 – “E aproximando Faraó, os filhos de Israel levantaram seus olhos, e eis que os egípcios vinham atrás deles, e temeram muito; então os filhos de Israel clamaram ao SENHOR”. Os filhos de Israel estavam sendo postos à prova, ainda não sabiam muito acerca de seu Deus, levantaram os olhos para ver sua situação, para ver a circunstância em que se encontravam. Neste instante, se esqueceram de tudo o que o Senhor já havia feito antes e se concentraram apenas em si mesmo e nas suas possibilidades.... clamaram. Infelizmente, não só clamaram, mas antes que viesse a resposta do Senhor, também murmuraram e desconfiaram de seu Deus. E para o nosso maior constrangimento, este será sempre, o modelo de ação de todos os filhos de Adão.


Êxodo 14:13,14 – “Moisés, porém, disse ao povo: Não temais; estai quietos, e vede o livramento do SENHOR, que hoje vos fará; porque aos egípcios, que hoje vistes, nunca mais os tornareis a ver. O SENHOR pelejará por vós, e vós vos calareis”. Calar-se e esperar confiadamente no Senhor quando nossos braços de carne nada mais podem fazer, deve ser, sempre, a condição que o Senhor quer nos levar, para então nos mostrar a tão grande salvação que Ele nos tem preparado.


Êxodo 14:15 – “Disse o Senhor a Moisés: Porque clamas a mim? Dize aos filhos de Israel que marchem”. Que reveladora verdade acerca da condição humana temos aqui, pois o próprio Moisés que acabara de exortar o povo a confiar no Senhor, em seu íntimo, no mais profundo recôndito de seu coração, também clamava, também guardava uma leve desconfiança acerca da ação e do livramento do Senhor. Assim somos nós, nosso coração sempre guardará um pequeno espaço para desconfiar do Senhor e de Suas ordens.


Êxodo 14:19,20 – “E o anjo de Deus, que ia diante do exército de Israel, se retirou, e ia atrás deles; também a coluna de nuvem se retirou de diante deles, e se pôs atrás deles. E ia entre o campo dos egípcios e o campo de Israel; e a nuvem era trevas para aqueles, e para estes clareava a noite; de maneira que em toda a noite não se aproximou um do outro”. Há algo de muito tremendo nesta “nuvem do Senhor” , pois ao mesmo tempo era escuridão para os egípcios e luz para os israelitas; Que tremendo mistério encerra a nuvem de glória do nosso Senhor, não é mesmo assim, ainda hoje, em nosso tempo? Não é o perfume de Cristo da mesma forma uma Graça aos que se salvam e um juízo que cega os que se perdem? “Porque nós somos para com Deus o bom perfume de Cristo, tanto nos que são salvos como nos que se perdem. Para com estes, cheiro de morte para morte; para com aqueles, aroma de vida para vida. Quem, porém, é suficiente para estas coisas?” (IICor.2:15,16). Não somos suficientes, não entendemos, não sabemos os porquês, mas sem dúvida, temos claro diante de nós que a soberania do Senhor está em ordenar a Sua nuvem que esclareça a quem quer e obscureça a quem Ele quiser.


Êxodo 14:24,25 – “Na vigília da manhã, o Senhor, na coluna de fogo e de nuvem, viu o acampamento dos egípcios e alvoroçou o acampamento.... emperrou-lhes as rodas dos carros e fê-los andar dificultosamente. Então disseram os egípcios: Fujamos da face de Israel, porque o SENHOR por eles peleja contra os egípcios”. Num momento de clareza, os egípcios entenderam que não poderiam lutar contra os eleitos do Senhor; Aqueles por quem o Senhor peleja são invencíveis.


Êxodo 14:30e31- “Assim o SENHOR salvou Israel naquele dia da mão dos egípcios; e Israel viu os egípcios mortos na praia do mar. E viu Israel o grande poder que o SENHOR exercitara contra os egípcios; e temeu o povo ao SENHOR, e creu no SENHOR e em Moisés, seu servo”. Há um resultado que sempre acompanhará a revelação do poder do Senhor, esse resultado é o temor, o temor que é inseparável do verdadeiro amor que se deve ao Senhor nosso Deus.


Êxodo Capítulo 15                                     
"É preciso compreender que todo culto oferecido a Deus, onde o homem e suas necessidades estão em foco, é uma prova irrefutável de que procede de corações que jamais experimentaram o batismo de morte nas águas do mar que separa o Egito do deserto".


Êxodo 15:1a3 – “ENTÃO cantou Moisés e os filhos de Israel este cântico ao SENHOR, e falaram, dizendo: Cantarei ao SENHOR, porque gloriosamente triunfou; lançou no mar o cavalo e o seu cavaleiro. O SENHOR é a minha força, e o meu cântico; ele me foi por salvação; este é o meu Deus, portanto lhe farei uma habitação; ele é o Deus de meu pai, por isso o exaltarei. O SENHOR é homem de guerra; o SENHOR é o seu nome”. Às margens do mar vermelho, os filhos de Israel puderam entoar um hino de louvor que brotou de corações verdadeiramente gratos; prestaram um culto ao Senhor pelo seus feitos.

Há algo de extraordinário neste culto. Eles haviam sido libertos de quatrocentos anos de escravidão, desprezo, humilhação, escárnio e zombaria. Repentinamente, descobrem que são objetos do amor de Deus, um Deus completamente diferente de tudo o que haviam visto nos ídolos do Egito. Até este momento, não se ouvia adoração, ouviam-se apenas clamores e gemidos, mas agora sentiam a força e a beleza da libertação que haviam experimentado. Disto compreendemos que nenhum cristão pode render verdadeira adoração ao Senhor antes de compreender a extensão e o poder da libertação que experimentou. Somente sobre a virtude da Nova Vida, podemos entoar um hino como este, onde não se lê o pronome “eu”, onde não se afaga o “ego”, antes, todas as Palavras enaltecem unicamente o Grande Deus, o “Homem de Guerra”.

Êxodo 15:4a6 – “Lançou no mar os carros de Faraó e o seu exército; e os seus escolhidos príncipes afogaram-se no Mar Vermelho. Os abismos os cobriram; desceram às profundezas como pedra. A tua destra, ó SENHOR, se tem glorificado em poder, a tua destra, ó SENHOR, tem despedaçado o inimigo”. Eles haviam passado pelo mar, o mesmo mar que afogou os inimigos, haviam sido batizados no mar e na nuvem: ICoríntios 10:1a4 – “ORA, irmãos, não quero que ignoreis que nossos pais estiveram todos debaixo da nuvem, e todos passaram pelo mar. E todos foram batizados em Moisés, na nuvem e no mar, e todos comeram de uma mesma comida espiritual, e beberam todos de uma mesma bebida espiritual, porque bebiam da pedra espiritual que os seguia; e a pedra era Cristo”. Isto fez brotar um senso de gratidão que um homem natural não pode compreender. É preciso compreender que todo culto oferecido a Deus, onde o homem e suas necessidades estão em foco, é uma prova irrefutável de que procede de corações que jamais experimentaram o batismo de morte nas águas do mar que separa o Egito do deserto. A maravilhosa libertação do eu, a completa entronização de Cristo, O Libertador.

Êxodo 15:7 – “E com a grandeza da tua excelência derrubaste aos que se levantaram contra ti; enviaste o teu furor, que os consumiu como o restolho”. Examinando as várias notas deste cântico, no capítulo 15 de Êxodo, não encontramos uma nota sequer acerca do ego e dos seus feitos: Pelo contrário, tudo se refere ao Senhor desde o princípio ao fim. Começa assim: “Cantarei AO SENHOR, porque sumamente se exaltou; lançou no mar o cavalo e seu cavaleiro”. Isto é uma amostra de todo o cântico. É um relato dos ATRIBUTOS e OBRAS DO SENHOR. No capítulo 14 os israelitas encurralados e pressionados clamam, no capítulo 15 encontram todo alívio e libertação e, os seus corações gratos entoam um suave cântico de louvor. O ego é esquecido, as circunstâncias postas de lado, e um só objeto enche a sua visão, e esse é o Próprio Senhor no Seu caráter e em Suas obras. Assim eles puderam dizer: “Pois Tu, Senhor, alegraste-me com Teus feitos; exultarei nas obras da Tuas mãos” (Sl 92:4). ISTO É VERADADEIRO CULTO! Quando o pobre ego, com tudo o que lhe pertence é perdido de vista e somente Cristo enche os nossos corações é que podemos oferecer a Deus culto verdadeiro. Os esforços de uma piedade carnal não são precisos para despertar na alma sentimentos de devoção. Não temos necessidade nenhuma de recorrer à pretendida ajuda da religião, assim chamada, para inflamar na alma a chama do culto aceitável a Deus. Oh não! Deixai que a alma esteja ocupada tão somente com a Bendita Pessoa de Cristo, e os “cânticos de louvor” serão a consequência natural. Sempre que vemos exemplos na Bíblia acerca do constante culto prestado a Deus, no céu, pelos anjos que cercam o Seu Trono (Is.6:1a10), percebemos que tudo o que é cantado são traços do caráter e da Santidade do Senhor nosso Deus e jamais acerca da suposta bondade ou de algum caractere distintivo de suas criaturas..... antes, todos se calam diante dEle.

Êxodo15:8a13 – “Tu, com a tua beneficência, guiaste a este povo, que salvaste; com a tua força o levaste à habitação da tua santidade”. O Senhor conduz o Seu povo para a habitação da Santidade; local onde o pecado não poderá entrar jamais e nem terá domínio sobre nós. Veremos a longa trajetória do povo de Deus no deserto em direção a “esse fim”. 

Êxodo 15:20,21 – “Então Miriã, a profetisa, a irmã de Arão, tomou o tamboril na sua mão, e todas as mulheres saíram atrás dela com tamboris e com danças. E Miriã lhes respondia: Cantai ao SENHOR, porque gloriosamente triunfou; e lançou no mar o cavalo com o seu cavaleiro”. Grande privilégio o Senhor deu a algumas pouquíssimas mulheres em toda a Bíblia: o serem chamadas profetisas; Miriã foi uma delas. Nesta ocasião ela guiou as outras mulheres em cânticos de louvores ao Senhor com tamboris acompanhados de danças ou movimentos naturais do corpo, enquanto se tocavam esses instrumentos tão comuns nas festas de Israel. É preciso, no entanto, deixar bem claro que Miriã não fez uma apresentação de “dança na Igreja”, se contorcendo sobre um palco às vistas dos expectadores entusiasmados com seus movimentos “semi-sensuais”, não! Obviamente não! Ela apenas se movimentava enquanto tocava, não para chamar a atenção para si, ser vista e admirada; não! Mas apenas como parte de um cântico cuja letra e cujo centro eram o Senhor e não as dançarinas. O objetivo sempre foi esmagar o ego humano e não o contrário.

Êxodo 15:24e25 – “E o povo murmurou contra Moisés, dizendo: Que havemos de beber? E ele clamou ao SENHOR, e o SENHOR mostrou-lhe uma árvore, que lançou nas águas, e as águas se tornaram doces. Ali lhes deu estatutos e uma ordenança, e ali os provou”. As águas se tornam doces – assim sempre será para todo aquele que, estando no deserto, possui a companhia de nosso Bendito Senhor Jesus que, em meio ao mais terrível calor do deserto e da provação, será sempre a doçura, o amor e a mais terna consolação de todo crente. O deserto e a amargura são os instrumentos pelos quais o Senhor prova o mais íntimo de nossos corações.....não porque Ele já não soubesse, mas para que nós, ao lembrarmos de nossas próprias reclamações e murmurações venhamos a um autoconhecimento que nos faz prostrar, rosto em terra, diante d`Aquele único digno de louvor que nos salvou e nos amou quando jamais passamos de murmuradores, traidores, infiéis e maldizentes.

Êxodo 15:26 – “E disse: Se ouvires atento a voz do SENHOR teu Deus, e fizeres o que é reto diante de seus olhos, e inclinares os teus ouvidos aos seus mandamentos, e guardares todos os seus estatutos, nenhuma das enfermidades porei sobre ti, que pus sobre o Egito; porque eu sou o SENHOR que te sara”. Jeová-Rafá, o Senhor que te sara. Verdadeiramente Ele nos sara de nossa maior e mais terrível enfermidade, o maldito orgulho, o miserável ego, que nos domina o coração desde a queda. Somente no dia em que aprendermos a verdadeira fé, confiança nEle e obediência a Ele, teremos dEle, esta cura completa, o “fim da terapia do deserto”.

Êxodo 15:27 – “Então vieram a Elim, e havia ali doze fontes de água e setenta palmeiras; e ali se acamparam junto das águas”. Um verdadeiro oasis, um descanso, um refrigério para repor as energias no deserto. O Senhor se utiliza de doze fontes de água e setenta palmeiras; talvez uma referência ao ministério dos doze apóstolos; ministério que traz refrigério, não como fim da jornada, mas como apoio durante a jornada. Talvez setenta como referência a septuaginta, a primeira tradução grega do Velho Testamento que tanto consolo em auxílio trouxe à Igreja primitiva pelas mãos abençoadoras de Jerônimo. Nada podemos afirmar com certeza acerca desses números, mas certo é que o Senhor nos mostra Seus amorosos desígnios em toda a Escritura e que tudo é realizado conforme Seus planos e prévios desígnios.

Êxodo Capítulo 16                                     

"...a caminhada com o Senhor nos arrancará os deliciosos prazeres gastronômicos do Egito".

Êxodo 16:1 – “... aos quinze dias do mês segundo, depois de sua saída da terra do Egito”. Exatamente um mês após a saída de Ramessés. Trinta dias depois de terem cantado um maravilhoso cântico de louvor ao Senhor. Êx.16:2 – “Toda a congregação dos filhos de Israel murmurou....

Êxodo 16:3 – “E os filhos de Israel disseram-lhes: Quem dera tivéssemos morrido por mão do SENHOR na terra do Egito, quando estávamos sentados junto às panelas de carne, quando comíamos pão até fartar! Porque nos tendes trazido a este deserto, para matardes de fome a toda esta multidão”. Após trinta dias de caminhada pelo duro clima do deserto, Israel declara preferir a morte ao lado das panelas de carne do Egito a andar com Deus pela escola do deserto. Uma tremenda lição para todo crente, uma escolha necessária, pois certamente a caminhada com o Senhor nos arrancará os deliciosos prazeres gastronômicos do Egito, ainda que sejam, à primeira vista, prazeres lícitos (Mt.10:9e18).

“...para matardes de fome a toda esta multidão”. Diante do sofrimento, quão rápido Israel se esqueceu de todos os sinais operados no Egito, quão rápido se esqueceu de tudo o que o Senhor havia feito por eles. Olharam diante da Face do Senhor e o acusaram de assassino cruel e desleal... Acusaram o Senhor com petulância inacreditável. E qual é o crente que não tem agido exatamente assim, acusando o Senhor por achar que sua vida neste mundo não é boa o suficiente? Acusando o Senhor por não lhe ter dado todos os prazeres do Egito em sua trajetória cristã?

Êxodo 16:4 – “Então disse o SENHOR a Moisés: Eis que vos farei chover pão dos céus, e o povo sairá, e colherá diariamente a porção para cada dia, para que eu o prove se anda em minha lei ou não”. Assim é o Senhor, bendito e gracioso, tremendo e maravilhosamente perdoador; diante das injustas e obscenas reclamações do Seu povo, Ele oferece Aquilo que é mais precioso: O Pão do Céu. Mas este Pão, só pode ser saboreado e aproveitado por aqueles que, postos à prova, demonstram amar a Lei do Senhor. O Senhor prova os corações dos Seus Servos, não que Ele não soubesse o resultado, mas para que diante do resultado fique inescusável todo rejeitador e justificado todo eleito, pois somente estes podem amar aquela Lei para qual foram destinados desde a eternidade.

Porção para cada dia” – Assim deve ser colhido o Pão do Céu, uma porção para cada dia. João 6:34,35 – “Disseram-lhe, pois: SENHOR, dá-nos sempre desse pão. E Jesus lhes disse: Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome, e quem crê em mim nunca terá sede”. Logo pela manhã, antes do nascer do sol, todo verdadeiro crente deve sair ao deserto, buscar sua provisão de pão diário, sua porção de Palavra e oração, suprimento do Senhor Jesus que pode nos alimentar completamente. Certamente, todo crente que não aprendeu a buscar esse alimento diário, terá raquítica sua alma e muito ameaçada a sua saúde espiritual.

Êxodo 16:5 – “E acontecerá, no sexto dia, que prepararão o que colherem; e será o dobro do que colhem cada dia”. A fidelidade de cada crente é testada para ver se ele confiará no Senhor o suficiente para não trabalhar no Dia do Senhor e confiar que o Senhor suprirá aquele dia e nada deixará faltar aos que nEle confiam.

Êxodo 16:6a8 – “Disse mais Moisés: Isso será quando o SENHOR à tarde vos der carne para comer, e pela manhã pão a fartar, porquanto o SENHOR ouviu as vossas murmurações, com que murmurais contra ele. E quem somos nós? As vossas murmurações não são contra nós, mas sim contra o SENHOR”. Há um solene aviso aqui, muitas vezes quando pensamos estar murmurando em secreto contra os servos do Senhor ou contra as ordenanças da Palavra, estamos, na verdade, ofendendo ao Senhor que vê em secreto.

Êxodo 16:12 – “Tenho ouvido as murmurações dos filhos de Israel. Fala-lhes, dizendo: Entre as duas tardes comereis carne, e pela manhã vos fartareis de pão; e sabereis que eu sou o SENHOR vosso Deus”. O Senhor é Senhor, porque sempre, sempre, cuida do Seu povo, ainda nem sequer consigamos ver o Seu cuidado por trás das cenas de nossa vida, onde Sua potente mão organiza todos os bastidores.

Êxodo 16:14 – “E quando o orvalho se levantou, eis que sobre a face do deserto estava uma coisa miúda, redonda, miúda como a geada sobre a terra”. Tão tremendo e tão especial o cuidado de Deus com Seu povo que o Senhor não permitia que seu maná tocasse a terra, antes, fazia um revestimento de orvalho, para sobre ele depositar o santo alimento.

João 6:32,33 – “Disse-lhes, pois, Jesus: Na verdade, na verdade vos digo: Moisés não vos deu o pão do céu; mas meu Pai vos dá o verdadeiro pão do céu. Porque o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo”. Estas foram Palavras incompreensíveis para aquela multidão de pessoas religiosas que seguiam ao Senhor Jesus. O que me leva a crer que a pergunta mais importante a ser feita para todo cristão é: Você conhece o sabor desse alimento? Está certo de experimentá-Lo diariamente? Tenho ouvido muitas versões e testemunhos acerca de formas como alguns acreditam ter recebido sua porção do Pão Sagrado; alguns relatam experiências místicas, outros curas, milagres, sinais e prodígios, mas creio que o cerne deste ensino e doutrina é perscrutado por pouquíssimos. Há algo acerca deste maná celestial, desta ingestão dO alimento que leva à mais profunda intimidade com o Senhor, que somente aqueles que O têm experimentado diariamente podem compreender.

Êxodo 16:20 – “Eles, porém, não deram ouvidos a Moisés, antes alguns deles deixaram dele para o dia seguinte; e criou bichos, e cheirava mal; por isso indignou-se Moisés contra eles”. A incrível capacidade de duvidar e desobedecer aos conselhos do Senhor parece não ser algo restrito ao povo de Israel, pois em todos os séculos de existência da Igreja, vemos se repetir o desejo de guardar para amanhã, algo que o Senhor ordenara para hoje. Não obedecer literalmente às ordens do Senhor é algo que faz dar bichos e cheirar mal, o povo estava aprendendo, na prática, estas importantes lições.

Êxodo 16:24 – “...não cheirou mal e nem deu bichos”. No sétimo dia, o Senhor ratifica Seu ensino sobre a importância de um dia separado para Seu culto, um dia para o Senhor, pertencente a Ele, para Sua glória, pois uma nação que serve ao Senhor, deve honrá-Lo em cada detalhe de suas leis tanto religiosas quanto civis.

Êxodo 16:31 – “E chamou a casa de Israel o seu nome maná; e era como semente de coentro branco, e o seu sabor como bolos de mel”. Maná, era uma forma antiga de pergunta na língua hebraica que significava: “O que é isto?” O salmista refere-se ao maná como o “pão dos anjos ou cereal do céu” (Sl.78:23a25). Incrível e inacreditável, assim era o cuidado do Senhor com este povo insistentemente rebelde e ingrato.

Êxodo 16:33 – “Disse também Moisés a Arão: Toma um vaso, e põe nele um ômer cheio de maná, e coloca-o diante do SENHOR, para guardá-lo para as vossas gerações”. Um ensino especial pode ser visto aqui, o maná deveria ser guardado para as seguintes gerações como um memorial acerca do Deus que eles serviam; a pergunta a ser feita é: Para que um memorial, pois se Deus queria lembrar o povo acerca de Seu poder não seria melhor repetir a descida do maná? O problema que este não é o método do Senhor, Ele não busca um povo que corre atrás de sinais miraculosos, antes, busca um povo que confia em Sua Palavra escrita e nos memoriais que foram deixados pelos patriarcas. Jamais houve a intenção de que o povo adorasse o maná, ou através do maná, mas o povo deveria aprender a adorar a Deus por aquilo que foi escrito e realizado por Suas mãos.

Êxodo Capítulo 17                                     

“No batismo mergulhamos e sufocamos nosso velho homem sob as águas... mas cuidado! O idiota sabe nadar!” Lutero

Êxodo 17:1a4 – “....clamou Moisés ao Senhor: Que farei a este povo, só lhes resta apedrejar-me”. Diante da forte sede, o povo, sendo provado pelo Senhor, mais uma vez confirma as Escrituras quando os chama de “maus e infiéis, sempre prontos a afastarem-se do Deus Vivo” (Hb.3:12). ICoríntios10:13– “Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis, antes com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar”. Se Nele confiarmos, jamais teremos motivos para murmuração, pois Ele tem todas as coisas sobre controle.

Êxodo 17:5e6 – “Eis que eu estarei ali diante de ti sobre a rocha, em Horebe, e tu ferirás a rocha, e dela sairão águas e o povo beberá. E Moisés assim o fez, diante dos olhos dos anciãos de Israel”. Em João 7:38, podemos ver que a Verdadeira Rocha de onde flui a Vida, é o Senhor Jesus, a Pedra espiritual que “os seguia” (ICor.10:4). Do Senhor Jesus fluem as águas do Espírito sobre todo o que crê, mas este refrigério maravilhoso, esta água refrescante e vivificante não podia fluir antes da Rocha ser ferida... que maravilhosa tipologia temos nesta passagem.

Êxodo 17:7 – “E chamou aquele lugar Massá e Meribá, por causa da contenda dos filhos de Israel, e porque tentaram ao SENHOR, dizendo: Está o SENHOR no meio de nós, ou não”? “Está o Senhor no meio de nós, ou não”? Parece que não pode haver um sinal mais terrível e medonho do que este, que aponta para toda a incredulidade presente no coração do povo de Deus. O Senhor não permite a incredulidade, não permite que haja dúvida sobre Sua Palavra, um coração incrédulo é uma ofensa constante ao Senhor. Mateus 4:6e7 – “E disse-lhe: Se tu és o Filho de Deus, lança-te de aqui abaixo; porque está escrito: Que aos seus anjos dará ordens a teu respeito, E tomar-te-ão nas mãos, Para que nunca tropeces em alguma pedra. Disse-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu Deus”.

Êxodo 17:8e9 – “Então veio Amaleque, e pelejou contra Israel em Refidim. Por isso disse Moisés a Josué: Escolhe-nos homens, e sai, peleja contra Amaleque; amanhã eu estarei sobre o cume do outeiro, e a vara de Deus estará na minha mão”. Oh que maravilhosa tipologia temos aqui, assim é nosso Redentor, pois Ele nos diz: “toda a autoridade me foi dada no céu e na terra”. Ele, que esta à direita de Deus e com mão entendida intercede por nós. Moisés, sobre o monte, orava e intercedia pelo povo que, no vale, batalhava contra os Amalequitas, fazendo paralelo, ainda que de forma tênue, a essa maravilhosa e perfeita intercessão de nosso Sumo-Sacerdote junto ao Pai (Hb. 7:24-25) por nós, em toda a eternidade. Oh, que bendita segurança podemos ter nEle, sempre que for acirrada a peleja.

Então veio Amaleque e pelejou contra Israel.... Então disse o SENHOR a Moisés: Escreve isto para memória num livro, e relata-o aos ouvidos de Josué; que eu totalmente hei de riscar a memória de Amaleque de debaixo dos céus. E disse: Porquanto jurou o SENHOR, haverá guerra do SENHOR contra Amaleque de geração em geração”. (Êxodo 17:8,14,16). Há, nestas passagens, um tremendo ensino acerca de nossas guerras como cristãos. Amaleque, aqui, faz tipo de nossa carne, ela não morreu no Egito, não morreu totalmente debaixo das águas do mar, quando todo o povo foi batizado no mar e na nuvem (ICor.10:2). Aprendemos, em Romanos6:6, que nosso velho homem foi sepultado com Cristo, foi crucificado com Ele, mas, como disse Lutero: “No batismo mergulhamos e sufocamos nosso velho homem sob as águas...... mas cuidado!! O idiota sabe nadar!” O Ensino aqui nos dá um tremendo alerta, saímos do Egito, deixamos o mundo, mas conosco veio nossa carne (Amaleque), ela nos ataca fora do Egito, se recusa a morrer, Deus promete, um dia, riscá-la totalmente da existência, mas esse eterno Dia ainda não chegou, neste tempo, temos por nós o Nosso Intercessor (Rm. 8:34), temos que, diante Dele, dobrar nossos joelhos, pelejar em orações e súplicas e derrotar nosso Amaleque, porque diz a Escritura: “Digo, porém: Andai em Espírito, e não cumprireis a concupiscência da carne. Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes opõem-se um ao outro, para que não façais o que quereis”. Gálatas 5:16-17

Faraó e Amaleque representam dois poderes ou influências diferentes: Faraó representa o impedimento à libertação de Israel do Egito; Amaleque representa o estorvo à sua caminhada com Deus pelo deserto. Faraó serviu-se das coisas do Egito para impedir Israel de servir ao Senhor; por isso prefigura Satanás, que usa “deste presente século mau” (Gl.1:4) contra o povo de Deus. Amaleque pelo contrário é-nos apresentado como protótipo da carne. Era neto de Esaú, o qual preferiu um prato de lentilhas ao direito de primogenitura (Gn.36:12), e foi o primeiro que se opôs ao avanço de Israel depois do seu batismo “na nuvem e no mar” (ICor.10:12).  

Êxodo Capítulo 18                                     

"...Moisés escolheu e preparou ministros da Palavra e não terapeutas tagarelas para entreter células aduladoras de ego".

Chegamos ao fim de uma parte verdadeiramente notável do livro de Êxodo e vimos que o Senhor, pela Sua Graça, visitou e redimiu o Seu povo, tirando-o da terra do Egito, livrando-o da mão de Faraó e depois da mão de Amaleque. Vimos no maná um símbolo de Cristo descendo do céu; e na rocha uma figura de Cristo ferido pelo Seu povo; e na água que brotava da rocha, um símbolo do Espírito Santo. Então segue-se, em ordem notável e formosa, uma figura da glória vindoura, dividida nas suas três partes principais, a saber: Os judeus, os gentios e a Igreja de Deus.

Quando Moisés foi rejeitado pelos seus irmãos judeus e fugiu para o deserto, ele, posto de parte, foi favorecido com uma noiva – a companheira de sua rejeição. Vemos que ela era gentia, da terra de Midiã e que chegou a ver Moisés assim: “Tu és para mim esposo sanguinário”(Êx.4:25). Isto é, precisamente, o que Cristo é para a Igreja. A sua união com Ele é baseada na morte e ressurreição; ela é chamada a comunhão dos Seus sofrimentos (Fil.1:29). É, como sabemos, durante a época da incredulidade de Israel, e da rejeição de Cristo, que a Igreja é formada; e quando estiver completa, segundo os desígnios de Deus, e houver entrado nela a plenitude dos gentios (Rm11:15), Israel entrará outra vez em cena. Assim foi com Zípora em relação à Israel. Moisés enviara-a para junto de seu sogro durante o perigo de sua missão junto de Israel; e logo que este saiu com o povo inteiramente livre, lemos que:

Êxodo 18:1a7 – “ORA Jetro, sacerdote de Midiã, sogro de Moisés, ouviu todas as coisas que Deus tinha feito a Moisés e a Israel seu povo, como o SENHOR tinha tirado a Israel do Egito. E Jetro, sogro de Moisés, tomou a Zípora, a mulher de Moisés, depois que ele lha enviara, com seus dois filhos, dos quais um se chamava Gérson; porque disse: Eu fui peregrino em terra estranha; E o outro se chamava Eliézer; porque disse: O Deus de meu pai foi por minha ajuda, e me livrou da espada de Faraó. Vindo, pois, Jetro, o sogro de Moisés, com seus filhos e com sua mulher, a Moisés no deserto, ao monte de Deus, onde se tinha acampado, disse a Moisés: Eu, teu sogro Jetro, venho a ti, com tua mulher e seus dois filhos com ela. Então saiu Moisés ao encontro de seu sogro, e inclinou-se, e beijou-o, e perguntaram um ao outro como estavam, e entraram na tenda”.

Êxodo 18:8a12 – “...E Jetro disse: Bendito seja o SENHOR, que vos livrou das mãos dos egípcios e da mão de Faraó; que livrou a este povo de debaixo da mão dos egípcios. Agora sei que o SENHOR é maior que todos os deuses; porque na coisa em que se ensoberbeceram, os sobrepujou. Então Jetro, o sogro de Moisés, tomou holocausto e sacrifícios para Deus; e veio Arão, e todos os anciãos de Israel, para comerem pão com o sogro de Moisés diante de Deus”. Esta cena é profundamente interessante, pois toda a congregação se reuniu, em triunfo, perante o Senhor: O gentio (Jetro) apresentou sacrifícios, e, para completar o quadro, a esposa do libertador juntamente com os filhos que Deus havia dado, são introduzidos. É, em resumo, uma ilustração particularmente admirável do reino vindouro em que juntos estarão o Israel e os gentios salvos na Igreja Universal de todos os séculos unidos em Glória para o Senhor dos Exércitos.

A União de Cristo e a Igreja é representado por um casamento, dAquele que é Santo e perfeito com aquela que vem dos ímpios gentios (Ef.5:25a27). Fazendo tipologia, o Velho Testamento nos mostra casamentos mistos entre o povo santo e os gentios na figura de Moisés com a mulher Cusita (Nm.12:1) e José com a mulher egípcia. Muitos eventos dos profetas, dos Salmos e da Lei, estão escritos para serem, aos leitores atentos, tipos daquilo que é o plano eterno de nosso Senhor realizado na união de Cristo e a Igreja.

Êxodo 18:13a15 – “E aconteceu que, no outro dia, Moisés assentou-se para julgar o povo; e o povo estava em pé diante de Moisés desde a manhã até à tarde. Vendo, pois, o sogro de Moisés tudo o que ele fazia ao povo, disse: Que é isto, que tu fazes ao povo? Por que te assentas só, e todo o povo está em pé diante de ti, desde a manhã até à tarde? Então disse Moisés a seu sogro: É porque este povo vem a mim, para consultar a Deus”. Neste tempo em que ainda não havia a “Palavra Escrita” (Bíblia), Deus estava ensinando Seu povo, Deus usou Moisés para escrever o pentateuco e de forma prática, legislar e aplicar as Leis de Deus na vida diária do povo, julgando suas causas. Temos que lembrar, porém, que o povo era em grande número e continuava a aumentar (Dt.1:10).

Êxodo 18:16 – “Quando tem algum negócio vem a mim, para que eu julgue entre um e outro e lhes declare os estatutos de Deus e as suas leis”. Oh qual maravilhosa é esta declaração: Todo juízo de Moisés, todas as suas decisões, todas as suas iniciativas estavam baseadas na Lei do Senhor, ele jamais decidia algo de sua própria mente ou planos. Ele consultava ao Senhor pelo povo. Como é triste ver em nossos dias as reuniões e assembléias em nossas Igrejas, tanta decisões, planos e projetos sendo executados, e em sua grande maioria, jamais se consulta a Palavra, jamais se toma na mãos o Livro da Lei para ver se o Senhor ordenou aquela ação. O povo se reúne para sentar, comer e folgar... decidem tudo rapidamente com uma caricatura de oração e rápidas frases feitas supostamente dirigidas ao Senhor e tudo está decidido, programado e será feito, mas nunca houve uma consulta séria ao Senhor e à Sua Palavra.

Êxodo 18:17a21 – “O sogro de Moisés, porém, lhe disse: Não é bom o que fazes. Totalmente desfalecerás, assim tu como este povo que está contigo; porque este negócio é mui difícil para ti; tu só não o podes fazer. Ouve agora minha voz, eu te aconselharei, e Deus será contigo. Sê tu pelo povo diante de Deus, e leva tu as causas a Deus; E declara-lhes os estatutos e as leis, e faze-lhes saber o caminho em que devem andar, e a obra que devem fazer. E tu dentre todo o povo procura homens capazes, tementes a Deus, homens de verdade, que odeiem a avareza; e põe-nos sobre eles por maiorais de mil, maiorais de cem, maiorais de cinquenta, e maiorais de dez”. Este é o mais importante de todos os princípios estabelecidos ao verdadeiro servo do Senhor, a missão mais solene dado ao pastor é: “E declara-lhes os estatutos e as leis. Todo aquele ministro que deixa de ensinar seu povo todo o conselho de Deus, todos os estatutos da lei do Senhor, falhou completamente em sua missão. A ideia aqui apresentada por Jetro, não eram simples conselhos administrativos para transformar em uma empresa lucrativa a congregação do Senhor, não, de forma alguma, o princípio fundamental aqui é que a Lei do Senhor deveria estar em todas as mentes e em todos os corações daquelas pessoas capacitadas e escolhidas para liderar! Infelizmente, em nossos dias, com a divulgação dos métodos de Igreja em célula, muito se tem falado acerca de uma administração eclesiástica onde pessoas são escolhidas para liderar e, para nossa tristeza, esses líderes jamais são avaliados pelo seu conhecimento e respeito às doutrinas e Leis do Senhor, antes, pelo contrário, são escolhidos pelo seu carisma e por sua capacidade de atrair e entreter as pessoas com suas frivolidades e assuntos cotidianos não escriturísticos. Se perguntados acerca de qualquer doutrina Bíblica ou conceito doutrinário, não sabem mais que uma vírgula.

Êxodo 18:21 – “E tu dentre todo o povo procura homens capazes, tementes a Deus, homens de verdade, que odeiem a avareza...”. Este sempre será o padrão exigido pelo Senhor aos Seus ministros.

Êxodo 18:22a27 – “...E Moisés deu ouvidos à voz de seu sogro, e fez tudo quanto tinha dito...”. Isto não quer dizer que Moisés fez imediatamente aquilo que seu sogro aconselhou... não, mil vezes não... Ele primeiro orou, consultou ao Senhor; depois de ouvir o sim do Senhor, aí então ele ensinou os seus ajudantes e  deu a Lei e os estatutos para eles, ele os preparou em todo o conselho do Senhor e, somente depois disso os colocou para julgar e liderar. Isso está muito bem comprovado na ordem sequencial dada em Deuteronômio1:15a18 que nos mostra o cuidado de Moisés no preparo destes líderes e o formato de liderança firmado na Palavra. Moisés escolheu e preparou ministros da Palavra e não terapeutas tagarelas para entreter células aduladoras de ego.

Êxodo Capítulo 19                                     

"...Parece-nos uma atitude tão infeliz quando pessoas se reúnem para cultuar o Senhor e não demonstram qualquer reverência ou temor na assembleia ou ajuntamento solene, querem tratar o Senhor como se trata um “comum”... não é de se admirar que a Glória do Senhor jamais esteja entre estes".

Êxodo 19:1a4 – “... E subiu Moisés a Deus, e o SENHOR o chamou do monte, dizendo: Assim falarás à casa de Jacó, e anunciarás aos filhos de Israel: Vós tendes visto o que fiz aos egípcios, como vos levei sobre asas de águias, e vos trouxe a mim”. Três princípios fundamentais são aqui estabelecidos: Primeiramente, Deus deixa claro que Ele rejeita e castiga justamente um povo, elege e trata gratuitamente outro povo e, finalmente, Ele chama e Ele traz os Seus escolhidos. Alguns podem pensar que há injustiça da parte do Senhor em agir assim, porém, todo aquele que conhece o seu próprio coração, compreenderá que sua eleição jamais dependeu de seu mérito e de suas escolhas, porque naquilo em que de nós mesmos dependermos, sempre iremos tomar a direção errada... ou o Senhor nos leva em Suas asas, ou o inferno em chamas nos devorará!

Êxodo 19:5 – “Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos, porque toda a terra é minha”. Que bendita e maravilhosa promessa... o Senhor os chamou, os libertou, os conduziu para fora do Egito... agora, em Graça, expressa Seu desejo de ter um povo Seu, Sua propriedade particular entre todos os povos da terra, Seus amados, Seus escolhidos, Sua herança. Mas qual será a resposta do povo? Eles guardarão a aliança?

Êxodo 19:6 – “E vós me sereis um reino sacerdotal e o povo santo. Estas são as palavras que falarás aos filhos de Israel”. Reino de sacerdotes, isso quer dizer, pessoas com acesso direto ao Pai. Nação santa, nação separada e distinta de todos os demais.

Êxodo 19:7e8 – “E veio Moisés, e chamou os anciãos do povo, e expôs diante deles todas estas palavras, que o SENHOR lhe tinha ordenado. Então todo o povo respondeu a uma voz, e disse:Tudo o que o SENHOR tem falado, faremos. E relatou Moisés ao SENHOR as palavras do povo”. O povo promete obediência plena. O povo iria mesmo obedecer plenamente ao Senhor?

O próprio Senhor responde a esta pergunta:

Deuteronômio 5:28e29 – “Ouvindo, pois, o SENHOR as vossas palavras, quando me faláveis, o SENHOR me disse: Eu ouvi as palavras deste povo, que eles te disseram; em tudo falaram bem. Quem dera que eles tivessem tal coração que me temessem, e guardassem todos os meus mandamentos todos os dias, para que bem lhes fosse a eles e a seus filhos para sempre”. Oh que triste verdade, o Senhor não “Se confiava a eles, porque os conhecia a todos” (Jo.1:24). Eles falaram bem e, talvez, até com certa pretensão arrogante desejassem mesmo obedecer a todos os estatutos e juízos do Senhor, mas infelizmente, “caíram no deserto”, descobriram que pelas obras da Lei, ninguém pode ser salvo (Rm.3:20). Havia uma vaidade escondida, uma auto-confiança implícita, uma soberba bem disfarçada na pele de escravo; eles precisavam descobrir, na caminhada pelo deserto, que apesar de jamais terem realmente obedecido, aqueles que, pela fé, viram a terra prometida, pela fé e a livre Graça de Deus, eles a alcançaram; mas nenhum deles poderia se alegrar e dizer: “Pela minha obediência e retidão alcancei a promessa”. Não! Jamais! Antes, o salvos dirão: “Pela Graça, amorosa e misericórdia do meu Senhor, eu, um miserável pecador cheguei em Canaã”.

Deixo claro que a Graça da salvação imerecida, jamais isenta seus filhos das mais tremendas responsabilidades e obrigações, pois a obediência perfeita é aquela que vem de um coração alcançado pelo “Perfeito Amor” e que reage impulsionado por Ele, não por legalismo e barganha, antes, pelo contrário, por gratidão reverente e comovida.

Êxodo 19:9 – “E disse o SENHOR a Moisés: Eis que eu virei a ti numa nuvem espessa, para que o povo ouça, falando eu contigo, e para que também te creiam eternamente. Porque Moisés tinha anunciado as palavras do seu povo ao SENHOR”. Crer eternamente! Esta é a vontade do Senhor: Que todo o Seu povo creia eternamente nas Palavras ditas a Moisés no Monte Sinai. A Lei do Senhor. Nenhum til ou i dela passará sem que seja cumprido. E quando tudo se cumpriu?

Eis a solene resposta dada aos emissários de Herodes:

Lucas 13:31e32 – “Naquele mesmo dia chegaram uns fariseus, dizendo-lhe: Sai, e retira-te daqui, porque Herodes quer matar-te. E respondeu-lhes: Ide, e dizei àquela raposa: Eis que eu expulso demônios, e efetuo curas, hoje e amanhã, e no terceiro dia sou consumado”. Oh glorioso terceiro Dia, o Dia do Senhor, O Dia em que a glória do Senhor desce ao Monte, desce à terra, o domingo da ressurreição... vemos aqui o tipo perfeito desta maravilhosa doutrina revelada a Moisés na revelação do que do Redentor prometido:

Êxodo 19:11 – “E estejam prontos para o terceiro dia; porquanto no terceiro dia o SENHOR descerá diante dos olhos de todo o povo sobre o monte Sinai”.

Êxodo 19:12 – “E marcarás limites ao povo em redor, dizendo: Guardai-vos, não subais ao monte, nem toqueis o seu termo; todo aquele que tocar o monte, certamente morrerá”. Esta passagem nos fala da Glória e da santidade do nosso Deus. O Senhor tem zelo por Sua Glória. Parece-nos uma atitude tão infeliz quando pessoas se reúnem para cultuar o Senhor e não demonstram qualquer reverência ou temor na assembleia ou ajuntamento solene, querem tratar o Senhor como se trata um “comum”... não é de se admirar que a Glória do Senhor jamais esteja entre estes.

Êxodo 19:13 – “Nenhuma mão tocará nele; porque certamente será apedrejado ou asseteado; quer seja animal, quer seja homem, não viverá; soando a buzina longamente, então subirão ao monte”. Todo homem só irá à presença do Senhor quando por Ele for chamado e Ele ordenar a buzina.

Êxodo 19:17 – “E Moisés levou o povo fora do arraial ao encontro de Deus; e puseram-se ao pé do monte”. Que jamais tenhamos qualquer dúvida acerca desta solene verdade: O verdadeiro encontro com o Senhor sempre será fora do arraial!

Hebreus 12:18a24 – “Porque não chegastes ao monte palpável, aceso em fogo, e à escuridão, e às trevas, e à tempestade, e ao sonido da trombeta, e à voz das palavras, a qual os que a ouviram pediram que se lhes não falasse mais; Porque não podiam suportar o que se lhes mandava: Se até um animal tocar o monte será apedrejado ou passado com um dardo. E tão terrível era a visão, que Moisés disse: Estou todo assombrado, e tremendo. Mas chegastes ao monte Sião, e à cidade do Deus vivo, à Jerusalém celestial, e aos muitos milhares de anjos; À universal assembleia e igreja dos primogênitos, que estão inscritos nos céus, e a Deus, o juiz de todos, e aos espíritos dos justos aperfeiçoados; E a Jesus, o Mediador de uma nova aliança, e ao sangue da aspersão, que fala melhor do que o de Abel”.

Êxodo 19:19e21 – “E o sonido da buzina ia crescendo cada vez mais; Moisés falava, e Deus lhe respondia em voz alta. E, descendo o SENHOR sobre o monte Sinai, sobre o cume do monte, chamou o SENHOR a Moisés ao cume do monte; e Moisés subiu. E disse o SENHOR a Moisés: Desce, adverte ao povo que não traspasse o termo para ver o SENHOR, para que muitos deles não pereçam”.

Êxodo 19:24e25 – “E disse-lhe o SENHOR: Vai, desce; depois subirás tu, e Arão contigo; os sacerdotes, porém, e o povo não traspassem o termo para subir ao SENHOR, para que não se lance sobre eles. Então Moisés desceu ao povo, e disse-lhe isto”.


Por duas vezes insistentemente e não por tolo capricho, o Senhor ordena, por amor e misericórdia, que Moisés desça do Monte e avise o povo acerca do perigo de se aproximar de Deus sem “as vestes de justiça” (Mt.22:12). A Santidade de Deus é AMEAÇADORA E TERRÍVEL, infelizes aqueles que não atentam e não se apercebem desta VERDADE!

Êxodo Capítulo 20                                     

"Quem ama outras coisas neste mundo jamais estará apto para o Reino... pôs a mão no arado e olhou para trás".

Êxodo 20:1 – “ENTÃO falou Deus todas estas palavras...”. Algo de solene nesta declaração. O que passamos a ler neste capítulo, de modo algum veio da mente e da inspiração de um homem, não! Pelo contrário, veio da boca do próprio Deus; Palavras Sagradas, Palavras Eternas. Fazemos bem em nelas atentarmos!

Como se inicia o falar do Senhor?

Êxodo 20:2 – “Eu sou o SENHOR teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão”. Há uma verdade fundamental aqui; a Palavra que sai da boca do Senhor só pode possuir um fundamento: “EU SOU” ... “NO PRINCÍPIO DEUS”. Este é, e sempre será o fundamento da Palavra da Verdade. Tudo começa e termina em Deus, Ele é o fundamento, o princípio e o fim de todas as coisas. Sempre que a Palavra de Deus é pregada, a Glória de Deus é exposta; resta apenas, ao homem, o corar de vergonha e o arrependimento para a fé salvívica; Toda aquela pregação que se inicia no homem e em suas necessidades imediatas, não é palavra da boca de Deus.

Êxodo 20:3a17 – (Os dez mandamentos escritos em duas tábuas de pedra):

Primeira Tábua – Mandamentos relativos a Deus (o amor a Ele devido)

1 – EU SOU O SENHOR. Ele merece e tem o direito à centralidade, a primazia de nossos afetos. Amarás unicamente e primeiramente o Senhor teu Deus. “Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento”. Mateus 10:34a39 – “...Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim não é digno de mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a mim não é digno de mim. Quem achar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a sua vida, por amor de mim, achá-la-á. Não cuideis que vim trazer a paz à terra; não vim trazer paz, mas espada; Porque eu vim pôr em dissensão o homem contra seu pai, e a filha contra sua mãe, e a nora contra sua sogra...”. Quem ama outras coisas neste mundo, de forma a comprometer seu coração, de forma a possuir um coração dividido entre a “cidade da destruição e a cidade celestial” (O Peregrino), jamais estará apto para o Reino, pôs a mão no arado e olhou para trás.

2 – “Não terás outros deuses diante de mim”. O Senhor é o único a ser amado, reverenciado, honrado e cultuado. Todo culto que não tem Deus em seu centro e cujo tema não seja a Glória de Deus é anátema. “Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra”. Imagens do Divino não são permitidas aos filhos de Deus: Dt. 4:15,16 – “Guardai, pois, com diligência as vossas almas, pois nenhuma figura vistes no dia em que o SENHOR, em Horebe, falou convosco do meio do fogo; Para que não vos corrompais, e vos façais alguma imagem esculpida na forma de qualquer figura, semelhança de homem ou mulher”. O verdadeiro crente jamais permitirá imagens de ídolos, ou mesmo imagens de Deus ou de Seu Filho, pois toda imagem, arte ou escultura que tenta retratar a Face do Senhor é falsa, é idólatra.

3 – “Não tomarás o nome do SENHOR teu Deus em vão; porque o SENHOR não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão”. Com o nome do Senhor, não é permitido gracejos, “palavras vãs, chocarrices, parvoíces” (Ef.5:4), o Senhor é Deus Zeloso, seu Nome é Santo, não é objeto de falácias, tatuagens, rabiscos ou artes mundanas. O Senhor NÃO TERÁ POR INOCENTE, não terá por desavisado, não importa a intenção, NÃO SERÁ INOCENTADO de seu crime o que estas coisas praticar.

4 – Lembra-te do dia de sábado (descanso) para o santificar (separar dos dias comuns). No Novo Testamento, o Sabat é o descanso do Senhor Jesus da obra de recriação de todas as coisas na ressurreição do corpo: “Dia do Senhor” (Kyriaké Heméra – Apoc.1:10). (Obs.: estudo completo acerca deste assunto encontra-se no estudo do livro de Gálatas). 

Segunda Tábua – Mandamentos relativos ao próximo (amor ao próximo)

Marcos 12:31 – “E o segundo (segunda tábua), semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes”.

5 – “Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o SENHOR teu Deus te dá”. Quem não é capaz de honrar aos pais que estão vendo ao seu lado, como honrarão ao Deus que jamais viram.

6 – “Não matarás”. O Senhor Jesus interpreta o mandamento: Mateus 5:21,22 – “Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; mas qualquer que matar será réu de juízo. Eu, porém, vos digo que qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra seu irmão, será réu de juízo; e qualquer que disser a seu irmão: Raca, será réu do sinédrio; e qualquer que lhe disser: Louco, será réu do fogo do inferno”. A seriedade do mandamento é realçada e intensificada pelo Senhor, que deixa claro que nenhum ser humano pode cumprir tamanha exigência, todos somos pecadores perdidos e incapazes de ser salvos, pois as exigências da Lei são demasiadamente elevadas e Santas para nós. Marcos 10:26,27 – “E eles se admiravam ainda mais, dizendo entre si: Quem poderá, pois, salvar-se? Jesus, porém, olhando para eles, disse: Para os homens é impossível, mas não para Deus, porque para Deus todas as coisas são possíveis”. Verdadeiramente, se nossa salvação dependesse de nós mesmos e de nossa capacidade de obedecer à Lei e aos Mandamentos, ninguém seria salvo, por isso, aquilo que é impossível aos homens, torna-se possível apenas quando o próprio Deus a realiza sob a Cruz do Calvário e a confere GRATUITAMENTE a todo aquele que crê!

Pela santidade e beleza da Lei somos amaldiçoados, pois ela realça nossas imperfeições e falhas quando não conseguimos cumpri-La, mas, quando esta mesma Lei nos conduz aos pés da Cruz em busca de livramento e justificação, encontramos a morte do “eu” com todas as suas obras humanas, o renunciar de nós mesmos, com toda glória da carne e então, finalmente, somos benditos n`Aquele sangue que dela escoa, totalmente abençoados. Gálatas 3:10 – “Todos aqueles, pois, que são das obras da lei estão debaixo da maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanecer em todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las”.

Gálatas 3:11,13,19,24 – “E é evidente que pela lei ninguém será justificado diante de Deus, porque o justo viverá da fé. Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro; Logo, para que é a lei? Foi ordenada por causa das transgressões, até que viesse a posteridade a quem a promessa tinha sido feita; e foi posta pelos anjos na mão de um medianeiro. De maneira que a lei nos serviu de aio(mestre e guia de crianças), para nos conduzir a Cristo, para que pela fé fôssemos justificados”. A severidade e dureza da Lei nos lança, obrigatoriamente, aos pés de Cristo, em Sua total dependência e Obras, nada é nosso, nada é mérito humano, tudo é dEle.

João 3:18 – “Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus”.

7 – “Não adulterarás”. Mateus 5:27,28 – “Ouvistes que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério. Eu, porém, vos digo, que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela”. No Novo Testamento o Senhor Jesus mostra claramente que o poder e a extensão do pecado é muito maior do que imaginamos: Envolve todos os nossos mais íntimos pensamentos.

8 – “Não furtarás” - Efésios 5:5 – “Porque bem sabeis isto: que nenhum devasso, ou impuro, ou avarento, o qual é idólatra, tem herança no reino de Cristo e de Deus”. Colossenses 3:5 – “Mortificai, pois, os vossos membros, que estão sobre a terra: a prostituição, a impureza, a afeição desordenada, a vil concupiscência, e a avareza, que é idolatria”. O amor ao dinheiro é raiz de todos os males(ITim.6:10). Tanto roubar, quanto a recusa à liberalidade são ofensas ao Senhor, por isso o Senhor nos ensina que os “gentios buscam todas essas coisas, mas nosso Pai celestial bem sabe de que necessitamos”. Não devemos ansiar por coisas ou dinheiro.

9 – “Não dirás falso testemunho contra seu próximo” - II Coríntios 12:20 – “Porque receio que, quando chegar, não vos ache como eu quereria, e eu seja achado de vós como não quereríeis; que de alguma maneira haja pendências, invejas, iras, porfias, detrações, mexericos, orgulhos, tumultos”. Mexericos e detrações, correspondem às populares fofocas, tão comuns em nosso “meio cristão” e tão ofensivas ao Senhor quanto o homicídio.

10 – “Não cobiçarás”. Não ter inveja, viver completamente contente e satisfeito com aquilo que o Senhor nos tem dado. Jamais reclamar, jamais murmurar ... ITimóteo 6:8 – “Tendo, porém, sustento, e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes”. Em um mundo de consumo, cobiças e desejos em que vivemos, quem pode cumprir este mandamento diante das ofertas de shoppings e de internet.


Romanos 13:8a10 – “A ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor com que vos ameis uns aos outros; porque quem ama aos outros cumpriu a lei. Com efeito: Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não darás falso testemunho, não cobiçarás; e se há algum outro mandamento, tudo nesta palavra se resume: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. O amor não faz mal ao próximo. De sorte que o cumprimento da lei é o amor”.

Êxodo Capítulo 20 Parte II                           

"Não existem adaptações, ou contemporizações humanas no culto ao Senhor, todo toque criativo humano é uma PROFANAÇÃO”.

Êxodo 20:18 – “E todo o povo viu os trovões e os relâmpagos, e o sonido da buzina, e o monte fumegando; e o povo, vendo isso retirou-se e pôs-se de longe”. A aparição de Deus, uma teofania, mostrando um leve lampejo da glória de Deus, fez com que o povo tivesse uma leve ideia da distância abismal existente entre O Deus Santo e todos nós. Imediatamente, quase instintivamente, elegeram Moisés como mediador, intermediário entre eles e o Senhor. Esta tipologia nos remete ao Senhor Jesus, que está entre nós e Deus e cujo sangue nos livra da ira vindoura.

Êxodo 20:19 – “E disseram a Moisés: Fala tu conosco, e ouviremos: e não fale Deus conosco, para que não morramos”. Parece que a imagem tão distorcida que os crentes modernos têm acerca do Senhor, faz parecer esta, uma atitude exagerada do povo, afinal, por que ter tanto medo de Deus? Para os crentes atuais, que compraram a ideia de um “deus” mansinho, fofinho e com a mão estendida esperando aceitação do homem, isso parece loucura, mas para aqueles que realmente conheceram o Senhor e viram, face a face, Sua Glória, ter um Mediador é a maior de todas as aspirações. Afinal, reconhecem que não podem subsistir diante da Santidade do Rei da Glória.

Êxodo 20:20 – “E disse Moisés ao povo: Não temais, Deus veio para vos provar, e para que o seu temor esteja diante de vós, a fim de que não pequeis”. O temor do Senhor é o princípio da sabedoria e jamais devemos negligenciar este princípio.

Êxodo 20:21a23 – “E o povo estava em pé de longe. Moisés, porém, se chegou à escuridão, onde Deus estava. Então disse o SENHOR a Moisés: Assim dirás aos filhos de Israel: Vós tendes visto que, dos céus, eu falei convosco. Não fareis outros deuses comigo; deuses de prata ou deuses de ouro não fareis para vós”. “Dos céus, eu falei convosco”- O Senhor não está somente acima de nós, Ele também é tão sublime e maravilhoso, que não pode ser comparado com nada que conhecemos, por isso, é um pecado inescusável fazer qualquer imagem do Senhor, ou compará-Lo a qualquer coisa que exista na terra. Toda imagem que façamos, será sempre um deus falso, sempre uma abominação ao Senhor.

Êxodo 20:24a26 - Um altar de terra me farás, e sobre ele sacrificarás os teus holocaustos, e as tuas ofertas pacíficas, as tuas ovelhas, e as tuas vacas; em todo o lugar, onde Eu fizer celebrar a memória do meu nome, virei a ti e te abençoarei. E se me fizeres um altar de pedras, não o farás de pedras lavradas; se sobre ele levantares o teu buril, profaná-lo-ás. Também não subirás ao meu altar por degraus, para que a tua nudez não seja descoberta diante deles. Aqui são expostos os princípios fundamentais do culto ao Senhor. Primeiramente é fundamental sabermos que Ele escolhe, Ele decide a forma, o tempo e o local como quer ser cultuado. Ele não dá espaço nenhum à criatividade ou “buril” do adorador. Não existem adaptações, ou contemporizações humanas no culto ao Senhor, todo toque criativo humano é uma “PROFANAÇÃO”.


Êxodo 25:40 - Atenta, pois, que o faças conforme ao seu modelo, que te foi mostrado no monte.

Êxodo Capítulo 21                                    

"O estado é ministro de Deus para punir os malfeitores, mas nós, indivíduos cristãos, não podemos resistir ou vingar o mal com nossas mãos. Antes, devemos pagar o mal com o bem e jamais tornar a alguém 'o mal por mal'” (Rom.12:17e21)

Êxodo 21:1e2 – “ESTES são os estatutos que lhes proporás. Se comprares um servo hebreu, seis anos servirá; mas ao sétimo sairá livre, de graça”. Em um período de escravidão e pouca justiça social, vemos o Senhor nosso Deus em Sua grande Bondade e Misericórdia inclinando-Se para ensinar e direcionar o homem a uma bondade que não lhe é natural. Pois o Senhor bem conhece a nossa natureza, sabe do que somos capazes e, sabe que deixado a sua própria escolha, somos capazes de escravizar nossos próprios irmãos e semelhantes até a própria morte.

Naquele período, dívidas não pagas, compromissos quebrados e outros delitos, eram punidos com a escravidão do devedor, mas o Senhor regulamenta este princípio mostrando que até mesmo a severa punição tem seu limite.

Êxodo 21:3 – “Se entrou só com o seu corpo, só com o seu corpo sairá; se ele era homem casado, sua mulher sairá com ele”. O Senhor dá proteção especial ao casamento; este deve ser honrado.

Êxodo 21:5e6 – “Mas se aquele servo expressamente disser: Eu amo a meu senhor, e a minha mulher, e a meus filhos; não quero sair livre, então seu SENHOR o levará aos juízes, e o fará chegar à porta, ou ao umbral da porta, e seu senhor lhe furará a orelha com uma sovela; e ele o servirá para sempre”. Que princípio tremendo é este estabelecido em Israel. O escravo adquire o direito à liberdade, mas escolhe ser escravo por amor ao seu Senhor, e esta aliança é marcada por um furo na orelha diante dos juízes. O Salmista de forma maravilhosa faz menção Do Servo de orelhas furadas (ouvidos abertos, como é traduzido em algumas versões), ele relaciona com o sacrifício voluntário do Senhor Jesus que se fez Servo Sofredor para eternamente ser o Filho de Davi que sofre a pena pelos nossos pecados, carrega o nosso fardo e sofre em nosso lugar, vejamos:

Salmos 40:6a8 - Sacrifício e oferta não quiseste; os meus ouvidos abriste; holocausto e expiação pelo pecado não reclamaste. Então disse: Eis aqui venho; no rolo do livro de mim está escrito. Deleito-me em fazer a tua vontade, ó Deus meu; sim, a tua lei está dentro do meu coração.

E o autor de Hebreus interpreta e aplica esta passagem  Àquele que por nós se fez Servo e assumiu nosso lugar na Cruz do Calvário.

Hebreus 10:5a9 – “Por isso, entrando no mundo, diz: Sacrifício e oferta não quiseste, Mas corpo me preparaste; Holocaustos e oblações pelo pecado não te agradaram. Então disse: Eis aqui venho (No princípio do livro está escrito de mim), Para fazer, ó Deus, a tua vontade. Como acima diz: Sacrifício e oferta, e holocaustos e oblações pelo pecado não quiseste, nem te agradaram (os quais se oferecem segundo a lei). Então disse: Eis aqui venho, para fazer, ó Deus, a tua vontade. Tira o primeiro, para estabelecer o segundo”.

Por isso Ele, nosso Senhor, O Servo Sofredor, que teve Sua orelha furada pela sovela (coroa de espinhos) diante do Grande Juiz, fica para sempre na casa, a interceder pelos Seus que com Seu Sangue Ele comprou. A Ele toda glória, louvor e gratidão!

Êxodo 21:7a11 – “....Se lhe tomar outra, não diminuirá o mantimento desta, nem o seu vestido, nem a sua obrigação marital...”. As moças entregues como escravas, deveriam ser tratadas como esposas, ou ser devolvidas por resgate, porém, jamais poderiam ser abusadas ou vilipendiadas. “...E se lhe não fizer estas três coisas, sairá de graça, sem dar dinheiro...”.

Êxodo 21:12a35 – “....Quem ferir alguém, de modo que este morra, certamente será morto ....mas se houver morte, então darás vida por vida, olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé, queimadura por queimadura, ferida por ferida, golpe por golpe...”. Muito se tem pensado em nossos dias acerca da pena de morte e de sua aplicabilidade em um país cristão. Há muitos pensamentos e opiniões, a Palavra de Deus, porém, é totalmente clara acerca deste assunto. Todo aquele que propositalmente, de forma planejada e dolosa fere de morte a outrem, deve ser punido com a morte. Nenhum crente pode exercer justiça com as mãos, nem mesmo vingar-se, mas pode denunciar o crime às autoridades e, os magistrados punirão o criminoso, pois ao indivíduo é ordenado o “não matarás”, mas ao estado é ordenado retribuir (Rom.13:3e4). O Senhor Jesus explicou claramente que para o indivíduo vale o seguinte:

Mateus 5:38a42 – “Ouvistes que foi dito (em Êxodo21:24): Olho por olho, e dente por dente. Eu, porém, vos digo que não resistais ao mal; mas, se qualquer te bater na face direita, oferece-lhe também a outra; E, ao que quiser pleitear contigo, e tirar-te a túnica, larga-lhe também a capa; E, se qualquer te obrigar a caminhar uma milha, vai com ele duas. Dá a quem te pedir, e não te desvies daquele que quiser que lhe emprestes”. Desta forma, o Senhor Jesus não está invalidando a Lei, pelo contrário, Ele está mostrando a forma correta de aplicá-la. O estado é ministro de Deus para punir os malfeitores, mas nós, indivíduos cristãos não podemos resistir ou vingar o mal com nossas mãos. Antes, devemos pagar o mal com o bem e jamais tornar a alguém “o mal por mal” (Rom.12:17e21).

Êxodo 21:33 – “Se alguém abrir uma cova, ou se alguém cavar uma cova, e não a cobrir, e nela cair um boi ou um jumento”. Somos lembrados diante do Senhor acerca da grande responsabilidade de nossos atos, pois se algo que eu fizer em meio à sociedade vier a prejudicar meu próximo causando dano financeiro por perda de um animal de sua propriedade, eu devo ser penalizado por isso. Muito bom seria, se esta lei fosse aplicado a todos aqueles governantes que utilizam de forma tão temerária os bens públicos e não cuidam do seu povo.

Êxodo Capítulo 22                                      

"E, levantando-se Zaqueu, disse ao Senhor: Senhor, eis que eu dou aos pobres metade dos meus bens; e, se nalguma coisa tenho defraudado alguém, o restituo quadruplicado".

Êxodo 22:1 – “Se alguém furtar boi ou ovelha, e o degolar ou vender, por um boi pagará cinco bois, e pela ovelha quatro ovelhas”. Parece-nos que os fariseus tinham bem vivo este conhecimento da Lei do Senhor, ainda que não possuíssem o poder espiritual para aplicá-la. Isto é maravilhoso aos nossos olhos, quando vemos um judeu familiarizado com a Lei que jamais pôde cumprir tendo um encontro com o Senhor da Glória, vejamos sua posição após passar um tempo na Presença do Senhor: Lucas 19:8-9:

8 - E, levantando-se Zaqueu, disse ao Senhor: Senhor, eis que eu dou aos pobres metade dos meus bens; e, se nalguma coisa tenho defraudado alguém, o restituo quadruplicado.
9 - E disse-lhe Jesus: Hoje veio a salvação a esta casa, pois também este é filho de Abraão.

Percebemos nesta declaração de Zaqueu que a Presença do Senhor Jesus o levou à consciência de pecado, levou-o a considerar seus roubos, a pensar sobre sua ação como um mau funcionário público, os subornos e propinas que tivesse aceitado, os impostos indevidos que tivesse cobrado. É maravilhoso percebermos que a presença do Senhor, a Santidade do Senhor, nos conduz sempre ao arrependimento, à fé salvadora e à capacitação para cumprir a Lei. Por isso, somente o Senhor Jesus pode declarar: “Hoje veio salvação a esta casa...também este é filho de Abraão”, ingressou na família dos santos.

Êxodo 22:2,3 – “Se o ladrão for achado roubando, e for ferido, e morrer, o que o feriu não será culpado do sangue. Se o sol houver saído sobre ele, o agressor será culpado do sangue; o ladrão fará restituição total; e se não tiver com que pagar, será vendido por seu furto”.

Deuteronômio 4:7,8 – “Pois, que nação há tão grande, que tenha deuses tão chegados como o SENHOR nosso Deus, todas as vezes que o invocamos? E que nação há tão grande, que tenha estatutos e juízos tão justos como toda esta lei que hoje ponho perante vós?

É bem certo que se ouvirmos a opinião dos naturalistas, dos defensores dos “direitos humanos para bandidos”, certamente, dirão eles, essas Leis do Senhor não são tão boas, são velhas, caducas, não fazem parte do nosso tempo, são apenas o “Velho Testamento”; porém, todo verdadeiro crente dirá: Esta é a boa e irrevogável Lei do Senhor; Concordo com meu Senhor, Ele não veio revogar, mas cumprir e, assim como Zaqueu, Nele terei forças e sabedoria para cumprir a Lei e dEle ouvir: “Hoje veio salvação a esta casa”.
Quero apenas esclarecer que a salvação não veio pelo cumprir da Lei, mas a salvação trazida pelo Senhor, capacitou Seu servo a obedecer a Lei que sempre será perfeita e irrevogável!

Jeremias 31:31a34 – Hebreus 8:8a12

Êxodo 22:7a9 – “Se alguém der ao seu próximo dinheiro, ou bens a guardar, e isso for furtado da casa daquele homem, o ladrão, se for achado, pagará o dobro. Se o ladrão não for achado, então o dono da casa será levado diante dos juízes, a ver se não pôs a sua mão nos bens do seu próximo. Sobre todo o negócio fraudulento, sobre boi, sobre jumento, sobre gado miúdo, sobre roupa, sobre toda a coisa perdida, de que alguém disser que é sua, a causa de ambos será levada perante os juízes; aquele a quem condenarem os juízes pagará em dobro ao seu próximo”. É maravilhoso ver o cuidado do Senhor em cada detalhe da vida do Seu povo. O Senhor é justo, justíssimo Juiz, não tolera o mal, Ele é a nossa Justiça, Ele é nosso padrão e moral, dEle vem toda a consciência que possuímos, ainda que os homens deste mundo queiram negar a justiça perfeita presente na Lei do Senhor, basta meditarmos nela com sinceridade e saberemos que por mais iletrada e ignorante que um homem seja, ele sabe, instintivamente, que essas penalidades são justas e que não há forma mais correta de se tratar um transgressor do que estas expostas na Lei. Ah...! Quem dera a constituição federal de nosso país fosse regida por leis tão excelentes, certamente nossa nação seria muito diferente.

Êxodo 22:11 – “Então haverá juramento do SENHOR entre ambos, de que não pôs a sua mão nos bens do seu próximo; e seu dono o aceitará, e o outro não o restituirá

Êxodo 22:16 – “Se alguém enganar alguma virgem, que não for desposada, e se deitar com ela, certamente a dotará e tomará por sua mulher”. O extremo à castidade e a preservação da virgindade antes do casamento é Lei para o crente.

Êxodo 22:18 – “A feiticeira não deixarás viver”. Toda a bruxaria ou consulta aos “espíritos de mortos”, mandingas, simpatias e “campanhas da sorte” são vedadas com pena de morte ao povo do Senhor.

Êxodo 22:28 – “A Deus não amaldiçoarás, e o príncipe dentre o teu povo não maldirás”. Falar contra o líder espiritual do povo era algo tão sério que o próprio Apóstolo Paulo se arrependeu, imediatamente, quando percebeu ter cometido este erro:

Atos 23:4,5 - E os que ali estavam disseram: Injurias o sumo sacerdote de Deus? E Paulo disse: Não sabia, irmãos, que era o sumo sacerdote; porque está escrito: Não dirás mal do príncipe do teu povo

Êxodo Capítulo 23                                      

"...o evangelho é completa ruptura com o mundo e jamais um acordo amigável".


Êxodo 23:1a9 – “NÃO admitirás falso boato, e não porás a tua mão com o ímpio, para seres testemunha falsa”. A perfeição da Lei do Senhor nos mostra a seriedade e retidão com que o Senhor trata cada setor da vida dos Seus filhos. O Senhor não permite qualquer desvio de conduta ... “não perverterás o direito do teu pobre”... “não aceitarás suborno” ... devemos fazer justiça até mesmo àqueles que nos aborrecem, e ajudar, com justiça, nossos inimigos.

Êxodo 23:10e11 – “Também seis anos semearás tua terra, e recolherás os seus frutos; Mas ao sétimo a dispensarás e deixarás descansar, para que possam comer os pobres do teu povo, e da sobra comam os animais do campo. Assim farás com a tua vinha e com o teu olival”. Um ano de descanso sabático ordenado após seis anos de trabalho; disto se beneficiaria a terra, os que conseguissem obedecer a dureza desta Lei,-pois um ano sem cultivo representava um grande abalo as suas finanças-, seriam ensinados a depender mais e completamente de Deus, pois era realmente um grande desafio à fé.

Êxodo 23:12 – “Seis dias farás os teus trabalhos mas ao sétimo dia descansarás; para que descanse o teu boi, e o teu jumento; e para que tome alento o filho da tua escrava, e o estrangeiro”. Um dia de descanso a cada sete dias. Uma ordem importante que preserva a saúde física e mental do trabalhador, comprovado pela medicina.

Êxodo 23:13 – “E em tudo o que vos tenho dito, guardai-vos; e do nome de outros deuses nem vos lembreis, nem se ouça da vossa boca”. O zelo do Senhor é extremo em relação aos “deuses” que se tornaram tão comuns na nossa mídia moderna, que tanta ênfase tem dado aos deuses gregos e aos originários da cultura afro.

Êxodo 23:14a17 – “Três vezes no ano me celebrareis festa... três vezes no ano, todo homem aparecerá diante do Senhor Deus”.
      -A festa dos Pães Asmos
      -A festa da cega (ou também, Festa das Semanas – Êx.34:22)
      -A Festa da Colheita (ou também, Festa dos Tabernáculos - Lv.23:33a36)

Êxodo 23:15 – ”... e ninguém apareça vazio perante mim”. O Senhor deixa claro que o relacionamento com Ele apresenta um custo, o custo do discipulado, desde cedo o Senhor nos mostra que teremos perdas neste mundo. Aquilo que oferecemos a Deus e, portanto, temos a coragem de perder neste mundo, demonstra o quanto confiamos nEle e o quanto o amamos.  “...Quem perder a vida neste mundo...”.

Êxodo 23:18 – “Não oferecerás o sangue do meu sacrifício com pão levedado”. O fermento é visto como uma mistura que faz crescer a massa através da contaminação; desde cedo o Senhor deixa esse exemplo acerca da pureza exigida tanto para os Seus sacrifícios, como para Sua Igreja.

Êxodo 23:19  – “...não cozerás o cabrito no leite de sua mãe”. A vida do animalzinho era sustentada por este leite materno... não sabemos a razão exata, mas parece que aqui, o Senhor exige a mesma reverência ordenada em Gn.9:4.

Êxodo 23:20a23 – “...guarda-te diante dEle...se diligentemente lhe ouvires a voz...”. O Anjo do Senhor, figura do próprio Senhor Jesus, trazia sobre Si, O Nome do Senhor, todas As Suas Palavras deveriam ser obedecidas com temor e reverência.

Êxodo 23:24 – “...nem farás conforme as suas obras...”. O povo estava terminantemente proibido de copiar qualquer forma, ritos ou costumes dos cultos pagãos. A ordem era não somente que não cultuassem seus deuses, mas também que não aprendessem seus costumes. Infelizmente, em nossos dias, a Igreja tem buscado nos conselhos dos mestres das ciências humanas, conceitos e princípios antropológicos que estudam a mente e os costumes dos povos e, desta forma, imitando seus costumes, achar meios de influenciá-los com o evangelho. Isso parece muito piedoso e caridoso, mas no fundo, não passa de desobediência, culto de si mesmo e afronta ao método instituído por Deus.

Êxodo 23:25  - “E servireis ao SENHOR vosso Deus, e ele abençoará o vosso pão...” O vosso trabalho, o vosso evangelismo... Fidelidade e obediência são as receitas para evangelismo eficaz, não os conselhos da carne caridosa imitando o mundo.

Êxodo 23:32e33 – “Não farás aliança alguma com eles, ou com os seus deuses. Na tua terra não habitarão, para que não te façam pecar contra mim; se servires aos seus deuses, certamente isso será um laço para ti”. Não existe acordo, não tem meio termo, o evangelho é completa ruptura com o mundo e jamais um acordo amigável. Somos convidados a morrer com Cristo para viver com Ele. O cristianismo não se adapta a um povo, a uma cultura, ou a um local, o cristianismo tem consigo a Cruz de Cristo, a nova Vida, o novo Homem, ou é puro ou não é nada. Tudo o que se acrescenta ao cristianismo Bíblico a fim de agradar aos homens ou, ao público alvo, não passa de fermento maldito e será lançado no fogo.  

Êxodo Capítulo 24                                      

"...a pecaminosidade vigente em toda raça adâmica que não pode se aproximar da Soberana Luz sem a interposição de um medianeiro".

Êxodo 24:1e2 – “DEPOIS disse a Moisés: Sobe ao SENHOR, tu e Arão, Nadabe e Abiú, e setenta dos anciãos de Israel; e adorai de longe. E só Moisés se chegará ao SENHOR; mas eles não se cheguem, nem o povo suba com ele”.

Adorai de longe” – No Velho Testamento, esta adoração foi instituída por duas razões principais: Primeiro para que se soubesse acerca da Santidade absoluta do Senhor, a extrema reverência que não permite jamais um excesso de intimidade na qual o Senhor possa ser confundido com Sua criatura caída. Em segundo lugar, a pecaminosidade vigente em toda raça adâmica que não pode se aproximar da Soberana Luz sem a interposição de um medianeiro.

Êxodo 24:3,4 – “Veio, pois, Moisés, e contou ao povo todas as palavras do SENHOR, e todos os estatutos; então o povo respondeu a uma voz, e disse: Todas as palavras, que o SENHOR tem falado, faremos. Moisés escreveu todas as palavras do SENHOR...,” – Todas as Palavras do Senhor foram escritas, por esta maravilhosa graça do Senhor, hoje temos o pentateuco e toda a Lei nele descrita. O povo havia se comprometido a cumprir todas as ordenanças e preceitos da Lei, mas não compreendiam a impossibilidade desta promessa que fizeram, pois a carne “não é sujeita à Lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser” (Rom.8:7). A única possibilidade de obediência perfeita à Lei de Deus é que Ela seja gravada em tábuas de carne de um coração transformado pelo novo nascimento apenas tornado possível na Cruz de nosso Senhor (Ez.36:26; IICo.3:3).

Doze colunas” – Representando as doze tribos de Israel, diferentemente das colunas utilizadas nos cultos pagãos e colocadas ao lado do altar de sacrifício para ratificar a aliança do Senhor.

Êxodo 24:5 – “E enviou alguns jovens...”. Possivelmente indicando os filhos primogênitos que oficiava até que a Lei indicou os levitas para tomarem o lugar deles.

Êxodo 24:7 – “...o livro da aliança...”. Leis civis, sociais e religiosas foram recebidas por Moisés no Monte Sinai, apresentadas oralmente, depois escritas e lidas ao povo.

Êxodo 24:8 – “...aspergiu sobre o povo...” – Após ouvirem e aceitarem as imposições da aliança, Moisés selou o tratado com sangue. Desta maneira, os representantes de Israel foram qualificados para subir ao monte e participar da refeição da aliança com Javé (Êx.24:11; cf.Hb.9:20).

Êxodo 24:9a11 – “...viram a Deus...”. Os representantes que acompanharam Moisés no monte, segundo instruções de Deus, foram privilegiados em ver os “pés” de Deus sem serem consumidos pela Santidade dEle. O que exatamente viram, permanece ponto ignorado e deve ser mantido dentro da descrição dada, a qual focaliza apenas o que estava sob os pés de Deus. Talvez isso indique que diante daquela presença Divina, cheia de Beleza, Santidade e Força, eles não ousaram levantar os olhos acima dos pés.

Êxodo 24:12 – “...Tábuas de Pedra...” – Pela primeira vez é feito menção à forma que a revelação da Lei assumiria: Tábuas de Pedra. Estas também foram chamadas de “tábuas do Testemunho” (Êx.31:18) e “Tábuas da Aliança” (Dt.9:9).   
Hur – Filho de Calebe e avô de Bezalel o artesão. (Êx.31:2a11; ICr.2:19e20).

Êxodo 24:13a18 – “...subindo Moisés ao Mote de Deus...” – Essa foi a primeira (terminando em 32:6) de duas (40 dias e 40 noites) viagens ao Sinai (cf.34:2a28). A visão inspiradora de pavor da nuvem da glória de Deus, a Shekinah, repousando sobre o monte, impressionou a todos pela singular importância desse acontecimento na história de Israel. Durante esses dias Moisés recebeu todas as instruções sobre o tabernáculo, sua mobília e adornos (caps.25a31), nada ficando a mercê da criatividade humana. O pouso da Shekinah sobre o tabernáculo quando sua construção fora terminada impressionou os israelitas pela singular importância dessa estrutura no culto de Israel a Javé e o relacionamento dos israelitas com Ele (Êx.40:34a38). 

Êxodo Capítulo 25                                     

"É maravilhoso observar que Deus não requereu nada do povo que não tivesse sido dada por Ele mesmo, porque toda verdadeira adoração e dádiva só pode vir dEle mesmo e a Ele voltar".

Êxodo 25:1e2 – “ENTÃO falou o SENHOR a Moisés, dizendo: Fala aos filhos de Israel, que me tragam uma oferta alçada; de todo o homem cujo coração se mover voluntariamente, dele tomareis a minha oferta alçada”. O Senhor deu a ordem para que fosse construído um local para Sua habitação entre o povo; Quais as características desta construção? Ela deveria ser feita com “ofertas alçadas”, ou seja, ofertas livres, sem qualquer barganha, troca ou promessa de recompensas materiais. Essas ofertas seriam tomadas de homens cujos corações se movessem, ou seja, corações tocados pelo próprio Senhor e cujo maior alvo seria a satisfação e a Presença do Senhor e não uma satisfação terrena e carnal.

Êxodo 25:3a8 – “E esta é a oferta alçada que recebereis deles: ouro, e prata, e cobre ... E me farão um santuário para que EU possa habitar no meio deles”. A grande questão aqui é: De onde esses ex-escravos iriam tirar ouro, prata e cobre, metais tão preciosos, no meio do deserto. A resposta é que o próprio Senhor havia dado a eles pelas mãos dos Egípcios. (Êxodo 12:35e36 - Fizeram, pois, os filhos de Israel conforme à palavra de Moisés, e pediram aos egípcios jóias de prata, e jóias de ouro, e roupas. E o SENHOR deu ao povo aos egípcios”). É maravilhoso observar que Deus não requereu nada do povo que não tivesse sido dada por Ele mesmo, porque toda verdadeira adoração e dádiva só pode vir dEle mesmo e a Ele voltar. Deus é glorificado quando seus adoradores confiam nEle para a provisão dos recursos e não nas técnicas comerciais comuns do mundo.

Êxodo 25:9 – “Conforme a tudo o que eu te mostrar para modelo do tabernáculo, e para modelo de todos os seus pertences, assim mesmo o fareis”. O Senhor restringe totalmente a criatividade de Seu servo, o Senhor sempre determina a forma e os meios como quer ser adorado.

Êxodo 25:10e11 – “Também farão uma arca de madeira de acácia ... E cobri-la-á de ouro puro; por dentro e por fora a cobrirás; e farás sobre ela uma coroa de ouro ao redor”. Madeira de acácia – madeira dura, durável, compacta e aromática do deserto, imune aos insetos roedores de madeira (cupim). Coberta com ouro puro – metal precioso e incorruptível (não pode ser tocado pela ferrugem e nem destruído). A união dessa madeira com o ouro, representam o receptáculo para a presença do Senhor que é mil vezes Santo, que não pode suportar o pecado ou a corrupção que nos afeta tão profundamente.

Êxodo 25:12a15 – “E fundirás para ela quatro argolas de ouro...”. O Senhor estabeleceu a forma como a arca de veria ser transportada através dos varais e das argolas; A desobediência desta Lei custou a vida de Uzá ( IISm.6:6e7).

Êxodo 25:19a22 – “Farás um querubim na extremidade de uma parte, e o outro querubim na extremidade da outra parte; de uma só peça com o propiciatório, fareis os querubins nas duas extremidades dele ... E ali virei a ti, e falarei contigo de cima do propiciatório, do meio dos dois querubins (que estão sobre a arca do testemunho), tudo o que eu te ordenar para os filhos de Israel”. Oh! Que maravilhosa figura temos aqui, dois querubins nas extremidades do propiciatório, dois anjos, um na cabeceira e outro nos pés do local onde fora derramado o sangue do cordeiro imolado no sacrifício remidor... ali, naquele exato local, se manifesta a tão resplandecente glória de Deus que os anjos tapam seus rostos com as asas ... E não foi exatamente assim no leito onde depositaram o corpo de nosso Senhor? João 20:12 – “E viu dois anjos vestidos de branco, assentados onde jazera o corpo de Jesus, um à cabeceira e outro aos pés”. Eis os querubins postos nas extremidades do propiciatório prefigurado na arca da aliança ... agora temos sua realidade cumprida literalmente.

Êxodo 25:21 – “E porás o propiciatório em cima da arca, depois que houveres posto na arca o testemunho que eu te darei”. Conforme Hebreus 9:4 – “Que tinha o incensário de ouro, e a arca da aliança, coberta de ouro toda em redor; em que estava um vaso de ouro, que continha o maná, e a vara de Arão, que tinha florescido, e as tábuas da aliança”. Percebemos que houve uma mudança no interior da arca com o passar os anos:

IReis 8:9 – “Na arca nada havia, senão só as duas tábuas de pedra, que Moisés ali pusera junto a Horebe, quando o SENHOR fez a aliança com os filhos de Israel, saindo eles da terra do Egito”. Desapareceram o Maná, testemunho da provisão de Deus para a alimentação de Seu povo e, também a vara de Arão que representava a autoridade sacerdotal instituída por Deus na aliança mosaica. Não temos uma razão clara acerca do motivo porque o Senhor fez desaparecerem esses dois testemunhos, mas acreditamos que uma vez que o templo de Salomão, morada definitiva da arca, havia sido concluído, agora ela já não mais viajaria pelo deserto e já não seria preciso lembrar o povo acerca da comida gratuita, pois já tinham a terra prometida para plantar e colher, e, do sacerdócio levítico, que agora já se tornara uma instituição permanente em Israel.

Êxodo 25:30 – “E sobre a mesa porás o pão da proposição perante a minha face perpetuamente”. A cada semana uma nova fornada de 12 pães era colocada na mesa do lado norte do Santo Lugar. Esse “pão da presença” não era colocado para que Deus alimentasse seu povo, como se fosse uma oferenda igual àquelas que os pagãos ofereciam às suas divindades, mas para reconhecer que as doze tribos eram sustentadas constantemente sob o olhar vigilante e o cuidado do Senhor. A cada sábado os pães eram consumidos no Santo Lugar pelos sacerdotes em serviço (Lv.24:5a9). Os pães da proposição tipificavam o Senhor Jesus Cristo como o pão que veio do céu (João6:32a35).

Êxodo 25:34a40 – “Mas no candelabro mesmo haverá quatro copos a modo de amêndoas, com seus botões e com suas flores...Também lhe farás sete lâmpadas, as quais se acenderão para iluminar defronte dele. Os seus espevitadores e os seus apagadores serão de ouro puro...Atenta, pois, que o faças conforme ao seu modelo, que te foi mostrado no monte”. Em frente à mesa dos pães da proposição, no lado sul do Santo Lugar, localizava-se o candelabro adornado, ou menorá, que tinha a forma de um pé de amêndoa em flor. De acordo com as instruções do Senhor deveria ser abastecido com azeite de oliva para que nunca se extinguisse a sua luz (Lv.24:1a4).

Sete lâmpadas de contínuo deveriam iluminar o caminho dos sacerdotes dentro do Santo Lugar...não é exatamente este o ministério do Espírito Santo sobre a Igreja do Senhor? Apocalipse 4:5 – “E do trono saíam relâmpagos, e trovões, e vozes; e diante do trono ardiam sete lâmpadas de fogo, as quais são os sete espíritos de Deus”. Sete lâmpadas continuamente acesas no santo lugar...sem dúvida representando os sete espíritos, ou seja, a forma sétupla, como se apresenta O Espírito Santo agindo sobre a Igreja espalhada em toda a terra (Apoc.5:6). Devemos compreender que a menção de sete espíritos tem um sentido de completude, na forma em que o Espírito age, pois o sete representa um número completo e indivisível. Esta simbologia não está, de forma alguma quantificando o número de “espíritos” que o Senhor possui e sim a forma perfeita e completa que O Seu Único Espírito age.

Êxodo 27:20 – “Tu pois ordenarás aos filhos de Israel que te tragam azeite puro de oliveiras, batido, para o candeeiro, para fazer arder as lâmpadas continuamente”. As lâmpadas que ardem continuamente, esta é a vontade do Senhor para a ação do Seu Espírito sobre a Igreja, infelizmente, o pecado do desleixo e da falta de oração tem sido a tragédia da Igreja, pois ela não tem feito questão de fornecer o azeite da oração e súplica que alimentam as chamas do derramamento do Espírito e do verdadeiro avivamento.

Êxodo Capítulo 26                                      

“...Cristo padeceu por nós na carne”(IPe.4:1). Sem morte, tudo teria sido inútil.

Êxodo 26:1a14 – “E O TABERNÁCULO farás de dez cortinas de linho fino torcido, e azul, púrpura, e carmesim; com querubins as farás de obra esmerada”. Uma obra esmerada, cuidada nos mínimos detalhes, assim deveria ser o tabernáculo, o local da presença de Deus. Lembrando que o tabernacular, no original, possui o sentido de Presença, de Habitação. O Senhor Deus detalha minuciosamente os materiais e os formatos necessários à presença da Sua Santidade. Cada um desses materiais possui um sentido espiritual apontando para Cristo, que é Deus em forma corpórea habitando entre os homens.

O linho fino torcido, o mais nobre dos tecidos, torcido e esmagado para exalar beleza, certamente faz referência ao “...ente Santo que de ti há de nascer será chamado Filho de Deus”(Lc1:34-35). Maria imaginava que este nascimento deveria ocorrer segundo os princípios ordinários da geração; mas o anjo corrige seu equívoco dizendo: “Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a Sua sombra...”. O poder divino estava prestes a formar UM HOMEM VERDADEIRO – “o segundo Adão, o Senhor do céu”(ICo15:47): Um homem cuja natureza seria divinamente pura, inteiramente incapaz de receber ou de comunicar a mais pequena mancha, “...à semelhança da carne do pecado”, porém sem pecado na carne. Participou inteiramente da carne e do sangue sem uma partícula ou sombra de mal ligado com eles. Um homem puro, imaculado, Verdadeiro Homem em quem o homem podia apoiar-se sem reservas e em Quem Deus podia achar o Seu agrado.

Uma característica das dez cortinas era sua tremenda beleza que só podia ser observada do lado de dentro. A espessa coberta protetora externa feita de pêlos de cabrito e pele de carneiro (v.14), a ocultavam da visão de todos, exceto dos sacerdotes que a adentravam.

Aqueles que possuem a Mente do Espírito e adentram à beleza da encarnação de Cristo, descobrem que não tinham necessidade somente de um Cristo encarnado, mas também de um Cristo crucificado e ressurreto. Pois não foi na encarnação que Cristo tomou consigo a perfeita união com Sua Igreja e sim na Sua morte. Ele mesmo ensina: “Na verdade, na verdade vos digo que, se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto”(João 12:24). Não podia haver nenhuma união entre carne santa e pecaminosa, corruptível e incorruptível, pura e impura, mortal e imortal. A morte é a única base de união entre Cristo e Seus membros eleitos. Em ligação com as palavras: “Levantai-vos, vamos” (Mc14:42) que o Senhor diz: “Eu sou a videira e vós as varas”(Jo15:5). Porque “se fomos plantados juntamente com Ele na semelhança da Sua morte...o nosso velho homem foi com Ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito”(Rm6:5e6). “No qual também estais circuncidados com a circuncisão não feita por mão no despojo do corpo dos pecados da carne, a circuncisão de Cristo; Sepultados com ele no batismo, nele também ressuscitastes pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dentre os mortos”(Cl 2:11e12).

Estes textos de Romanos e de Colossenses nos dão um relato pormenorizado desta verdade fundamental que ensina que unicamente como mortos e ressuscitados que Cristo e Seu povo tornaram-se um. O Verdadeiro grão de trigo tinha de cair na terra e morrer antes que a espiga pudesse ser formada e recolhida no celeiro celestial.

O Azul é a cor etérea e indica o caráter celestial de Cristo, o qual, a despeito de ter entrado em todas as circunstâncias de verdadeira e autêntica humanidade – exceto o pecado – era o “Senhor do céu”. Como homem verdadeiro, jamais se esqueceu do sentido de Sua própria dignidade, como estrangeiro celestial, jamais esqueceu-se de onde tinha vindo, onde estava ou para onde ia. A fonte de todo o Seu gozo estava nas alturas. A terra não podia fazê-Lo nem mais rico e nem mais pobre.

A púrpura indica a realeza, e mostra-nos Aquele que havia “nascido Rei dos judeus”, que Se apresentou como tal à nação judaica e foi rejeitado; que fez boa confissão perante Pôncio Pilatos, declarando-Se rei, quando para a visão humana, não havia um simples traço de realeza... “Tu dizes que eu sou rei. Eu para isso nasci, e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz” (Jo18:37). E de alguma forma, que nem sequer compreendemos, somente aqueles que são da verdade ouvem e creem e se convertem.

O Carmesim, quando genuíno, é produzido pela morte e fala-nos dos sofrimentos de Cristo: “...Cristo padeceu por nós na carne”(IPe.4:1). Sem morte, tudo teria sido inútil. Podemos admirar o azul e a púrpura, mas sem o carmesim o tabernáculo teria perdido um aspecto importante.

Êx.26:7e14 - A cortina de pêlos de cabras e a cortina de peles de carneiro, tintas de vermelho: As peles de cabra representam o rigor da separação do interior do tabernáculo, ou seja, de Cristo e do mundo; enquanto que as peles de carneiro, tintas em vermelho representam Sua consagração e afeto a Deus mantidas até a morte.

Êx.26:31a36 – O tabernáculo estava dividido em três partes distintas: “O lugar santíssimo”, “o santuário” e “o pátio do tabernáculo”. A entrada para cada uma destas partes era feita dos mesmos materiais, “azul, púrpura, carmesim e linho fino torcido” (compare o capítulo 26:31e36 com 27:16). A sua interpretação é simples: Cristo é a única porta de entrada aos vários campos de glória que hão de ser ainda revelados, quer seja na terra, no céu ou no céu dos céus.

Toda a família nos céus e na terra”(Ef.3:15) será posta sob a Sua autoridade e introduzida na felicidade e glória eternas, em virtude da expiação que Ele fez.  

Êxodo Capítulo 27                                      

"O altar de bronze do lado externo do Santo Lugar era o local onde o pecado era tratado segundo o juízo divino. O altar de ouro era o lugar onde o perfume precioso da aceitabilidade de Cristo subia para o trono de Deus".

Êxodo 27:1 a 6 – “FARÁS também o altar de madeira de acácia; cinco côvados será o comprimento, e cinco côvados a largura (será quadrado o altar), e três côvados a sua altura. E farás as suas pontas nos seus quatro cantos; as suas pontas serão do mesmo, e o cobrirás de cobre...”. Esta era a maior peça de mobília, também conhecida como “altar de holocausto”. Situava-se no átrio do Tabernáculo. Era coberto não com ouro, como as peças no interior do Santo Lugar, mas com bronze. Semelhante às outras peças de mobília, esse altar também foi construído de tal modo a poder ser carregado em varais. Todos os acessórios desse altar foram fabricados em bronze. O altar de bronze do lado externo do Santo Lugar era o local onde o pecado era tratado segundo o juízo divino. O altar de ouro era o lugar onde o perfume precioso da aceitabilidade de Cristo subia para o trono de Deus. A madeira de acácia fazia figura da humanidade de Cristo, e vemos neste altar a carne sendo consumida pelo fogo da justiça divina; no altar de ouro vemos como Cristo satisfaz o afeto divino. No primeiro o fogo da ira divina foi apagada, no último, o fogo do culto sacerdotal é aceso.

O pecador penitente quando entrava no átrio do Tabernáculo fazia um caminho que passava primeiro pelo altar de bronze, onde era feita a expiação pelo pecado. Depois chegava à bacia de bronze que representava a lavagem de purificação, para somente depois entrar no Lugar Santo, onde faria o sacrifício de louvor agradável a Deus utilizando os objetos revestidos de ouro que simbolizam a glória perfeita da presença do Senhor.
O bronze simboliza a exigência da justiça divina julgando o pecado, tanto no altar quanto na bacia, isto explica a razão porque dentro da tenda tudo era ouro e fora dela tudo era bronze, ou seja, antes de adentrar ao local da Santa Presença, o pecado deveria ser expurgado.

Êxodo 27:9 – “Farás também o pátio do tabernáculo, ao lado meridional que dá para o sul; o pátio terá cortinas de linho fino torcido; o comprimento de cada lado será de cem côvados”. Todas as dimensões do átrio envolto por cortinas e varais ao redor do Tabernáculo foram fornecidas com precisão. As cortinas externas eram altas o suficiente para bloquear toda visão interior do átrio. O acesso geral e livre pelos lados ao átrio onde Deus habitava NÃO era permitido. 

Êxodo 27:16 – “E à porta do pátio haverá uma cortina de vinte côvados, de azul, e púrpura, e carmesim, e de linho fino torcido, de obra de bordador; as suas colunas quatro, e as suas bases quatro”. A cortina que formava a cobertura para a entrada no átrio tinha cor diferente daquela que circundava. Fica explicitamente marcado o local único e devidamente contrastado de entrada para o Tabernáculo nos ensinando que para o local da presença existe um Único Caminho, e que este Caminho é escolhido, demarcado e apontado pelo Pai realizado no Filho.

Êxodo 27:20-21- ”Tu pois ordenarás aos filhos de Israel que te tragam azeite puro de oliveiras, batido, para o candeeiro, para fazer arder as lâmpadas continuamente. Na tenda da congregação, fora do véu que está diante do testemunho, Arão e seus filhos as porão em ordem, desde a tarde até a manhã, perante o SENHOR; isto será um estatuto perpétuo para os filhos de Israel, pelas suas gerações”. O azeite claro prensado de olivas não amadurecidas proporcionava luz praticamente isenta de fumaça. O povo devia fornecer o combustível para manter a luz necessária para o sumo sacerdote e a equipe sacerdotal no Santo Lugar. Isso faz clara referência ao ministério de oração da Igreja que mantém acesa continuamente a luz da presença do Santo Espírito em meio ao povo de Deus. Apoc.5:8 – “... tendo todos eles harpas e salvas de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos”.

Apocalipse 4:5 – “E do trono saíam relâmpagos, e trovões, e vozes; e diante do trono ardiam sete lâmpadas de fogo, as quais são os sete espíritos de Deus”. A representação sétupla fala da completude e plenitude do Espírito Santo, pois o sete representa a completude, e, na forma simbólica, aparece no castiçal de sete lâmpadas. O azeite fornecido pelo povo faz referência à obrigação da Igreja quanto à oração que mantém acesa a chama; uma mente espiritual verá que este é o combustível exigido por Deus acerca do derramamento do Seu Espírito.

Êxodo Capítulo 28                                      

Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar”(ITm.3:2). Assim como nunca houve uma sacerdotisa, também nunca houve uma bispa, ou pastora na Verdadeira Igreja do Senhor Jesus".

Êxodo 28:1,2 – “DEPOIS tu farás chegar a ti teu irmão Arão, e seus filhos com ele, do meio dos filhos de Israel, para me administrarem o ofício sacerdotal; a saber: Arão, Nadabe, e Abiú, Eleazar e Itamar, os filhos de Arão”. O Senhor Deus, em Sua Santidade, estabelece um caminho para Sua Presença, um caminho através de mediadores; o povo comum (laicato), não se achegaria diretamente ao Senhor, fica assim estabelecido, não somente os mediadores, mas também, suas vestimentas, suas preparações e condutas e o solene fato de que Deus escolhe os Seus ministros e, também, aqueles que fará achegarem-se a Si.

É importante notar que a função sacerdotal é exercida estritamente por homens escolhidos por Deus, assim como o presbitério e a liderança da Igreja é exercida somente por homens... Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar”(ITm.3:2). Assim como nunca houve uma sacerdotisa, também nunca houve uma bispa, ou pastora na Verdadeira Igreja do Senhor Jesus.

Êxodo 28:3 – “Falarás também a todos os que são sábios de coração, a quem eu tenho enchido do espírito da sabedoria, que façam vestes a Arão para santificá-lo; para que me administre o ofício sacerdotal”. Podemos ver claramente que o Senhor determina, não só o formato do culto, mas também, o vestuário e seus moldes. Nada fica entregue à criatividade humana ou às mentes moldadas nos modismo e costumes do Egito. Homens hábeis, escolhidos por Deus e cheios do Espírito Santo, somente estes.

Êxodo 28:4a8 – “Estas pois são as vestes que farão: um peitoral, e um éfode, e um manto, e uma túnica bordada, uma mitra, e um cinto; farão, pois, santas vestes para Arão, teu irmão, e para seus filhos, para me administrarem o ofício sacerdotal”. Este magnífico vestuário iria distinguir o sacerdote do povo comum e daria um brilho extra a este ofício tão importante. Vemos o testemunho dado aos Hebreus(8:4-5) acerca deste ofício ... “havendo ainda sacerdotes que oferecem dons segundo a lei, os quais servem de exemplo e sombra das coisas celestiais, como Moisés divinamente foi avisado, estando já para acabar o tabernáculo; porque foi dito: Olha, faze tudo conforme o modelo que no monte se te mostrou”. E entendemos quão tremenda é esta revelação, pois o tabernáculo terrestre deveria ser uma cópia do tabernáculo celestial que Deus mostrara a Moisés, assim, podemos compreender o santo ofício do nosso Maravilhoso Sumo-Sacerdote que por nós intercede tabernáculo celestial... Apocalipse 1:12e13 – “E virei-me para ver quem falava comigo. E, virando-me, vi sete castiçais de ouro (Igreja); E no meio dos sete castiçais um semelhante ao Filho do homem, vestido até aos pés de uma roupa comprida, e cingido pelos peitos com um cinto de ouro”.

Apocalipse 11:19 – “E abriu-se no céu o templo de Deus, e a arca da sua aliança foi vista no seu templo; e houve relâmpagos, e vozes, e trovões, e terremotos e grande saraiva”.

Hebreus 8:1,2 – “ORA, a suma do que temos dito é que temos um sumo sacerdote tal, que está assentado nos céus à destra do trono da majestade, Ministro do santuário, e do verdadeiro tabernáculo, o qual o Senhor fundou, e não o homem”.

Êxodo 28:9-12 – “E tomarás duas pedras de ônix, e gravarás nelas os nomes dos filhos de Israel, e porás as duas pedras nas ombreiras do éfode, por pedras de memória para os filhos de Israel; e Arão levará os seus nomes sobre ambos os seus ombros, para memória diante do SENHOR”. Que maravilhosa simbologia temos aqui, o sumo-sacerdote comparece com os nomes sobre seus ombros diante do Senhor... e não é mesmo assim que o Senhor Jesus carrega Sua Igreja? Ele mesmo nos diz: Isaías 49:16 – “Eis que nas palmas das minhas mãos eu te gravei”. Muitos acreditam que o Senhor Jesus, no momento da crucificação não sabia os nomes daqueles que Ele ali substituía e que sua expiação seria algo genérico e inespecífico, mas não é isso que vemos nas Escrituras que nos dizem: “...Sangue derramado em favor de muitos ...”(Mt.26:28) quem são esses “muitos”? João 17:8e9 – “Porque lhes dei as palavras que tu me deste; e eles as receberam, e têm verdadeiramente conhecido que saí de ti, e creram que me enviaste. Eu rogo por eles; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus”. Isaías 53:11 – “Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito; com o seu conhecimento o meu servo, o justo, justificará a muitos; porque as iniquidades deles levará sobre si”. Aqueles cujas iniquidades foram levadas à Cruz, aqueles cujos pecados foram pagos no madeiro, aqueles que foram justificados pelo Sangue precioso, foram, também, salvos no calvário, um dia saberão disto... ali foram salvos, mesmo, ainda, antes de terem nascido. Seria possível crer que alguém cujos pecados foram pagos na Cruz, seria, ainda assim, condenado ao inferno? Teria o Senhor falhado e perdido alguns daqueles que o Pai Lhe dera?

João 17:12 – “Estando eu com eles no mundo, guardava-os em teu nome. Tenho guardado aqueles que tu me deste, e nenhum deles se perdeu, senão o filho da perdição, para que a Escritura se cumprisse”.

Êxodo 28:15-21 – “Farás também o peitoral do juízo de obra esmerada, conforme à obra do éfode o farás; de ouro, de azul, e de púrpura, e de carmesim, e de linho fino torcido o farás...farás nele engaste de pedras, com quatro ordens de pedras... E serão aquelas pedras segundo os nomes dos filhos de Israel, doze segundo os seus nomes; serão esculpidas como selos, cada uma com o seu nome, para as doze tribos”. Um total de doze pedras, cada uma representando uma das doze tribos, um dos doze patriarcas e, possivelmente, um dos doze apóstolos do Cordeiro:

Apocalipse 21:12a14 – “E tinha um grande e alto muro com doze portas, e nas portas doze anjos, e nomes escritos sobre elas, que são os nomes das doze tribos dos filhos de Israel. Do lado do levante tinha três portas, do lado do norte, três portas, do lado do sul, três portas, do lado do poente, três portas. E o muro da cidade tinha doze fundamentos, e neles os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro”. Os fundamentos da cidade celestial são formados por doze espécies de pedras, que provavelmente são as mesmas da estola sacerdotal, porém, devido às traduções do grego e do hebraico fica muito difícil saber com exatidão, pois os nomes dessas pedras mudaram no transcurso da história.

Êxodo 28:22a29 – “...Assim Arão levará os nomes dos filhos de Israel no peitoral do juízo sobre o seu coração, quando entrar no santuário, para memória diante do SENHOR continuamente”. Os nomes dos filhos estavam sobre os ombros e, também, sobre o coração do sacerdote. Sobre os ombros o peso do pecado e, sobre o peito, os retos Juízos, Leis e Ordenanças do Senhor.

Êxodo 28:30 – “Também porás no peitoral do juízo Urim e Tumim, para que estejam sobre o coração de Arão, quando entrar diante do SENHOR: assim Arão levará o juízo dos filhos de Israel sobre o seu coração diante do SENHOR continuamente”. O Urim e o Tumim, eram as pedras de consulta ao Senhor, através delas o Senhor ordenava Seus Juízos e ordens. Passagens como: Dt.33:8; ISm.28:6; Ed.2:63; Js.9:14; Jz.1:1e2; Jz.20:18; ISm.10:22; 23:2,4,10-12; ICr.10:14, nos permitem as seguintes conclusões:

1- O direito que somente os sumos-sacerdotes possuíam de pedir orientação diretamente a Deus; sendo que os reis e líderes de Israel deveriam respeitar a estrutura sacerdotal instituída por Deus não podendo fazer uma consulta direta ao Senhor sem a mediação.
2 – A revelação concedida dava uma orientação específica para um problema ou crise imediatos e ia muito além de simples objetos de sortes comparáveis aos que forneciam mudos “sim e não” na cultura pagã.

Êxodo 28:34e35 – “Uma campainha de ouro, e uma romã, outra campainha de ouro, e outra romã, haverá nas bordas do manto ao redor, e estará sobre Arão quando ministrar, para que se ouça o seu sonido, quando entrar no santuário diante do SENHOR, e quando sair, para que não morra”. As campainhas ou sinos, serviam como sinais de que o sacerdote ainda estava em movimento, pois ninguém podia olhar para dentro do local santo, caso os sinos não mais fizessem barulho, sabia-se que Deus o havia matado, assim ele era puxado para fora pela corda que trazia amarrada a cintura.

Êxodo 28:36 – “Também farás uma lâmina de ouro puro, e nela gravarás como as gravuras de selos: SANTIDADE AO SENHOR”. Aqui vemos a confirmação das Palavras de Hb.12:14 – “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor”. Quão tremenda reverência nos causam estas palavras, com que temor e cuidado devemos comparecer à presença do Senhor.

Êxodo 28:42a43 – “Faze-lhes também calções de linho, para cobrirem a carne nua; irão dos lombos até as coxas. E estarão sobre Arão e sobre seus filhos, quando entrarem na tenda da congregação, ou quando chegarem ao altar para ministrar no santuário, para que não levem iniqüidade e morram; isto será estatuto perpétuo para ele e para a sua descendência depois dele”. Certamente nenhuma carne nua subsistirá diante da Glória do Senhor, apenas aqueles que forem revestidos do linho fino que representa a pureza do Senhor Jesus poderão estar na Santa Presença.

Êxodo Capítulo 29                                      

"...a Santidade do Senhor não é um produto barato de uma feira livre, requer-se temerosa reverência a todos aqueles que dEle se aproximam".


Êxodo 29:1a4 – “ISTO é o que lhes hás de fazer, para os santificar, para que me administrem o sacerdócio... Então farás chegar a Arão e a seus filhos à porta da tenda da congregação, e os lavarás com água”. O Senhor estabelece princípios claros de santificação para Seus ministros, claro que na Antiga Aliança, estamos na sombra da Realidade, mas na Igreja temos a substância, a ação completa de purificação pela água... Para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra” (Ef.5:26). Todo aquele que ministra ao Senhor ou ao povo do Senhor deve ser alguém realmente saturado da Santa Palavra, não pode haver nada mais ofensivo ao Senhor do que sacerdotes que sobem ao altar para ministrar as fantasias de suas cabeças ocas.

Êxodo 29:7 – “E tomarás o azeite da unção, e o derramarás sobre a sua cabeça; assim o ungirás”. “Então Samuel tomou o chifre do azeite, e ungiu-o no meio de seus irmãos; e desde aquele dia em diante o Espírito do SENHOR se apoderou de Davi; então Samuel se levantou, e voltou a Ramá” (ISm.16:13). Vemos o azeite como símbolo do Espírito do Senhor, o que podemos inferir de um sacerdote que tem o azeite sobre sua cabeça, não será alguém cujos pensamentos, ideias e direções são todas permeadas pelo Espírito? Oh quão maravilhoso seria, se o Senhor nos desse hoje, ministros assim.

Êxodo 29:11a14 – “E imolarás o novilho perante o SENHOR, à porta da tenda da congregação... Mas a carne do novilho, e a sua pele, e o seu esterco queimarás com fogo fora do arraial; é sacrifício pelo pecado”. A carne deve ser queimada fora do arraial, é sacrifício pelo pecado. Este foi o tremendo trabalho realizado pelo Cordeiro de Deus em nosso favor:

Hebreus 13:11,12 – “Porque os corpos dos animais, cujo sangue é, pelo pecado, trazido pelo sumo sacerdote para o santuário, são queimados fora do arraial. E por isso também Jesus, para santificar o povo pelo seu próprio sangue, padeceu fora da porta”. Que jamais venhamos a nos esquecer de tão alto preço pago por nossa justificação e santificação. É muito lamentável quando um crente considera a santidade de vida pessoal um assunto sem importância, claro sinal de que jamais conheceu verdadeiramente o Senhor.

Êxodo 29:17,18 – “E partirás o carneiro por suas partes... assim queimarás todo o carneiro sobre o altar; é um holocausto para o SENHOR, cheiro suave; uma oferta queimada ao SENHOR”. Assim o cordeiro esmagado e partido se transforma em uma oferta de cheiro suave, assim, ao Pai agradou moê-lo por nossas transgressões (Is.53:11), assim também nós, Sua Igreja, podemos exalar o bom perfume de Cristo, quando, com gratidão, aceitamos a espada do Senhor esquadrinhando e repartindo nossa carne, como o vinho que, mudado de vasilha em vasilha perde seu sabor original (egípcio) e é mudado em algo novo, feito em ressurreição (Jr.48:11).

Êxodo 29:20 – “E imolarás o carneiro e tomarás do seu sangue, e o porás sobre a ponta da orelha direita de Arão, e sobre as pontas das orelhas direitas de seus filhos, como também sobre os dedos polegares das suas mãos direitas, e sobre os dedos polegares dos seus pés direitos; e o restante do sangue espalharás sobre o altar ao redor”. Certamente, para o ministro do Senhor, ter a ponta de sua orelha marcada pelo sangue, significa ter ouvidos abertos para a Palavra do Senhor; Polegares e mãos aptas à obra e pés prontos a permanecerem no Santo Caminho iluminado pela Lâmpada da Palavra (Sl119:105).

Êxodo 29:29e30 – “E as vestes sagradas, que são de Arão, serão de seus filhos depois dele, para serem ungidos com elas para serem consagrados com elas. Sete dias as vestirá aquele que de seus filhos for sacerdote em seu lugar, quando entrar na tenda da congregação para ministrar no santuário”. O sete sempre faz referência à completude de um período ou ciclo; assim, antes de comparecer diante do Senhor, não só o sacerdote, mas também suas roupas, deveriam passar por um período de testes e aprendizagem, uma completa preparação. É triste, em nossos dias, vermos ministros sendo lançados a um trabalho missionário sem nunca terem sido provados em seu conhecimento do Senhor, por isso, quando pregam ou ensinam, falam de um deus pagão, não do Deus Vivo e Santo que nos é apresentado nas Escrituras.

Êxodo 29:32,33 – “...comerão a carne deste carneiro e o pão que está no cesto à porta da congregação e comerão as coisas com que for feita expiação, para consagrá-los, e para santificá-los; mas o estranho delas não comerá, porque são santas”. O Pão e a carne são verdadeiros alimentos para o crente. Sabemos que o pão de nossa ceia é a carne esmagada de nosso Cordeiro Santo. O estranho dela não pode comer; não podemos nos sentar à mesa da ceia com escarnecedores, nem com eles partir o Pão Sagrado. Muitos em nossos dias, com o desejo de agradar às mentes liberais de seu tempo, sentem-se constrangidos em excluir pessoas da ceia, preferem aceitar e incluir todos, independentemente de suas conduta e crenças; porém, a Santidade do Senhor não é um produto barato de uma feira livre, requer-se temerosa reverência a todos aqueles que dEle se aproximam. O estranho NÃO COMERÁ.
Apartai-vos de mim vós que praticais a iniquidade...nunca vos conheci...”(Mt.7:23), sois estranhos!

Êxodo 29:37 – “Sete dias farás expiação pelo altar, e o santificarás; e o altar será santíssimo; tudo o que tocar o altar será santo”.

Êxodo 29:43a45 – “E ali virei aos filhos de Israel, para que por minha glória sejam santificados... E habitarei no meio dos filhos de Israel, e lhes serei o seu Deus”. Jamais houve ou haverá um cristão por mais piedoso que seja, que venha possuir santidade em si mesmo; se há alguma santidade a nós atribuída, precisamos estar certo de que ela veio do alto, foi uma emanação da Santa Presença, nunca é boa a nossa jactância, nada há que não tenhamos recebido. Ao Senhor toda a glória. 

Êxodo Capítulo 30                                     

"A Igreja passa a ser governada por pessoas de mente aberta que nada veem de errado nas libações e oferendas de Mamon, tudo pode ser trazido como incenso ao Senhor, ainda que tenha sido tirado dos altares de Baal".

Êxodo 30:1a3 – “E FARÁS um altar para queimar o incenso; de madeira de acácia o farás... E com ouro puro o forrarás, o seu teto, e as suas paredes ao redor, e as suas pontas; e lhe farás uma coroa de ouro ao redor”. Este altar de incenso colocado diante do véu do Santo dos Santos, local da Santa Presença do Senhor, tem para nós um sublime recado: O incenso aromático que dele subia, era agradável ao Senhor, era um bom perfume exalado das mãos do sumo-sacerdote. Disso aprendemos que, antes do bom perfume, foi necessário um altar de holocausto, uma bacia de prata, ou seja, um altar onde se queimava a carne, uma bacia onde se lavavam as mãos. O que isso nos ensina?

Altar de Holocausto: “Então disse Deus a Noé: Resolvi dar cabo de toda a carne...”(Gn.6:12). A carne não comparece com seu ego diante do Senhor, pois neste caso, ao invés do cheiro suave, apresentaria o fedor do inferno.
A Bacia de Prata: “Se eu não te lavar, não tens parte comigo...”(João13:8). Este é o caminho percorrido até o altar do puro incenso, primeiro a carne é queimada, depois as cinzas lavadas e agora, no incensário, já não sou eu, mas Cristo, oferecido como incenso aromático ao Senhor.

É preciso que entendamos que sempre deve haver um sacerdote entre o altar de incenso e o altar de holocausto. Nosso Sumo-Sacerdote celestial continua a levar diante do Pai o incenso de nossas orações, por isso precisamos estar certos daquilo que oferecemos pois que: Êxodo 30:9 – “Não oferecereis sobre ele incenso estranho, nem holocausto, nem oferta; nem tampouco derramareis sobre ele libações”. Existe uma grande dificuldade para a Igreja moderna no que concerne ao discernimento daquilo que é estranho, pois o advento do pós modernismo que a tudo engloba mudou até a cosmovisão cristã que, em nome da igualdade e da fraternidade, passou a considerar ofensiva a ideia de separação, divisão, preconceitos e obediência.

Assim, condenar a cultura mundana se tornou um ato retrógrado e farisaico. A Igreja passa a ser governada por pessoas de mente aberta que nada veem de errado nas libações e oferendas de Mamon, tudo pode ser trazido como incenso ao Senhor, ainda que tenha sido tirado dos altares de Baal.

Mas em nota de repúdio a isso, nos diz a Palavra:
IICoríntios 2:15,16 – “Porque para Deus somos o bom perfume de Cristo, nos que se salvam e nos que se perdem. Para estes certamente cheiro de morte para morte...”. Que fique bem claro: TODAS AS VEZES que a Igreja deixa de ter cheiro de morte para os que se perdem, ela deixa de denunciar, apontar e acusar o pecado, ela deixa de ser um farol de alerta que conduz o pecador ao Porto Seguro que é Cristo, enfim, deixa de ser Igreja verdadeira e se torna uma sinagoga de satanás entretendo seu rebanho de cabritos.

Êxodo 30:11a16 – “...Quando fizeres a contagem dos filhos de Israel, conforme a sua soma, cada um deles dará ao SENHOR o resgate da sua alma, quando os contares; para que não haja entre eles praga alguma, quando os contares. O rico não dará mais, e o pobre não dará menos da metade do siclo, quando derem a oferta alçada ao SENHOR, para fazer expiação por vossas almas...”. Vemos nesta passagem uma ordem do Senhor acerca dos homens na idade militar que deveriam servir ao Senhor na guerra contra os inimigos de Israel e deveriam ter suas vidas resgatadas pela metade de um siclo do santuário. Vemos que um siclo inteiro talvez incluísse o altar de incenso, pois este era o momento da adoração em perfeita santidade por uma alma remida e paga. Porém, o resgate pela vida, deveria ser do lado de fora do santo lugar, deveria ser no altar de bronze onde se queimavam as carnes. Assim, o resgate pela vida do mais santo dos apóstolos, como do mais simples e pobre cordeirinho do rebanho do Senhor, possuía o mesmo preço. Preço pelo qual fomos resgatados da nossa vã maneira de viver, que não foi ouro ou prata, mas o precioso sangue do Filho de Deus.

Êxodo 30:17a21 – “...Farás também uma pia de cobre com a sua base de cobre, para lavar; e a porás entre a tenda da congregação e o altar; e nela deitarás água... Lavarão, pois, as suas mãos e os seus pés, para que não morram; e isto lhes será por estatuto perpétuo a ele e à sua descendência nas suas gerações...”. Conforme aprendemos nas escrituras, antes de apresentarmos uma oferta de cheiro suave agradável a Deus, precisamos passar pela lavagem e pelo clivo das Sagradas Escrituras:

João 15:3 – “Vós já estais limpos, pela palavra que vos tenho falado”.
Efésios 5:26 – “Para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela Palavra”.
Todo culto oferecido ao Senhor que não esteja devidamente amparado e ensinado nas Escrituras é anátema, é fogo estranho e consumirá seus ofertantes dando a eles a cegueira eterna, a escuridão das trevas. Julgando-se ricos, não sabem que estão cegos e nus.

Êxodo 30:22a25 – “...E disto farás o azeite da santa unção, o perfume composto segundo a obra do perfumista: este será o azeite da santa unção...”. Sabe-se que no Egito eles haviam aprendido o ofício dos perfumistas que usavam sua criatividade para misturar vários ingredientes escolhidos segundo seus conceitos e vontades; mas para o óleo do Senhor isso Não era permitido: E disto farás...” não segundo a vontade e inspiração do artista, mas segundo a obediência devida ao Senhor e aos Seus ingredientes.

Êxodo 30:26a31 – “...Assim santificarás estas coisas, para que sejam santíssimas; tudo o que tocar nelas será santo...”. Este óleo, que faz tipo da ação santificadora do Espírito Santo, separava, santificava e consagrava tudo aquilo que seria oferecido no culto ao Senhor. Não podemos imaginar melhor imagem para o que o Senhor hoje espera de Sua Santa Igreja. Porém a carne:

Êxodo 30:32 – “Não se ungirá com ele a carne do homem, nem fareis outro de semelhante composição; santo é, e será santo para vós”. Esta ordem nos fala daqueles que não eram sacerdotes, daqueles que não eram escolhidos pelo Senhor e não poderiam receber a santificação de Seu óleo. Claramente vemos, em nossos dias, pretensos sacerdotes que não mataram sua carne, que não crucificaram sua velha natureza e não podem receber a ação santificadora do Espírito, mas que ainda insistem em oferecer suas libações enfadonhas diante do Senhor.

Êxodo 30:35 – “... temperado com sal, puro e santo”. Este é o princípio eterno do incenso aromático do Senhor. Ele possui tempero com sal, não é doce ao ouvido daquele que cultiva seu pecado, não é insosso ao paladar, mas tem sabor forte e definido. Ou salga, ou para nada mais presta e seu fim é ser queimado. Quem tem ouvidos para ouvir...ouça!

Êxodo 30:37,38 – “Porém o incenso que fareis conforme essa composição, não o fareis para vós mesmos; santo será para o SENHOR. O homem que fizer tal como este para cheirar, será extirpado do seu povo”. O Bom Perfume oferecido ao Senhor, pertence ao Senhor, não é um entretenimento para a mente carnal, não é um circo para bodes, é Santo ao Senhor, não obedece os padrões da moda em voga, não massageia o Ego dos ofertantes, antes crucifica o eu e entroniza Cristo. Este tem cheiro “feito por Deus em Sabedoria, justiça, santificação e redenção” (ICor.1:30).

Êxodo Capítulo 31                                     

"...a Obra do Senhor nunca é feita com o talento nato da carne, ou é o Espírito seu artífice, ou seu destino é ser queimada".

Êxodo 31:1a3 – “DEPOIS falou o SENHOR a Moisés, dizendo: Eis que eu tenho chamado por nome a Bezalel, o filho de Uri, filho de Hur, da tribo de Judá, e o enchi do Espírito de Deus, de sabedoria, e de entendimento, e de ciência, em todo o lavor”. É preciso atentar para as solenes recomendações do Senhor:

- Primeiro, é Ele quem escolhe e chama. Nenhum obreiro do Senhor pode se auto-indicar.

- Segundo: “...segundo o modelo que se te mostrou no monte” (Êx.29:30). Sabemos que o modelo mostrado era o tabernáculo celestial, algo que a mente humana jamais poderia conceber ou recriar, assim, somente um artífice cheio do “Espírito de Deus” estaria apto para a obra. Hoje, a habitação de Deus está nos tabernáculos de carne, as pedras vivas (Ef.2:21e22) que compõem a Igreja. Vemos, pela Palavra (IPe.2:5), que cada crente é uma pedrinha desse edifício espiritual que é a Igreja, habitação do Deus vivo. Esse tremendo edifício, edificado por sábios construtores, deve, inexoravelmente ser provisionada e inspirada pelo Espírito de Deus, caso contrário, não passará de um castelo de areia a ser derribado pelas ondas do Juízo que logo virá.

- Terceiro: “Para elaborar desenhos e trabalhar em ouro, em prata, em bronze, para a lapidação de pedras de engaste, para entalho de madeira, para toda sorte de lavores” (Êx.31:4e5). Aqui vemos que a totalidade da inspiração da obra tinha que vir do Senhor, nenhum detalhe seria esquecido. Claro que os descendentes de Caim (Tubalcaim – Gn.4:22), também possuíam habilidade sobre o bronze e outros metais, eram habilidosos construtores; mas a Obra do Senhor nunca é feita com o talento nato da carne, ou é o Espírito seu artífice, ou seu destino é ser queimada.

Muitos em nossos dias têm se proposto a construir templos para Deus, segundo a imaginação de seus corações... pena não ser esse o padrão demonstrado nas Escrituras. O que se vê nas Escrituras é: “...dei habilidade a todos os homens hábeis, para que me façam tudo o que tenho ordenado” (Êx.31:6).

Êxodo 31:14e15 – “Portanto guardareis o sábado, porque santo é para vós; aquele que o profanar certamente morrerá; porque qualquer que nele fizer alguma obra, aquela alma será eliminada do meio do seu povo. Seis dias se trabalhará, porém o sétimo dia é o sábado do descanso, santo ao SENHOR; qualquer que no dia do sábado fizer algum trabalho, certamente morrerá”. Esta é uma clara ordenança que ao longo de toda a Palavra de Deus permanece inalterada, o “Senhor tomou alento” no dia de descanso e esta ordenança é dada, também, aos Seus servos. Estamos debaixo da Graça, e Bendito seja Deus por isso; estivéssemos ainda sob a Lei e todos seríamos punidos com a morte. E, se estamos debaixo da Graça, então qual é o dia que nos pertence? É, certamente, o primeiro Dia da Semana, o Dia do Senhor. Este é o dia da Igreja, pois nosso Senhor que havia passado o sábado na sepultura, ressuscitou vitorioso sobre todos os poderes das trevas, conduzindo assim o Seu povo da antiga criação e de tudo quanto lhe pertence para a nova geração, da qual Ele é a cabeça, e da qual o primeiro dia da semana é a justa expressão.

É importante saber que nenhum outro dia é chamado de “Dia do Senhor” (Apoc.1:10), tamanha importância e valor que é dado a este Dia. Assim, todo crente precisa ser cuidadoso para não cair no extremo do legalismo, prendendo-se a ritos e ordenanças, “guardando dias e meses, e tempos e anos” (Gl.4:10), mas também não deve cair no outro extremo fazendo pouco caso do Santo Dia que nos foi dado para nosso deleite e satisfação no Senhor;  para nosso descanso e satisfação Nele, que é a fonte de todo o bem.

Quero terminar estes comentários frisando alguns pontos de contraste entre o sábado e o Dia do Senhor:

- O sábado era o sétimo dia, o Dia do Senhor é o primeiro.
- O sábado era uma experiência da condição de Israel; o Dia do Senhor é a prova da aceitação da Igreja inteiramente numa base incondicional.
- O sábado pertencia à antiga criação; o Dia do Senhor pertence à nova criação.
- O sábado era um dia de repouso corporal para o judeu; o Dia do Senhor é um dia de repouso espiritual para o cristão.
- Se um judeu trabalhasse no sábado devia ser condenado à morte; se o cristão não trabalhar no Dia do Senhor dá uma fraca prova de vida. Quer dizer, se não trabalhar em proveito das almas, para a extensão da glória de Cristo e a disseminação da verdade. De fato, o cristão consagrado, que possui algum dom encontra-se geralmente mais fatigado ao fim do Dia do Senhor do que em qualquer outro dia da semana; pois como poderá ele descansar enquanto as almas perecem ao seu redor?
- O judeu devia ficar, segundo a lei, na sua tenda no dia de sábado; o cristão é levado pelo espírito do evangelho a sair para assistir à assembleia pública ou para anunciar o evangelho aos pecadores perdidos.
- Que o Senhor nos conceda podermos descansar confiantemente no nome do Senhor Jesus Cristo e trabalhar mais vigorosamente por Ele! Deveríamos confiar com o Espírito de uma criança e trabalhar com a energia de um homem. 

Êxodo Capítulo 32                                      

“faze-nos deuses, divertidos, atenciosos, capazes de cumprir nossos desejos e que não nos apontem nossos pecados".

Êxodo 32:1a4 – “MAS vendo o povo que Moisés tardava em descer do monte, acercou-se de Arão, e disse-lhe: Levanta-te, faze-nos deuses, que vão adiante de nós; porque quanto a este Moisés, o homem que nos tirou da terra do Egito, não sabemos o que lhe sucedeu. E ele os tomou das suas mãos, e trabalhou o ouro com um buril, e fez dele um bezerro de fundição. Então disseram: Este é teu deus, ó Israel, que te tirou da terra do Egito”. É muito comum que lendo um texto como este fiquemos indignados ao ver como todo este povo conseguiu se desviar tão rápido e, em apenas quarenta dias, trocar o Deus Santo e Verdadeiro, por um simulacro feito pelas mãos do homem. Assim como Pedro, diremos: “... Ainda que venhas a ser um tropeço para todos, não o serás para mim” (Mt.26:33).

Acreditamos, sinceramente, que isso jamais nos acontecerá, jamais trocaremos o Verdadeiro Deus por um ídolo. Infelizmente, a realidade da Igreja, mostra que, assim como Israel no deserto, somos um “povo propenso para o mal” (Ex.32:22), com grande facilidade apanhamos nosso “buril” e construímos um deus segundo nossos anseios e necessidades e dizemos aos pastores: “faze-nos deuses”, divertidos, atenciosos, capazes de cumprir nossos desejos e que não nos apontem nossos pecados. Desta forma, temos visto multidões se aglomerando em torno de líderes e falsos profetas, adorando um suposto “Jesus” que nada tem a ver com Aquele que é chamado “A Palavra de Deus”(Apoc.19:13).

“Este é teu deus, ó Israel, que te tirou da terra do Egito” – Não é um novo deus, mas o mesmo Deus que te tirou da terra do Egito... a única coisa que fiz foi dar forma à Ele. Esta era a justificação da consciência de Arão. O povo queria um deus visível, um deus manipulável, um deus que eles carregassem e manipulassem; seus corações endurecidos jamais se submeteriam a um Senhor soberano que fizesse exigências conforme Sua Palavra: “Então disse o SENHOR a Moisés: Vai, desce; porque o teu povo, que fizeste subir do Egito, se tem corrompido, e depressa se tem desviado do caminho que eu lhe tinha ordenado; eles fizeram para si um bezerro de fundição, e perante ele se inclinaram, e ofereceram-lhe sacrifícios, e disseram: Este é o teu deus, ó Israel, que te tirou da terra do Egito”(Êx.32:7e8).

E quanto à Igreja, ela pode fazer ídolos? Infelizmente, tornou-se comum a utilização de imagens de “Jesus”, utilizar o Nome de Jesus para adesivos e tatuagens (Êxodo 20:7 – “Não tomarás o nome do SENHOR teu Deus em vão; porque o SENHOR não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão”). Ora, fica claro e evidente que, um povo que desobedece e se desvia tão abertamente da Palavra de Deus, não está adorando ao Deus da Palavra e sim a um bezerro de ouro do qual disseram: “Este é o teu deus que te salvou oh igreja...”.

Êxodo 32:5e6 – “Arão...apregoando, disse: Amanhã será festa ao SENHOR... e o povo assentou-se para comer e beber e levantou-se para divertir-se”. Isso me parece um retrato tão vívido de nossas congregações! Tantos eventos, tantos entretenimentos, tantas alegrias e tão poucas lágrimas de verdadeiro arrependimento têm sido vistas em nossas reuniões solenes.

Talvez, para nós, não haja outra sentença, senão esta: “Disse mais o SENHOR a Moisés: Tenho visto a este povo, e eis que é povo de dura cerviz. Agora, pois, deixa-me, para que o meu furor se acenda contra ele, e o consuma; e eu farei de ti uma grande nação” (Êx.32:9e10). Mas, por sorte, nosso Sumo-Sacerdote, intercede por nós, pois isso mesmo, em figura, vemos na intercessão de Moisés:

Êxodo 32:11a13 – “Moisés, porém, suplicou ao SENHOR seu Deus e disse: Ó SENHOR, por que se acende o teu furor contra o teu povo, que tiraste da terra do Egito com grande força e com forte mão? Lembra-te de Abraão, de Isaque, e de Israel, os teus servos, aos quais por ti mesmo tens jurado, e lhes disseste: Multiplicarei a vossa descendência como as estrelas dos céus, e darei à vossa descendência toda esta terra, de que tenho falado, para que a possuam por herança eternamente”. Oh que grande lição temos aqui, qual é a base da intercessão de Moisés, qual é o seu argumento? Ele por acaso diz a Deus: “Senhor, pense bem, esse povo é tão bonzinho, fazem algumas coisas erradas, mas olhe para o coração deles, tem algo de bom ali, no fundo são boas pessoas, não mate os coitadinhos...” NÃO, MIL VEZES NÃO.

O argumento de Moisés está em Deus!

“Senhor, somos todos maus, somos todos indignos, merecedores do inferno, mas olhe para a Tua Bondade, Olhe para a Tua Misericórdia, olhe para Tua Promessa, olhe para O Salvador, que o Senhor mesmo providenciará para salvar os pobres descendentes espirituais de Abraão, Isaque e Jacó...”. Esta é a base da verdadeira oração, ela concorda com a Palavra, ela concorda com Deus, ela reconhece que nada há de bom em nós (Rm.7:18), mas a salvação não vem de nós, para que ninguém se glorie, mas pela Graça de Deus (Ef.2:8) que a dá a quem quer (Rm.9:18). Moisés acerta o foco da oração, ele clama a Deus baseado nos atributos de Deus, na Palavra de Deus e nunca nos feitos dos homens, por isso, sua oração é respondida!

Êxodo 32:16 – “E aquelas tábuas eram obra de Deus; também a escritura era a mesma escritura de Deus, esculpida nas tábuas”. Que maravilhoso lembrete é para nós: A Escritura era a mesma Escritura de Deus...era obra de Deus”. É tão triste quando a Igreja retira o devido valor e respeito que se devem às sagradas Escrituras, quando nos esquecemos que esta  é obra de Deus e que Ele não admite nenhuma forma de louvor ou adoração que dela não venha (Sl.22:25).

Êxodo 32:18 – “Porém ele respondeu: Não é alarido dos vitoriosos, nem alarido dos vencidos, mas o alarido dos que cantam, eu ouço”. Este alarido, estas músicas, não são daqueles que venceram pelo sangue do cordeiro, não possuem um sentido escriturístico, não possuem um real sentido de ensino evangélico, não cantam com sabedoria os atributos de Deus; antes, são alaridos cheios de emoções carnais, danças indulgentes, ritmos descabidos, são alaridos que cantam por cantar e falam aos corações caídos, mas não a Deus.

Êxodo 32:25-27 – “E, vendo Moisés que o povo estava despido, porque Arão o havia deixado despir-se para vergonha entre os seus inimigos, pôs-se em pé Moisés na porta do arraial e disse: Quem é do SENHOR, venha a mim. Então se ajuntaram a ele todos os filhos de Levi. E disse-lhes: Assim diz o SENHOR Deus de Israel: Cada um ponha a sua espada sobre a sua coxa; e passai e tornai pelo arraial de porta em porta, e mate cada um a seu irmão, e cada um a seu amigo, e cada um a seu vizinho”. Muitas vezes, nestes dias de tantos desvios doutrinários na Igreja, alguns irmãos que se levantam pelo Senhor, que defendem a santificação e a obediência estrita à Palavra, são acusados de farisaísmos e exageros; e que seu zelo pode levar à morte aqueles que são mais fracos, porém o que não se entende é que os que estão fora da Palavra não estão mais fracos e, sim, mortos; e devem ser chamados ao arrependimento e, caso se recusem, nossa atitude não pode ser diferente dos levitas que se mostraram fiéis ao Senhor e desembainharam suas espadas.

Êxodo 32:32,33 – “Agora, pois, perdoa o seu pecado, se não, risca-me, peço-te, do teu livro, que tens escrito. Então disse o SENHOR a Moisés: Aquele que pecar contra mim, a este riscarei do meu livro”. Sabemos que este livro foi escrito antes da eternidade (Apoc.17:8) e que jamais nome algum foi dele removido, mas de forma carinhosa e paternal, o Senhor aceita o pedido quase petulante de Moisés e explica que nenhum nome foi ali colocado por vontade humana e, portanto, nenhum homem decide o que ali será escrito, ainda que cada um dará conta de si mesmo ao Senhor e ninguém será punido por pecado alheio.

Êxodo 32:35 – “Assim feriu o SENHOR o povo, por ter sido feito o bezerro que Arão tinha formado”. Seus nomes não foram riscados do livro, pois lá nunca estiveram escritos.

Êxodo Capítulo 33                                      


"Somente dEle depende nossa salvação, obediência, diligência e fé... se Ele nos dá o Espírito, vivemos, se Ele de nós esconde o rosto, perecemos, se alguma vez em nossa existência fizemos algo bom, foi porque Sua Mente estava em nós, se em tudo erramos, então nada mais foi do que simples manifestação de nossa própria natureza".


Êxodo 33:1a4 – “DISSE mais o SENHOR a Moisés: Vai, sobe daqui, tu e o povo que fizeste subir da terra do Egito, à terra que jurei a Abraão, a Isaque, e a Jacó, dizendo: À tua descendência a darei. E enviarei um anjo adiante de ti... A uma terra que mana leite e mel; porque eu não subirei no meio de ti, porquanto és povo de dura cerviz, para que te não consuma eu no caminho. E, ouvindo o povo esta má notícia, pranteou-se e ninguém pôs sobre si os seus atavios”.Triste foi a decadência do povo do Senhor, pois o Senhor havia declarado no início: “Tenho visto atentamente a aflição do meu povo que está no Egito, e tenho visto o seu clamor por causa dos seus exatores, porque conheci suas dores”. Agora, porém, tem que dizer: “Tenho visto este povo, e eis que é povo obstinado”. Um povo afligido é objeto de Graça, mas um povo obstinado é preciso que seja humilhado. O clamor de Israel oprimido havia obtido resposta por meio da manifestação da graça; mas o cântico idólatra de Israel deve ser atendido pela voz de severa admoestação.

Êxodo 33:5e6 – “Porquanto o SENHOR tinha dito a Moisés: Dize aos filhos de Israel: És povo de dura cerviz; se por um momento subir no meio de ti, te consumirei; porém agora tira os teus atavios, para que eu saiba o que te hei de fazer. Então os filhos de Israel se despojaram dos seus atavios, ao pé do monte Horebe”. É preciso entender que, somente quando somos despidos dos atavios da nossa natureza mundana é que Deus pode tratar conosco. Somente um pecador despido pode ser revestido; assim, um pecador coberto de ornamentos, enfeites e sabedoria deste mundo, deve, peremptoriamente, ser despido. É necessário que sejamos despojados de tudo o que pertence ao ego, antes de podermos ser revestidos daquilo que pertence a Deus.

É preciso salientar algo acerca do tratamento do Senhor com Seu povo, pois o Senhor havia declarado: “Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos, porque toda a terra é minha. E vós me sereis um reino sacerdotal e o povo santo. Estas são as palavras que falarás aos filhos de Israel” (Êx.19:5e6). Mas, como era de se esperar, uma vez que o Senhor deixou como cláusula um SE ...diligentemente ouvirdes e guardardes ... então, o homem apoiado na Lei, falha completamente; E o Senhor dá, então, uma sentença sob a Lei: “Quem é do Senhor venha até mim. Então se ajuntaram a ele todos os filhos de Levi” (Êx.32:26). Desta forma, sob a velha aliança, aquilo que deveria ser o sacerdócio real de todos os crentes, passa a ser uma exclusividade dos levitas; mas graças a Deus em Cristo Jesus, nosso Bendito Senhor, temos, sob a Graça, novamente o sacerdócio universal de todos os crentes: “Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (IPe.2:9).

Quero apenas deixar um esclarecimento acerca deste ponto: Vemos em Êxodo 19 a proposta do Senhor para uma nação de sacerdotes, onde todos tivessem livre acesso a Ele e, logo em seguida, no capítulo 32 esse acesso é restrito aos sacerdotes levitas; muitos podem pensar que esta restrição se deve a uma frustração de Deus devido à falha e a desobediência de Seu povo, sendo o sacerdócio levítico uma alternativa de escape. Porém, todo aquele que possui uma mente espiritual, compreenderá que o Senhor nunca falhou ou mesmo mudou de planos após uma falha humana, JAMAIS! Não são as falhas ou acertos humanos que orientam o Senhor em Suas ações.

O que ocorre com o Deus Santo, Onipresente, Onipotente, Onisciente, é que, para Sua Igreja, Ele preparou uma trajetória de ensino em tudo aquilo que dantes foi escrito...
Romanos 15:4 - Porque tudo o que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito, para que pela paciência e consolação das Escrituras tenhamos esperança.

É preciso que se saiba que em nenhum momento da história humana, nossa salvação dependeu de nossos méritos e obediência, mas, pelo contrário, tudo aquilo que, no Velho Testamento, apontam nossas falhas e irremediável decadência, tem por objetivo nos conduzir de forma célebre Àquele que nunca falhou e sob cujas Asas podemos ter nossa passagem para a Canaã celestial. Somente dEle depende nossa salvação, obediência, diligência e fé... se Ele nos dá o Espírito, vivemos, se Ele de nós esconde o rosto, perecemos, se alguma vez em nossa existência fizemos algo bom, foi porque Sua Mente estava em nós, se em tudo erramos, então nada mais foi do que simples manifestação de nossa própria natureza.

Êxodo 33:7 – “E tomou Moisés a tenda, e a estendeu para si fora do arraial, desviada longe do arraial...”. Assim, o arraial do povo foi rejeitado como local da presença divina. Deus já não estava ali. “.... E aconteceu que todo aquele que buscava o SENHOR saía à tenda da congregação, que estava fora do arraial”. Eis aqui um princípio precioso da Verdade que a mente espiritual facilmente compreenderá. O lugar que Cristo ocupa agora é “fora do arraial” (Hb.13:13), e nós somos convidados a sair ao Seu encontro. É necessário muito poder e discernimento espiritual para compreender o que significa estar separado do arraial por causa da contaminação deste e, ainda assim, ter a Graça que nos habilita a atuar em favor dele.

Êxodo 33:11a13 – “E falava o SENHOR a Moisés face a face, como qualquer fala com o seu amigo; depois tornava-se ao arraial... E Moisés disse ao SENHOR: Eis que tu me dizes: Faze subir a este povo, porém não me fazes saber a quem hás de enviar comigo; e tu disseste: Conheço-te por teu nome, também achaste graça aos meus olhos. Agora, pois, se tenho achado graça aos teus olhos, rogo-te que me faças saber o teu caminho, e conhecer-te-ei, para que ache graça aos teus olhos; e considera que esta nação é o teu povo”. Precisamos dar uma atenção especial aos dois pedidos de Moisés. No primeiro ele pede como prova da Graça de Deus a permissão para conhecer O Seu Caminho. Na segunda, pede a Presença do Senhor junto a si e ao povo... “Como, pois, se saberá agora que tenho achado graça aos teus olhos, eu e o teu povo? Acaso não é por andares tu conosco, de modo a sermos separados, eu e o teu povo, de todos os povos que há sobre a face da terra?”(Êx.33:16). Qual o fundamento destes dois pedidos? Graça, inteiramente Graça! Só ela nos permite conhecer O Caminho e termos a Presença do Senhor, caso contrário, o fim natural é ser consumido.

Moisés falava com o Senhor face a face e, certamente, ele se distinguiu completamente em um fundamento principal, pois o Senhor ...“Fez conhecidos os seus caminhos a Moisés, e os seus feitos aos filhos de Israel” (Sl.103:7). Que grande diferença de interesses temos aqui, o povo estava interessado nos feitos do Senhor e viram Seus milagres, mas Moisés viu algo muito maior e melhor, ele viu “os caminhos”, Ele viu o coração do Senhor!

Êxodo 33:18,19 – “...achastes graça aos meus olhos...Então ele disse: Rogo-te que me mostres a tua glória. Porém Ele disse: Eu farei passar toda a minha bondade por diante de ti, e proclamarei o nome do SENHOR diante de ti; e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia, e me compadecerei de quem eu me compadecer”. Qual o fundamento aqui? Por que tanto privilégio a Moisés e não a todo o povo? A resposta é simples: Graça...favor imerecido... “terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia”. Moisés havia cometido assassinato em sua juventude, foi tão mal e rebelde quanto qualquer um de nós, mas, sobre ele a poderosa Mão fez todo o trabalho, moldou e fez de novo o vaso antes quebrado. Talvez, aqueles que desconhecem o Senhor e Sua Bondade, acharão uma grande injustiça que o Senhor use de tanta misericórdia para com Seus eleitos e o rigor da Lei para com os demais... “Mas, ó homem, quem és tu, que a Deus replicas? Porventura a coisa formada dirá ao que a formou: Por que me fizeste assim?” (Rm.9:20).


Êxodo 33:20a23 – “E disse mais: Não poderás ver a minha face, porquanto homem nenhum verá a minha face, e viverá. Disse mais o SENHOR: Eis aqui um lugar junto a mim; aqui te porás sobre a penha. E acontecerá que, quando a minha glória passar, pôr-te-ei numa fenda da penha, e te cobrirei com a minha mão, até que eu haja passado. E, havendo eu tirado a minha mão, me verás pelas costas; mas a minha face não se verá”. Duas sentenças são cruciais aqui: A primeira, ninguém verá a face do Senhor e viverá. A segunda, sob uma fenda na rocha, é possível ver a glória do nosso Deus. E o que isto nos revela? Uma fenda se abriu na Rocha Eterna (IPe.2:6), a pedra de Esquina (Ef.2:20), a Rocha que  os construtores rejeitaram (At.4:11), ela nos mostrou a Glória do Senhor sobre todos aqueles que a “Mão cobriu” e aos olhos desvendou. “Veio para o que era Seu (o mundo todo), mas os Seus O rejeitaram; a todos, porém, que O receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus” (João.1:11,12). Eles contemplarão, na glória, a amada face do Senhor. A rocha ferida pelos nossos pecados, mas Eleita principal de esquina...O Rei Jesus. Aleluia!

Êxodo Capítulo 34                                      

"Todo aquele que crê descobre que a obra é de Deus, jamais poderia ser do homem. E de alguma forma a grande maioria dos religiosos não aceita uma salvação que deles não dependa, assim, olham para dentro de si e avaliam seus feitos em nome da religião. Fazem grande número de boas obras, sentem-se justificados, mas não choram e nem lamentam seus pecados e não se lançam arrependidos e humilhados aos pés do Salvador Crucificado".

Êxodo 34:1-8 – “ENTÃO disse o SENHOR a Moisés: Lavra duas tábuas de pedra, como as primeiras; e eu escreverei nas tábuas as mesmas palavras que estavam nas primeiras tábuas, que tu quebraste... Então Moisés lavrou duas tábuas de pedra, como as primeiras; e levantando-se pela manhã de madrugada, subiu ao monte Sinai, como o SENHOR lhe tinha ordenado; e levou as duas tábuas de pedra nas suas mãos. E o SENHOR desceu numa nuvem e se pôs ali junto a ele; e ele proclamou o nome do SENHOR. Passando, pois, o SENHOR perante ele, clamou: O SENHOR, o SENHOR Deus, misericordioso e piedoso, tardio em irar-se e grande em beneficência e verdade; Que guarda a beneficência em milhares; que perdoa a iniqüidade, e a transgressão e o pecado; que ao culpado não tem por inocente; que visita a iniqüidade dos pais sobre os filhos e sobre os filhos dos filhos até à terceira e quarta geração. E Moisés apressou-se, e inclinou a cabeça à terra, adorou”.

Oh sublimidade da Santa Presença diante da qual Moisés inclinou à terra sua cabeça! Adorou o Nome Bendito do Senhor, recitou Seus atributos em verdadeiro louvor. O Senhor misericordioso, porém, que ao culpado não tem por inocente. À primeira vista, temos um forte contraste aqui, pois somos apresentados ao governo moral de Deus sobre toda a terra. Vemos Sua grandeza e Sua justiça e, como Moisés, ficamos aterrados, pois Ele não inocenta o culpado, e o que somos nós? Os mais vis pecadores; quais foram as Leis do Senhor que não quebramos, quais os mandamentos que não desprezamos, quais os juramentos que não quebramos? Oh!... O que será de nós? Mas, Bendito seja o Senhor na Face adorada D´Aquele que diz:

João 3:14,15 – “E, como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do homem seja levantado; Para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”.  

João 12:32 – “E eu, quando for levantado da terra, todos atrairei a mim”.

IICorintios 5:18-19 – “E tudo isto provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação; Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação”.

Vejamos o aparente contraste: “...visita a iniquidade dos pais sobre os filhos...” versus “...Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação”. Que isso possa humilhar todo aquele que, em si mesmo confia para sua própria salvação e abençoar, solenemente, todo aquele que desistiu de si mesmo, olhou para o Cristo levantado no madeiro e reconheceu que nada merece além da condenação e da morte, mas “...a obra de Deus é esta: que creiais nAquele que por Ele foi enviado” (João6:28). Todo aquele que crê descobre que a obra é de Deus, jamais poderia ser do homem. E de alguma forma a grande maioria dos religiosos não aceita uma salvação que deles não dependa, assim, olham para dentro de si e avaliam seus feitos em nome da religião. Fazem grande número de boas obras, sentem-se justificados, mas não choram e nem lamentam seus pecados e não se lançam arrependidos e humilhados aos pés do Salvador Crucificado. Eles serão, enfim, julgados pela Lei e não verão cumprida a Palavra que diz “...Deus estava em Cristo...não lhes imputando os seus pecados”, pois isto se aplica apenas aos arrependidos que há muito abandonaram a si mesmos aos pés da cruz e confiaram unicamente nEle para seu benefício. 

Na Cruz de Cristo - Salmos 85:10 – “A misericórdia e a verdade se encontraram; a justiça e a paz se beijaram”.

Êxodo 34:10,11- “Então disse: Eis que eu faço uma aliança; farei diante de todo o teu povo maravilhas que nunca foram feitas em toda a terra, nem em nação alguma; de maneira que todo este povo, em cujo meio tu estás, veja a obra do SENHOR; porque coisa terrível é o que faço contigo. Guarda o que eu te ordeno hoje...”. O Senhor nos dá ordens terríveis para nossa carne, mas que bom seria se não tardássemos em obedecer.

Êxodo 34:12,13 – “Guarda-te de fazeres aliança com os moradores da terra aonde hás de entrar; para que não seja por laço no meio de ti. Mas os seus altares derrubareis, e as suas estátuas quebrareis, e os seus bosques cortareis”. O Senhor separa um povo para Si, jamais admitiu qualquer mistura, qualquer enlace cultural, todo o Seu povo será santo ao Senhor.

Êxodo 34:14a17 – “Porque não te inclinarás diante de outro deus; pois o nome do SENHOR é Zeloso; é um Deus zeloso. Para que não faças aliança com os moradores da terra, e quando eles se prostituirem após os seus deuses, ou sacrificarem aos seus deuses, tu, como convidado deles, comas também dos seus sacrifícios, e tomes mulheres das suas filhas para os teus filhos, e suas filhas, prostituindo-se com os seus deuses, façam que também teus filhos se prostituam com os seus deuses. Não te farás deuses de fundição”. “O NOME DO SENHOR É ZELOSO”! É muito triste pensar no quanto temos sido descuidados com Este Nome. Temos visto o Nome do Senhor proferido sem temor pelos ímpios, sendo pichado nos muros e nas tatuagens, sendo profanado nas atitudes e no testemunho daqueles que se intitulam cristãos. Mas todo aquele que conhece ao seu Deus entenderá o quanto deve temer a Santidade do Senhor.

As três festas a serem guardadas pelo povo de Deus:

Êxodo 34:18 – “A festa dos pães ázimos guardarás; sete dias comerás pães ázimos, como te tenho ordenado, ao tempo apontado do mês de Abibe; porque no mês de Abibe saíste do Egito”.

Êxodo 34:22 – “Também guardarás a festa das semanas, que é a festa das primícias da sega do trigo, e a festa da colheita no fim do ano”.

Êxodo 34:23,24 – “Três vezes ao ano todos os homens aparecerão perante o Senhor DEUS, o Deus de Israel; Porque eu lançarei fora as nações de diante de ti, e alargarei o teu território; ninguém cobiçará a tua terra, quando subires para aparecer três vezes no ano diante do SENHOR teu Deus”. É bem possível que nos passe desapercebido a razão do Senhor dizer que guardaria as terras e fazendas daqueles que viajassem até Jerusalém na época das festas, mas para que entendamos o sentido deste milagre, é preciso considerar que naquele período as fronteiras dos países eram abertas e desguarnecidas, de tal forma que era muito comum que fossem invadidas por bandos de saqueadores, como ocorreu com os servos de Davi (ISm.30:1a3); por isso é tremendamente importante a promessa feita pelo Senhor de que Ele mesmo guardaria as casas e as fazendas dos Seus servos enquanto eles estivessem viajando para as festas em Jerusalém.

Êxodo 34:27,28 – “Disse mais o SENHOR a Moisés: Escreve estas palavras; porque conforme ao teor destas palavras tenho feito aliança contigo e com Israel. E esteve ali com o SENHOR quarenta dias e quarenta noites; não comeu pão, nem bebeu água, e escreveu nas tábuas as palavras da aliança, os dez mandamentos”. Moisés teve que refazer as tábuas que dantes quebrara, no momento de mais profunda indignação em que chegou a pensar ser inútil o esforço de ensinar e apresentar a Palavra àquele povo de tão duro coração, mas o Senhor pacientemente conduz Seu servo de volta, pois não importa a atitude dos rejeitadores, a função do líder é sempre e sempre insistir no ensino dos mandamentos e doutrinas, pois isso é verdadeiro louvor e confiança no método estabelecido pelo Senhor.

Êxodo 34:29a35 – “E aconteceu que, descendo Moisés do monte Sinai trazia as duas tábuas do testemunho em suas mãos, sim, quando desceu do monte, Moisés não sabia que a pele do seu rosto resplandecia, depois que falara com ele. Olhando, pois, Arão e todos os filhos de Israel para Moisés, eis que a pele do seu rosto resplandecia; por isso temeram chegar-se a ele... Assim, pois, viam os filhos de Israel o rosto de Moisés, e que resplandecia a pele do seu rosto; e tornava Moisés a pôr o véu sobre o seu rosto, até entrar para falar com ele”. Um contraste perfeito é estabelecido neste ponto quando o Apóstolo Paulo nos ensina o significado desta glória. “Porque, se o que era transitório foi para glória, muito mais é em glória o que permanece. Tendo, pois, tal esperança, usamos de muita ousadia no falar. E não somos como Moisés, que punha um véu sobre a sua face, para que os filhos de Israel não olhassem firmemente para o fim daquilo que era transitório” (IICor.3:11a13). Assim entendemos claramente que o véu, escondendo a face brilhante de Moisés, profetizava claramente acerca da transitoriedade que a Lei representava, pois, sendo eterna e perfeita, possuía uma função gloriosa, porém não completa em si mesma; Ninguém poderia colocar todas as esperanças naquela glória passageira, naquele brilho transitório, mas deveria sim, compreender que o cumprimento e a Glória completa estaria n`Aquele que, cumprindo toda a Lei, traria perfeita esperança de salvação e um Brilho de Glória que jamais se desvanecerá.

A Ele glória, majestade e louvor, eternamente, amém!

Êxodo Capítulo 35                                      


"...nenhum espaço foi deixado para o dedo humano exercer sua criatividade carnal; afinal, o espetáculo do culto é para Deus, Ele deve ser satisfeito, não o ofertante".

A construção do tabernáculo – Os capítulos de 35 a 40 contêm uma recapitulação de várias partes do tabernáculo e seu mobiliário. Como já vimos muitas dessas partes e seu significado espiritual, quando aplicado aos nossos dias, faremos, portanto, uma leitura mais resumida destes seis últimos capítulos e suas instruções mais proeminentes. Em primeiro lugar, os sacrifícios voluntários do povo; e, em segundo, a obediência implícita, “trazendo mais do que o necessário”, a respeito da obra do tabernáculo do testemunho.

Era, proporcionalmente, à condição de pobreza e escassez do deserto, uma obra monumental, pois com pouquíssimas ferramentas e materiais, teriam que executar todos os detalhes minuciosos ordenados pelo Senhor. E a primeira coisa a se observar é que, ainda que se tivesse pressa em terminar o projeto, os dias de trabalho semanais, os dias úteis, jamais poderiam ser mais do que seis:

Êxodo 35:1e2 – “ENTÃO Moisés convocou toda a congregação dos filhos de Israel, e disse-lhes: Estas são as palavras que o SENHOR ordenou que se cumprissem. Seis dias se trabalhará, mas o sétimo dia vos será santo, o sábado do repouso ao SENHOR; todo aquele que nele fizer qualquer trabalho morrerá”. O Senhor ensina e ordena acerca da semana de sete dias, deixando claro que este é um princípio acerca de dias úteis de trabalho e não de nomes, ou seja, trabalha-se seis e descansa-se um, por isso, nos países que tiveram a bendita graça de ter uma colonização cristã, como o Brasil, o próprio estado promoveu o Dia da Ressurreição (domingo), como dia de descanso para todo aquele que se apóia na Graça Salvadora conquistada na Cruz do Calvário (Is.53:11).

Êxodo 35:4e5 – “Falou mais Moisés a toda a congregação dos filhos de Israel, dizendo: Esta é a palavra que o SENHOR ordenou, dizendo: Tomai do que tendes, uma oferta para o SENHOR; cada um, cujo coração é voluntariamente disposto, a trará por oferta alçada ao SENHOR: ouro, prata e cobre”. Senhor ordena: “tomai do que tendes”, não seria necessário dar mais do que qualquer um tinha e nem menos do que aquilo a que tivesse movido seu coração. O Senhor sempre prova seu povo quanto à liberalidade e o desapego de seus tesouros neste mundo; sendo que o objetivo principal de dar não é para suprir uma necessidade da obra do Senhor, mas sim para lapidar o coração do ofertante. O modelo das ofertas para a construção do tabernáculo realça a obediência do povo, quando uma congregação apela para rifas, sorteios e comércio a fim de, mercadejando, obter a oferta, fica claro que esta não foi voluntária, mas apenas uma troca de benefícios realizada por um contribuinte que não conhece e não ama o Senhor.

Êxodo 35:10 – “E venham todos os sábios de coração entre vós, e façam tudo o que o SENHOR tem mandado”. Homens hábeis e também sábios...deveriam de forma obediente e servil cumprir todos os detalhes do modelo dado pelo Pai; nenhum espaço foi deixado para o dedo humano exercer sua criatividade carnal; afinal, o espetáculo do culto é para Deus, Ele deve ser satisfeito, não o ofertante.

Êxodo 35:20a22  – “Então toda a congregação dos filhos de Israel saiu da presença de Moisés, E veio todo o homem, a quem o seu coração moveu, e todo aquele cujo espírito voluntariamente o excitou, e trouxeram a oferta alçada ao SENHOR para a obra da tenda da congregação, e para todo o seu serviço, e para as vestes santas. Assim vieram homens e mulheres, todos dispostos de coração”. Uma prontidão perfeita em obedecer, glória a Deus! Como é possível que o mesmo povo que em semanas anteriores utilizava seus tesouros para construir um bezerro maldito, agora, com seu coração mudado, prontamente se inclinava a adorar o Senhor. Não podemos compreender uma mudança tão radical, pois a ação do Espírito no coração é como “o vento que sopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito” (João 3:10).

Uma congregação que foi movida pelo Espírito trará voluntariamente as ofertas para a construção...o que passar disso é anátema, é humano, é carnal, é fogo estranho no altar do Senhor.

Êxodo 35:29 – “Todo homem e mulher, cujo coração voluntariamente se moveu a trazer alguma coisa para toda a obra que o SENHOR ordenara se fizesse pela mão de Moisés; assim os filhos de Israel trouxeram por oferta voluntária ao SENHOR”.

Êxodo 35:30a34 – “Depois disse Moisés aos filhos de Israel: Eis que o SENHOR tem chamado por nome a Bezalel, filho de Uri, filho de Hur, da tribo de Judá. E o Espírito de Deus o encheu de sabedoria, entendimento, ciência e em todo o lavor...Também lhe dispôs o coração para ensinar a outros; a ele e a Aoliabe, o filho de Aisamaque, da tribo de Dã”. Podemos notar que o Senhor não só deu a habilidade e a sabedoria para Bezalel como também o capacitou para preparar, ensinar seus ajudantes, de forma que a equipe inteira estaria sobre o mesmo comando, sob o mesmo Espírito. Nada é aleatório, nada foge ao controle, nada é iniciativa humana, tudo procede do alto na obra que o Senhor aprova.

Êxodo 36:1 – “ASSIM trabalharam Bezalel e Aoliabe, e todo o homem sábio de coração, a quem o SENHOR dera sabedoria e inteligência, para saber como haviam de fazer toda a obra para o serviço do santuário, conforme a tudo o que o SENHOR tinha ordenado”.

Êxodo Capítulo 36                                      

"...infelizmente, em nossos dias, ao invés de se estimular a fidelidade e a obediência, esperando que o Senhor mova o coração de Seu povo, os líderes preferem lançar mãos de promoções e eventos para que a contribuição venha através do comércio e não da simples fidelidade".

Êxodo 36:1,2 – “...Então Moisés chamou a Bezalel e a Aoliabe, e a todo o homem sábio de coração, em cujo coração o SENHOR tinha dado sabedoria; a todo aquele a quem o seu coração moveu a se chegar à obra para fazê-la”. Vemos que o SENHOR deu sabedoria ao coração destes homens e, logo em seguida, seus corações os moveram à obra. Alguém que cresse no livre arbítrio do homem para o serviço do Senhor, diria que Deus deu o impulso, mas o homem fez a outra metade da obra usando de sua bondade interior para a decisão final. Aqueles que crêem nos atos soberanos de Deus dirão que estes homens foram ensinados e compelidos a uma obra contra a qual não poderiam resistir. Deixo, portanto, que os irmãos investiguem qual o ensino mais coerente com a complitude das escrituras.

Êxodo 36:4-5 – “E vieram todos os sábios, que faziam toda a obra do santuário, cada um da obra que fazia, e falaram a Moisés, dizendo: O povo traz muito mais do que basta para o serviço da obra que o SENHOR ordenou se fizesse”. Quando lemos a história deste povo de Israel, seus muitos erros e desvios cometidos, descobrimos que há muitas atitudes que jamais deveríamos imitar; mas quando lemos acerca da liberalidade com que deram mais do que podiam, assim como os macedônios, encontramos uma virtude digna da mais sincera imitação.

IICorintios 8:1a3 – “TAMBÉM, irmãos, vos fazemos conhecer a graça de Deus dada às igrejas da Macedônia; porque, no meio de muita prova de tribulação, manifestaram abundância de alegria, e a profunda pobreza deles superabundou em grande riqueza da sua generosidade. Porque, segundo o seu poder (o que eu mesmo testifico) e ainda acima do seu poder, deram voluntariamente”. Quem dera a Igreja possa reviver este modo de conduta em nossos dias!

Êxodo 36:6,7 – “...Assim o povo foi proibido de trazer mais, porque tinham material bastante para toda a obra que havia de fazer-se, e ainda sobejava”. Como é diferente a atitude de um povo que teme e conhece ao Senhor! Eles conheceram o Senhor no deserto, sabiam da reverência que a Ele é devida; infelizmente, em nossos dias, ao invés de se estimular a fidelidade e a obediência, esperando que o Senhor mova o coração de Seu povo, os líderes preferem lançar mãos de promoções e eventos para que a contribuição venha através do comércio e não da simples fidelidade.

Êxodo 36:19e38 – “Fez também, para a tenda, uma coberta de peles de carneiros, tintas de vermelho... Com as suas cinco colunas e os seus colchetes; e as suas cabeças e as suas molduras cobriu de ouro; e as suas cinco bases eram de bronze”. 
Toda a tenda do “encontro” foi coberta de pele de cordeiro tingida de vermelho, assim, também, todo o crente deve saber que no local de encontro com Deus tem de haver um madeiro tingido pelo Sangue precioso do Cordeiro de Deus. Toda a tenda estava fincada na terra com pés de bronze (“e as suas cinco bases eram de bronze”), assim como nosso Bendito Salvador que desceu de Sua Glória para pisar sobre a terra: 

Apocalipse 1:15 – “E os seus pés, semelhantes a bronze polido, como se tivessem sido refinados numa fornalha, e a sua voz como a voz de muitas águas”. Nós sabemos que os pés de Nosso Senhor estiveram fincados na terra, passaram pela fornalha, vencendo todas as provações, tentações e sofrimentos para ser o nosso perfeito e eterno sumo-sacerdote.


O que lemos no restante deste capítulo 36 acerca dos detalhes da obra de construção, não iremos tecer mais comentários aqui, pois já o fizemos nos capítulos anteriores. 

Êxodo Capítulo 37                                      


"Deus não transita no mesmo nível de nossas vaidades, o culto ao Senhor jamais deve ser uma expressão de nossos achismos e preferências individuais, somente pode ser oferecido ao Senhor, no culto público, aquilo que Ele prescreveu em Sua Palavra".


Êxodo 37:1 – “FEZ também Bezalel a arca de madeira de acácia; o seu comprimento era de dois côvados e meio; e a sua largura de um côvado e meio; e a sua altura de um côvado e meio...”.

Êxodo 37:6 – “Fez também o propiciatório de ouro puro; o seu comprimento era de dois côvados e meio, e a sua largura de um côvado e meio...”.

Êxodo 37:10 – “Fez também a mesa de madeira de acácia; o seu comprimento era de dois côvados, e a sua largura de um côvado, e a sua altura de um côvado e meio...”.

Êxodo 37:17 – “Fez também o candelabro de ouro puro; de obra batida fez este candelabro; o seu pedestal, e as suas hastes, os seus copos, as suas maçãs, e as suas flores, formavam com ele uma só peça...”.

Êxodo 37:25 – “E fez o altar do incenso de madeira de acácia; de um côvado era o seu comprimento, e de um côvado a sua largura, era quadrado; e de dois côvados a sua altura; dele mesmo eram feitas as suas pontas...”.

Êxodo 37:29 – “Também fez o azeite santo da unção, e o incenso aromático, puro, qual obra do perfumista...”.
Quando o pregador puritano inglês Richard Rogers estava lecionando em Wethersfield, Essex, alguém lhe disse: “Sr,Rogers, gosto muito do senhor e de sua companhia, mas o senhor é tão preciso”. Ao que replicou Rogers: “Ó, meu caro senhor, eu sirvo a um Deus preciso”.

Um Deus Preciso, Detalhista, Santo e Perfeito... essas são, sem dúvidas, características do nosso Deus. Como bem afirmou Paulo em Romanos 1:20-21 – “Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis; Porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu”. Nosso Deus não é visível aos nossos olhos, mas as coisas criadas falam acerca dEle, uma criação tão rica de detalhes, tão perfeita e exuberante dá um testemunho claro acerca do caráter detalhista do Senhor.

Penso que um grande perigo da vida pós-moderna é o relativismo, no qual as pessoas se acostumam aos “fast-foods”, às coisas rápidas e superficiais, de forma que temos perdido o gosto pela meditação paciente, pelas devoções longas e perseverantes, queremos uma vida cristã com fórmulas prontas, canções alegres e refrões fáceis de serem cantados e decorados... mas quando estudamos o livro de Êxodo com tanta riqueza de detalhes e prescrições para o serviço e culto ao Senhor, não temos como evitar uma confrontação acerca daquilo que temos oferecido ao nosso Rei.

Porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus”- O que essa frase significa? Dentro deste contexto, o Senhor nos ensina acerca de um povo que chegou a ter conhecimento da existência de Deus pela observação das coisas criadas, porém não deram a devida “GLÓRIA” a Deus porque confiaram em “seus próprios raciocínios, obscurecendo-lhes o coração insensato. Inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos e mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis. Por isso também Deus os entregou às concupiscências de seus corações, à imundícia, para desonrarem seus corpos entre si; Pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém” (Rm.1:21a25). Mudaram a glória de Deus em semelhança de imagem de homem... é preciso que fique muito claro em nossos corações que Deus não transita no mesmo nível de nossas vaidades, o culto ao Senhor jamais deve ser uma expressão de nossos achismos e preferências individuais, somente pode ser oferecido ao Senhor, no culto público, aquilo que Ele prescreveu em Sua Palavra; Tudo o que disso passar será considerado uma forma de IDOLATRIA que “...muda a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador”.


E, também, vemos nesta passagem, o juízo de Deus sobre o povo, pois “...Deus os entregou às concupiscências de seus corações”. Creio que este seja o mais terrível de todos os juízos, pois todo homem entregue a si mesmo será sempre um vaso de desonra e vergonha, não pode cultuar ao Senhor, nem com sua vida, nem com sua oferta.     


Êxodo Capítulo 38 e 39                                   


"Maldito aquele que fizer a obra do SENHOR relaxadamente".

Êxodo 38:8 – “Fez também a pia de cobre com a sua base de cobre, dos espelhos das mulheres que se reuniam, para servir à porta da tenda da congregação”. Esta interessante passagem nos mostra algo acerca do desprendimento das mulheres que serviam à porta da tenda do Senhor, elas deixaram seus espelhos ali, muito provavelmente um duro golpe no ego feminino. Talvez um vislumbre do desejo expresso por Paulo aos coríntios - “Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido” (ICo.13:12). É preciso compreender que os espelhos, daquela época, eram feitos de metal, e a imagem transmitida era bastante embaçada, muito diferente dos espelhos atuais feitos de vidro. Tanto o Velho, quanto o Novo Testamento, nos ensinam acerca desta visão embaçada que ainda temos da glória do nosso Deus e, também, nos desafiam a abrir mão de olharmos para nós mesmos, renunciar aos espelhos da carne e fixarmos totalmente nossos olhos e anseios no Senhor.

Êxodo 38:22 – “Fez, pois, Bezalel, o filho de Uri, filho de Hur, da tribo de Judá, tudo quanto o SENHOR tinha ordenado a Moisés”.

Êxodo 39:1 – “FIZERAM também as vestes do ministério, para ministrar no santuário, de azul, e de púrpura e de carmesim; também fizeram as vestes santas, para Arão, como o SENHOR ordenara a Moisés”.

Como o Senhor ordenara” – Esta frase se repete por dez vezes nos capítulos 38 e 39 de Êxodo, um cuidado extremo foi tomado na inspeção de cada item do tabernáculo. Após toda a inspeção ser realizada, então Moisés profere a bênção:

Êxodo 39:43 – “Viu, pois, Moisés toda a obra, e eis que a tinham feito; como o SENHOR ordenara, assim a fizeram; então Moisés os abençoou”.

Creio que isso nos deve inspirar um santo temor em tudo aquilo que se refere à obra do Senhor, pois nosso Deus é Deus zeloso, jamais admitirá o serviço relapso:

Jeremias 48:10 – “Maldito aquele que fizer a obra do SENHOR relaxadamente; e maldito aquele que retém a sua espada do sangue”.

Êxodo 39:10a14 – “E engastaram nele quatro ordens de pedras; uma ordem de um sárdio, de um topázio, e de um carbúnculo; esta era a primeira ordem; E a segunda ordem de uma esmeralda, de uma safira e de um diamante; E a terceira ordem de um jacinto, de uma ágata, e de uma ametista; E a quarta ordem de um berilo, e de um ônix, e de um jaspe, engastadas em engastes de ouro. Estas pedras, pois, eram segundo os nomes dos filhos de Israel, doze segundo os seus nomes; como gravuras de selo, cada uma com o seu nome, segundo as doze tribos”.

Apocalipse 21:19,20 – “E os fundamentos do muro da cidade estavam adornados de toda a pedra preciosa. O primeiro fundamento era jaspe; o segundo, safira; o terceiro, calcedônia; o quarto, esmeralda; O quinto, sardônica; o sexto, sárdio; o sétimo, crisólito; o oitavo, berilo; o nono, topázio; o décimo, crisópraso; o undécimo, jacinto; o duodécimo, ametista”.

Apocalipse 21:14 – “E o muro da cidade tinha doze fundamentos, e neles os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro”.
Parece que os fundamentos da Cidade Santa, estão edificados nos doze patriarcas do Velho Testamento e nos doze Apóstolos do Novo Testamento para que através da Palavra que neles foi revelada cheguemos ao fim de todas as coisas:


Apocalipse 21:5a7 – “E o que estava assentado sobre o trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E disse-me: Escreve; porque estas palavras são verdadeiras e fiéis. E disse-me mais: Está cumprido. Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim. A quem quer que tiver sede, de graça lhe darei da fonte da água da vida. Quem vencer, herdará todas as coisas; e eu serei seu Deus, e ele será meu filho”.

Êxodo Capítulo 40                                      

"...a obediência devida ao Senhor inclui detalhes. Tudo deve ser feito conforme ordenado em Sua Palavra".

Êxodo 40:1a15 – “...E os ungirás como ungiste a seu pai, para que me administrem o sacerdócio, e a sua unção lhes será por sacerdócio perpétuo nas suas gerações”. “Sacerdócio perpétuo” – Podemos ver que o Senhor tem planos imutáveis para Seus sacerdotes, sem mudanças e variações, o Dom do Senhor é irrevogável, uma vez que os filhos mais velhos de Arão não fizeram caso da imensa responsabilidade do sacerdócio, a sentença sobre eles foi a morte (Levítico 10:1a3 – “E os filhos de Arão, Nadabe e Abiú, tomaram cada um o seu incensário e puseram neles fogo, e colocaram incenso sobre ele, e ofereceram fogo estranho perante o SENHOR, o que não lhes ordenara. Então saiu fogo de diante do SENHOR e os consumiu; e morreram perante o SENHOR. E disse Moisés a Arão: Isto é o que o SENHOR falou, dizendo: Mostrarei a minha Santidade naqueles que se cheguem a mim, e serei glorificado diante de todo o povo. Porém Arão calou-se”.

Podemos aprender duas coisas neste episódio:

1 – Deus ordena o culto – nada do que era oferecido ao Senhor poderia estar fora das prescrições estabelecidas e ordenadas. Sem espaço para fogo estranho.
2 – Os atos do culto e a postura dos oficiantes refletiam a Santidade do Senhor – A responsabilidade dos sacerdotes era imensa, pois o Senhor deseja ser santificado diante do povo e o culto tinha isto por obrigação. Exatamente, neste ponto, Moisés também pecou contra o Senhor, vejamos:

Números 20:8a12 – “Toma a vara, e ajunta a congregação, tu e Arão, teu irmão, e falai à rocha, perante os seus olhos, e dará a sua água; assim lhes tirarás água da rocha, e darás a beber à congregação e aos seus animais. Então Moisés tomou a vara de diante do SENHOR, como lhe tinha ordenado. E Moisés e Arão reuniram a congregação diante da rocha, e Moisés disse-lhes: Ouvi agora, rebeldes, porventura tiraremos água desta rocha para vós? Então Moisés levantou a sua mão, e feriu a rocha duas vezes com a sua vara, e saiu muita água; e bebeu a congregação e os seus animais. E o SENHOR disse a Moisés e a Arão: Porquanto não crestes em mim, para me santificardes diante dos filhos de Israel, por isso não introduzireis esta congregação na terra que lhes tenho dado”.

Sabemos que Moisés, após este episódio, chorou diante do Senhor, pedindo para entrar na terra prometida (Dt.3:25e26), mas a sentença não foi revogada, pois este é um assunto do qual o Senhor não toma, jamais, por inocente, aquele que desobedece. Que jamais venhamos a ser descuidados com este princípio fundamental no serviço cristão: “O Senhor deve ser santificado diante da congregação”.

Êxodo 40:16 – “E Moisés fez conforme a tudo o que o SENHOR lhe ordenou, assim o fez”. Esta é uma marca que se repete no serviço do Moisés em seus últimos dias, pois ele aprendera a santificar o Senhor diante da congregação, ele havia aprendido que a obediência devida ao Senhor inclui detalhes. Tudo deve ser feito conforme ordenado em Sua Palavra.

Êxodo 40:30a32 – “Pôs também a pia entre a tenda da congregação e o altar, e nela pôs água para lavar. E Moisés, e Arão e seus filhos nela lavaram as suas mãos e os seus pés. Quando entravam na tenda da congregação, e quando chegavam ao altar, lavavam-se, como o SENHOR ordenara a Moisés”. Este importante princípio aqui estabelecido, nos fala da pureza necessária àqueles que irão comparecer diante do Senhor. É maravilhoso como o Senhor Jesus reitera este princípio espiritual diante de Pedro, quando ele o instrui: “Se Eu não te lavar, não tens parte comigo”.

João 13:8a10 – “Disse-lhe Pedro: Nunca me lavarás os pés. Respondeu-lhe Jesus: Se eu te não lavar, não tens parte comigo. Disse-lhe Simão Pedro: Senhor, não só os meus pés, mas também as mãos e a cabeça. Disse-lhe Jesus: Aquele que está lavado não necessita de lavar senão os pés, pois no mais todo está limpo. Ora vós estais limpos, mas não todos”. O Senhor Jesus ensina acerca deste grande princípio doutrinário, pois o Velho Testamento, em tipologia, continha um ritual de purificação temporário, mas na Nova Aliança do Sangue do Cordeiro, esta purificação é permanente e eterna; realizada uma vez, pode conduzir os ministrantes para o Santo Lugar, para todo o sempre, sem qualquer necessidade de repetição, conforme lemos:

Hebreus 9:12 – “Nem por sangue de bodes e bezerros, mas por seu próprio sangue, entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção”.

Êxodo 40:33a34 – “Levantou também o pátio ao redor do tabernáculo e do altar, e pendurou a cortina da porta do pátio. Assim Moisés acabou a obra. Então a nuvem cobriu a tenda da congregação, e a glória do SENHOR encheu o tabernáculo”. Assim, quando Moisés acabou a obra, em perfeita obediência, a nuvem de Glória, representando a aprovação e a Presença do Senhor veio sobre o Tabernáculo. Que grande desafio para nós é pensarmos acerca do nosso serviço cristão e como tem sido a reação do Senhor a tudo o que temos oferecido a Ele; Temos obtido aprovação? Temos sobre nós a Nuvem? Ou será que estes sinais se restringiram ao passado?

Êxodo 40:37 – “Se a nuvem, porém, não se levantava, não caminhavam, até ao dia em que ela se levantasse”. Que maravilhosa lição para a Igreja temos aqui: Se a nuvem não se levantasse... O povo de Deus não poderia dar um passo sequer... Eles estavam aprendendo que para o povo de Deus, nenhum passo é permitido sem a espera da ordem devida; Todo passo precipitado desemboca no abismo.

Êxodo 40:38 – “Porquanto a nuvem do SENHOR estava de dia sobre o tabernáculo, e o fogo estava de noite sobre ele, perante os olhos de toda a casa de Israel, em todas as suas jornadas”. De dia a nuvem protegendo do intenso e mortal calor do sol, e de noite o fogo aquecendo no terrível frio do deserto; Assim é a caminhada de todo aquele que tem no Senhor o seu “escudo e broquel” (Sl.91:4). Quem dera obedecêssemos ao Senhor com tamanha intensidade a fim de experimentarmos em todo o tempo este cuidado.

Que Deus muito os abençoe.
jjf



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