domingo, 24 de agosto de 2014

Lady Selina Shirley, a Condessa de Huntingdon (1707-1791)

"Meu labor está concluído. Nada mais tenho a fazer senão ir para casa de meu Pai".

Lady Selina Shirley nasceu em 24 de agosto de 1707 na localidade de Chartley, foi a segunda filha de Washington, conde de Ferrars. Apesar de ter vindo de berço de ouro e estar acostumada com uma vida fácil- pois tanto seu pai como seu esposo possuíam numerosas propriedades-, tinha um coração voltado para Deus e ajudava os pobres da vizinhança. Casou-se aos 21 anos com Teófilo Hastings, nono conde de Huntingdon. Este morreu em 1746 aos 50 anos, deixando-a viúva com aproximadamente 39 anos. Não casou-se novamente, empregando seu tempo para estender as obras religiosas, e claro, não descuidando de suas obrigações como mãe, pois tinha cinco filhos. 

Em 1739, Lady Huntingdon juntou a primeira sociedade Metodista em Fetter Lane, em Londres. Algum tempo após a morte de seu marido, ela disponibilizou seu lote para John Wesley e George Whitefield na obra do grande avivamento. Whitefield tornou-se seu capelão pessoal, e, com sua ajuda, devido aos problemas colocados em seu caminho pelo clero anglicano de quem ela tinha preferido não se separar, ela fundou a "Conexão Metodista da Condessa de Huntingdon", um movimento calvinista dentro da Igreja Metodista.

Promoveu o renascimento religioso de forma calvinista compatível com o trabalho de Whitefield, ela foi responsável por fundar 64 capelas e contribuiu para o financiamento de outras, insistindo que todos deviam se inscrever para as doutrinas da Igreja da Inglaterra.

Manteve um firme testemunho em prol de Cristo entre suas conhecidas tituladas. Ela era uma líder generosa e humilde. Além disso, ela passara a ter claras convicções doutrinárias abraçando um calvinismo como o de Whitefield. Sua crença é evidente numa carta que ela escreveu ao Rev. Henry Venn, que manifestara conceituação vacilante sobre "as doutrinas da graça". Sua carta diz: 

    Oh, meu amigo, não podemos fazer nenhuma expiação pela lei violada- não temos nenhuma santidade interior que seja nossa própria- o Senhor Jesus Cristo é o Senhor, nossa justiça. 
    Não se apegue a elementos tão miseravelmente pobres- a esses trapos imundos- meras teias de aranha de orgulho farisaico- olhe, porém, para Aquele que patricou uma perfeita justiça por Seu povo.
    Você acha tarefa difícil vir desnudo e pobre a Cristo... Mas, se você afinal há de vir, só poderia vir assim... É preciso que não haja condições- Cristo, e somente Cristo, é necessariamente o único Mediador entre Deus e os homens pecadores- nenhuma das miseráveis realizações humanas pode ser colocada entre o pecador e o Salvador. 
    Cuide que os olhos da fé se dirijam ao Senhor Jesus Cristo; e eu rogo a Ele que conduza todo pensamento do seu coração para cativeiro à obediência do nosso grande Sumo Sacerdote. 

Em seu testamento, ela pediu que não fizessem nenhuma biografia a seu respeito, e nada foi escrito até 90 anos após sua morte. Obituários e tributos foram escritos: Horace Walpole descreveu-a como aPatriarca dos metodistas, enquanto o católico romano, John Henry Newman, comentou:  Ela dedicou o seu tempo, seus meios, seus pensamentos, para a causa de Cristo. o gastava seu dinheiro em si mesma; não permitiu ser homenageada pelo seu posto.

Ao morrer exclamou: "Meu labor está concluído. Nada mais tenho a fazer senão ir para casa de meu Pai".

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