segunda-feira, 20 de abril de 2015

Jesus me ama?

Então, Jesus me ama? Por que o amor dEle é tão diferente daquele que estamos acostumados a assistir nos filmes e nas novelas?

"Jesus me ama". Este jargão se tornou tão popular entre os evangélicos que, se qualquer pessoa tem uma opinião oposta, imediatamente se torna anátema para todos. A princípio, estamos tão habituados com a frase, que ao ouvi-la não ficamos espantados e não vemos problema teológico algum. Ouvindo uma canção gospel que repete essa frase como um mantra, percebi algo bem estranho, pois a ênfase recai no “me ama”, supervaloriza o "eu", acabando por desprezar Aquele que deveria ser O objeto da adoração. Concluí, que algo estava errado. Até poderia ser justo e plausível que a Igreja insistisse em falar de forma romântica do amor do Noivo, porém, quando olho para as Escrituras, vejo um enfoque bem diferente, vejamos:

Lucas 9:23-24 – “E dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me. Porque, qualquer que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas qualquer que, por amor de mim, perder a sua vida, a salvará”.

Vivemos na pós-modernidade onde a força do humanismo cresce exacerbadamente, de tal forma que nossas mentes e opiniões estão encharcadas desses conceitos. Assim, até mesmo a cosmovisão “cristã”, acaba por sofrer influência, onde surge o conceito de adorar a Deus através de um amor romântico aplicável a casais enamorados, com declarações e poesias completamente estranhas às Escrituras. Quando lemos a exigência do Noivo acerca da postura de Sua noiva, temos um completo dualismo, pois Ele diz à Sua noiva: Renuncie ao seu eu, a tudo o que você tem sido, pegue seu instrumento de morte, sua arma letal (cruz) e morra nela, para que Eu te receba. Veja que estranha proposta!

Agora quando penso em minha esposa e no pedido de casamento que fiz, percebo que naquele pedido, minha proposta de amor, tinha um enfoque completamente diferente, pois o “eu” tinha todo o direito de estar ali. Eu jamais diria a ela: “Renuncie o seu eu, renuncie a si mesma, sua carne está enferma pelo pecado, quero que você morra para viver comigo”. Creio que se tivesse dito isso, teria perdido minha esposa. Portanto, fiz exatamente o contrário, fiz muitos elogios, falei acerca do caráter dela com toda sorte de incentivos e creio, ainda hoje, que agi corretamente, e que no plano dos casais humanos, esta deve ser a conduta e, exatamente nisto, deve ser contrastada a abismal diferença entre o amor do Noivo e dos noivos.

Então, Jesus me ama? Por que o amor dEle é tão diferente daquele que estamos acostumados a assistir nos filmes e nas novelas? Creio que este é o ponto que a Igreja (noiva) tem falhado em compreender, pois o amor do Senhor Jesus não é humano, não é terreno, não é carnal e não se limita ao tempo. Ele não ama o que “eu sou”, Ele ama o que eu serei; para explicar este ponto, convido os irmãos a pensarem na frase do Senhor à Sua Igreja:

João 14:21-23 – “Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele... Jesus respondeu, e disse-lhe: Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele, e faremos nele morada”.

João 3:5 – “Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus”. Nascer da água e do Espírito, conforme lemos em muitas passagens do Velho Testamento, representa a purificação (Ez. 36:25-28; Nm.19:17-19; Is.32:15; Sl.51:9e10); por isso o Senhor disse a Pedro: "Se Eu não te lavar, não tens parte comigo” (Jo.13:8).

Agora imagine que um rapaz, ao pedir a mão de sua noiva, diga: “Se eu não te lavar”, “se você não morrer e nascer de novo...” não podemos nos casar. O que pensaria esta moça? Que ódio sentiria desse pretendente indelicado que pede uma tão brutal condição: morra primeiro! Isto porque seu noivo afirma, que seu estado, irremediavelmente manchado pelo pecado, só pode ser tratado desta maneira (Rom.3:9a23). Será que esse casamento ocorreria?

Assim, é necessário que fique bem claro que o Senhor Jesus ama a sua Igreja, mas que este amor de forma alguma pode se alinhar aos nossos conceitos de “amor”. O amor de Cristo está descrito, conceituado e pontuado em Sua Palavra. Nossa cosmovisão somente estará correta quando extraída das Escrituras e nunca do mundo à nossa volta.

O fato de o Senhor Jesus amar Sua Igreja implica em dizer que ele ama toda a raça humana? Creio que Ele mesmo responde a isso em Sua carta de amor às Igrejas de Apocalipse:

Apocalipse 2:6 – “Tens, porém, isto: que odeias as obras dos nicolaítas, as quais eu também odeio”.

Apocalipse 2:15 – “Assim tens também os que seguem a doutrina dos nicolaítas, o que eu odeio”.

Apocalipse 6:16 – “E diziam aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós, e escondei-nos do rosto daquele que está assentado sobre o trono, e da ira do Cordeiro”. Concluo afirmando que sim, certamente o Senhor ama a Sua Igreja e Seus eleitos, porém abomina o caminho do ímpio:

Amós 5:21 – “Odeio, desprezo as vossas festas, e as vossas assembleias solenes não me exalarão bom cheiro”.

Amós 6:8 – “Jurou o Senhor DEUS por si mesmo, diz o SENHOR, o Deus dos Exércitos: Abomino a soberba de Jacó, e odeio os seus palácios; por isso entregarei a cidade e tudo o que nela há”.

Salmos 139:22 – “Odeio-os com ódio perfeito; tenho-os por inimigos”.

Devemos ficar muito atentos naquilo que oferecemos ao Senhor em Seu culto e jamais permitir canções inspiradas na cosmovisão do mundo.

Isaías 52:11 – “Retirai-vos, retirai-vos, saí daí, não toqueis coisa imunda; saí do meio dela, purificai-vos, os que levais os vasos do SENHOR”.

Isaías 2:6 – “Mas tu desamparaste o teu povo, a casa de Jacó, porque se encheram dos costumes do oriente e são agoureiros como os filisteus; e associam-se com os filhos dos estrangeiros”.

IICorintios 6:17,18  – “Por isso saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; E não toqueis nada imundo, E eu vos receberei; E eu serei para vós Pai, E vós sereis para mim filhos e filhas, Diz o Senhor Todo-Poderoso”.

Levítico 18:3 – “Não fareis segundo as obras da terra do Egito, em que habitastes, nem fareis segundo as obras da terra de Canaã, para a qual vos levo, nem andareis nos seus estatutos”.

Não andar segundo os estatutos e costumes dos povos da terra, dos povos do mundo, esta é uma exigência do Senhor para Sua noiva, por isso, nosso culto, nossas canções e declarações de amor a Ele, não podem ser copiadas, não podem ser reflexos da cultura vigente na sociedade secular. Ou nós adoramos segundo o que Palavra ensina, ou seremos rejeitados. Ele não me ama como eu sou, mas me ama para fazer de mim Seu próprio reflexo na eternidade e ser como Ele é:

IJoão 3:1,2 – “VEDE quão grande amor nos tem concedido o Pai, que fôssemos chamados filhos de Deus. Por isso o mundo não nos conhece; porque não o conhece a ele. Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifestado o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos”. 

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