Jesus me ama?
Então, Jesus me ama? Por que o amor dEle é tão diferente daquele que estamos acostumados a assistir nos filmes e nas novelas?
"Jesus me ama". Este
jargão se tornou tão popular entre os evangélicos que, se qualquer pessoa tem uma
opinião oposta, imediatamente se torna anátema para todos. A princípio, estamos
tão habituados com a frase, que ao ouvi-la não ficamos espantados e não vemos
problema teológico algum. Ouvindo uma canção gospel que repete
essa frase como um mantra, percebi algo bem estranho, pois a ênfase recai no “me ama”, supervaloriza o "eu", acabando por desprezar Aquele que deveria ser O objeto da adoração. Concluí, que algo estava errado. Até poderia ser justo e plausível que a Igreja insistisse em falar de forma romântica do amor do Noivo, porém,
quando olho para as Escrituras, vejo um enfoque bem diferente, vejamos:
Lucas
9:23-24 – “E dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e
tome cada dia a sua cruz, e siga-me. Porque, qualquer que quiser salvar a sua
vida, perdê-la-á; mas qualquer que, por amor de mim, perder a sua vida, a
salvará”.
Vivemos
na pós-modernidade onde a força do humanismo cresce exacerbadamente, de tal forma que nossas mentes e opiniões estão encharcadas
desses conceitos. Assim, até mesmo a cosmovisão “cristã”, acaba por sofrer influência, onde
surge o conceito de adorar a Deus através de um amor romântico aplicável a
casais enamorados, com declarações e poesias completamente estranhas às
Escrituras. Quando lemos a exigência do Noivo acerca da postura de Sua noiva,
temos um completo dualismo, pois Ele diz à Sua noiva: Renuncie ao seu eu, a
tudo o que você tem sido, pegue seu instrumento de morte, sua arma letal (cruz)
e morra nela, para que Eu te receba. Veja que estranha proposta!
Agora
quando penso em minha esposa e no pedido de casamento que fiz, percebo
que naquele pedido, minha proposta de amor, tinha um enfoque completamente diferente,
pois o “eu” tinha todo o direito de estar ali. Eu jamais diria a ela: “Renuncie
o seu eu, renuncie a si mesma, sua carne está enferma pelo pecado, quero que
você morra para viver comigo”. Creio que se tivesse dito isso, teria perdido
minha esposa. Portanto, fiz exatamente o contrário, fiz muitos elogios, falei
acerca do caráter dela com toda sorte de incentivos e creio, ainda hoje, que
agi corretamente, e que no plano dos casais humanos, esta deve ser a conduta e,
exatamente nisto, deve ser contrastada a abismal diferença entre o amor do Noivo
e dos noivos.
Então,
Jesus me ama? Por que o amor dEle é tão diferente daquele que estamos
acostumados a assistir nos filmes e nas novelas? Creio que este é o ponto que a
Igreja (noiva) tem falhado em compreender, pois o amor do Senhor Jesus não é
humano, não é terreno, não é carnal e não se limita ao tempo. Ele não ama o que
“eu sou”, Ele ama o que eu serei; para explicar este ponto, convido os irmãos a
pensarem na frase do Senhor à Sua Igreja:
João
14:21-23 – “Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama;
e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a
ele... Jesus respondeu, e disse-lhe: Se alguém me ama, guardará a minha
palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele, e faremos nele morada”.
João
3:5 – “Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer
da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus”. Nascer
da água e do Espírito, conforme lemos em muitas passagens do Velho Testamento, representa
a purificação (Ez. 36:25-28; Nm.19:17-19; Is.32:15; Sl.51:9e10); por isso o Senhor disse a Pedro: "Se Eu não te lavar, não tens parte comigo” (Jo.13:8).
Agora
imagine que um rapaz, ao pedir a mão de sua noiva, diga: “Se eu não te lavar”,
“se você não morrer e nascer de novo...” não podemos nos casar. O que pensaria esta
moça? Que ódio sentiria desse pretendente indelicado que pede uma tão
brutal condição: morra primeiro! Isto porque seu noivo afirma, que seu estado, irremediavelmente
manchado pelo pecado, só pode ser tratado desta maneira (Rom.3:9a23). Será que
esse casamento ocorreria?
Assim,
é necessário que fique bem claro que o Senhor Jesus ama a sua Igreja, mas que
este amor de forma alguma pode se
alinhar aos nossos conceitos de “amor”. O amor de Cristo está descrito,
conceituado e pontuado em Sua Palavra. Nossa cosmovisão somente estará correta
quando extraída das Escrituras e nunca do mundo à nossa volta.
O
fato de o Senhor Jesus amar Sua Igreja implica em dizer que ele ama toda a raça humana? Creio que Ele mesmo
responde a isso em Sua carta de amor às Igrejas de Apocalipse:
Apocalipse
2:6 – “Tens, porém, isto: que odeias as obras dos nicolaítas, as quais eu
também odeio”.
Apocalipse
2:15 – “Assim tens também os que seguem a doutrina dos nicolaítas, o que eu
odeio”.
Apocalipse
6:16 – “E diziam aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós, e escondei-nos do
rosto daquele que está assentado sobre o trono, e da ira do Cordeiro”. Concluo
afirmando que sim, certamente o Senhor ama a Sua Igreja e Seus eleitos, porém
abomina o caminho do ímpio:
Amós
5:21 – “Odeio, desprezo as vossas festas, e as vossas assembleias solenes não
me exalarão bom cheiro”.
Amós
6:8 – “Jurou o Senhor DEUS por si mesmo, diz o SENHOR, o Deus dos Exércitos:
Abomino a soberba de Jacó, e odeio os seus palácios; por isso entregarei a cidade
e tudo o que nela há”.
Salmos
139:22 – “Odeio-os com ódio perfeito; tenho-os por inimigos”.
Devemos ficar muito atentos naquilo que oferecemos ao Senhor em Seu culto e jamais permitir canções inspiradas na cosmovisão do mundo.
Isaías
52:11 – “Retirai-vos, retirai-vos, saí daí, não toqueis coisa imunda; saí do
meio dela, purificai-vos, os que levais os vasos do SENHOR”.
Isaías
2:6 – “Mas tu desamparaste o teu povo, a casa de Jacó, porque se encheram dos
costumes do oriente e são agoureiros como os filisteus; e associam-se com os
filhos dos estrangeiros”.
IICorintios 6:17,18 – “Por isso saí do
meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; E não toqueis nada imundo, E eu vos
receberei; E eu serei para vós Pai, E vós sereis para mim filhos e filhas, Diz
o Senhor Todo-Poderoso”.
Levítico
18:3 – “Não fareis segundo as obras da terra do Egito, em que habitastes, nem
fareis segundo as obras da terra de Canaã, para a qual vos levo, nem andareis
nos seus estatutos”.
Não
andar segundo os estatutos e costumes dos povos da terra, dos povos do mundo,
esta é uma exigência do Senhor para Sua noiva, por isso, nosso culto, nossas
canções e declarações de amor a Ele, não podem ser copiadas, não podem
ser reflexos da cultura vigente na sociedade secular. Ou nós adoramos
segundo o que Palavra ensina, ou seremos rejeitados. Ele não me ama como eu
sou, mas me ama para fazer de mim Seu próprio reflexo na eternidade e ser como
Ele é:
IJoão
3:1,2 – “VEDE quão grande amor nos tem concedido o Pai, que fôssemos chamados
filhos de Deus. Por isso o mundo não nos conhece; porque não o conhece a ele.
Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifestado o que havemos de
ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos
semelhantes a ele;
porque assim como é o veremos”.