quarta-feira, 15 de abril de 2015

Jesus comia com pecadores!
A acusação dos fariseus

"...nem mesmo percebem o grande abismo que diferencia o testemunhar ao ímpio com o misturar-se ao ímpio".
Lucas 5:29-32 – “E fez-lhe Levi um grande banquete em sua casa; e havia ali uma multidão de publicanos e outros que estavam com eles à mesa. E os escribas deles, e os fariseus, murmuravam contra os seus discípulos, dizendo: Por que comeis e bebeis com publicanos e pecadores? E Jesus, respondendo, disse-lhes: Não necessitam de médico os que estão sãos, mas, sim, os que estão enfermos; Eu não vim chamar os justos, mas, sim, os pecadores, ao arrependimento”.
O que me motivou a escrever este texto, foi o fato de que os cristãos liberais de nossos dias parecem ter se ajuntado aos fariseus no plano de denegrir a obra de completa obediência ao Pai que o Senhor Jesus realizou, acusando-O de quebrar os mandamentos de separação ordenados pela Lei:

Números 33:50-55 – “E falou o SENHOR a Moisés, nas campinas de Moabe junto ao Jordão na direção de Jericó, dizendo: Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: Quando houverdes passado o Jordão para a terra de Canaã, lançareis fora todos os moradores da terra de diante de vós, e destruireis todas as suas pinturas; também destruireis todas as suas imagens de fundição, e desfareis todos os seus altos... Mas se não lançardes fora os moradores da terra de diante de vós, então os que deixardes ficar vos serão por espinhos nos vossos olhos, e por aguilhões nas vossas virilhas, e apertar-vos-ão na terra em que habitardes”.

Salmos 1:1 – “BEM-AVENTURADO o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores”.

Isaías 52:10,11 – “O SENHOR desnudou o seu santo braço perante os olhos de todas as nações; e todos os confins da terra verão a salvação do nosso Deus. Retirai-vos, retirai-vos, saí daí, não toqueis coisa imunda; saí do meio dela, purificai-vos, os que levais os vasos do SENHOR”.

IICoríntios 6:14-18 – “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas? E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel? E que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei, e entre eles andarei; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. Por isso saí do meio deles, e separai-vos, diz o Senhor; E não toqueis nada imundo, E eu vos receberei; E eu serei para vós Pai, E vós sereis para mim filhos e filhas, Diz o Senhor Todo-Poderoso”.

Apocalipse 18:4 – “E ouvi outra voz do céu, que dizia: Sai dela, povo meu, para que não sejas participante dos seus pecados, e para que não incorras nas suas pragas”.

Desta forma, tanto os fariseus, da época inicial da Igreja, como os cristãos liberais de nossa época, não têm qualquer escrúpulo em acusar o Senhor Jesus de ser desobediente ao Pai e de ter quebrado o mandamento de separação ordenado na Lei. Tenho por objetivo, neste texto, argumentar em favor do meu Mestre, pois sei que Ele é o Cordeiro Imaculado de Deus, que jamais pecou e que seus acusadores fariseus ou liberais modernos servem a seu pai mentiroso:

João 8:44 – “Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira”.

Para que possamos compreender a falsidade da acusação feita ao Senhor Jesus, precisamos entender que Ele veio sobre a Antiga Aliança, foi nascido “sob a Lei”, portanto, dentro da perspectiva mosaica, pecadores eram todos os povos que não eram da descendência de Abraão, ou mesmo, pessoas que não serviam ao Senhor debaixo da Lei. Naquele dia em que Levi teve um encontro com o Senhor, passou a segui-Lo e fez uma festa em Sua homenagem, muitos dos seus colegas pecadores vieram ao banquete, todos eles judeus de origem, alguns expulsos da sinagoga, vistos como pecadores pelos fariseus, mas ainda assim, sendo da descendência de Abraão, eram povo de Deus, da mesma forma que os fariseus o eram, portanto, o Senhor não estava quebrando o mandamento de separação que se aplicava a povos de outras nações.

É preciso deixar claro, que no Velho Testamento, o povo de Deus eram os descendentes físicos de Abraão (povo Judeu), no Novo Testamento, são os descendentes espirituais de Abraão (Verdadeira Igreja, crentes nascidos de novo). No Velho Testamento, pecadores eram todos os povos não judeus, com estes o Senhor Jesus não comia, ainda que, por misericórdia, tenha atendido ao pedido de uma mãe em desespero:

Marcos 7:26-27 – “E esta mulher era grega, siro-fenícia de nação, e rogava-lhe que expulsasse de sua filha o demônio. Mas Jesus disse-lhe: Deixa primeiro saciar os filhos; porque não convém tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos”.

Sabemos que o Plano Redentor do nosso Deus inclui homens e mulheres de todas as raças, por isso o Senhor Jesus disse: “Quando eu for levantado da terra atrairei todos a Mim” (João12:32). No contexto desta passagem, Ele se recusa a falar com os gregos (João12:20,21) e explica que somente após a Sua morte, todos os povos teriam acesso a Ele, mas antes NÃO... desta forma, o Senhor Jesus não se misturava e não comia com os gentios, que eram os povos pecadores do Velho Testamento. Ele jamais quebrou as regras de separação. Em tudo foi Santo e Perfeito.

Claro que, se considerarmos que o Senhor Jesus toma a ceia com os discípulos, então podemos dizer que, em certo sentido, Ele “come com pecadores”; mas, neste caso, Ele não só come, Ele também redime, lava, transforma, e estes não são pecadores, eles estão pecadores... eles são pecadores sendo santificados e que já possuem a semente Santa em seu ser.

Gostaria de finalizar desmascarando a mentira dos fariseus, afirmando que comer, na cultura judaica, representava ter comunhão, ser muito amigo e receber determinada pessoa sob seu teto. O Senhor Jesus, sendo Deus, veio buscar e salvar o que estava perdido, Ele tem comunhão com os doentes, mas não qualquer doente e sim, aqueles doentes que reconheceram sua doença e procuram O Médico dos médicos para serem curados e aliviados de seu fardo de pecados; a comunhão com Ele significa completa mudança, cura e transformação. Pecadores que andam com Jesus, deixam seus pecados.

Porém, o triste argumento dos modernos religiosos que O acusam de ter comunhão com pecadores não redimidos, é que eles, espelhando-se na suposta comunhão que o Senhor mantinha com pecadores não transformados, também querem fazer o mesmo, querem assentar-se nas rodas de escarnecedores e se deter no caminho dos pecadores para influenciá-los... porém, não percebem o grande insulto que estão fazendo ao Senhor da ceara (Igreja), nem mesmo percebem o grande abismo que diferencia o testemunhar ao ímpio com o misturar-se a eles.

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