Missa, a Primeira Manifestação de Teatro no Culto
Por Irmão Acyr
Não farás para ti imagem de escultura, não te ENCURVARÁS a elas nem as SERVIRÁS.
Êxodo 20:4-5
Investigando acerca dos modelos de culto a Deus que foram estabelecidos
na história da Igreja, encontrei este pequeno texto que descreve, na visão
católica, o que eles consideram como modelo de culto perfeito a Deus, pois encena
de forma teatral o sacrifício do calvário, e acreditam sinceramente, que estão
novamente matando o Senhor Jesus, não crendo na expiação que uma vez foi feita
para todo o sempre, como ensina a Bíblia: “Nem também
para a si mesmo se oferecer muitas vezes, como o sumo sacerdote cada ano entra
no santuário com sangue alheio; De outra maneira, necessário lhe fora padecer
muitas vezes desde a fundação do mundo. Mas agora na consumação dos séculos uma
vez se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo”
(Hb 9:25,26).
A este culto em forma de teatro, os católicos denominam missa, de forma
contrária aos conselhos Neotestamentários que dizem: “Uns tem salmos, outro
doutrina, este revelação, aquele outra língua, e ainda outro, interpretação”
(ICor.14:26). Os católicos criaram, então, um modelo de culto que valoriza o
visual e que, ao invés de explicar as Escrituras, orarem com os Salmos,
interpretar as Escrituras nas linguas de todos os povos evangelizados e
alcançados pela Igreja, ele realizavam suas missas em Latim, não tinham nenhuma
preocupação com o ensino Bíblico e diziam que o teatro da missa ensinava por
cenas e imagens e ainda possuía uma realidade transcendente, uma aura que
conferia poder aos participantes do sacramento por eles inventados.
Ao invés de pregarem a revelação
de Deus expressa nas Escrituras, preferiram um modelo que valorizasse o
visual... Sentem a necessidade de ver, não entendem a fé que diz: “Firme fundamento de coisas que se esperam, mas não se vêem”
(Hb11:1). A necessidade de ver os leva a fantasiar um terrível teatro chamado
missa, não podem supor que a “fé vem pelo ouvir da
Palavra”(Rm10:17) e não pelo ver.
Vejamos, então, parte de um texto escrito por um sacerdote católico romano que
eu li acerca do sentido da Missa:
“Este
trabalho é a ordenação de trechos de várias obras, de vários autores, que
mostraram e provaram que a Missa enquanto sacrifício estava predita desde o
Antigo Testamento, e, ainda, que Jesus anunciou - prometeu - e - instituiu o
sacrifício-sacramento, tendo os Santos Padres da Igreja, desde os primórdios do
Cristianismo, sempre ensinado aquilo que hoje é dogma de fé: Missa é sacrifício
com a presença real (física) da Sagrada Vítima.
Se os dogmas
relativos à Missa — isto é, o de ser a Missa um verdadeiro sacrifício, o da
presença real, e o relativo ao sacerdócio ministerial — só foram formulados
pelo Concílio de Trento, isto não significa que aquele Concílio do século XVI
formulou uma doutrina nova, mas que tornou explícita a doutrina que até então
havia sido sempre tacitamente aceita, e o fez em função da heresia protestante
que negou, como ainda hoje nega, que a Missa seja sacrifício, querendo eles que seja um simples
memorial do Senhor; negam, ainda, os protestantes a ‘presença real’ e o ‘sacerdócio
ministerial’.
Hoje, depois
do Concílio Vaticano II, quando muitos prelados da Igreja Católica, e até mesmo
altos prelados, por terem assimilado a heresia protestante, apresentam a Missa
como um memorial da Ceia do Senhor, entendi ser proveitoso compilar, para
ajudar a combater a heresia progressista, o que outros autores com sabedoria e
profundidade já haviam escrito para demonstrar que a Missa enquanto sacrifício
está inserida no Deposito da Fé católica, estando predita no Velho Testamento
-e- confirmada no Novo Testamento”.
Após ler este texto que, aqui coloquei apenas a
introdução, e de forma bastante resumida, mas que em seu conteúdo completo possui
muitas passagens Bíblicas fora de contexto e que faz questão de chamar de
hereges a nós protestantes por não aceitarmos o teatro da Missa e nem tão pouco
a ideia de ser Cristo novamente crucificado em presença real como eles afirmam
em sua teologia, fiquei muito impressionado ao perceber que esse falso ensino possui
uma roupagem piedosa e argumentos fortíssimos a seu favor, usando várias passagens
e muitas referências do Antigo Testamento e da Lei mosaica como diretrizes para
todas as vestimentas, mitras, incenso, movimentos de braço e demais ornamentos
utilizados pelo padre sacerdote que irá imolar a “santa vítima” em sua
encenação grotesca.
Mas que digo? Que o ídolo é alguma coisa? Ou que o sacrificado ao ídolo é alguma coisa? Antes digo que as coisas que os gentios sacrificam, as sacrificam aos demônios, e não a Deus. E não quero que sejais participantes com os demônios.
1Coríntios 10:19-20
Desta forma, com um palco bem montado, buscam imitar os
rituais de sacrifícios da Lei crendo que encenando os fatos da Bíblia estarão
ensinando o povo e ao mesmo tempo refazendo o sacrifício cujo efeito se perde
no tempo e precisa ser revitalizado. É óbvio que para alguém que tenha, ao
menos, um mínimo conhecimento das Escrituras, isso é uma abominação
indescritível!
De tudo isso, o que me parece mais assustador, é o fato
de que a reforma protestante, considerada uma grande heresia pelos romanistas,
aboliu todos esses ritos, vestimentas, velas, incensos e toda essa parafernalha
que descaracterizavam completamente o culto instituído e ensinado pelos
Apóstolos nas cartas do Novo Testamento; Porém, de alguns anos para cá, começaram
a ser reintroduzidas nas igrejas protestantes.
De alguma forma, parece que satanás tem seduzido e
convencido muitos líderes das Igrejas evangélicas que os melhores resultados serão
alcançados pelos olhos e não “pelo ouvir”. Em uma desobediência frontal e
insana, peças teatrais passaram a ser introduzidas no culto evangélico como
forma de se adocicar e tornar mais interessante a mensagem da Cruz, onde as
pessoas serão convencidas pelo que vêem e não pela sobrenatural ação do
Espírito Santo que só age em obediência ao formato de pregação estabelecido na
Bíblia.
Em relação aos olhos, dos quais disse o Senhor: “Se teus olhos te escandalizarem, arranca-os”... estes
olhos que Eva utilizou para admirar o fruto proibido e que é o responsável pela
cobiça que o Apóstolo Paulo descreve em Romanos: “Mas
vejo nos meus membros outra lei, que batalha contra a lei do meu entendimento,
e me prende debaixo da lei do pecado que está nos meus membros”
(Rm.7:23). Estes olhos que a Lei revela serem os responsáveis pela cobiça que
Paulo odiava e descobria reinante em seus membros, esses mesmos olhos agora são
considerados os instrumentos que devem levar pessoas a verem o evangelho ao
invés de ouvirem, na mais completa e
abominável desobediência às ordens de nosso Deus em Sua Palavra.
Desejo considerar aqui, que estou falando do culto
público a Deus e que não me oponho à utilização do teatro ou outras modalidades
de artes por cristãos, porém, o culto público é completamente regulamentado
pelas Escrituras Sagradas e não possui nenhuma brecha ou espaço reservado para
encenações, danças, apresentações ou performances artísticas que exaltam o Ego
e focalizam os atores (ator significa hypokrités no grego) como astros principais no culto, deixando completamente de lado qualquer
sentido de reverência e temor de Deus em uma desobediência explícita ao
mandamento de não fazer imagens do Divino.
Deuteronômio 4:10-16
10 - O dia em que estiveste perante o SENHOR teu Deus em
Horebe, quando o SENHOR me disse: Ajunta-me este povo, e os farei ouvir as
minhas palavras, e aprendê-las-ão, para me temerem todos os dias que na terra
viverem, e as ensinarão a seus filhos;
11 - E vós vos chegastes, e vos pusestes ao pé do monte;
e o monte ardia em fogo até ao meio dos céus, e havia trevas, e nuvens e
escuridão;
12 - Então o SENHOR vos falou do meio do fogo; a voz das
palavras ouvistes; porém, além da voz, não
vistes figura alguma.
13 - Então vos anunciou ele a sua aliança que vos ordenou
cumprir, os dez mandamentos, e os escreveu em duas tábuas de pedra.
14 - Também o SENHOR me ordenou ao mesmo tempo que vos
ensinasse estatutos e juízos, para que os cumprísseis na terra a qual passais a
possuir.
15 - Guardai, pois, com diligência as vossas almas, pois nenhuma figura vistes no dia em
que o SENHOR, em Horebe, falou convosco do meio do fogo;
16 - Para que não
vos corrompais, e vos façais alguma imagem esculpida na forma de qualquer
figura, semelhança de homem ou mulher;
Não se pode de forma alguma fazer imagens ou
representações de Deus
Êxodo 20:4
4 - Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma
semelhança do que há em cima nos céus, nem embaixo na terra, nem nas águas
debaixo da terra.
Isaías 40:18
A quem, pois, fareis semelhante a Deus, ou com que o
comparareis?