terça-feira, 23 de abril de 2013

Missa, a Primeira Manifestação de Teatro no Culto

Por Irmão Acyr


Não farás para ti imagem de escultura, não te ENCURVARÁS a elas nem as SERVIRÁS. 
Êxodo 20:4-5

Investigando acerca dos modelos de culto a Deus que foram estabelecidos na história da Igreja, encontrei este pequeno texto que descreve, na visão católica, o que eles consideram como modelo de culto perfeito a Deus, pois encena de forma teatral o sacrifício do calvário, e acreditam sinceramente, que estão novamente matando o Senhor Jesus, não crendo na expiação que uma vez foi feita para todo o sempre, como ensina a Bíblia: “Nem também para a si mesmo se oferecer muitas vezes, como o sumo sacerdote cada ano entra no santuário com sangue alheio; De outra maneira, necessário lhe fora padecer muitas vezes desde a fundação do mundo. Mas agora na consumação dos séculos uma vez se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo” (Hb 9:25,26).

A este culto em forma de teatro, os católicos denominam missa, de forma contrária aos conselhos Neotestamentários que dizem: “Uns tem salmos, outro doutrina, este revelação, aquele outra língua, e ainda outro, interpretação” (ICor.14:26). Os católicos criaram, então, um modelo de culto que valoriza o visual e que, ao invés de explicar as Escrituras, orarem com os Salmos, interpretar as Escrituras nas linguas de todos os povos evangelizados e alcançados pela Igreja, ele realizavam suas missas em Latim, não tinham nenhuma preocupação com o ensino Bíblico e diziam que o teatro da missa ensinava por cenas e imagens e ainda possuía uma realidade transcendente, uma aura que conferia poder aos participantes do sacramento por eles inventados.

Ao invés de pregarem a revelação de Deus expressa nas Escrituras, preferiram um modelo que valorizasse o visual... Sentem a necessidade de ver, não entendem a fé que diz: “Firme fundamento de coisas que se esperam, mas não se vêem” (Hb11:1). A necessidade de ver os leva a fantasiar um terrível teatro chamado missa, não podem supor que a “fé vem pelo ouvir da Palavra”(Rm10:17) e não pelo ver. Vejamos, então, parte de um texto escrito por um sacerdote católico romano que eu li acerca do sentido da Missa:

“Este trabalho é a ordenação de trechos de várias obras, de vários autores, que mostraram e provaram que a Missa enquanto sacrifício estava predita desde o Antigo Testamento, e, ainda, que Jesus anunciou - prometeu - e - instituiu o sacrifício-sacramento, tendo os Santos Padres da Igreja, desde os primórdios do Cristianismo, sempre ensinado aquilo que hoje é dogma de fé: Missa é sacrifício com a presença real (física) da Sagrada Vítima.

Se os dogmas relativos à Missa — isto é, o de ser a Missa um verdadeiro sacrifício, o da presença real, e o relativo ao sacerdócio ministerial — só foram formulados pelo Concílio de Trento, isto não significa que aquele Concílio do século XVI formulou uma doutrina nova, mas que tornou explícita a doutrina que até então havia sido sempre tacitamente aceita, e o fez em função da heresia protestante que negou, como ainda hoje nega, que a Missa seja  sacrifício, querendo eles que seja um simples memorial do Senhor; negam, ainda, os protestantes a ‘presença real’ e o ‘sacerdócio ministerial’.
Hoje, depois do Concílio Vaticano II, quando muitos prelados da Igreja Católica, e até mesmo altos prelados, por terem assimilado a heresia protestante, apresentam a Missa como um memorial da Ceia do Senhor, entendi ser proveitoso compilar, para ajudar a combater a heresia progressista, o que outros autores com sabedoria e profundidade já haviam escrito para demonstrar que a Missa enquanto sacrifício está inserida no Deposito da Fé católica, estando predita no Velho Testamento -e- confirmada no Novo Testamento”.
Após ler este texto que, aqui coloquei apenas a introdução, e de forma bastante resumida, mas que em seu conteúdo completo possui muitas passagens Bíblicas fora de contexto e que faz questão de chamar de hereges a nós protestantes por não aceitarmos o teatro da Missa e nem tão pouco a ideia de ser Cristo novamente crucificado em presença real como eles afirmam em sua teologia, fiquei muito impressionado ao perceber que esse falso ensino possui uma roupagem piedosa e argumentos fortíssimos a seu favor, usando várias passagens e muitas referências do Antigo Testamento e da Lei mosaica como diretrizes para todas as vestimentas, mitras, incenso, movimentos de braço e demais ornamentos utilizados pelo padre sacerdote que irá imolar a “santa vítima” em sua encenação grotesca.


Mas que digo? Que o ídolo é alguma coisa? Ou que o sacrificado ao ídolo é alguma coisa? Antes digo que as coisas que os gentios sacrificam, as sacrificam aos demônios, e não a Deus. E não quero que sejais participantes com os demônios. 
1Coríntios 10:19-20

Desta forma, com um palco bem montado, buscam imitar os rituais de sacrifícios da Lei crendo que encenando os fatos da Bíblia estarão ensinando o povo e ao mesmo tempo refazendo o sacrifício cujo efeito se perde no tempo e precisa ser revitalizado. É óbvio que para alguém que tenha, ao menos, um mínimo conhecimento das Escrituras, isso é uma abominação indescritível!

De tudo isso, o que me parece mais assustador, é o fato de que a reforma protestante, considerada uma grande heresia pelos romanistas, aboliu todos esses ritos, vestimentas, velas, incensos e toda essa parafernalha que descaracterizavam completamente o culto instituído e ensinado pelos Apóstolos nas cartas do Novo Testamento; Porém, de alguns anos para cá, começaram a ser reintroduzidas nas igrejas protestantes.



De alguma forma, parece que satanás tem seduzido e convencido muitos líderes das Igrejas evangélicas que os melhores resultados serão alcançados pelos olhos e não “pelo ouvir”. Em uma desobediência frontal e insana, peças teatrais passaram a ser introduzidas no culto evangélico como forma de se adocicar e tornar mais interessante a mensagem da Cruz, onde as pessoas serão convencidas pelo que vêem e não pela sobrenatural ação do Espírito Santo que só age em obediência ao formato de pregação estabelecido na Bíblia.

Em relação aos olhos, dos quais disse o Senhor: “Se teus olhos te escandalizarem, arranca-os”... estes olhos que Eva utilizou para admirar o fruto proibido e que é o responsável pela cobiça que o Apóstolo Paulo descreve em Romanos: “Mas vejo nos meus membros outra lei, que batalha contra a lei do meu entendimento, e me prende debaixo da lei do pecado que está nos meus membros” (Rm.7:23). Estes olhos que a Lei revela serem os responsáveis pela cobiça que Paulo odiava e descobria reinante em seus membros, esses mesmos olhos agora são considerados os instrumentos que devem levar pessoas a verem o evangelho ao invés de ouvirem, na mais completa e abominável desobediência às ordens de nosso Deus em Sua Palavra.





Desejo considerar aqui, que estou falando do culto público a Deus e que não me oponho à utilização do teatro ou outras modalidades de artes por cristãos, porém, o culto público é completamente regulamentado pelas Escrituras Sagradas e não possui nenhuma brecha ou espaço reservado para encenações, danças, apresentações ou performances artísticas que exaltam o Ego e focalizam os atores (ator significa hypokrités no grego) como astros principais no culto, deixando completamente de lado qualquer sentido de reverência e temor de Deus em uma desobediência explícita ao mandamento de não fazer imagens do Divino.

Deuteronômio 4:10-16

10 - O dia em que estiveste perante o SENHOR teu Deus em Horebe, quando o SENHOR me disse: Ajunta-me este povo, e os farei ouvir as minhas palavras, e aprendê-las-ão, para me temerem todos os dias que na terra viverem, e as ensinarão a seus filhos;
11 - E vós vos chegastes, e vos pusestes ao pé do monte; e o monte ardia em fogo até ao meio dos céus, e havia trevas, e nuvens e escuridão;
12 - Então o SENHOR vos falou do meio do fogo; a voz das palavras ouvistes; porém, além da voz, não vistes figura alguma.
13 - Então vos anunciou ele a sua aliança que vos ordenou cumprir, os dez mandamentos, e os escreveu em duas tábuas de pedra.
14 - Também o SENHOR me ordenou ao mesmo tempo que vos ensinasse estatutos e juízos, para que os cumprísseis na terra a qual passais a possuir.
15 - Guardai, pois, com diligência as vossas almas, pois nenhuma figura vistes no dia em que o SENHOR, em Horebe, falou convosco do meio do fogo;
16 - Para que não vos corrompais, e vos façais alguma imagem esculpida na forma de qualquer figura, semelhança de homem ou mulher;
Não se pode de forma alguma fazer imagens ou representações de Deus

Êxodo 20:4

4 - Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra.

Isaías 40:18

A quem, pois, fareis semelhante a Deus, ou com que o comparareis? 

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